sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Pérolas do Sub-17 #2


O principal nome inglês nas quartas-de-final foi Henri Lansbury. Meio-campista central, o camisa 4 do jovem English Team tem esbanjado potencial e integra a lista de nomes a serem observados desde já. Tipo clássico, que chega a lembrar Fábregas ou Gerrard, o talentoso Lansbury combina força física, muita técnica e visão de jogo, estas duas últimas suas mais relevantes características.

Capitão do time no duelo contra a Síria, nesta última quinta-feira, Lansbury fez um gol e participou diretamente de outro, colaborando com uma assistência para Murphy. Em toda a competição, Henri Lansbury tem dois gols e dois passes, números tão significativos quanto sua capacidade técnica, capaz de lhe dar futuramente uma posição de destaque como meio-campista central na Premier League.

Há oito temporadas no Arsenal, o garoto foi surpreendido aos 15 anos, quando por uma série de lesões dos titulares, foi chamado para treinar com o elenco principal. Nome que encanta desde já a Arséne Wenger, pródigo em enxergar talentos, o meia Henri Lansbury deve rapidamente aparecer entre os profissionais. Na última temporada, inclusive, foi reserva durante a campanha do vice-campeonato na Carling Cup, tendo estreado em julho em um amistoso, sua estréia particular.

Com boas perfomances durante o último Europeu Sub-17, onde foi um dos principais nomes do vice-campeonato inglês, Henri Lansbury é parte do aguardado confronto diante da Alemanha de Kroos e Bigalke. Talento, certamente, é o que mais haverá em campo.

Errata: Ao contrário do que informado no texto de Toni Kroos, a Alemanha não é a atual vice-campeã européia sub-17, mas sim a Inglaterra, derrotada na final pela Espanha.

Dassler no Beting e Beting


Amigos: Estarei, nesta sexta-feira (31) participando pela segunda vez do Programa Beting e Beting, no Bandsports. Junto comigo, estará Marcus Alves, amigo e futuro jornalista, colunista de futebol africano da Trivela, onde também atua como colaborador.

O Beting e Beting, apresentado por Mauro Beting, vai ao ar às 19h30.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Sete impressões do clássico


#1
A imagem não mente. Valdívia, principal referência técnica do Palmeiras, foi caçado em campo pelos são-paulinos, especialmente Alex Silva, que fez duas faltas muito bruscas e ainda acertou uma cotovelada nas costas do chileno. Leandro, useiro e veseiro em confusões em clássico - desde os tempos do Corinthians, acertou o joelho do palmeirense em outra jogada não coibida. Ainda há, além destas todas, o lance ilustrado na foto.


#2
Este blogueiro discorda da formação pouco corajosa de Caio Júnior no clássico. Não haveria motivos para mudar o time, sobretudo jogando em casa e precisando se impor sobre o adversário. A performance palmeirense no segundo tempo claramente comprova a tese.


#3
Atuação exuberante do volante Hernanes, um sujeito muito discreto, mas de enorme eficiência e em franca evolução. Breno é outro cada vez melhor.


#4
Mais uma vez ficou claro que Edmundo não rende jogando à frente, enfiado entre os zagueiros. Como comprovam os jogos fora de casa, o camisa 7 do Palmeiras cresce com a bola dominada, fora da área, onde tem visão de jogo acima da média. Já faz tempo que seu forte foi a finalização e o número de gols marcados.


#5
Partida taticamente bem interessante do São Paulo, que mais uma vez se fez valer de suas intermináveis variações. Mérito do treinador e também dos jogadores, que, conforme ficou claro após entrevista de Richarlyson nesta quinta, também têm concepção tática para enxergar o jogo.


#6
Lamentável o teatro de Bosco, com uma pedra, no intervalo de jogo. As imagens apresentadas nesta quinta-feira, por parte do Palmeiras, são passíveis de uma punição severa. As agressões que sofreu o goleiro reserva do São Paulo, por isso, acabam sendo automaticamente questionadas, o que pode ser um erro grande, mas é natural e compreensível.


#7
Soberbo o desempenho do São Paulo como visitante no Brasileiro. São apenas dois gols sofridos longe do Morumbi (Náutico e Cruzeiro). Em 45 minutos, na quarta-feira, o Corinthians levou três do Atlético Mineiro, apenas como base comparativa.

Imagem: Gazeta Press

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Puerta


Antonio José Puerta Pérez
* 26/11/1984
+ 28/08/2007

Descanse em paz

Chicotada psicológica


Recomendo aos amigos, minha coluna desta semana na Trivela, onde falo principalmente sobre a saída de Paulo César Carpegiani do Corinthians.

Link para o texto:

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Pérolas do Sub-17 #1


Quando um jogador veste a 10 normalmente já é pra se desconfiar. Se ele ainda tem a faixa de capitão no braço, alguma coisa realmente tem. Toni Kroos, destaque da seleção alemã sub-17, preenche os requisitos - já fez dois gols e deu um passe, em apenas duas partidas jogadas no Mundial. Ele abre uma série de jovens prodígios que pretendo ressaltar por aqui durante o torneio jogado na Coréia do Sul.

Nos primeiros jogos da Alemanha, o playmaker Kroos é o homem ao centro da talentossíma linha de três meias no 4-2-3-1 de Heiko Herrlich, ao lado de Sascha Bigalke (Hertha Berlim) e Dennis Dowidat (Borussia Mönchengladbach). Além de bom arremate e capacidade de organizar o jogo, o garoto joga com classe, de cabeça em pé. Já havia sido, inclusive, destaque no vice-campeonato alemão no Europeu sub-17.

Precocemente alçado aos profissionais do Bayern de Munique, o jovem prodígio Kroos tem arrancado elogios de gente importante. Uli Hoeness, diretor do clube, disse não ter dúvidas sobre o futuro do garoto: a 10 dos bávaros. Werner Kern, olheiro também do Bayern há 35 anos, diz que Toni Kroos é o mais talentoso jogador que ele já viu.

Kroos, nascido em 4 de janeiro de 1990, em Greifswald, obteve destaque pelas categorias de base do Hansa Rostock e foi assediado, inclusive, por Chelsea e Manchester United. Todavia, optou pelo Bayern de Munique.

Uma das equipes mais empolgantes da fase inicial do Mundial Sub-17, a Alemanha tem consistência para chegar às finais. E tem também talento, sobretudo no futebol maduro e destacado de Toni Kroos, um camisa 10 legítimo.

Seleção #18


Diego Cavalieri
Wendel - Breno - Emerson - Juan
Ramires - Túlio
Lúcio Flávio - Petkovic
Alecsandro - Kléber Pereira




sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Os baixinhos do Flamengo


É verdade que a trajetória flamenguista no Campeonato Brasileiro é decepcionante. É mais verdade ainda que, ao que aparenta, o rubro-negro acordou para a competição. Há um nome, entretanto, que atravessa todas as fases jogando muito: Juan.

Os números, mais que o ótimo futebol do lateral-esquerdo do Flamengo, não mentem: são sete passes precisos pra gol, além de outros três concluídos com a perna canhota do camisa 6. O desta quinta-feira, diante do Juventude, um golaço. Ainda que possa dar espaços na defesa, Juan é efetivamente vital para o desempenho ofensivo do Fla: dos 26 gols marcados pelo time, mais de um terço, 10, passaram por ele.

O outro baixinho a brilhar na Gávea é Maxi Biancucci. Rapidíssimo, driblador, folgado (no bom sentido) e bom finalizador, o argentino rapidamente conquistou o espaço que Roni, indo bem no Cruzeiro, não conseguiu preencher. Um exemplo nítido de que os clubes brasileiros, mais que buscar veteranos e/ou enganadores, mais que se render a empresários, devem vasculhar atletas pela América do Sul.

A presença singular de Maxi, além de tudo um tipo de jogador que agrada aos torcedores, também dá ao Flamengo a possibilidade de atuar em contra-ataques, tônica do último terço do jogo desta quinta contra o Juventude. Para uma equipe ainda frágil e que corre riscos, nada melhor do que apostar na defesa. Claro, com os baixinhos velozes e insandecidos, Juan e Maxi, contra-atacando.

Olho gordo #3


Elicarlos Souza Santos, 22 anos, Laranjeiras-SE.Tem 1,74 m e 60 kg.

Elicarlos começou a chamar a atenção durante a Copa do Brasil. Nos Aflitos, durante o jogo de ida contra o Corinthians, o volante com visão de jogo de meia-organizador já havia se destacado na reação do Náutico, suficiente para render um empate após 0-2 contra.

Neste Brasileirão, o jogador, outro oriundo do Porto de Caruaru (assim como Diogo, da semana passada), representa a lucidez e o toque diferenciado na transição da defesa ao ataque. Sua regularidade é incrível: esteve presente em todos os 20 jogos do Náutico, sendo que em 18 esteve em campo durante os 90 minutos. Além disso, pasmem: Elicarlos, volante, tem um cartão amarelo na competição.

Não por acaso, Elicarlos já tem destino certo em 2008: vestirá a camisa do Cruzeiro, que já assegurou seus direitos e deve lhe dar a chance de brigar por espaço com Charles, Léo Silva e Ramires, outros três ótimos volantes da Raposa. A torcida pernambucana ainda pode ver seu principal jogador em 18 jogos de 2007.

As montagens da "Olho Gordo" são feitas por Diego Brito.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Perigo real e imediato


O dia 22 de julho, a cada rodada que passa, não sai da cabeça do torcedor cruzeirense. O adversário era o São Paulo, àquele momento quarto lugar na tabela, empatado com o Cruzeiro, mas bem distante do líder Botafogo. Embora tenha aberto o marcador, o clube celeste permitiu a virada são-paulina, em pleno Mineirão.

A partir disso, Muricy Ramalho empurrava seu grupo rumo ao topo. Ao passo que ainda seja natural desconfiar do Vasco brigando por título e se olhe o Botafogo cada dia mais embaixo, é o Cruzeiro que se coloca, com credenciais, à frente dos outros times para almejar a liderança são-paulina.

O trabalho de Dorival Júnior beira o incrível, dada a capacidade do clube se reerguer rapidamente sem aquisições relevantes, embora o plantel, há de se admitir, já fosse bom. Quando chegou na Toca da Raposa, o treinador via a terra arrasada após uma traumática derrota para o Atlético Mineiro no âmbito estadual e um início marcado pelo 0x3 contra o Corinthians. Fragilidade mental, pouco comprometimento dos jogadores e lesões recorrentes compunham um cenário inicial desanimador. Ricardinho, Geovanni, André Luís e Gabriel comandaram uma lista de nomes “liberados”.

Sem outro trabalho pujante em um clube de ponta, Dorival Júnior, sujeito que alterna a personalidade entre pacato e sisudo, não transparecia a segurança de um Felipão, ou mesmo Emerson Leão. Todavia, sabia-se da sede que qualquer profissional tem em triunfar em sua primeira chance em clubes grandes. E o treinador cruzeirense, em pouco tempo, mudou o rumo. Aliás, como já havia feito no São Caetano.

Inicialmente jogando com três volantes e focado nos contra-ataques, Dorival Júnior colheu bons resultados contra Palmeiras e Grêmio, embora tenha perdido para o Juventude, muito em parte por atuação pífia de sua defesa. A partir da vitória no clássico local, o clube ganhou cara e ganhou Wagner, mais um que está aí para desmitificar a “morte” dos camisas 10. A virada sobre o Vasco, nos instantes finais, chamou a torcida para colaborar e solidificou a união do grupo.

Após voltar de Santos e Florianópolis com duas derrotas na bagagem, Dorival Júnior e o Cruzeiro precisaram de outro renascimento. Triunfos sobre Goiás e Náutico construíram uma atmosfera positiva para o duelo contra o São Paulo. Mesmo com a vitória nas mãos, a Raposa permitiu o revés, em um resultado que hoje faria toda a diferença. Após um empate contra o Atlético-Pr, já são cinco vitórias seguidas, quatro contra adversários diretos: Botafogo, Internacional, Sport e Fluminense. A disputa bipolar pelo Campeonato Brasileiro parece mais nítida a cada rodada.

Passado o período inicial da filosofia de contra-ataque, o Cruzeiro tem se imposto com autoridade sobre os adversários e, pouco a pouco, reduz seus problemas defensivos, o que não é simples dada a vocação que tem para o ataque. Nomes resgatados como Alecsandro - com sete gols em quatro jogos, Émerson e Wagner, deram um acréscimo de qualidade ao grupo, que já possuía jovens interessantes como Ramires, Guilherme e Thiago Heleno. Anderson, mais cedo ou mais tarde, se juntará ao time.
Até mesmo a habitual venda de jogadores em meio ao campeonato, até aqui, não causou danos sensíveis. Gladstone, Luizão e Araújo se foram, mas o padrão de qualidade não caiu, muito pela profundidade e qualidade do elenco. Regularmente, Roni, Fernandinho e Leandro Domingues também têm participado de maneira ativa nas vitórias da equipe e precisam ser citados na coluna.

A coesão do São Paulo, ao se olhar o cenário atual e fazendo projeções – claro, hipotéticas – só pode ser ameaçada pelo Cruzeiro de Dorival Júnior. O duelo eventualmente decisivo, entre as duas equipes, será em 31 de outubro, a seis rodadas do fim. Os cruzeirenses, desde já, esfregam as mãos e aguardam à mineira.
___________

Coluna publicada originalmente na Trivela

Seleção #17

Edson
Baiano – Gustavo – Dininho – Gustavo Nery
Ramires – Anderson Pico
Leandro Domingues – Petkovic
Leandro Amaral - Alecsandro

domingo, 19 de agosto de 2007

Previews #3 – Premier League


Optei por, no último semana, priorizar o início da Bundesliga. Dessa forma, mesmo em meio a terceira rodada, apresento as previsões e novidades para os 20 times que tentarão fazer com que os gramados ingleses vejam novamente a liga mais trepidante do Velho Continente. Espanha e Itália vêm forte, mas a trinca Liverpool-Manchester United-Chelsea é poderosíssima e tem logo atrás outras equipes fortes como Arsenal, Tottenham e Newcastle.

Manchester United - *****
Principais reforços: Nani, Carlos Tévez, Anderson, Pique e Hargreaves (86,3 milhões de euros)Maior destaque: Cristiano Ronaldo

Equipe que demonstrou o mais envolvente futebol da última temporada européia, o Manchester United foi ao mercado para, com agressividade, combater as duas principais dificuldades que teve: a baixa profundidade de seu elenco e o envelhecimento iminente de jogadores-chaves como Giggs e Scholes. Com um plantel invejável nas mãos, o competente Alex Ferguson não terá argumentos para perder o bi-campeonato inglês e não voltar à semifinal da Liga dos Campeões.

Chelsea - *****
Principais reforços: Malouda, Glen Johnson, Claudio Pizarro, Sidwell, Alex e Ben Haim (21 milhões de euros)
Maior destaque: Didier Drogba

As enormes dificuldades em escalar o time - sobretudo na defesa - nos cruciais meses de dezembro e janeiro certamente não saíram da cabeça de Jose Mourinho e toda a cúpula dos Blues. Ao contrário de quantias exorbitantes e extravagâncias (como Ballack e Shevchenko), o Chelsea investiu em peças estratégicas e baratas para ter mais opções táticas e de plantel, sendo o francês Malouda a única aquisição relevante em termos financeiros. Alex, que pode ser avaliado como um reforço expressivo, já tinha vínculo com o clube, que deve sofrer bastante com as ausências de Drogba e Essien, durante a Copa das Nações Africanas. Daniel Alves, ao que parece, será o outro nome caro a pisar em Stamford Bridge até o dia 31.

Liverpool - *****
Principais reforços: Lucas, Fernando Torres, Babel, Voronin, Itandje e Benayoun (71 milhões de euros)
Maior destaque: Steven Gerrard

O Liverpool foi às compras pensando em deixar de ser "apenas" um time copeiro. Com muitas e grandes opções de elenco, Rafa Benítez tem nas mãos, qualidade suficiente para brigar pelo primeiro lugar. Nas últimas semanas, se desfez do maluco Bellamy e apostou 35 milhões de euros no espanhol Fernando Torres, mais caro negócio do mercado europeu. Para lhe ajudar, ainda foram trazidos o holandês Babel e o ucraniano Voronin, fechando com Dirk Kuyt um plantel ofensivamente poderoso. Com uma série de bons jogadores para todas as posições (só para volante, conta com Mascherano, Sissoko, Lucas e Xabi Alonso), os Reds poderão
buscar o título que não vem há 17 anos.

Arsenal - ****
Principais reforços: Eduardo da Silva, Fabianski, Nordtveit e Sagna (32 milhões de euros)
Maior destaque: Cesc Fabregas

Tradicionalmente um clube que pouco gasta, o Arsenal não se esforçou para mudar o panorama após a, desde já sentida, venda de Thierry Henry. Além dele, Ljungberg e Reyes se foram, deixando às mãos de Arséne Wenger um plantel jovem, talentoso, porém aparentemente incapaz de ir além do quarto lugar, que aliás, já será satisfatório no Emirates Stadium. A aposta será mais uma vez na evolução dos já maduros Fabregas e Van Persie, amparados por outros promissores como Walcott, Eduardo da Silva, Bendtner e Denílson. Hleb e Rosicky devem ser essenciais para a temporada dos Gunners, assim como o bom sistema defensivo de Eboué, Touré e Gallas. Para a atual temporada, o clube gastou mais do que arrecadou em vendas (mais de 43 milhões de euros).


Tottenham - ****
Principais reforços: Kaboul, Darren Bent, Bale, Taarababt e Kevin-Prince Boateng (63,8 milhões de euros)
Maior destaque: Robbie Keane

Romper a quinta colocação das últimas duas temporadas é o principal objetivo do Tottenham nesta Premier League. Martin Jol, que já havia recebido ótimos reforços na época passada, arrebatou jovens cobiçados como Bale (18 anos), Kaboul (22), Boateng (20), Darren Bent (23) e Taarababt (18), gastando aí exorbitantes 63,8 milhões de euros. Com uma espinha dorsal já muito forte, Jol precisará extrair o máximo de seus jogadores, não falhando como falhou na última PL. Potencial, o plantel tem de sobra.

Newcastle - ****
Principais reforços: Barton, Viduka, Caçapa, Gérémi, Rozenhal, Alan Smith e José Enrique (31,2 milhões de euros)
Maior destaque: Obafemi Martins

Vítima - ou cúmplice - de trabalhos pífios de seus últimos treinadores, o Newcastle fez uma aposta aparentemente segura ao contratar Sam Allardyce para o comando da equipe nesta temporada. Credenciado pelo que fez com o Bolton nas últimas duas temporadas, onde foi à Uefa e orbitou próximo da Liga dos Campeões, Big Sam tem um plantel fortíssimo para comandar, especialmente após as contratações de Alan Smith e Joey Barton. Nomes apagados, os de Owen, Luque e Damien Duff, precisão ressurgir para dar mais fôlego aos Magpies, onde já brilham jovens fabulosos como Milner e Steven Taylor. Entretanto, o clube precisará superar o estigma recente de sempre decepcionar as expectativas.

Everton - ***
Principais reforços: Baines, Pienaar e Jagielka (19 milhões de euros)
Maior destaque: Andy Johnson

Com um plantel homogêneo e sem muitas individualidades, o Everton construiu uma base sólida nos últimos anos, brigando sempre no terço de cima da classificação. Na temporada retrasada, o clube chegou a disputar a fase de classificação da Liga dos Campeões, onde acabou ficando e dando margem a um início hesitante na Premier League. Sem muita movimentação no mercado, mas também sem vender nomes importantes, os Toffees devem seguir na mesma toada, dependendo de bons jogos de Arteta e Tim Cahill, jogadores relevantes no meio-campo, sempre propiciando oportunidades para o goleador Andy Johnson.

Manchester City - ***
Principais reforços: Elano, Rolando Bianchi, Geovanni, Gelson, Bojinov, Martin Petrov, Garrido e Corluka (59,7 milhões de euros)
Maior destaque: Micah Richards

Com um novo dono, o tailandês Thaksin Shinawatra, disposto a investir, o Manchester City passou o carrinho de compras pelos quatro cantos da Europa, buscando novos jogadores em Croácia, Itália, Ucrânia, Espanha e Brasil. Além deles, veio Sven-Göran Eriksson, assumindo seu primeiro clube após 5 anos e meio com o English Team. Com a imagem arranhada, o sueco tem na bagagem porém muitos trabalhos competentes, e pode dar ao City uma trajetória mais digna nesta temporada da Premier League.A atração será Elano, sempre bem cotado com Dunga, e enfim disputando uma liga de ponta na Europa.

Portsmouth - ***

Principais reforços: John Utaka, Nugent, Distin, Hreidarsson, Muntari, Cranie e Makengo (30,9 milhões de euros)
Maior destaque: Sol Campbell

O Portsmouth inicia essa temporada disposto a repetir os primeiros meses da Premier League passada, quando se manteve com segurança no primeiro terço da classificação. Sem perdas significativas - apenas Glen Johnson e Lua Lua se foram, o treinador Harry Redknapp pode ter outro bom desempenho, mas os principais nomes do time, como Sol Campbell, David James e Kanu, estão em uma faixa etária avançada. Por isso, as chegadas de jogadores emergentes como Muntari, Utaka e Nugent, este destaque da sub-21 inglesa, parecem providenciais. O Pompey, está claro, tem igualdade de condições com as demais concorrentes da "classe média"do Campeonato Inglês.

Blackburn - ***
Principais reforços: Santa Cruz, Rigters e Nielsen (6,2 milhões de euros)
Maior destaque: Benni McCarthy

Acreditar na evolução de jogadores jovens e talentosos parece a receita da vez no Blackburn. Apenas Roque Santa Cruz, ex-Bayern, foi uma contratação cara, dentre as feitas pelo clube. Por sua vez, Derbyshire, Bentley e Rigters, todos promissores, devem dar um salto de qualidade para o time à medida que forem amadurecendo. Além destes, Mark Hughes tem em mãos uma equipe briosa, por vezes violenta, mas que raramente brigará abaixo da faixa intermediária da tabela.

Bolton - ***
Principais reforços:Helguson, Mikel Alonso, Dzemaili, McCann, Jlloyd Samuel, Guthrie, Cid e Wilhemsson (5,6 milhões de euros)
Maior destaque: Nicolás Anelka

A sempre limitada e eficiente equipe do Bolton, deverá agir sem seu grande mentor, Sam Allardyce. Com basicamente o mesmo time da última temporada, quando foi sexto lugar, Sammy Lee precisará do máximo de regularidade de suas estrelas inconstantes: Anelka e Diouf. A pouca ousadia de mercado da equipe - gastou apenas 5,6 milhões de euros - contrasta com a preocupante sede dos rivais, quase todos gastando acima de 30 milhões. Comedido, o Bolton preferiu apostar na quantidade, trazendo nomes medianos como Samuel e McCann, suficiente para lhe manter uma condição estável na temporada.

Reading - ***
Principais reforços: Faé, Kalifa Cissé, Bikey e Lyskov (6,5 milhões de euros)
Maior destaque: Lita

Entre os bons nomes do elenco da temporada passada, o Reading manteve quase todos, exceção feita a Sidwell. Dessa forma, o modesto clube, oitavo lugar da Premier League 06/07, já tem na cabeça a receita para repetir o sucesso. Muito coesa, ofensiva, e que vende caro uma derrota, a equipe do técnico Steve Coppel é favorita para outra boa performance, se possível, subindo um pouco mais e atingindo a Copa da Uefa. Qualidade, jogadores como Lita, Shorey, Doyle e Hunt, têm para proporcionar.

West Ham - ***
Principais reforços: Bellamy, Dyer, Faubert, Ljungberg, Parker e Richard Wright (47,3 milhões de euros)
Maior destaque: Craig Bellamy

Após o milagre da permanência na última Premier League, o West Ham apostou em uma sensível renovação de elenco, trocando nomes como Harewood, Reo-Cocker, Tévez e Benayoun, por outros como Bellamy, Dyer, Parker e Ljungberg. A qualidade, pesando perdas sentidas e chegadas relevantes, não parece mudar em grande parte, até porque Faubert, que poderia dar um relevante acréscimo ao time, se contundiu já na pré-temporada e só deve estrear oficialmente em 2008. Os Hammers, ao que parece, precisarão da mesma determinação de abril e maio para atingir uma posição de destaque entre a "classe-média" local.

Aston Villa - ***
Principais reforços: Reo-Cocker, Harewood e Carson (18 milhões de euros)
Maior destaque: John Carew

O competente Martin O'Neill segue no Villa Park e esse é, na verdade, o principal trunfo do Aston Villa para a atual temporada. Se consegue se opor com facilidade ao rival Birmingham, já faz um tempo que a equipe grená não sai da figuração dentro da Premier League, embora o trabalho de O'Neill tenha consistência. Carew, nome mais rodado do time titular, precisará superar o estigma de hesitação recente de outros atacantes, como Baros e Angel. A seu lado, tem jovens talentosos como Ashley Young, Agbonlahor e Gardner, todos agora acompanhados de Nigel Reo-Cocker, com a chance de dar um salto relevante na promissora e aparentemente estagnada carreira.

Middlesbrough - **
Principais reforços: Aliadière, Mido, Luke Young e Tuncay (25,5 milhões de euros)
Maior destaque: Stewart Downing

Fulham - **
Principais reforços: Konchesky, Cook, Healy, Baird, Steven Davis, Kamara, Aaron Hughes e Bouazza (35,9 milhões de euros)
Maior destaque: Diomansy Kamara

Wigan - **
Principais reforços: Koumas, Michael Brown, Granqvist, Melchiot, Sibierski e Bramble (10,4 milhões de euros)
Maior destaque: Emile Heskey

Birmingham - *
Principais reforços: Parnaby, Kapo, O'Connor, De Ridder, Kingson, Schmitz, Queudrue, Djorou e Ridgewell (13,5 milhões de euros)
Maior destaque: Johan Djorou

Sunderland - *
Principais reforços: Craig Gordon, McShane, Halford, Russel Anderson, Chopra, Richardson, Etuhu e O'Donovan (42,1 milhões de euros)
Maior destaque: Kieran Richardson

Derby County - *
Principais reforços: Earnshaw, Claude Davis, Todd, Hinchliffe, Price, Griffin e Feilhaber (12,2 milhões de euros)
Maior destaque: Robert Earnshaw

sábado, 18 de agosto de 2007

Na calada da noite..


Nesta madrugada se inicia, na Coréia do Sul, a disputa do Mundial Sub-17, competição que merece nossa atenção para saber, sobretudo, quais os craques a surgir nos próximos anos. Com detalhes bem particulares, o torneio tem Gana e Nigéria como fortes favoritos, algo impensável em uma competição profissional. Brasil e Espanha, assim como a Inglaterra, completam a quina de principais forças. Argentina e Alemanha, profissionalmente tradicionalíssimas, dificilmente farão mais que figuração.

Entre os jogadores mais talentosos, atenção ao brasileiro Lulinha, já com notoriedade nacional. Bojan Krkic, astro maior do último Europeu Sub-17, da Espanha, é outra pérola, no time onde Fran Mérida também desponta. Pelo jovem selecionado inglês, Henri Lansburi, meio-campo, tem sido muito elogiado. Por fim, Ibrahim Rabiu – da Nigéria, Eden Hazard – da Bélgica, e Ransford Osei, de Gana, fecham o rol de maiores candidatos a craque.

Sem o México, atual campeão na disputa, o Mundial Sub-17 também serve como um passo inicial para a formação de uma nova safra em países emergentes ou inexpressivos no cenário da bola. Se abrindo, pela primeira vez com 24 clubes, o torneio dará chances a selecionados como do Haiti, da Nova Zelândia, Tadjiquistão e Coréia do Norte, nações onde o que realmente importa é competir e aprender.

Para uma análise bem mais aprofundada, do Mundial Sub-17, recomendo o especial feito em conjunto com os amigos Maurício Vargas e Marcus Alves, divulgado no site da Trivela.
http://www.trivela.com/index.asp?Fuseaction=Especiais&id_secao=45&id_codigo=14080

Aos torcedores brasileiros, muito café e energético, para ver a turma de Lulinha.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

E agora Josué?


O adeus de Josué, inexplicavelmente, provocou furor semelhante ao de Alexandre Pato. Em todos os setores da imprensa, pipocaram comentários a respeito do que faria o São Paulo sem seu cabeça-de-área, cedido ao Wolfsburg.

De fato, Josué, titular e campeão da Copa América, fará falta. Normalmente um tipo de jogador que recebe elogios, o volante sempre foi reverenciado no Brasil, seja por sua insuperável capacidade de marcação, seja pelo ótimo passe, seja por infiltrações providenciais na área adversária. Estas, aliás, raríssimas desde a volta de Muricy Ramalho ao Morumbi.
A atual temporada, todavia, mostra que o São Paulo tem dentro de casa a receita para seguir vencendo. Hernanes - maduro, discreto (como Josué) e adaptado - e Richarlyson - polivalente, sagaz e de ótimo passe - podem e devem ser o analgésico de Muricy. A dupla, que orbita entre os titulares do tricolor regularmente, têm tudo para manter a trilogia Josué-Mineiro.

Confira os jogos do São Paulo sem Josué em 2007:

São Paulo 2 x 2 Figueirense (Fernando e Hernanes)
São Paulo 2 x 1 Cruzeiro (Hernanes e Richarlyson)
São Paulo 1 x 1 Corinthians (Hernanes e Richarlyson)
São Paulo 0 x 0 Flamengo (André Dias e Richarlyson)
São Paulo 1 x 0 Internacional (Hernanes e Richarlyson)
São Paulo 0 x 0 Figueirense (Hernanes e Richarlyson)
São Paulo 2 x 0 Santos (Hernanes e Richarlyson)
São Paulo 2 x 0 Vasco (Hernanes e Richarlyson)
São Paulo 1 x 0 Paraná (Fredson e Souza)
São Paulo 2 x 2 Marília (Luan e Richarlyson)
São Paulo 5 x 0 Barueri (Fredson e Richarlyson)
São Paulo 3 x 1 Palmeiras (Hernanes e Richarlyson)
São Paulo 4 x 0 Rio Branco (Hernanes e Richarlyson)
São Paulo 0 x 1 São Caetano (Hernanes e Hugo)
São Paulo 1 x 0 Ponte Preta (Hernanes e Souza)
São Paulo 2 x 1 Guaratinguetá (Fredson e Souza)

SP sem Josué - 16 jogos, 10 vitórias, 5 empates e 1 derrota
Com Richarlyson e Hernanes - 8 jogos, 6 vitórias e 2 empates

Olho gordo #2



Diogo Douglas Santos Andrade Barbosa, 22 anos, Estância-SE.
Tem 1,73 m e 64 kg.

O garoto Diogo é uma das jovens pérolas deste Campeonato Brasileiro. Despontou no Porto, de Caruaru, um dos maiores celeiros de bons atletas no eixo Norte/Nordeste. De lá também saíram, por exemplo, Josué, Araújo e Elicarlos - outro nome a ser seguido - do Náutico.

Diogo era originalmente meia-atacante, mas no 3-5-2 de Geninho, faz o papel de ala à direita, em um dos pontos que têm feito dar certo o desenho tático proposto pelo treinador. Rápido, esguio e driblador, teve atuações insinuantes neste primeiro turno, como contra Palmeiras e Atlético Mineiro.

O ala está há pouco tempo no Sport e teve sua contratação solicitada por Gallo, logo após o campeonato estadual. Após a rápida passagem de Giba pela Ilha do Retiro, é com Geninho que sobe o futebol de Diogo, em que devemos manter um "olho gordo".
As imagens da "Olho gordo" são produzidas por Diego Brito

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

O herói de Berna


O texto abaixo foi reproduzido originalmente para a Trivela e, excepcionalmente ao que costumo fazer, publicarei aqui. Trata de Helmut Rahn, grande herói esportivo alemão na lendária Copa de 1954. Tenho tamanha identificação com o tema e, por isso, deixo-o por aqui.


"O herói de Berna"


Há jogadores que não precisam de mil gols para brilhar. Há homens que não precisam de muito para conquistar um país. Helmut Rahn foi um desses. Querido por muitos, paquerado por outras muitas, este alemão nascido em Essen, deu o mundo para a nação germânica. Foi personagem frontal de uma história, quase estória, construída em Bern, na Suíça.

O cenário pós-Segunda Guerra Mundial não era nada florido para o povo alemão. Destruída e fragilizada em vários aspectos, a nação, tradicionalmente gelada, não tinha mesmo muitos motivos para sorrir. Em 1954, o Nationalmannschaft não parecia capaz de fazer esboçar uma reação positiva quando rumou para a Suíça, onde iria disputar a quinta Copa do Mundo de futebol.

Sepp Herberger, o homem à frente do time, não nutria de muitos simpatizantes, especialmente após a sapatada de 8 a 3 sofrida para a Hungria. O ponteiro Helmut Rahn, misto de velocidade e faro de gol, pouco fez, jogo a jogo, durante a Copa do Mundo. Ainda assim, os alemães avançavam, discretamente, para escrever a história.

Nas quartas-de-final, uma vitória magra, sobre a Iugoslávia, por 2 a 0. Um dos gols foi de Helmut Rahn, porém discreto durante a semifinal, vencida por 6 a 1 sobre a forte Áustria. Tão discreto que, Sepp Herberger, pensava em lhe deixar de fora da final.

Rahn, todavia, dispunha de um forte aliado: Fritz Walter, capitão do time e braço direito do treinador, era seu amigo e companheiro de quarto. Walter, mais que isso, confiava no jovem ponteiro. Conta a história que, em uma das quase diárias caminhadas entre chefe e escudeiro, se definiu que a camisa 12 de Helmut Rahn estaria entre as preferidas para o embate final.

Uma vitória na final não passava pela cabeça dos germânicos. A Hungria de Puskas, como se sabe e já se sabia, era pelo menos um dos três maiores esquadrões da história do esporte. Havia sido capaz de golear a Inglaterra, pioneira e soberana no futebol, duas vezes, uma delas no templo de Wembley, casa sagrada. Também havia causado um terremoto na Alemanha com os fatídicos 8 a 3 da fase inicial.

A santificação de Helmut Rahn

Os alemães não acreditaram quando viram a chuva, caindo do céu, horas antes da final. Com o gramado molhado, poderia prevalecer, eventualmente, a força física da Alemanha sobre a estupenda técnica húngara. Além disso, Adi Dassler, membro da comissão técnica, havia desenvolvido inovador sistema de travas nas chuteiras, prevendo um milagre, da chuva, no gramado do Wankdorf Stadion, em Bern.

Helmut Rahn foi a campo disposto a fazer o impossível, como todo o Nationalmannschaft. A tarefa, todavia, era inglória. Tanto é verdade que, rapidamente, Czibor e Puskás deram dois gols à frente para os húngaros, em placar diluído em imediato, com o tento de Morlock. Não muito depois, Rahn pôs números iguais ao embate.

O jogo se arrastava, assim como Puskas, caçado desde o primeiro jogo entre húngaros e alemães. O gramado duro, favorecia a estratégia de Sepp Herberger. A torcida, de maioria evidentemente germânica em solo suíço, não pôde acreditar.

Faltavam seis minutos para o fim do jogo.A bola veia alta, por cima, tal qual o orgulho alemão, mas resvalou em desvio da zaga magiar, respingando frente à área. Ela sobrou nos pés de Helmut Rahn, ponteiro destro, candidato a herói, que matou e, após blefar um chute com a melhor perna, levando dois húngaros, bateu seco, rente à grama, de canhota, no canto esquerdo de Grosics.

Àquele instante, Helmut Rahn catalizava o maior feito da história do esporte alemão. O Nationalelf - de Sepp Herberger, Horst Eckel, Fritz Walter e muitos outros heróis - fazia sorrir um povo marcado pela guerra, de orgulho e honra dissipados pelo nazismo. Rahn, personagem frontal do Milagre de Berna, não precisava de nada mais. Podia morrer ali, na entrada da área direita do Wankdorf Stadion. Seu papel estava concluído. O esporte, a Hungria, a Alemanha e a Copa do Mundo nunca mais seriam iguais.

Quem foi Helmut Rahn

Rahn não passou de um bom jogador. Mas com momentos, evidentemente, de heroísmo. Nasceu em Essen, cidade localizada no centro do Vale do Ruhr, em 16 de agosto de 1929. Era conhecido como Der Boss, o chefe, e teve seus melhores tempos, por clubes, com a camisa do Rot Weiss Essen, onde atuou oito anos e conseguiu o título nacional de 1955. Ainda teve curta passagens pelo 1.FC Köln.

Helmut Rahn, que ainda tentou a sorte como negociante, deixou Essen e a Alemanha dois dias antes de seu 74º aniversário, em 2003. Não há dúvidas quanto seu heroísmo.

No cinema

A história germânica de 1954 já foi retratada em elogiada obra cinematográfica, lançada em 2003, por Sönke Wortmann. O Milagre de Berna ( Das Wunder von Bern) conta histórias paralelas e marginais ao épico feito alemão na Copa do Mundo. O garoto Matthias, personagem central do título, é amigo e ídolo de Helmut Rahn, a quem considera também um segundo pai.

A película, além de se ater a detalhes periféricos importantes da disputa, também dimensiona o quão incisivo foi o Milagre de Berna para a fragilizada sociedade alemã do pós-Segunda Guerra Mundial.

No Youtube

O gol do título mundial, assinalado por Helmut Rahn:

Trailer de "Milagre de Berna"

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Fim do primeiro turno


Preparei para a Trivela um especial em minha cloluna sobre o final do primeiro turno do Brasileiro. Reproduzo o texto por aqui.

“Meio caminho andado”

Ainda que existam cinco jogos pendentes, o Campeonato Brasileiro completou sua décima-nona rodada, finalizando o primeiro turno com o São Paulo à frente, olhando todos do retrovisor após sete vitórias consecutivas. O período que divide o torneio ao meio é momento propício para um resumo geral e uma constatação: o favoritismo dos são-paulinos é maior a cada dia.

Seleção do campeonato: Diego Cavalieri, Wagner Diniz, Thiago Silva, Miranda e Jorge Wagner; Rodrigo Souto, Richarlyson, Valdívia e Paulo Baier; Josiel e Dodô.

Confira um pouco sobre cada clube. Outros detalhes na próxima coluna.

São Paulo – 1º
Artilheiro: Borges - 5 gols
Quem foi bem: Rogério Ceni, Jorge Wagner, Miranda, Breno e Richarlyson
Quem não foi bem: Jadílson
Quem de importante saiu: Ilsinho

O São Paulo iniciou o campeonato em meio à traumáticas eliminações - no Paulista e na Libertadores – e supostas interferências do presidente nas escalações de Muricy Ramalho, também com o pescoço a prêmio, inclusive nesta coluna. Dispondo de um ótimo e versátil elenco, e isso também é mérito do treinador, o clube se reergueu na tabela, especialmente em julho e agosto, onde os rivais sofreram pela falta de opções no plantel.

Ao vencer o Botafogo e o Grêmio fora de casa, em um intervalo de quatro dias, o São Paulo já dominava a maior sequências de vitórias do campeonato e dava passos largos para terminar o primeiro turno com 7 pontos – e um jogo a mais – que o segundo colocado. Respaldado na imbatível defesa, com média de 0,36 gol sofrido por jogo, a equipe do Morumbi desponta como maior favorita, mesmo que não encante.

Botafogo – 2º
Artilheiro: André Lima - 11 gols
Quem foi bem: Juninho, Joílson, Lúcio Flávio, Jorge Henrique, Dodô e André Lima
Quem não foi bem: Júlio César e Zé Roberto
Quem de importante saiu: ninguém

Clube que mais liderou a competição, doze rodadas, o Botafogo foi também quem mais encheu os olhos. No Campeonato Brasileiro, o técnico Cuca mostrou em cenário nacional seu interessante 3-4-3 e o Brasil, como em 2006, se rendeu a Dodô. Vitórias convincentes, como contra Internacional e Vasco, faziam do alvinegro o maior candidato ao título em boa parte do turno.

Após o episódio Dodô e os problemas com Júlio César e Zé Roberto, tem sido nítida a queda do Botafogo, que só ganhou um de seus últimos cinco jogos. Como em Caio Martins viver grandes dramas é habitual, Cuca precisará fazer o time renascer. E tem dois bons reforços em mãos: Athirson e Reinaldo.

Cruzeiro – 3º
Artilheiro: Roni - 7 gols
Quem foi bem: Fernandinho, Wagner, Ramires, Guilherme e Roni
Quem não foi bem: Gatti, Léo Fortunato e Hérick
Quem de importante saiu: Araújo, Renan, Luizão e Gladstone

Outro a iniciar o campeonato em crise, o Cruzeiro dava sinais iniciais de brigar mais pela permanência do que pelo título. Rapidamente, Dorival Júnior conseguiu dar cara e filosofia de jogo para a equipe, hoje melhor ataque do Campeonato Brasileiro. Time agradável de se ver, esse celeste atual tem ainda atraído e muito a simpatia dos torcedores.

Analisando a evolução dos times dentro do campeonato, é o Cruzeiro quem desponta como eventual adversário do São Paulo na briga pelo título. Para isso, Dorival Júnior deverá, primordialmente, dar mais solidez ao sistema defensivo, calcanhar de aquiles na Toca da Raposa.

Vasco – 4º
Artilheiro: Leandro Amaral – 5 gols
Quem foi bem: Sílvio Luiz, Vílson, Wagner Diniz, Perdigão, Conca e Leandro Amaral
Quem não foi bem: Romário e Morais
Quem de importante saiu: Abedi e André Dias

Absolutamente a maior surpresa do campeonato. Com elenco taxável como rebaixado, o Vasco do não menos duvidoso Celso Roth, tem feito belíssimas partidas, contando inclusive com bom desempenho do treinador com fama de retranqueiro. Calcada pelo desempenho dentro de casa, a campanha vascaína tem uma marca: o clube dificilmente perde chances de pontuar, quando deve o fazer.

Com um time combativo e veloz, inicialmente taxado de violento, o Vasco tem mostrado fôlego suficiente para se manter entre os primeiros e de repente apagar a decepção de 2006, chegando enfim na zona da Libertadores. Isso é possível, especialmente se for considerada a volta de Morais e a entrada de Andrade no meio-campo.

Palmeiras – 5º
Artilheiro: Valdívia – 5 gols
Quem foi bem: Diego Cavalieri, Wendel, Martinez, Valdívia e Edmundo
Quem não foi bem: Alex Afonso e Cristiano
Quem de importante saiu: Michael

Terminar o turno na quinta posição talvez soe como satisfatório para a campanha palmeirense. Enfiado em muitos altos e baixos, o time de Caio Júnior pode vislumbrar um degrau a mais na tabela, desde que consiga dentro de casa, os resultados que tem trazido na bagagem.

Taticamente, o Palmeiras possui variantes para jogar nas mais alternadas situações, e isso é mérito do treinador, que também contornou bem situações delicadas com Edmundo. Ainda assim, Caio Júnior precisa trazer a torcida para si, e só assim o clube pode se desgarrar dos que vem atrás: o Sport, décimo colocado, só tem três pontos a menos.

Goiás – 6º
Artilheiro: Welliton – 6 gols
Quem foi bem: Élson, Paulo Baier, Felipe e Welliton
Quem não foi bem: Fabrício Carvalho e Fabiano Oliveira
Quem de importante saiu: Welliton

O Goiás é dos clubes que, pode se dizer, fizeram bem ao trocar de treinador. Bonamigo, contratado às vésperas do campeonato, deu outra perspectiva ao esmeraldino. Trouxe de volta o seguro 3-5-2 e acertou ao mandar Paulo Baier para o meio. Entretanto, a perda de Welliton pode tirar o gás que todos precisarão no final: o centroavante era o craque do time.

Grêmio – 7º
Artilheiros: Diego Souza e Tuta – 4 gols
Quem foi bem: Diego Souza, Gavilán e Carlos Eduardo
Quem não foi bem: Amoroso, Tuta, Schiavi e Patrício
Quem de importante saiu: Lucas e Lúcio

Só na reta final do turno o Grêmio deu a sensação de estar focado pelas primeiras posições. Sem Lucas e principalmente Lúcio, o técnico Mano Menezes precisou também se desdobrar para suprir as enormes deficiências de elenco e a ainda ativa campanha da Taça Libertadores. Aparentemente subindo, e com vocação para brigar pelos primeiros lugares, os gremistas são candidatos a abocanhar posições mais altas na tabela, principalmente se ficarem com Carlos Eduardo.

Santos – 8º
Artilheiro: Marcos Aurélio - 7 gols
Quem foi bem: Rodrigo Souto, Pedrinho, Marcos Aurélio, Kléber e Kléber Pereira
Quem não foi bem: Maldonado e Carlinhos
Quem de importante saiu: Zé Roberto e Cléber Santana

Após a goleada sofrida contra o Vasco, a equipe santista se viu totalmente sem rumo na competição. Com um elenco remodelado às pressas, Vanderlei Luxemburgo encontrou uma formação ideal e rapidamente colocou o Santos no rumo das vitórias. Se contar logo com Maldonado e seguir em evolução, além de eventualmente tirar algo de bom de Petkovic, o clube pode também entrar na briga pela Libertadores.

Internacional – 9º
Artilheiro: Adriano – 6 gols
Quem foi bem: Marcão, Alexandre Pato, Pinga e Adriano
Quem não foi bem: Fernandão, Renan e Edinho
Quem de importante saiu: Alexandre Pato

A aposta em Alexandre Gallo, cru demais para um trabalho da dimensão do Internacional, possivelmente foi crucial para as pretensões do clube. Não que o treinador tenha deixado os colorados em situação horrível, mas a força dos oito times à frente, além da venda de Pato, dá a impressão de que um lugar entre os quatro primeiros já será mais do que bem vindo no Beira Rio.

Sport – 10º
Artilheiro: Carlinhos Bala - 8 gols
Quem foi bem: César, Diogo, Carlinhos Bala e Durval
Quem não foi bem: Gustavo, Du Lopes e Cléber
Quem de importante saiu: Fumagalli, Vítor Júnior e Luciano Henrique

Na primeira rodada, o Sport ratificou com uma goleada a sensação de que brigaria na metade de cima da tabela. Após um período ruim sob o comando de Giba, o clube pernambucano voltou a dar alegrias ao torcedor mais presente da Série A, fazendo grandes jogos em casa e trazendo outros pontos na bagagem. É possível se manter entre os primeiros.

Fluminense– 11º
Artilheiro: Thiago Neves - 5 gols
Quem foi bem: Thiago Neves, Thiago Silva, Luiz Alberto e Carlinhos
Quem não foi bem: Romeu e Cícero
Quem de importante saiu: Carlos Alberto

Conviver com a garantia da classificação para a Libertadores foi, em alguns momentos, uma situação bem encarada pelo Fluminense no Brasileiro. No último terço do primeiro turno, porém, o desempenho do ataque caiu sensivelmente e Renato Gaúcho fez escolhas criticáveis, não conseguindo dar cara de time a um dos melhores elencos do país. A tendência é se manter com morosidade pelo meio da tabela, mas a tarefa é construir algo útil para 2008.

Atlético Mineiro – 12º
Artilheiros: Danilinho, Eder Luís e Marcos – 4 gols
Quem foi bem: Coelho, Diego, Danilinho e Rafael Miranda
Quem não foi bem: Galvão, Tchô e Thiago Feltri
Quem de importante saiu: Diego e Lima

Na volta para a primeira divisão, o Atlético Mineiro tem sentido na carne a disparidade de nível entre as Séries A e B. O elenco é jovem, restrito e inexperiente. A escolha por Zetti passou longe de surtir efeito, tendo o treinador novamente decepcionado por um clube forte. Sem dinheiro para gastar, o time deve se manter o mesmo, apostando na capacidade que Emerson Leão tem de tirar suco de grupos comprometidos e limitados. Nada que pareça capaz de subir muito na tabela.

Paraná Clube – 13º
Artilheiro: Josiel – 12 gols
Quem foi bem: Luís Henrique, Beto e Josiel
Quem não foi bem: Egídio, Lima e Joélson
Quem de importante saiu: Xaves, Gérson e Marcos Leandro

Em dez das dezenove rodadas do Campeonato Brasileiro, o bom Paraná Clube se manteve entre os quatro primeiros, o que lhe garantiria a permanência entre os melhores do Brasil. Especialmente após a vinda de Gílson Kleina, o clube colecionou uma série de resultados ruins e foi atropelado pelos concorrentes. Se manter o goleador Josiel, além de encontrar o rumo – com ou sem Kleina – os paranistas podem voltar à briga. Mas é dificil encontrar quem aposte nisso.

Figueirense – 14º
Artilheiro: Peter - 4 gols
Quem foi bem: Felipe Santana, Édson, Henrique, Peter e Otacílio Neto
Quem não foi bem: Wilson e Ramón
Quem de importante saiu: Henrique e Vítor Simões

O limitado elenco do Figueira, recheado por jogadores jovens e/ou ascendentes, tem dado a sensação de que faz o possível com o 14ºlugar da tabela. Mesmo assim, com os jogadores que perdeu e com escolhas mais simples, Mário Sérgio poderia alcançar a metade de cima da classificação. Contudo, se ficar onde está, o Figueirense já terá cumprido seu papel.

Corinthians – 15º
Artilheiro: Clodoaldo e Finazzi – 3 gols
Quem foi bem: Felipe, Zelão, Marcelo Oliveira e Willian
Quem não foi bem: Édson, Wellington, Finazzi e Kadu
Quem de importante saiu: Betão

Conviver com os problemas internos tem sido uma situação bem contornada por Carpegiani, que entretanto, tem um elenco irregular – especialmente na parte mental -em mãos. Após brigar na parte de cima da tabela, o Corinthians colecionou 10 jogos sem vitória e viveu seu momento mais crítico na temporada. Hoje, somando os dois períodos, a sensação é de que a aposta mais segura é uma posição intermediária.

Atlético Paranaense – 16º
Artilheiro: Alex Mineiro - 8 gols
Quem foi bem: Edno e Alex Mineiro
Quem não foi bem: Guilherme, Netinho, Kaio e Alan Bahia
Quem de importante saiu: Dênis Marques

A escolha por Antônio Lopes se mostrou no mínimo simplista e determinante para a pífia campanha do Atlético Paranaense, que tem até um elenco razoável. O treinador coleciona uma série de resultados ruins, à medida que mantém e aperfeiçoa seu polido discurso de “temos problemas”, “fomos prejudicados pela arbitragem” e “estamos melhorando”. É verdade que sem Alex Mineiro, contundido, e Dênis Marques, negociado, a situação piorou muito e é preocupante. Mas a mudança deve começar pelo banco de reservas.

Náutico – 17º
Artilheiro: Acosta - 7 gols
Quem foi bem: Toninho, Elicarlos e Acosta
Quem não foi bem: Kuki, Gléguer e Marcel
Quem de importante saiu: ninguém

A notável reação do Timbu, já apontada na última coluna, deu algum respiro mas ainda não é suficiente para deixar a zona da degola para trás. Na verdade, o Náutico precisará mostrar muito mais regularidade e se manter na primeira divisão, especialmente por isso representar, é bem provável, a queda de um grande. Aproveitar o fator casa é um ponto a ser explorado.

Juventude – 18º
Artilheiro: Marcão – 4 gols
Quem foi bem: Éber, Marcão e Michel Alves
Quem não foi bem: Barão, Marabá, Leonardo Silva, Da Silva e Zé Rodolpho
Quem de importante saiu: ninguém

Parece que a hora do Juventude chegou. Após 11 anos na primeira divisão, com campanhas bastante razoáveis, o elenco atual é bem limitado e não parece ter força para superar a difícil situação em que se encontra. A torcida, mais ausente da Série A, parece já ter se dado conta disso.

Flamengo – 19º
Artilheiros:
Juan, Léo Medeiros, Leonardo, Leonardo Moura, Renato e Ronaldo Angelim – 2 gols
Quem foi bem: Juan e Leonardo Moura
Quem não foi bem: Irineu, Bruno, Souza e Renato Augusto
Quem de importante saiu: Renato e Paulinho

A desculpa dos jogos a menos não serve mais para amenizar a situação do Flamengo. Foram apenas três vitórias em 15 jogos, marca digna de rebaixamento. A vinda de Joel Santana não mostrou o efeito imediato que se esperava, e o clube precisará reecontrar o rumo que tinha no primeiro trimestre do ano. Mas o plantel já é bem diferente.

América – 20º
Artilheiros: Édson Borges – 4 gols
Quem foi bem: Arlon e Paulo Isidoro
Quem não foi bem: Renê, Márcio Goiano, Frontini, Geovane e Carlos Eduardo
Quem de importante saiu: ninguém

Uma vitória em casa, pior defesa e pior ataque, doze pontos a menos que o primeiro clube fora da zona de rebaixamento, 37 jogadores utilizados e, até mesmo, um péssimo gramado para se jogar. Não há argumentos, além da ainda insuficiente matemática, capazes de decretar algo diferente da lanterna e da volta para a Série B que deve marcar a vida do América em 2007.

Seleção #16


Harlei
Léo Moura - Alex Silva - Miranda - Fernandinho
Guiñazu - Martinez
Thiago Neves - Carlos Eduardo
Finazzi - Anderson

domingo, 12 de agosto de 2007

Previews Europa #2 - "Bundesliga"


A edição 2007/08 da Bundesliga se inicia neste fim de semana e dá, ao Bayern de Munique, seu favoritismo máximo. Ainda que tenham decepcionado e muito na última temporada, onde terminaram em quarto lugar, os bávaros foram às compras com muita audácia e, sem o foco da Liga dos Campeões – ao contrário de Schalke 04, Stuttgart e Werder Bremen, têm tudo para comandar a tabela.

Resumo da Premier League no próximo post.
Confira um pouco mais sobre os 18 clubes da primeira divisão alemã:

Stuttgart - ****
Principais reforços:Ewerthon, Marica, Basturk, Gledson e Schäfer (11 milhões de euros)
Maior destaque: Roberto Hilbert

Conciliar os compromissos domésticos com a árdua Liga dos Campeões é uma missão que costuma derrubar equipes com plantel limitado. Pensando nisso, e com limitados recursos, o Stuttgart foi ao mercado com eficiência e trouxe bons nomes – como Ewerthon e Basturk – para dar mais opções a Armin Veh.

Dentre os titulares campeões na última temporada, apenas o goleiro Hildebrand, que já tinha a saída prevista, não ficou. A vinda de Raphael Schäfer parece o suficiente para manter a homogeniedade no qualificado onze titular dos schwaben.

Schalke 04 - ****
Principais reforços: Rakitic e Westermann (5,8 milhões de euros)
Maior destaque: Kevin Kuranyi

Os sinais iniciais do Schalke para a edição que se inicia da Bundesliga mostram que, provavelmente, superar o segundo lugar da tabela não é uma grande pretensão. Além do croata Rakitic, não houve qualquer contratação interessante e ainda deve ser sentida a saída de Lincoln – decadente, mas ainda muito importante.

O plantel dos azuis reais é razoavelmente bom para os padrões da Bundesliga e há, inclusive, a possibilidade de jovens jogadores - como Neuer, Rafinha, Pander e Özil - se desenvolverem. Contudo, não parece ser o bastante para superar o que a equipe fez nas temporadas recentes e superar a traumática perda do título há poucos meses atrás.

Werder Bremen - ****
Principais reforços: Carlos Alberto e Sanogo (17 milhões de euros)
Maior destaque: Diego

A principal contratação do Werder Bremen para a atual temporada, o meia Carlos Alberto, não passa de uma aposta arriscada. Aliás, o próprio clube, de tantos altos e baixos e regular instabilidade, não tem superado o estigma de, ele mesmo, ser uma grande aposta. Nada menos que o título, na última temporada, poderia ser encarado como sucesso. Dessa forma, o terceiro lugar na tabela foi um fracasso.

O meio-campo atual de Thomas Schaff é, desde já, o principal setor da equipe. Frings, um dos volantes mais respeitados no cenário europeu, teve sua presença assegurada e compõe com Diego o respaldo técnico do setor onde Borowski, Fritz, Baumann e Andreasen ainda têm muito a oferecer. Na frente, sem Klose, negociado, nomes como Hugo Almeida, Klasnic, Sanogo e Hunt despontam – em igualdade - como postulantes ao título de matador.

Bayern Munique - *****
Principais reforços: Ribéry, Luca Toni, Klose, Schlaudraff, Sosa, Zé Roberto, Hamit Altintop, Jansen (70 milhões de euros)
Maior destaque: Franck Ribéry

A imbatível, a nível europeu, soma de 70 milhões de euros gastos com reforços no Bayern dá a dimensão das ambições do clube para a atual temporada. A quantia dos últimos três anos, somada, não atinge os valores atuais. O dinheiro, aliás, foi muito bem gasto. O clube apostou em jovens de valor – como Schlaudraff, Sosa e Jansen, em craques renomados – como Ribéry, Klose e Toni, e enriqueceu o elenco – como com Altintop e Zé Roberto.

Ainda que esteja na disputa da Copa da Uefa, e possa conciliar e ganhar as duas competições, o Bayern tem foco total no cenário doméstico. Com Otthar Hitzfeld mantido, em muito pela ambição do clube, os bávaros podem e devem encontrar em seu plantel, soluções táticas e técnicas, para ter um temporada marcante em termos de renascimento.

Borussia Dortmund - ***
Principais reforços: Petric, R.Kovac, Klimovicz e Kuba (8 milhões de euros)
Maior destaque: Ebi Smolarek

Com basicamente o mesmo plantel da última temporada, o Dortmund tem com Thomas Doll, de traumático fim de trabalho no Hamburgo, a possibilidade de iniciar uma reconstrução com nomes interessantes como Tinga, Weidenfeller, Dede e Smolarek. Uma vaga na Copa da Uefa seria uma vitória gigantesca para o clube.

Bayer Leverkusen - ***
Principais reforços: Gekas, Faty, Gresko, Manuel Friedrich e Sinkiewicz (15 milhões de euros)
Maior destaque: Theofanis Gekas

O tamanho do esforço na janela de contratações – especialmente para trazer Gekas e Friedrich, e manter Vidal em definitivo – faz do plantel do Leverkusen, surpreendentemente sem brasileiros, bastante forte para a atual temporada. A equipe, entretanto, não passa a sensação de ser capaz de superar o quinto lugar de 2006/07, ainda que tenha notáveis como Kiessling, Schneider e Barnetta.

Hamburgo - ***
Principais reforços: Zidan e Castelen (8,3 milhões de euros)
Maior destaque: Rafael van der Vaart

Principal decepção alemã na última temporada, o Hamburgo tem uma nova vida e se, pegarmos o que essa equipe fez há dois anos atrás, pode se imaginar uma eventual briga na parte de cima na tabela. O elenco é qualificado, experiente, e não deve se ressentir da saída de Sanogo, a única considerável. Van der Vaart será essencial para definir o rumo do HSV, mas é preciso jogar muito mais do que nos últimos meses.

Nürnberg - ***
Principais reforços: Charisteas, Pinola e Blazek (4,2 milhões de euros)
Maior destaque: Jaouhar Mnari

Quando uma equipe pequena supera seus objetivos iniciais, normalmente, ela ganha a simpatia do público. O Nürnberg, sexto lugar na última Bundesliga e campeão da Copa da Alemanha, foi a principal surpresa na temporada passada e segue com as mesmas credenciais – ainda que Mnari e Galásek estejam mais velhos – para repetir o feito.

Hertha Berlin - ***
Principais reforços: Lúcio e Lustenberger (4,1 milhões de euros)
Maior destaque: Marko Pantelic

Quando se olha rapidamente para o plantel do Hertha, é bem possível que, ao lado de Pantelic, chame a atenção a boa trinca brasileira Gilberto-Mineiro-Lúcio, este recém-contratado junto ao Grêmio. Há ainda bons jovens valores no time, onde Arne Friedrich é sempre referência, mas as saídas de Basturk e Boateng não foram bem repostas.

Bochum - **
Principais reforços: Anthar Yahia, Stanislav Sestak e Pfertzel (3,3 milhões de euros)
Maior destaque: Joël Epalle

Hannover 96 - **
Principais reforços: Hanke e Lauth (7,1 milhões de euros)
Maior destaque: Mike Hanke

Arminia Bielefeld - **
Principais reforços: Andre Mijatovic e Langkamp (1 milhão de euros)
Maior destaque: Jonas Kamper

Energie Cottbus - **
Principais reforços: Ipsa e Sörensen (2,4 milhões de euros)
Maior destaque: Christian Bassila

Wolfsburg - **
Principais reforços: Ricardo Costa, Munteanu, Radu, Dzeko e Laas (14,8 milhões de euros)
Maior destaque: Marcelinho Paraíba

Eintracht Frankfurt - *
Principais reforços: Inamoto e Mahdavikia (nada)
Maior destaque: Ioannis Amanatidis

Karlsruher - *
Principais reforços: Görlitz e Iashvili (450 mil euros)
Maior destaque: Markus Miller

Duisburg - *
Principais reforços: Ishiaku e Meyer (1,3 milhão de euros)
Maior destaque: Klemen Lavric

Hansa Rostock - *
Principais reforços: Menga, Orestes, Wächter e Pearce (500 mil euros)
Maior destaque: Stefan Beinlich

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Olho gordo


De agora em diante, apresento, em textos bem curtos, promessas do Campeonato Brasileiro.

Alan Kardec de Souza Pereira Junior, 18 anos, Barra Mansa-Rj. Tem 1,85m e 75kg.

Para abrir, destaco o rápido e oportunista centroavante Alan Kardec. Na precoce eliminação do Vasco na Taça São Paulo deste ano, na primeira fase, o garoto já havia deixado boa impressão com um belo gol de cabeça, sua principal qualidade, e muito bom futebol.

Mesmo com vários concorrentes no plantel de Celso Roth, o garoto Alan Kardec tem conseguido chamar a atenção da crônica por algo além de seu nome: gols. São três, um deles contra o Internacional, principal vitória dos cruzmaltinos fora de casa no Campeonato Brasileiro, onde Alan foi o melhor em campo.
As imagens são produzidas por Diego Brito.

Pitacos da rodada + seleção #15


Seleção da rodada

Diego Cavalieri
Diogo (Fig) – Alex Silva – Júlio Santos – Jorge Wagner
Josué – Guiñazu
Acosta – Paulo Baier
Alecsandro – Felipe (Nau)

Cruzeiro 2 x 0 Sport

Incrível como, rodada após rodada, o Cruzeiro encontra soluções para o ataque. Desta vez, Alecsandro, retornando de empréstimo, foi o nome do jogo. O clube já havia “achado” Marcinho e Nenê, há não muito tempo. Assim, a saída de Araújo será bem digerida. Resultado previsível no planejamento do Sport.

Juventude 0 x 0 Fluminense

Outra partida abaixo da conta para o Fluminense. A alegação de que “jogar em Caxias do Sul é difícil” não pode servir quando o adversário está entre os rebaixados.

Náutico 4 x 2 Figueirense

Resultado expressivo do Náutico, assim como o desempenho acima da conta da dupla Felipe-Acosta. Baseado neles e na vibração que tem tido, o alvirrubro pode e tem mudado sua situação na competição.

Goiás 3 x 2 Atlético-Mg

Tipo de partida que os goianos têm que fazer três pontos, e têm feito. Assim, com nova exibição decisiva de Paulo Baier e também bom jogo de Cristiano, os esmeraldinos se mantém em flerte com a Libertadores. E também o tipo de confronto que o Galo não ganha.

Atlético-Pr 2 x 0 Flamengo

Joel Santana quis reinventar o futebol e jogar sem volantes de ofício. Contra uma equipe que tem nos meias sua principal qualidade, não podia dar mesmo certo, e o segundo gol é sintomático para evidenciar os buracos no setor. Como de esperado, o Fla não teria sucesso ao refazer todo o time no meio da competição. A desculpa de jogos a menos já não cola mais.

Botafogo 0 x 2 São Paulo

No post abaixo

Vasco 2 x 0 Corinthians

O time carioca venceu com extrema autoridade, usando e abusando de muita disposição e organização em campo. Wagner Diniz, Conca e Guilherme são garantia de volume de jogo, coisa que o Corinthians não teve. Incrível a campanha vascaína, que deve melhorar ainda mais com Andrade e Morais.

Santos 2 x 0 Paraná

Luxemburgo relutou, mas cada dia mais gosta de usar Kléber no meio-campo. O outro Kléber, o Pereira, está ajustadíssimo com Marcos Aurélio, outro que vai bem demais desde que o Santos acordou após a chacoalhada sofrida contra o Vasco. A opção por dois zagueiros foi bastante oportuna. Os paranistas dão razão para quem duvida de seu renascimento na competição.

Palmeiras 1 x 1 Internacional

O jogo para o Palmeiras não teve muito de diferente do que foi contra o Fluminense. A diferença é que Diego Cavalieri, que havia parado tudo no domingo, dessa vez deixou uma passar. Essa estratégia muito defensiva de Caio Júnior não faz muito sentido e fez bem ao Inter. O Colorado, aliás, dá toda a pinta de que não vai mesmo longe com Gallo, ainda que Guiñazu tenha sido elogiado por todos.

Grêmio 3 x 0 América

O guri Anderson Pico deve ser elogiado pela jogada do primeiro gol e é, por ora, o favorito ao rótulo de nova promessa do Grêmio. Tuta, com gols como os de ontem, normalmente garante uma titularidade estável e enganosa. Testar a efetividade de Marcel deve passar pela cabeça de Mano Menezes.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Como ganhar um título


Na terça-feira o Botafogo iniciou o jogo decisivo com uma derrota. Zé Roberto, o indomável, talvez cheio de si após virar matéria no site da Fifa, fez das suas. Se perdeu e perdeu o jogo. Sem ele, os cariocas perdiam uma de suas referências. E em um campeonato onde falta talento, Zé é o tipo de jogador que pode desequilibrar.

Sem ele e com Jorge Henrique não tão agudo, faltou mobilidade ao setor ofensivo botafoguense. Dodô e André Lima, novamente, não corresponderam jogando juntos e tão parados, facilitaram uma defesa quase intransponível. Por isso, a melhor alternativa teria sido Joílson, jogando em cima do terceiro zagueiro são-paulino. Não na ala.

Com a bola rolando, o São Paulo e Muricy mais uma vez se valeram do que significa ter um grupo forte, absolutamente versátil, e fadado às decisões. A aparentemente defensiva e criticável alteração – Júnior no lugar de Dagoberto – mudou o rumo do jogo. Com Jorge Wagner pelo meio e Leandro mais aceso à frente, as oportunidades apareceram quase que instantaneamente.

Ainda que o gol tenha vindo de cabeça, no escanteio, a sensação de que o São Paulo abriria o placar era presente. Até porque, durante o jogo todo, os nervos tricolores estiveram mais no lugar. A necessidade de afirmação com a vitória não fez nada bem aos botafoguenses, agressivos e afoitos o tempo todo. A pressão, mais uma vez, foi forte sobre os ombros do time de Cuca. E os de Muricy, mais uma vez, foram cirúrgicos.

Goste ou não do São Paulo, os números são incríveis: 74% de aproveitamento fora de casa, sete gols sofridos em dezoito jogos, apenas três derrotas em toda a competição, vitórias contra Santos, Grêmio, Cruzeiro e Internacional. O Campeonato Brasileiro está longe de se ver decidido, mas onde falta talento, prevalecem fatores que sobram ao time do Morumbi. Talvez aí um indício relevante.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Betão de partida


Mais tarde escreverei sobre Botafogo x São Paulo
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Betão, titular do Corinthians por pouco mais de três temporadas, foi vendido ao Sochaux. Como quem defende Judas ou o diabo, defenderei o zagueiro, personagem central de algumas discussões em fóruns e mesas redondas e quadradas.

Durante o período, Betão se mostrou um zagueiro rápido - como muito poucos, de personalidade, e eficiente no desarme. Pelo alto, até por razões físicas, não tem a mesma eficácia.

Em 2004, teve Anderson, mas também Váldson e Wendel como eventuais parceiros. Em 2005, jogava com dois laterais ultra-ofensivos, Gustavo Nery e Eduardo Ratinho, e tinha um instável Marinho ao lado. Na última temporada, se desdobrou com o mesmo Marinho, mais Wescley, Marcus Vinícius e André Leone. Em 2007, antes da chegada dos ótimos Zelão e Fábio Ferreira, ganhou ainda a presença de Gustavo. Como se vê, Betão não foi muito bem acompanhado durante o período em que atuou como titular. Isso, se não citarmos os goleiros...

Em um sistema sólido de defesa e em um clube forte, Betão certamente se destacaria. Tem atributos técnicos e potencial de crescimento. Na Europa, ainda que dependa de uma boa temporada do Sochaux, aposto em sua evolução. Eventualmente, creio que possa jogar como zagueiro-lateral, por ter velocidade e boa recuperação.

Claro que o parágrafo acima é apenas baseado em impressões pessoais, mas uma coisa não se pode negar: entre todos que passaram pelo clube nos últimos anos, é no mínimo injusto que, nos ombros de Betão, fique o rótulo de zagueiro ruim.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Coluna na Trivela + Pitacos da rodada + Seleção #14




Está no ar minha primeira coluna no site da Trivela, este mês com o comando da Futebol Brasileiro. Conto com a visita dos amigos!

Mais abaixo, pitacos da rodada do fim de semana (perdoem o atraso) e a tradicional seleção da rodada.

http://www.trivela.com/index.aspFuseaction=Futebol_Mundial_Pais&id_secao=17&id_codigo=13690


Pitacos:
Corinthians 1 x 0 Goiás

Vampeta como um “centro-campo” foi o nome do jogo, especialmente no primeiro tempo, quando o Corinthians conseguiu jogar na mesma tônica das rodadas iniciais do Brasileirão. Lesionado por até oito meses, Marcelo Oliveira fará muita falta para Carpegiani. E o Goiás, que só não empatou graças às defesas do Felipe, precisa acertar seu ataque, caindo de rendimento.

América 1 x 5 Náutico

Enfim o Náutico, que quase sempre produz coisas boas durante as partidas, traduziu isso em resultados consistentes. Ainda não acho que o Timbu irá se salvar, mas pelo menos seus torcedores já têm um sinal de vida. Muitos méritos para Roberto Fernandes. E o América cai já no primeiro terço do segundo turno.

Sport 3 x 2 Atlético-PR

Outra partida marcante do Sport, que teve César novamente bem na zaga. Romerito e Gabiru também foram muito bem, ao lado de Anderson Aquino, absolutamente decisivo. E o Furacão perde até quando consegue ir bem. É a hora da saída de Lopes.

Palmeiras 1 x 0 Fluminense

Durante todo o jogo, o Palmeiras assumiu a postura de franco-atirador, ficando atrás e buscando o contra-ataque. A estratégia, em um campo grande como o Maracanã, favorece Edmundo, que brilha, e muito, colocando os companheiros na cara do gol. Renato Gaúcho tem feito algumas escolhas infelizes, entre elas, a entrevista pós-jogo.

Santos 3 x 0 Flamengo

O Flamengo, que iniciou até bem, se desarticulou após o gol santista e as contundentes instruções de Luxemburgo pro time. Assim, desarrumou a ainda mais dessarumada defesa flamenguista. Mesmo que na lateral, deixem a 10 com o Kléber.

Juventude 1 x 2 Atlético-MG

Os gaúchos parecem fadados ao rebaixamento, e o Atlético tende a crescer com o melhor aproveitamento de Tchô, antes esquecido. A chegada de Marquinhos também pode dar uma situação de jogo diferente no meio-campo do Galo.

Cruzeiro 3 x 2 Internacional

Com as vitórias sobre Internacional e Botafogo, os cruzeirenses dimensionam sua posição no brasileiro: brigar pelo título. Excepcional o trabalho de reconstrução de Dorival Júnior e a forma arrojada com que vem jogando o Cruzeiro, ainda carente apenas de um maior equilíbrio na defesa. E o Inter não deslancha, o que será mais difícil sem Pato e Fernandão.

Vasco 2 x 2 Figueirense

A cada rodada que passa, fico com melhores impressões de Peter, meia forte e de qualidade do Figueirense, bem posicionado em São Januário. O Vasco, que não perdia os pontos que precisava ganhar, perdeu dois, mas acabou “ganhando” um no fim, em outro bom jogo de Perdigão e Wagner Diniz.

Grêmio 0 x 2 São Paulo

Outro “jogo feio” do líder São Paulo, cuja capacidade de não sofrer gols é a principal virtude, especialmente diante de um inoperante setor de frente gremista, ademais pela ausência repentina de Carlos Eduardo. A torcida gaúcha, como sempre faz, precisa jogar mais com o time. E Muricy, excetuando as críticas, dá a liderança aos são-paulinos. À sua maneira, mas dá.

Paraná 0 x 0 Botafogo

Cuca jogou com um time ultra-ofensivo, mas não conseguiu gols. O Paraná, em jogos estratégicos e mais difíceis, tem priorizado o zero a zero. Foi assim contra Fluminense e Corinthians, também. O tricolor paranaense tem time e bola pra brigar mais.

Seleção da rodada

Diego Cavalieri
Wagner Diniz – César (Sport) – Breno (São Paulo) - Kléber
Vampeta - Radamés
Souza - Edmundo
Roni - Anderson Aquino

sábado, 4 de agosto de 2007

Previews Europa #1 - "Ligue 1"


Falar do Campeonato Francês nos últimos quatro/cinco anos tem sido repetitivo. O Olympique Lyon, atual hexacampeão, quase sempre consegue vir ainda mais forte à disputa, na mesma medida em que os principais adversários não são capazes de construir equipes equiparáveis.

Lyon - *****
Principais reforços: Keita, Bodmer, Grosso e Belhadj (33 milhões de euros)
Maior destaque: Juninho Pernambucano

Para esta temporada - talvez em parte por uma súbita esperança de equilíbrio – a mídia aponta para um leve declínio dos lioneses. Com novo treinador, Alain Perrin, competente - mas não muito rodado, o elenco do Lyon se ressentirá de três perdas significativas: Eric Abidal, Florent Malouda e Tiago – todos titulares. Para repor, o clube apostou em Kader Keita, Mathieu Bodmer e Fabio Grosso, jogadores de potencial, mas longe de serem certezas.

Com supostos problemas de vestiário (Juninho abdicou da braçadeira de capitão em razão de críticas de companheiros; Fred também causou polêmica), o Lyon também terá a ausência de Grégory Coupet pelos próximos três meses. Na última temporada, uma outra lesão do goleiro foi decisiva no declínio das rodadas finais.

O cenário, mesmo com tudo isso, está longe de ser cinzento. O Lyon tem supremacia técnica, financeira e moral, tanto que iniciou a temporada batendo o Sochaux e levantou o caneco da Supercopa. Porém, os hexacampeões já não parecem fortes o suficiente para seguir sonhando com a Liga dos Campeões. Nada, todavia, que lhes tire o favoritismo absoluto na Ligue One.

Olympique Marseille - ****
Principais reforços: Djibril Cissé, Karim Ziani, Zenden, Benoit Cheyrou, Gaël Givet e Jacques Faty (28 milhões de euros)
Maior destaque: Samir Nasri

Traçar planejamentos ousados e promissores é tônica recorrente no Vélodrome. Entretanto, há tempos o Marseille não chega para uma temporada com uma mistura consistente como a atual. Samir Nasri parece ter potencial para protagonizar eventualmente a competição, e acompanhado de Djibril Cissé, atacante que garante 20 gols por temporada na França, pode dar algo mais para o OM, que precisará conciliar sua rotina doméstica com a Liga dos Campeões.

Os muitos bons reforços no mercado, graças ao dinheiro de Ribéry, ajudam a compor uma fórmula interessante, quase a única capaz de se opor ao Lyon.

Toulouse - ****
Principais reforços: Ilunga, Jönsson, Gignac, Cetto e Riou (6,25 milhões de euros)
Maior destaque: Johan Elmander

Principal surpresa da última temporada, onde conseguiu a terceira colocação com orçamento modesto, o Toulouse, mesmo se esforçando no mercado, não parece ter fôlego suficiente para conciliar os compromissos europeus com a Ligue One. Por isso, caso dê a lógica e fique pelo caminho diante do Liverpool, em trágico sorteio para a Liga dos Campeões, a equipe deve se ater ao cenário doméstico, onde tem time para brigar pela ponta. Não esquecendo a Copa Uefa, o clube pode seguir o exemplo do Lille em 2006/2007.

Lens - ****
Principais reforços: Aubey, Laurenti, Sablé, Runje, Akalé e Bonaventure Kalou (13 milhões de euros)
Maiores destaques: Akalé e Dindane

Uma sutil queda na tabela, para quem foi vice-líder durante boa parte da temporada, deixou o Lens de fora da Liga dos Campeões. Ainda assim, os lensois gastaram muito – e bem – para fazer frente ao top três e tentar repetir o título de 1998. Guy Roux, no comando, tem tudo para colaborar.

Monaco - ***
Principais reforços: Berthod e Piquionne (8 milhões de euros)
Maiores destaques: Bolívar e Piquionne

Repetir um constante flerte com o rebaixamento não passará pela cabeça de Ricardo Gomes, que conseguiu dar um vice-campeonato francês ao Bordeaux e agora tem o clube do principado em mãos. O cenário, porém, não anima. Ainda que tenha tempo hábil para contratar, o Monaco pouco fez para suprir as significativas vendas de Givet e Yaya Touré. Mas o elenco, mesmo assim, é qualificado.

Psg - ***
Principais reforços: Camara, Bourillon e Digard (12 milhões de euros)
Maior destaque: Rothen

O espírito vitorioso e a consistência no trabalho de Paul Le Guen fez os parisienses desenharem um astral melhor para esta temporada. Com nomes experientes – Landreau, Rothen, Pauleta e Gallardo – o PSG tem condições de se sair bem na acotovelada briga pelas vagas européias.

Lille - **
Principais reforços: Tahirovic, Maric, Beria e Padilla (3,3 milhões de euros)
Maior destaque: Mirallas

Com mais de 30 milhões de euros em caixa – pelas vendas de Odemwingie, Bodmer e Keita, principalmente – o Lille gastou apenas a décima parte do valor para planejar a nova temporada. O comando de Claude Puel, sempre elogiado, deverá ser ainda mais exigido. O centroavante belga Kevin Mirallas, de boa performance no Europeu Sub-21, será um aliado importante.

Bordeaux - **
Principais reforços: Jussiê, Alou Diarra, Bellion e Chalmé (17 milhões de euros)
Maior destaque: Fernando Cavenaghi

Rennes - **
Principais reforços: Pagis, Jérôme Leroy e Fanni (4,7 milhões de euros)
Maior destaque: Etienne Didot

Auxerre - **
Principais reforços: Tamas, Maoulida, Lesage, Chafni, Marcos Antônio (11 milhões de euros)
Maior destaque: Thomas Khalenberg

Sochaux - **
Principais reforços: Dramé, Maurice-Belay, Stéphane Dalmat e Mathis (3,7 milhões)
Maior destaque: Jérémie Brechet

Saint Etienne - **
Principais reforços: Matuidi, Varrault, Gigliotti, Payet, Tavlaridis e Nivaldo (16 milhões de euros)
Maior destaque: Jérémie Janot

Le Mans - **
Principais reforços: Zito, Sory Camara, Abou Keita e El Bahri (3,3 milhões de euros)
Maior destaque: Grafite

Nancy - *
Principal reforço: Macaluso (300 mil euros)
Maior destaque: Benjamin Gavanon

Lorient - *
Principais reforços: Vahirua, Cantareil e Ciani (2,5 milhões de euros)
Maior destaque: Marama Vahirua

Nice - *
Principal reforço: Hellebuyck (1,6 milhão de euros)
Maior destaque: Éderson

Valenciennes - *
Principais reforços:Pujol, Carlos Sanchez e Audel (3,4 milhões de euros)
Maior destaque: Grégory Pujol

Metz - *
Principais reforços: Gygax e Bessat (1,4 mihão de euros)
Maior destaque: Gygax

Strasbourg - *
Principais reforços: Paisley e Rentería (900 mil euros)
Maior destaque: Rentería

Caen - *
Principais reforços: Karl Svensson, Jemaa e Eluchans (2 milhões de euros)
Maior destaque: Yoan Gouffran

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