quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Tamanho não é documento


Entre os cinco reforços confirmados para 2010, o São Paulo parece ter elegido uma prioridade: atletas altos e fortes. Xandão e André Luís, os dois zagueiros trazidos do Barueri, têm mais de 1,90m. Léo Lima, um dos meias, 1,85m. André, aliás, se define como um jogador com perfil de Libertadores. Tente entender o que isso significa...

Não é de hoje que o São Paulo utiliza desse recurso para montar seus elencos. A prioridade é a jogadores fisicamente fortes, resistentes e, se possível, muito altos. Zagueiros em geral têm acima de 1,85m e atacantes como Washington, André Lima, Adriano e Aloísio são muito bem-vindos.

É importante salientar que esse tipo de formação também contribui para um time mecânico, que insiste nas bolas aéreas e sempre procura seu atacante de referência, que pouco “lateraliza” as suas ações até a linha de fundo e não envolve os adversários na base da tecnicamente. Segundo o Footstats, o time de Ricardo Gomes foi apenas o nono que mais driblou no último Campeonato Brasileiro.

Uma ideia do time que pode ser titular na Libertadores, em que André Luís está suspenso por seis jogos, aponta para uma média de altura em 1,82m. O Corinthians, por exemplo, teria três centímetros a menos em uma estimativa de seu onze inicial. Foi exatamente com um time de 1,79m que o Estudiantes levou a competição no último ano, em um ataque de média de 1,75m.

SÃO PAULO/10
Rogério Ceni (1,88m); Xandão (1,93m), André Dias (1,84m) e Miranda (1,85m); Jean (1,70m), Léo Lima (1,85m), Hernanes (1,80m) e Jorge Wagner (1,78m); Marcelinho Paraíba (1,75m); Dagoberto (1,75m) e Washington (1,89m) = Média: 1,82m

CORINTHIANS/10
Felipe (1,90m); Alessandro (1,79m), Chicão (1,81m), William (1,89m) e Roberto Carlos (1,68m); Elias (1,73m) e Marcelo Mattos (1,79m); Tcheco (1,80m), Danilo (1,86m) e Jorge Henrique (1,69m); Ronaldo (1,83m) = Média: 1,79m

ESTUDIANTES/09
Andujar (1,94m); Cellay (1,73m), Schiavi (1,89m), Desábato (1,86m) e Ré (1,77m); Pérez (1,77m), Verón (1,82m), Braña (1,67m) e Benítez (1,80m); Fernández (1,70m) e Boselli (1,83m) = Média: 1,79m

domingo, 27 de dezembro de 2009

A base do Birmingham


Alex McLeish foi contratado para o comando técnico do Birmingham em novembro de 2007, substituindo Steve Bruce, e não conseguiu tirar o clube do rebaixamento. Mesmo assim, foi mantido no cargo. E no momento em que a Premier League discute a invasão dos técnicos estrangeiros no Reino Unido, o trabalho do escocês é notável no St Andrews. Oitavo lugar da primeira divisão menos de dois anos após a queda, os Blues brilham com muito do que foi mantido do ano do rebaixamento.

Justiça seja feita, o time rebaixado não era exatamente fraco. Tinha técnica e vibração, mas faltava mais concentração para preservar vantagens e personalidade para se impor. Perdeu muitos pontos por isso em jogos importantes. E esse raciocínio fica provado pela base que brilha nessa temporada, com quatro titulares do time que caiu: o lateral Ridgewell, os meias Sebastian Larsson e McFadden e o atacante Jerome.

Base, aliás, é o forte do Birmingham. Já são oito partidas consecutivas com a mesma escalação: Joe Hart, Carr, Dann, Johnson e Ridgewell; Larsson, Bowyer, Ferguson e McFadden; Jerome e Benítez. O resultado é uma sequência de cinco vitórias e três empates (contra Chelsea, Liverpool e Everton). Um time que não levou gol em oito dos 19 jogos que fez, que vende caro as derrotas que sofre, quase sempre por um só gol de vantagem.

Pensar em vaga para competições europeias parece duro ao se olhar os adversários à frente do Birmingham, como Aston Villa, Manchester City e Liverpool. Com um time de super heróis, como McLeish chamou seus titulares que não se machucam e não são suspensos, até isso pode ser possível. E imaginar que tudo poderia ser diferente se houvesse o tradicional desmanche pós-rebaixamento...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Os jogos beneficientes

Os jogadores dizem estar cansados ao fim da temporada. Basta os torneios acabarem e eles vão...jogar mais partidas! Os jogos beneficientes viraram febre, são legais, ajudam a quem precisa, mas há um porém: Dentinho, por exemplo, que terminou 2009 no banco de reservas, lesionou o ombro e não estará em condições físicas ideais para a reapresentação do time em 4 de janeiro.

Quem paga esse prejuízo?

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Porto x Benfica e os sul-americanos


O grande jogo no primeiro turno da Liga Sagres foi no último domingo. Na Luz, o Benfica recebeu o Porto, que poderia ultrapassá-lo em caso de vitória, neste que foi o último compromisso dos dois times no primeiro turno. Visto por um brasileiro, o duelo impressionou sobretudo pela quantidade de sul-americanos dentro de campo, provocando uma disputa técnica e física em grandes escalas.

Dos 22 titulares, nada menos que 15 eram sul-americanos. No Benfica, desfalcado de Aimar e Di María, jogaram: Quim, MAXI PEREIRA, LUISÃO, DAVID LUIZ e César Peixoto; RAMIRES, Javi Garcia, Carlos Martins e URRETAVIZCAYA; SAVIOLA E CARDOZO. E no Porto: HELTON, FUCILE, Rolando, Bruno Alves e ALVARO PEREIRA; FERNANDO; GUARÍN e Raul Meireles; HULK, FALCAO GARCIA e CRISTÍAN RODRÍGUEZ. Contou? 15 nomes em maiúscula.

A tendência do mercado português ir atrás dos sul-americanos prova uma crise de identidade, já que os dois principais clubes lusos cedem apenas dois titulares da seleção de Carlos Queiroz, ambos portistas, Raul Meireles e Bruno Alves. Pior, porque a maioria é formada por jogadores baratos, o que ilustra o quão defasados estão os clubes sul-americanos na busca por talentos.

Quatro grandes exemplos são David Luiz, Urretavizcaya, Fernando e Hulk. Ambos deixaram o continente como desconhecidos e hoje são nomes de grande relevo no futebol português, alguns até europeu. David, que brilhou com o Vitória na Série C de 2006 ao lado de Marcelo Moreno, é um zagueiraço. Rápido, inteligente, canhoto, atua inclusive de lateral esquerdo. E qual brasileiro conhece seu futebol? Bem poucos.

Se serviu para ressaltar a invasão sul-americana na Cidade do Porto e em Lisboa, o duelo do último domingo também mostrou a força do Benfica. Muito mais maduro que os Dragões, o time do técnico Jesus massacrou em boa parte do confronto, mantendo o adversário em sua trincheira durante o primeiro tempo, controlando o jogo em momentos que poderiam ser delicados. Com Ramires jogando demais aberto pela direita e Cardozo e Saviola inspirados na frente. Há todo o returno pela frente, mas o título português já caminha para os encarnados.

As seleções da década


O visionário blog Yougol, dentre outros, feito por Eduardo Zobaran e Raphael Zarko, seleciona os melhores da década em cada grande clube brasileiro.

E este blogueiro teve a honra de apontar os 11 maiores do Corinthians, com uma pitada de bom humor e irreverência, marca número 1 do Yougol, nome em homenagem ao grito do inesquecível Januário de Oliveira nas transmissões da década passada.

Passe por lá e confira: Yougol

PS.: O blog Red Pass reproduziu texto aqui publicado sobre Alan Kardec. Grato pela honra.

Olheiros.net de volta e o Brasileiro Sub-20


Após vários problemas técnicos nas últimas duas semanas, o Olheiros voltou. Fica então a dica pra quem quiser se informar sobre o melhor da base. Vale pontuar, aliás, um acontecimento importante desta semana - o bicampeonato do Grêmio no Brasileiro Sub-20.

A agradável competição gaúcha, em 2009, demonstrou um nível técnico muito baixo, dado o desfalque de vários bons jogadores nos elencos das equipes. Seja porque já estão com os profissionais, seja porque vão se dedicar à Copa São Paulo, valores importantes não atuaram. O próprio campeão Grêmio, por exemplo, é um time limitado especialmente no ataque. Atuou três jogos no mata-mata e fez um gol apenas.

Claro que ainda sobrou coisa boa: do Grêmio, o goleiro Busatto, bom nos pênaltis, Spessato, lateral firme e Saimon, zagueiro de futuro. Do Atlético-MG, o zagueiro Sidimar, os meias Wendel e João Pedro. Do Fluminense, o quarteto ofensivo Wellington Nen, Raphael Augusto, Bruno Veiga e Dori.

Bons links:

O título do Grêmio
Apresentação do campeonato
Os problemas de organização
Tabela do campeonato
Coluna sobre o limite de idade

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

100 anos de um clube de torcida fiel

Calma leitor, este não é um post sobre o Corinthians. O clube a completar 100 anos no último domingo foi o Borussia Dortmund, cuja maior marca é a força de sua torcida no Westfalenstadion. Somando todas as torcidas da Europa nos últimos dois anos, apenas o Manchester United levou mais torcedores a seu estádio que os Schwarzgelben.

Foram 72.500 em média na temporada 2007/08 e 74.748 em 2008/09. A torcida do Dortmund também é famosa por preferir assistir aos jogos de pé, o que precisou ser autorizado após uma espécie de plebiscito. Comparecer ao Westfalenstadion é conviver com uma atmosfera única entre os estádios alemães.

O mais impressionante é notar como a força de um clube e sua torcida foram capazes de superar gravíssimas crises econômicas. No início da década de 70, o Dortmund foi rebaixado para a segunda divisão e ficou à beira da falência, sobrevivendo apenas com a construção do Westfalenstadion para a Copa de 74. Ainda assim, amargou um jejum de 23 anos sem títulos, que perduraria até 1989.

Os anos 90, no entanto, foram de glórias. Primeiro com o time montado pelo até então desconhecido Ottmar Hitzfeld. O agora técnico da seleção suíça, campeão de tudo também com o Bayern, recebeu seis ótimos jogadores que atuavam na Itália: Sammer, Moeller, Reuter, Riedle, Koehler e o português Paulo Sousa. Bicampeão da Bundesliga, o belo time do Dortmund ainda venceria a Juventus, com Zidane e Del Piero, por 3 a 1, conquistando sua primeira e única Liga dos Campeões. E também o Mundial Interclubes, contra o Cruzeiro, no fim de 97.


No início da década seguinte, o Borussia conseguiu investir mais um bom dinheiro e montar uma equipe forte, ganhando a sexta e última Bundesliga em sua história. Com quatro brasileiros (Evanílson, Dede, Ewerthon e Amoroso), superou o Bayern e o Leverkusen, vice-campeão europeu, em uma conquista marcante. Nos anos seguintes, a direção quis aumentar o nível de investimento, comprou atletas caros e o time não se encontrou, abrindo uma nova crise financeira sem precedentes.

Já há cinco anos, o Borussia Dortmund vive com elencos modestos e coleciona posições no meio da tabela da Bundesliga - o melhor resultado foi o sexto lugar da temporada passada. Em 2006/07, brigou contra a queda, teve três técnicos diferentes e ainda viu Metzelder, seu melhor jogador, sair de graça. Ainda assim, a torcida sorriu: na reta final, uma vitória por 2 a 1 tirou o Schalke 04 da briga pelo título, que acabaria com o Stuttgart, aumentando um jejum do maior rival que vem desde 1958.

Hoje, o Dortmund tem um time modesto, mas em que tem brilhado intensamente o argentino Lucas Barrios, ex-Colo-Colo. Os Schwarzgelben (preto e amarelos) parecem preparados para melhores dias com o ótimo trabalho do técnico Juergen Klopp e completando 100 anos de vida no quinto lugar do primeiro turno. E claro, com uma torcida fabulosa.

O campeão europeu de 1997:
Klos; Koehler, Sammer e Kree; Reuter, Paulo Sousa, Paul Lambert e Heinrich; Moeller; Riedle e Chapuisat. Técnico: Ottmar Hitzfeld

O campeão alemão de 2002:
Lehmann; Evanílson, Worns, Metzelder e Dede; Kehl; Lars Ricken e Rosicky; Ewerthon, Koller e Amoroso. Técnico: Sammer

- Dica do amigo Roberto Piantino
- Bom texto sobre o BVB

sábado, 19 de dezembro de 2009

Ingleses e italianos, realidades bem diferentes


Três times italianos chegaram às oitavas da Liga dos Campeões 2008/09 e os três caíram diante de um trio inglês. Pois o sorteio da última sexta-feira, para as oitavas da LC, reservou um ingrediente similar e o favoritismo de Chelsea e Manchester United é evidente sobre Internazionale e Milan.

Na temporada passada, o Chelsea despachou a Juventus, o Arsenal eliminou a Roma e o Manchester United bateu a Internazionale de Mourinho. Foram três confrontos em que os ingleses estiveram com incontestável superioridade e domínio por completo ao longo de 180 minutos. Algo que, de certa forma, ilustra muito a diferença entre o futebol praticado nos dois países.

Não é correto apontar para o equilíbrio para tentar se justificar o Campeonato Italiano como bom neste momento. Entre os cinco melhores colocados na Bola de Ouro da France Football, o único representante que atua na Bota é Eto’o – convenhamos, presente pelo primeiro semestre com o Barcelona. Pior: entre os 30 primeiros, nenhum nasceu na Itália.

Desde 2003, o único time italiano a jogar uma semifinal da Liga dos Campeões foi o Milan, vice em 04/05, semifinalista em 05/06 e campeão em 06/07. Os representantes do país protagonizam vergonhas internacionais, como a Roma caindo de sete contra o Manchester United, em 2006, os oito jogos seguidos da Inter sem vitória na LC ou, ainda, a ausência de qualquer clube do país entre os quadra finalistas da edição 2008/09 - o que pode se repetir.

O momento inglês na competição é completamente diferente. Nas últimas três edições, todas tiveram três representantes do país entre os semifinalistas, com o Big Four se revezando de forma absoluta.

Além da realidade econômica e estrutural, o futebol jogando em campo é bastante diferente entre Premier League e Serie A, fruto também dos treinadores contratados. Milan e Juventus apostam em dois novatos e a Roma optou pelo envelhecido Claudio Ranieri, chutado da Inglaterra há cinco anos. As exceções são o competentíssimo Cesare Prandelli, fazendo mais que o possível na Fiorentina, e Jose Mourinho. Treinador mais bem pago entre os clubes europeus, o português ainda não convenceu em Appiano Gentile. Uma eliminação contra o Chelsea selaria seu destino na Itália, onde nutre forte desgaste com a imprensa.

Enquanto isso, o Arsenal tem Wenger por 13 anos, o United tem Ferguson por 23 anos e Rafa Benítez, em crise mas ainda o melhor treinador espanhol, se sustenta no Liverpool há cinco anos. Para fechar o cerco, o Chelsea tirou Carlo Ancelotti do futebol italiano. Em pouco tempo de Stamford Bridge, Carletto deu vida ao time de melhor desempenho na primeira parte da temporada europeia.

O futebol jogado nos dois países também expõe muitas diferenças táticas e técnicas. O jogo inglês superou a fase da bola aérea há tempos e apresenta um estilo muito rápido, objetivo e atrativo, em que até os pequenos fogem da retranca – basta ver que o Wigan, que levou de 9 do Tottenham, foi o primeiro a bater o Chelsea na Premier League.

Os italianos perderam sua essência competitiva, marca principal para os títulos europeus do Milan e dos bons tempos de Internazionale e Juventus em seus melhores momentos. O jogo é pouco vertical, esboça uma tendência recente por futebol ofensivo, mas sem ter técnica suficiente para tanto. Diego e Samuel Eto’o, as duas principais aquisições de clubes do país, ainda vivem na Itália de apenas alguns raros bons momentos.

Os duelos entre Milan e Manchester United e Internazionale e Chelsea vão dizer muito sobre as diferentes realidades nas duas ligas. Para apostar em surpresa, só os rossoneri parecem capazes de fazer partidas duras, até pela grande competitividade que ainda há na equipe de Leonardo. Em condições naturais, os Blues devem dizer goodbye a Mourinho no Stamford Bridge. Não será nenhuma surpresa.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

As parcerias no futebol brasileiro

Dei uma parada em indicar matérias feitas em outros veículos por aqui, mas abro uma exceção para trazer os links de uma série de especiais sobre fundos de investimento que atuam no futebol brasileiro. São quatro textos que valem a leitura:

Parte 1 - Empresários faz-tudo substituem fundos de investimento
Parte 2 - Entrevista exclusiva com presidente da Traffic
Parte 3 - Relembre parcerias de sucesso e fracasso no futebol brasileiro
Parte 4 - Saiba como parceiras aumentaram investimentos com jovens craques

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Alan Kardec e Jardel


Os dois têm 1,88m. Os dois surgiram nas categorias de base do Vasco. Chegaram ao profissional com fama de goleadores, mas deixaram São Januário sem grande prestígio. Só fazem gols de cabeça, dizem os críticos. O destino foi o Rio Grande do Sul e em seguida Portugal.

Incrível como Alan Kardec repete os passos de Jardel, que em seu auge, é verdade, foi muito mais jogador. Jardel marcou mais de 200 gols em sete temporadas na Europa, números impressionantes. O Super Mário jogou sua carreira no lixo por causa da ex-mulher, se enfiou nas drogas e nunca mais foi o mesmo.

Se Jardel jogou e foi ídolo no Grêmio, Kardec passou rapidamente pelo Inter. Deveria ficar mais tempo, mas sua venda foi indispensável para o Vasco, que lucrou com um jogador descartável, bem visto na Europa por suas participações no último vice-campeonato mundial sub-20.

Jardel foi ídolo por Porto e Sporting, Alan Kardec chega ao Benfica com uma missão difícil. O time encarnado tem o ataque mais poderoso entre as seis principais ligas europeias, com média de 2,84 gol por jogo. É o time em que brilham Cardozo e Saviola, que têm a sombra de Nuno Gomes, Weldon e Keirrison. Se Kardec viveu de mal com as redes neste ano, o K9 fez 24 em só um semestre, e mesmo assim não vai bem na Luz.

Seguir os passos de Jardel em Portugal é um desafio e tanto para Alan Kardec.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Thiago Silva, o indispensável


No último domingo, o Milan perdeu em casa para o Palermo e viu encerrada uma invencibilidade de 14 jogos na soma da Serie A e Liga dos Campeões. Os rossoneri, que jogaram sem Alexandre Pato no ataque ao longo de boa parte da partida, foram derrotados sobretudo pelos vacilos atrás em um jogo cheio de circunstâncias. Não foi obra do acaso.

Além de Pato, o Milan não teve Thiago Silva no duelo contra os rosaneri. E os dois gols, feitos por Miccoli e Bresciano, surgiram de jogadas criadas dentro da grande área milanista. Ao lado do soberano Nesta, mas já lento, Thiago vem dando show. Defende com vigor e é acima da média na recuperação e no bote sobre o atacante rival.

Com ele em campo no Campeonato Italiano, foram 11 jogos e o Milan teve aproveitamento de 78% - sem ele, o número cai para para 33%.

Em conversa recente com o blogueiro, Thiago Silva explicava como foi difícil a adaptação aos métodos de treinamento do futebol italiano no que diz respeito à parte defensiva. "Quando a bola está no ataque, precisamos avançar a defesa até o meio para compactar o time. Se o meia adversário vai lançar, temos que nos antecipar aos atacantes que estão sempre no limite da linha de impedimento", explica.

Para a Copa, um nome que não pode ser dispensado: atuando em dos cinco grandes da Europa, ao lado de um gigante como Nesta, e com muito mais técnica que Naldo, Miranda, Luisão, André Dias e outros testados por Dunga.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A estranha história das vendas de Cristian e André Santos


O Corinthians de Andrés Sanchez faz negócios mirabolantes, para o bem e para o mal, como a estranha venda dos direitos de Jô ao agente Giuliano Bertolucci, ligado a Kia. A última história mal explicada foram as negociaçòes de André Santos e Cristian ao Fenerbahçe.

Ambos têm a mesma idade e só André jogou na seleção brasileira. Quem vale mais? O lateral, né? Não, errou. A venda casada aos turcos rendeu 12 milhões de euros, dos quais o Corinthians alega serem 7 milhões referentes a Cristian e outros 5 a André Santos.

Acontece que 66% dos direitos de Cristian pertenciam ao Corinthians, que comprou os 33% do Atlético-PR pouco tempo antes de vendê-lo aos turcos - a terça parte era do Flamengo. Já André Santos era fatiado com o Grupo Sonda (22%) e a Turbo Sports (50%), restando os corintianos uma parcela de 27% sobre seus direitos.

A acusação da Turbo Sports é de que o Corinthians inverteu o preço dos jogadores para repassar menos dinheiro aos donos de André Santos. Pior: o investidor acionou os corintianos na Justiça, porque não recebeu um parte da venda ao Fenerbahçe, mostrou na última semana a Folha de S. Paulo. O cheque de Andrés Sanchez foi devolvido pelo banco, que alegou assinaturas conflitantes.

Segundo o blog apurou, o Grupo Sonda recebeu sua quantia de forma integral - havia comprado direitos de André, Dentinho e Renato, em 2008, para ajudar os cofres corintianos. Por gente mais experiente que lida com fundos de investimentos, a Turbo Sports foi inocente no contrato de parceria feito com André Santos.

A negociação dos dois jogadores foi intermediada por Carlos Leite, que levou mais de R$ 1 milhão limpos pelas transferências.

As viradas que o Liverpool toma


O primeiro tempo do clássico Reds vs Gunners foi um massacre do Liverpool contra o Arsenal. Mais posse de bola, mais domínio do campo, mais velocidade...os liverpuldianos pareciam prontos para uma revolução. Pois após o intervalo, o gol localizado à frente da Anfield Road Stand parecia ver o time vermelho vestido de azul para o segundo tempo.

Em pouco tempo, o Arsenal mostrou suas rédeas e, em dois lances de velocidade, recolocou o Liverpool diante do fantasma que arrasa uma temporada que se anunciava promissora: as várias viradas. Na Liga dos Campeões, o time de Rafa Benítez vencia Fiorentina e Lyon por 1 a 0, mas sofreu duas viradas. Em outro jogo contra os lioneses, aliás, também estava em vantagem, mas permitiu o empate. Foram pontos perdidos que jogaram o time para a Liga Europa.

A questão é física, técnica e também falta de concentração. O time de Benítez morreu após o intervalo, passou a esticar bolas para o alto e ainda se permitiu cochilos defensivos imperdoáveis. Para piorar, Reina tem feito poucos milagres e Carragher, o melhor zagueiro inglês há três temporadas, tem vacilado demais. Em má forma física, Gerrard e Torres têm definido poucas coisas sozinhos.

Com menos de um turno jogado na Inglaterra, a diferença do Liverpool para o líder Chelsea (que não vence há quatro jogos, diga-se) é de 13 pontos. A Liga dos Campeões está a cinco, mas a classe média – Aston Villa, Tottenham e Manchester City – vem mostrando suas garras para tirar os Reds do Big Four. Ficar de fora da LC nunca foi tão real para os liverpuldianos.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Os comandantes


Se não houver surpresa e Cuca, Andrade, Muricy Ramalho e Luís Carlos Goiano continuarem em seus cargos, os 20 clubes da Série A para 2010 já confirmaram seus treinadores para o próximo ano - apenas seis dias após o fim do Campeonato Brasileiro.

Daí a Renato Gaúcho ter aceitado comandar o Bahia em uma missão dura de voltar à elite. Em 12 meses do ano, o vice-campeão da Libertadores de 2008 passou 10 deles desempregado e já não tinha boa perspectiva para 2010. A lista de profissionais com o currículo na mão tem Emerson Leão, Joel Santana, Tite, René Simões, Paulo César Carpegiani, Gallo, Waldemar Lemos, Mário Sérgio e até Celso Roth, entre outros.

Serão sete novos comandantes, com a ressalva de que Ricardo Silva já era parte da comissão técnica do Vitória. Os mais antigos têm dois anos de cargo e são Mano Menezes e Adílson Batista - curiosamente, o segundo foi contratado pelo Cruzeiro ao fim de 2007 porque o primeiro preferiu o Corinthians.

Além dos dois, só Silas e Hélio dos Anjos ficaram um ano à frente do cargo. Em 2008, esse número foi maior e cinco dos clubes da Série A completaram um ano com o mesmo técnico: Dorival no Coritiba, Adílson no Cruzeiro, Nelsinho no Sport, Muricy no São Paulo e Luxemburgo no Palmeiras.

O negócio de maior impacto foi a volta a BH de um decadente, mas ainda midiático, Vanderlei Luxemburgo. Vejamos como será a relação entre ele e Alexandre Kalil, capaz de rasgar um contrato a qualquer momento. Santos e Grêmio fazem bem ao optar por Dorival Júnior e Silas, enquanto Chamusca combina com as pretensões do Avaí. O Vasco, com pouco caixa, age com correção quando escolhe Vagner Mancini. A aposta interessante é a do Inter em Fossati, um uruguaio do mundo, que fala português e conhece muito futebol.

Treinadores para 2010 na Série A:

Atlético-GO - Artur Neto
Atlético-MG - Vanderlei Luxemburgo NOVO
Atlético-PR - Antonio Lopes
Avaí - Péricles Chamusca NOVO
Botafogo - Estevam Soares
Ceará - PC Gusmão
Corinthians - Mano Menezes
Cruzeiro - Adílson Batista
Flamengo - Andrade
Fluminense - Cuca
Goiás - Hélio dos Anjos
Grêmio - Silas NOVO
Grêmio Barueri - Luís Carlos Goiano
Guarani - Osvaldo Alvarez
Internacional - Jorge Fossati NOVO
Palmeiras - Muricy Ramalho
Santos - Dorival Júnior NOVO
São Paulo - Ricardo Gomes
Vasco - Vagner Mancini NOVO
Vitória - Ricardo Silva NOVO

Em quem confiar?


O Real Madrid gastou mais de 200 milhões de euros para tentar ser tão bom quanto o Barcelona, que venceu tudo na última temporada com sete titulares formados em suas canteras. Há três meses, a dúvida para os periódicos espanhóis era se o Madrid seria melhor que o Barça. A cinco rodadas do fim do primeiro turno em La Liga, o ponto é que os barcelonistas ainda são muito mais confiáveis.

No Madrid de Kaká e Cristiano Ronaldo, o jogador efetivamente confiável é o bruto Higuaín. Zero de técnica, El Pitita é o tipo de centroavante que qualquer equipe cheia de grandes egos precisa. Na vitória heroica conquistada no Mestalla, os merengues se provaram um conjunto ainda imaturo, sofreram para dominar um adversário fraco e se mostraram taticamente desarranjados. Sorte mesmo é ter Higuaín, oito gols na Liga.

Na tabela, a diferença entre merengues e azuis-grenás é pequena - por pontos perdidos, dois a menos para o Madrid, que receberá o rival no Bernabéu. Na tabela, há um enorme abismo. Pellegrini ainda não é o dono do vestiário, mas barra Raúl e Guti. Benzema, muitas vezes atuando fora de posição, vive má fase técnica - o belo passe para o gol de Higuaín contra o Valencia é uma esperança. E a defesa muito instável.

Nos últimos dois jogos, contra Almería e Valencia, foram quatro gols sofridos. Casillas não vai bem, Sergio Ramos é irresponsável, Pepe, agora fora da temporada, destrambelhado, e a lateral esquerda um dilema: com Arbeloa, produção ofensiva zero, com Marcelo, insegurança 100%. Para piorar, Kaká e Xabi Alonso não rendem ainda o que deles se espera.

A insegurança em Chamartín é evidente no time que sofre para vencer jogos fáceis e coleciona vexames, como a virada em casa contra o Milan ou a eliminação na Copa do Rey. Claro, já se fala em ir às compras, trocar o técnico. Ainda difícil confiar nesse Madrid.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Os meus 11

Bruno, segundo goleiro a fazer mais defesas, o pegador de pênaltis. Mais maduro.
Jonathan, oito assistências, ótima participação em jogos importantes. Regular.
Réver, firme pelo alto e por baixo, técnico, quase não falhou. Jogador de seleção.
Miranda, não tão bem quanto nos últimos dois anos, ainda um dos melhores por aqui.
Kléber, também oito assistências, mais regular que Júlio César. Bem na reta final.

Guiñazu, o melhor passador da Série A, o segundo melhor ladrão. Capitão e alma colorada.
Willians, o mais regular dos 11 hexacampeões. Volante e meia, líder em desarmes.
Petkovic, matador contra Atlético-MG, São Paulo e Palmeiras, as vitórias mais fundamentais.
Diego Souza, porque o campeonato tem 38 rodadas e ele brilhou em pelo menos dois terços.

Adriano, o craque e artilheiro do campeonato. O jogador mais poderoso.
Diego Tardelli, também artilheiro e alma do Galo. Um novo Tardelli, artilheiro do país no ano.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Um título com a marca Flamengo


Não poderia ser uma campanha sóbria e linear. O sexto título brasileiro do Flamengo (sim, o sexto) tem características muito próprias sobre a vida na Gávea, sobre as virtudes e defeitos de um clube populoso, plural, único e apaixonante. Uma conquista marcante, após 17 anos de estiagem, no Campeonato Brasileiro mais equilibrado na era dos pontos corridos.

Em primeiro lugar, o título de Andrade. Curiosamente, o treinador do Fla, avesso ao estigma do professor moderno, é sim muito responsável pela conquista. Teve méritos na administração do grupo, unindo Adriano e seus privilégios, Pet a desconfiança em torno de si, o grupo com salários atrasados. Também táticos, encerrando a era do 3-5-2 e tornando Léo Moura e Juan marcadores. A ponto de sofrer 12 gols em 19 jogos do returno. E também motivacionais, mantendo a força do elenco após a frustração contra o Goiás.

Claro, também é a conquista de Adriano, artilheiro com 19 gols, segundo maior goleador do Fla em uma só edição do Brasileiro. O craque do Brasileiro. Petkovic, que voltou com tudo, se condicionou, comprou a ideia do título. Sem o sérvio, em nove jogos, o aproveitamento cai para 29%. Não é à toa.

Também o título de Bruno, que virou capitão, amadureceu, não criou problemas, pegou pênaltis decisivos, e ainda foi o segundo goleiro mais acionado na Série A. O melhor goleiro da Série A. Sim, ainda foi o Brasileiro de Willians, volante, meia e o que mais fosse preciso. Zé Roberto, de jogador-problema e dispensável a salvação em momentos agudos. Baita recuperação. De Léo Moura, Angelim e os campeões de última hora, decisivos, Álvaro e Maldonado.

É, acima de tudo, o título com cara de Flamengo, apesar da ausência de pratas da casa entre os titulares (o blogueiro não inclui Aírton e Adriano nessa lista). Um clube que contornou problemas políticos, os problemas de saúde de Márcio Braga, o racha de Kléber Leite e todo o departamento de futebol, um processo eleitoral em meio à reta final do Brasileiro. Superou também a demissão de Cuca e a perda de titulares do nível de Ibson e Fábio Luciano.

Enfim, um título com a marca Flamengo, de maior média de público e renda. A mais forte de todas as marcas. Não dá para duvidar.

- Flamengo - campeão em fundamentos
- Flamengo-09, terceiro em aproveitamento; Adriano, segundo maior goleador
- Entrevista com Patrícia Amorim
- Fla depende mais de Pet que de Adriano

A tropa de elite no Brasileiro de pontos corridos


A idéia de que o Campeonato Brasileiro por pontos corridos criaria um grupo de elite, reforçada pela diferença que a vaga na Copa Libertadores faz para os clubes por aqui, ganhou mais corpo ao fim da edição 2009, vencida com brilho pelo Flamengo. As presenças de Fla, Internacional, São Paulo e Cruzeiro, na próxima Libertadores, não são novidade.

Pela terceira vez em quatro anos (e em 2008 ficou no quase, com o 5º lugar), o Flamengo jogará a competição sul-americana, passando a sensação de que compreendeu melhor o modelo atual após muitas dificuldades no início da era de pontos corridos. Estará no Grupo 8, ao lado de Universidad do Chile, Caracas da Venezuela e um chileno ou argentino.

Depois de planejamentos mal executados nas duas últimas temporadas, o Internacional foi de novo forte e regular em 2009, apesar de um ou outro desvio, e volta à Copa Libertadores, que disputará pela terceira vez em cinco anos. É um clube estruturado para jogar o torneio por várias das próximas edições. Enfrentará o Cerro do Uruguai, um equatoriano e ainda o vencedor de um duelo Argentina x Equador. É o Grupo 5.

Terceiro colocado em 2009, ano em que deixou escapar o tetracampeonato por entre os dedos, o São Paulo é o modelo mais claro de regularidade e construção de uma hegemonia. O tricolor jogará a sétima Libertadores consecutiva e, sempre, com exceção de 2005, esteve entre os três primeiros da Série A. Com isso, as receitas se multiplicam e está criada uma estrutura forte, da base ao time profissional, e que atrai jogadores com outras ofertas e mantém bons salários em dia. Reencontra o Once Caldas e ainda terá um mexicano e outro paraguaio no Grupo 2.

Dono de grande arrancada no returno, o Cruzeiro é outro que simboliza uma espécie de hegemonia no grupo que disputa, todos os anos, uma vaga na Libertadores. Ultrapassou o Palmeiras na rodada final e se garantiu pela terceira vez consecutiva na competição internacional, que por muito pouco não venceu em 2008. Enfrenta o Real Potosí e, avançando, joga contra Velez Sarsfield, Deportivo Itália e ainda um chileno.

Grêmio e Palmeiras, que acabaram de fora do G-4 final por detalhes naturais, realizaram uma boa temporada e dão a sensação de que podem reaparecer na Libertadores em 2011. Mas Fluminense, Atlético-MG, Santos e Botafogo estão um pouco mais atrás da tal tropa de elite. O Corinthians, que voltou aos dias de glória com Ronaldo, tem receita e potencial suficiente para se integrar ao grupo dos principais. E o cenário de domínio no futebol brasileiro se redesenha.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Vai Flamengo, por Erich Faria

Pitacos grupo a grupo


GRUPO A: África do Sul, México, Uruguai e França
Baita azar o do Parreira, que foi “prejudicado” nos três pontos. Só uma grande atmosfera pode fazer os limitados Bafana Bafana se classificarem e seguirem a história: jamais um anfitrião caiu na primeira fase da Copa. Foi bom para a França, que corria risco de pegar um bicho-papão e tem três adversários acessíveis, embora nenhuma moleza. Palpite: França e Uruguai.

GRUPO B: Argentina, Nigéria, Coreia do Sul e Grécia
Difícil, bem difícil de a Argentina perder o primeiro lugar para o grupo. Em um sorteio que traça coincidências com a trajetória do Brasil em 2002, os argentinos reveem três adversários conhecidos de Mundiais recentes. Os nigerianos não têm mais o charme dos anos 90 e nenhum jogador decisivo, enquanto a Coreia inspira dúvidas e a Grécia é mais confiante. Palpite: Argentina e Grécia.

GRUPO C: Inglaterra, Estados Unidos, Argélia e Eslovênia
“Yanks a lot”. A manchete do diário inglês The Sun mostra muito sobre a sorte do time de campanha mais segura nas Eliminatórias. São três adversários acessíveis para a equipe de Capello somar nove pontos e chegar confiante ao mata-mata. Estados Unidos e Eslovênia podem atrapalhar, mas dificilmente tirarão pontos do English Team. Palpite: Inglaterra e Estados Unidos.

GRUPO D: Alemanha, Austrália, Sérvia e Gana
A mentalidade firme e compenetrada é o grande trunfo de uma confiável Alemanha para um grupo complicado. Gana e Austrália têm times competitivos, enquanto a Sérvia é talentosa, entrosada e, espera-se, bem diferente do time que sofreu com o racha político de sérvios e montenegrinos dias antes da última Copa. Palpite: Alemanha e Sérvia.

GRUPO E: Holanda, Dinamarca, Japão e Camarões
O fato de não restar um grupo da morte também indica que não há grupo 100% fácil. O da Holanda é desses que são complicados, mas acessíveis. Com seus bons jogadores fisicamente prontos, a Laranja passa sem dificuldades , até por seu histórico em primeiras fases. O jogo-chave é entre Camarões, que só tem Eto’o, e Dinamarca, que tem um time e não tem um craque. Palpite: Holanda e Dinamarca.

GRUPO F: Itália, Paraguai, Nova Zelândia e Eslováquia
Se não der o azar de cruzar com a Holanda nas oitavas, há boas chances de o competente Paraguai de Gerardo Martino chegar às quartas. É candidato a segundo lugar do grupo capitaneado pela Itália, que não deve ter problemas. A Eslováquia luta contra a lógica e precisará estrear vencendo neozelandeses para, eventualmente, empatar com paraguaios e conseguir bom resultado contra uma possivelmente já classificada Azzurra no último jogo. Mesmo assim, palpite: Itália e Paraguai.

GRUPO G: Brasil, Coreia do Norte, Costa do Marfim e Portugal
O fato de estrear contra os norte-coreanos foi o grande trunfo brasileiro em um sorteio complicado. Sair com três pontos à frente dá um certo conforto para o jogo seguinte. Outro ponto positivo para o Brasil é enfrentar times naturalmente ofensivos, característica que agrada a equipe de Dunga. Mas os brasileiros que não se enganem: há duas pedreiras pela frente. Não batê-las pode significar pegar a Espanha nas oitavas, um confronto que deve ser evitado. Palpite: Brasil e Portugal.

GRUPO H: Espanha, Suíça, Honduras e Chile
Dizer que os espanhóis tiraram a sorte grande é um exagero. A Suíça tem um treinador de ponta, Ottmar Hitzfeld, e não entrega jogo fácil. O Chile, pior, tem um time extremamente talentoso que dificultou a vida de todos os sul-americanos nas Eliminatórias. Honduras não é grande coisa, mas possui dois jogadores em clubes de ponta na Europa – Suazo na Inter e Palacios no Tottenham. Mas claro, a Fúria é hiperfavorita. Palpite: Espanha e Chile.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Todos os grupos do Brasil na história da Copa


Há grande expectativa pelas bolinhas que definirão, logo mais nesta sexta, o grupo brasileiro na próxima Copa do Mundo. O Brasil não tem motivos para se preocupar, mostra a história. Especialmente desde que João Havelange virou presidente da Fifa, em 1974, o chaveamento nunca trouxe problema para os canarinhos. Após 98, quando o suíço Joseph Blatter assumiu o comando da entidade, a temática não mudou.

Curiosamente, o sorteio mais difícil para o Brasil na história das Copas foi em 1966, quando já era bicampeão mundial. Com Portugal, Hungria e Bulgária na primeira fase, os brasileiros, prejudicados pela arbitragem e pela própria incompetência, sobretudo administrativa, sequer avançaram.

Em 1962 e 70 o Brasil teve adversários duros na primeira fase, o que, de certa forma, se repetiu em 78 e 82. Era algo natural, dado o número bem menor de seleções. Antes 16, depois 24.

Por fim, o chute que todo mundo gosta de dar: Brasil, Suíça, Camarões e Coreia do Norte.

Todos os grupos do Brasil na história da Copa:

2006: Brasil, Croácia, Austrália e Japão
2002: Brasil, Turquia, Costa Rica e China
1998: Brasil, Escócia, Marrocos e Noruega
1994: Brasil, Rússia, Camarões e Suécia
1990: Brasil, Suécia, Escócia e Costa Rica
1986: Brasil, Espanha, Argélia e Irlanda do Norte
1982: Brasil, União Soviética, Escócia e Nova Zelândia
1978: Brasil, Áustria, Espanha e Suécia
1974: Brasil, Iugoslávia, Zaire e Escócia
1970: Brasil, Inglaterra, Romênia e Tchecoslováquia
1966: Brasil, Portugal, Hungria e Bulgária
1962: Brasil, Tchecoslováquia, México e Espanha
1958: Brasil, União Soviética, Inglaterra e Áustria
1954: Brasil, Iugoslávia, França e México
1950: Brasil, Iugoslávia, Suíça e México
1938, 34 e 30: Não teve fase de grupos

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Até 2010


Uma grande noite foi protagonizada pelos tricolores no Maracanã, que mais uma vez foi salão de festas da LDU. Na temporada 2009, que deve terminar com a confirmação da permanência da Série A, muitas lições puderam ser tiradas pelo Fluminense. A principal delas é aproveitar ao máximo os últimos meses e manter todos os titulares para o ano que vem.

Rafael, Gum, Dalton, Digão, Mariano, Diogo, Diguinho, Marquinho (Dieguinho), Conca, Fred e Maicon (Alan). Essa espinha dorsal é forte, jovem e, principalmente, tem todos os seus integrantes com longos contratos. O passo seguinte é convencer Cuca a ficar, buscar reforços pontuais e, principalmente, melhores peças de reposição.

Cuca, com Ruy, Maurício e Raphael Augusto precisou de milagres para tentar quatro gols. O Fluminense era um time sem banco, carente de opções para abrir e acuar a LDU. Depois de uma hora de jogo, faltava um novo fato, um jogador diferente. O Flu não tinha. Mas, o fato é que tem, hoje, um esboço para 2010.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Não se alimenta bandidos


Lidar com as facções organizadas é uma arte e o episódio que envolveu Vagner Love e três membros da Mancha Alviverde, na terça-feira, em São Paulo, provou isso. Segundo disse a Folha de S. Paulo, a reação do trio ocorreu porque Love agrediu um outro desses “torcedores” no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.

Não é assim que se lida com o bando, também responsável por atirar pedras ao ônibus da delegação palmeirense no último sábado. O mesmo bando que, há algumas semanas, Belluzzo acompanhou em uma festa, alimentando a rivalidade, o entusiasmo e a agressividade com o famoso “vamos matar os bambis”. É também o mesmo bando que, em janeiro, na apresentação do elenco de Luxemburgo, fez protesto fervoroso quanto à política de reforços. Ou, ainda, que agrediu o próprio Luxa em um aeroporto após levar de cinco do Flamengo.

Emerson Leão, uma raposa velha do futebol, quis comprar briga com a Torcida Jovem do Santos, em seu retorno à Vila Belmiro no ano passado. De tão achincalhado, não resistiu aos resultados médios com um time médio e acabou demitido. Bastou pisar novamente na Vila e...apanhou de mais um desses bandos.

Há quem diga que Andrés Sanchez, nos bastidores, tem um acordo com a Gaviões da Fiel, que sempre apoiou suas decisões, foi envolvida no marketing do clube e não protestou em momentos delicados. Mais ou menos como Belluzzo, em momentos, fez com a Mancha.

Com bandidos como os que controlam as organizadas, o mais inteligente é ser político. Nem amigo e nem inimigo. Nem Belluzzo e nem Love.