domingo, 20 de março de 2011

Toda demissão injusta será castigada!


Na mesma noite em que o Santos sucumbia com futebol feio, em Bragança Paulista, o Fluminense novamente se curvava diante do Boavista. Ambos com treinadores interinos, um potencial absurdo e, em um passado recente, demissões injustas de seus antigos comandantes. No caso, Cuca no Flu, e os ex-santistas Dorival Júnior e Adílson Batista.

O desespero de ambos os clubes é tão grande que chegam a se permitir absurdos. Neste domingo, por exemplo, O Globo noticia que jogadores do Fluminense telefonaram a Cuca com o objetivo de convidá-lo para retornar às Laranjeiras. A Unimed teria admitido pagar algo perto de R$ 1 milhão mensal! O treinador cruzeirense, é óbvio, recusou abandonar a melhor campanha de um brasileiro na Libertadores em troca da pior. Até Renato Gaúcho e Felipão, empregados, também foram sondados. Fluminense e Santos parecem pagar por demissões inexplicáveis.

É verdadeira a declaração de Roberto Brum que ajuda a explicar a saída incompreensível de Dorival Júnior. "Se o Neymar não jogar contra o Corinthians, não vão pagar os salários", disse o diretor de futebol Pedro Luiz da Conceição para os jogadores na confusão com Neymar. Dorival se manteve firme e foi despedido. Os dirigentes santistas acreditaram que o treinador era parte pouco relevante para o time que foi sensação de 2010, mas ele reafirma sua condição no Atlético-MG.

Nesta segunda, a demissão de Dorival completa exatos seis meses, e o Santos ainda procura um treinador capaz de repetir aquele desempenho. E, acredite, há poucos indicados mais credenciados para isso que Adílson Batista, com quem o clube não teve paciência nem jogo de cintura. Adepto do futebol ofensivo e experiente em Libertadores, Adílson foi sacado com apenas uma derrota, e para o Corinthians após viagem à Venezuela. Martelotte, que se imaginava pudesse vir a ser uma solução, já perdeu duas em menos tempo.

A antiga direção do Fluminense pecou com Cuca, demitido sem escrúpulos após um trabalho de recuperação fabuloso no Brasileiro e na Sul-Americana de 2009. Faltou respeito ao treinador, sacado para a entrada de Muricy Ramalho após o Carioca. E eis que, nas voltas que o mundo dá, Muricy deixou as Laranjeiras sem qualquer tipo de gratidão, com argumentos pra lá de rasos e em meio a três jogos mais que fundamentais na Copa Libertadores. Fez, com o Flu, o que o Flu havia feito com Cuca.

Não parece castigo?

quarta-feira, 16 de março de 2011

A incrível sintonia entre Eto'o e a Liga dos Campeões

O intervalo na Allianz Arena, com vitória parcial do Bayern por 2 a 1, só reservava uma opção para a Internazionale se manter na busca pelo bicampeonato europeu: virar o marcador. Samuel Eto'o já havia indicado o caminho ao abrir o placar na primeira etapa, mas os bávaros se impuseram de forma com que aquele objetivo para a segunda etapa parecia quase inatingível. Pois o camaronês tratou de resolver a parada e reforçar sua incrível sintonia com a Liga dos Campeões.

Eto'o, o melhor em campo, serviu Sneijder para empatar, e com a fibra de um verdadeiro Leão Indomável, construiu o lance da vitória. Breno foi mole para a jogada: relapso e facilmente batido, retratou em apenas um momento a sua triste involução na carreira a serviço do Bayern. Samuel tomou a bola e a entregou de mão beijada para Pandev enterrar os alemães.

A atuação digna de de um atacante de classe mundial foi novo capítulo na vida de Eto'o e Liga dos Campeões. Apenas o segundo jogador da história em marcar em duas decisões da competição (2006 e 09), ele também é um dos únicos quatro a ser campeão, de forma seguida, por times diferentes (2009 pelo Barcelona e 2010 pela Inter). Divide ainda com Clarence Seedorf a honraria de levar o título por três times diferentes (Barça, Inter e Real-2000).

Samuel Eto'o e seu ex-companheiro Lionel Messi são os principais candidatos a seguir a história dos cinco grandes matadores da Liga dos Campeões na última década: Shevchenko, Inzaghi, Henry, Van Nistelrooy e Raúl, que ainda segue na ativa e marcou três na atual edição - Eto'o lidera a tábua de artilheiros com oito. Ele já está entre os dez principais goleadores da competição europeia em todos os tempos e parece movido quando ouve aquele hino "Die Meister, Die Besten"...

Os 10 maiores goleadores da Liga dos Campeões:

1) Raúl - 69 gols
2) Nistelrooy - 56 gols
3) Henry - 50 gols
4) Shevchenko - 48 gols
5) Inzaghi - 46 gols
6) Del Piero - 42 gols
7) Messi - 33 gols
8) Morientes (aposentado) - 33 gols
9) Drogba - 32 gols
10) Eto'o - 28 gols

terça-feira, 15 de março de 2011

São Paulo: melhor sequência defensiva em quase 4 anos*


Um gol nos últimos seis jogos: a defesa do São Paulo, tão criticada no início da temporada, atingiu seu melhor desempenho desde setembro de 2007. Na ocasião, no auge do sistema defensivo são-paulino, a sequência foi exatamente igual durante a campanha do bicampeonato brasileiro.

Desta vez, o São Paulo repete a marca em cinco partidas do Campeonato Paulista e outra da Copa do Brasil: Treze (3 a 0), Bragantino (4 a 0), Palmeiras (1 a 1), São Caetano (2 a 0), Ituano (2 a 0) e Santo André (3 a 0). Curiosamente, o único gol sofrido, no Choque-Rei, foi quando Alex Silva havia sido expulso e a equipe se defendia com um jogador a menos.

"Nossa equipe conseguiu um padrão de jogo e as coisas começam a acontecer positivamente. O momento é muito bom ofensivamente e defensivamente. A defesa está forte, os atacantes contribuem na marcação e isso facilita o trabalho do zagueiro", analisou Miranda, que participou de quatro dois seis jogos no período atual, e era um dos pilares na sequência de 2007.

O ótimo momento da defesa são-paulina, aliás, coincide com a chegada do zagueiro Rhodolfo, ex-Atlético-PR, e o único do setor além de Rogério Ceni a ter atuado nos seis jogos. Destaque em seu antigo clube, ele já arranca elogios dos companheiros e até marcou dois gols.

"É um grande jogador, vive um momento muito bom e merece ser titular. O São Paulo subiu de produção com ele, que contribui com a defesa e faz gols", definiu Miranda. "Com sequência nesse novo clube, ele vai se entrosando. E o time vai bem de uma forma geral. Ele tem jogado muito bem", acrescentou Juan.

Na sequência do São Paulo, Carpegiani se dá ao luxo até de variar o sistema tático, o que costuma influir no posicionamento de Juan. No início do período, atuou como ala, já que o sistema era de três zagueiros. No domingo, contra o Santo André, atuou em uma linha de quatro homens na defesa, com Xandão na lateral direita.

"Se são três, estou com um pouco mais de liberdade ofensiva. A formação é diferente e você acaba ficando uma linha à frente, com liberdade para atacar e sem necessidade de ficar na linha de quatro defensores", analisou Juan.

Se não sofrer gols diante do Grêmio Prudente, no domingo, o São Paulo supera inclusive a sua marca de 2007.

Sequência de 2007

26/08 - São Paulo 5 x 0 Náutico
29/08 - Palmeiras 0 x 1 São Paulo
01/09 - São Paulo 6 x 0 Paraná Clube
05/09 - Atlético-MG 0 x 0 São Paulo
08/09 - Vasco 0 x 2 São Paulo
15/09 - São Paulo 2 x 1 Santos

Sequência de 2011

16/02 - Treze-PB 0 x 3 São Paulo
19/02 - São Paulo 4 x 0 Bragantino
27/02 - São Paulo 1 x 1 Palmeiras
05/03 - São Caetano 0 x 2 São Paulo
10/03 - São Paulo 2 x 0 Ituano
13/03 - São Paulo 3 x 0 Santo André

* Do Terra

domingo, 13 de março de 2011

A melhor notícia do Corinthians é Willian


Titular pela primeira vez com o Corinthians diante do Mirassol, Willian merecia atenção havia mais tempo. Na véspera da aposentadoria de Ronaldo, contra o Paulista, entrou junto de Morais nos minutos finais e quase arrancou uma vitória. Sempre com poucos minutos para mostrar trabalho, Willian reapareceu bem diante da Ponte Preta. Se movimentou, como de praxe, e criou alternativas, mas o time perdeu. Os gols dele sairiam junto da primeira oportunidade real oferecida por Tite.

O Willian que brilha na vitória sobre o Mirassol é a melhor notícia para o Corinthians no domingo. É notícia nova porque começa a confirmar, em um grande clube, o desempenho que teve no Figueirense, em que formava um ataque fabuloso com o garoto Roberto Firmino, hoje no Hoffenhein, e obteve o acesso na Série B. Sem tanta dinâmica de jogo para atuar pelos flancos, onde Tite o havia escalado até então, quem sabe até provoque uma dúvida no treinador, adepto do 4-2-3-1 em 2011, e que já tem Liedson como sua referência na frente.

Em um momento de ascensão, os corintianos descobrem notícias que nem esperavam ser boas: Wallace é zagueiro firme, sereno e transmite confiança, Fábio Santos progride, Paulinho imprime dinamismo, Morais faz a equipe jogar e, claro, William, pode marcar gols importantes. São jogadores que podem ajudar daqui pra frente.

sábado, 12 de março de 2011

Com Luís Fabiano, grande reforço, São Paulo quebra seus paradigmas outra vez


Sejamos práticos: Luís Fabiano retorna ao São Paulo para ser o principal camisa 9 do futebol brasileiro. Há grandes nomes, como Fred, Liedson e Loco Abreu, mas o Fabuloso inspira ainda mais confiança por suas características, experiência de Copa do Mundo como titular e por ainda reunir ótimas condições físicas - apesar da temporada prejudicada por lesões - e técnicas. E ainda por que ama os são-paulinos. Ainda tem margem na carreira para fazer valer o investimento, irrecuperável, de 7,6 milhões de euros.

O que chama tanta atenção quanto Luís Fabiano é o dinheiro investido por Juvenal Juvêncio, às vésperas de uma eleição de cartas marcadas, contrariando as próprias convicções. Salvo Cléber Santana, por quem o São Paulo gastou para contratar, a prática são-paulina foi justamente contrária nos últimos anos: contratar jogadores a custo zero, utilizando como tática de sedução boas luvas, salários e a possibilidade de brigar sempre - ou quase sempre - por grandes conquistas. Com essa estratégia, se montou o time campeão mundial de 2005, com Cicinho, Josué, Mineiro, Fabão, Aloísio e Júnior, entre outros.

A direção são-paulina, que também era contrária a hospedar jogadores de fundos de investimentos, já mudou de forma radical sua postura no ano passado. Xandão e Fernandinho (Traffic) e Willian José e Rhodolfo são exemplos de reforços adquiridos por dinheiro de terceiros. Especula-se que o São Paulo não seja o único responsável pela operação que resgata Luís Fabiano das garras de dois ferrenhos rivais de bastidores dos são-paulinos: Corinthians e Internacional.

Apesar do valor incontestável de reforços como Rhodolfo, Willian José, Rivaldo e principalmente Luís Fabiano, o São Paulo também refuta a própria tese de seguir o exemplo do Santos e montar uma equipe forte priorizando as categorias de base. É provável que Bruno Uvini, Wellington, Henrique e Zé Vítor fiquem distante dos planos para o segundo semestre, restringindo a Casemiro e Lucas um papel relevante na equipe principal.

Apesar das mudanças de conceito, Juvenal Juvêncio tem tudo para fazer o São Paulo voltar a ser um time temido pelos rivais. Com Luís Fabiano, pronto para ir atrás da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Valdívia e Neymar: o que significam os primeiros brilhos no ano


Decisivos. É essa a palavra que pode se atribuir a Neymar e Valdívia depois das participações na noite de quarta-feira. Portuguesa e Noroeste, respectivamente, foram derrotados simplesmente por conta da participação dos dois jogadores. Foi exatamente a primeira vez na temporada, por coincidência depois de quatro jogos passando em branco, que eles estiveram intimamente ligado a um gol feito por Santos ou Palmeiras.

Valdívia foi um alento para o pálido time palmeirense em Bauru. Cabe observar que Kléber era a única ausência sentida dos jogadores de linha, mas mesmo assim a equipe de Felipão jogava como se tivesse vários reservas em campo, o que diz muito sobre a falta de qualidade do elenco. Valdívia é essencial para o time e, depois de quatro partidas muito discretas, enfim desencantou. Nem foi uma exibição regular, do início ao fim, mas decisiva em lances individuais. Só mesmo com ele e Kléber jogando em altíssimo nível é que esse Palmeiras conseguirá grandes coisas neste ano.

O caso de Neymar é diferente, já que os dias de descanso foram muito úteis e justos. Depois dos quatro primeiros jogos com o Santos após o Sul-Americano Sub-20, em que parecia se arrastar em campo física e mentalmente, ele voltou leve do Carnaval. Driblou, arrancou na velocidade e na força. Faz a direção santista repensar a conduta de tê-lo em campo a todos os momentos, até os que não são importantes, como na reta final do Brasileiro 2010. Neymar havia sofrido pênalti contra o São Bernardo, mas só desta vez foi efetivamente responsável por gols. Pelos três, diga-se de passagem.

terça-feira, 8 de março de 2011

Carnaval é razão principal por racha na Gaviões


Jucilei não aguentou: de longe, ao ver a Gaviões da Fiel ficar apenas na quinta colocação do Carnaval de São Paulo, provocou no Twitter. Algo surpreendente para um sujeito tão pacato como ele, agora jogador do Anzhi Makhachkala, mas compreensível para quem foi vítima de violentos protestos após a prematura queda na Copa Libertadores. O que Jucilei não saiba, possivelmente, é que protestou contra as pessoas erradas.

Não se sabe exatamente ao certo, mas a impressão geral é de que os atos de vandalismo a jogadores e funcionários do Corinthians não partiram exatamente da Gaviões da Fiel, mas sim de seu movimento dissidente intitulado Rua São Jorge, corrente que cada vez mais cresce dentro dos próprios Gaviões, já tem milhares de membros e se prepara para dar o grito de independência a qualquer momento.

A história de cisão entre a Gaviões e Rua São Jorge tem o Carnaval, a que se referiu Jucilei, como um dos principais motivadores. Membros do movimento paralelo se uniram por contrariar o investimento realizado na festa popular. Em seu site, a Rua São Jorge diz que "internamente, passou-se a pensar muito nos desfiles e cada vez menos no Corinthians". Segundo eles, "o intuito é o fortalecimento da arquibancada".

Foi nos tempos em que Herbert César Ferreira era o presidente, em 2008, que ganhou força o racha dentro da Gaviões da Fiel. Em dezembro, Herbert, por ocasião do programa Troca de Família, da TV Record, chegou a levar uma torcedora da Mancha Verde à sede da facção. Foi na mesma época, em agosto, que membros de Rua São Jorge e da própria Gaviões travaram conflito no Pacaembu.

Protestos como os que geraram a demissão de Adílson Batista ou recentemente na Copa Libertadores, e foram tão incomuns durante a gestão Andrés Sanchez, são atribuídos ao Movimento Rua São Jorge, ala vista como radical e que age com agressividade na caça por mais membros. Durante o processo que gerou a queda de Adílson, se ouviu das arquibancadas: "Alô Andrés, fica ligado. O seu dinheiro só compra mercenário". Curiosamente, o presidente corintiano ajudou a fundar, na década de 70, a organizada Estopim da Fiel.

É sabido que membros da direção corintiana dão auxílio financeiro para a Gaviões, o que ajuda explicar a paz que houve até que o Movimento Rua São Jorge ganhasse força suficiente para ter voz de comando dentro do clube. Os episódios recentes só escancaram uma realidade: as facções não fazem bem ao Corinthians. Nem ao Carnaval.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Um brinde aos Gunners


É difícil entender por que há tantas críticas ao Arsenal e ao modelo de trabalho de seu treinador-bandeira Arséne Wenger. São muitos os detratores do francês que transformou o jeito de se jogar, torcer e contratar dos Gunners. Nesta terça-feira, dia de um imperdível mata-mata de Liga dos Campeões, simplesmente contra aquele que talvez seja o maior time da história, todos os perseguidores de Wenger estarão prontos para repetir o mesmo discurso.

Este blog, por sua vez, propõe um brinde ao Arsenal, independente do que possa acontecer no Camp Nou. Afinal, os Gunners construíram nas últimas duas décadas, graças a seu treinador, uma identidade própria de jogo que encanta qualquer fã de futebol com bom gosto. Nos últimos tempos, inclusive, sem afetar a saúde financeira da Premier League.

Afinal, será que algum dos clubes que competem em alto nível na Inglaterra, nos últimos três anos, arrecadou mais do que gastou em transferências? O Arsenal, que divide a liderança da Premier League em pontos perdidos, é a exceção. Aposta nas categorias de base e possui uma rede de observadores espalhados pelo mundo, capaz de contratar jovens de Camarões, da Polônia ou do Brasil, por exemplo. Não se enfraquece, não deixa de chegar às cabeças e, inclusive, criou uma marca mundial. Falar em Arsenal é lembrar de futebol vistoso e competitivo.

Também é verdade que o Arsenal tira jogadores a custo zero dos outros. É real e irritante a teimosia em contratar grandes goleiros e defensores. É inacreditável a predisposição para lesões que Fabregas, Walcott e Van Persie, moldados para serem os líderes desse projeto, possuem. Os críticos têm razão em apontar para a falta de atitude campeã do time que caiu na decisão da Copa da Liga perante o Birmingham.

Mas, antes de se apontar para um período de baixa dos Gunners na atualidade, é preciso verificar com atenção a própria história dos arsenalistas. Afinal, para quem não sabe, a década que se encerrou foi a segunda mais vitoriosa para o clube que completa 115 anos de vida em 2011 - a melhor desde os anos 30. A única em que a decisão da Liga dos Campeões teve a presença dos "meninos que nunca amadurecem de Wenger". A única com quatro decisões, e três títulos, de FA Cup.

Grandes clubes, além de jogadores e treinadores com história de vitórias, tiveram momentos delicados em que a falta de sorte e a dificuldade em decidir apareceram. O próprio Barcelona, hoje tido como exemplo de tantas coisas positivas, ficou seis anos sem ganhar títulos - entre 1999 e 2005. Paciência também é uma virtude. Um brinde ao Arsenal.

domingo, 6 de março de 2011

Rivais acordam o Arsenal de Wenger


Até outro dia, o Manchester United tinha apenas uma derrota na Premier League. Agora, já são três. Pois na semana seguinte da vitória do Chelsea sobre o United, coube ao Liverpool, em um domingo de plena inspiração, também vencer o time de Alex Ferguson. O cenário é curioso, já que coloca dois dos principais rivais do United juntando forças para reaproximar o Arsenal efetivamente na disputa pelo título. Ironicamente, aliás, no momento mais difícil dos Gunners na temporada.

Incrível notar como o Liverpool é o único clube inglês capaz de enfrentar o Manchester United com o mesmo nível de ambição, personalidade e autoridade nos tempos mais recentes. Não há crise que faça os Reds se fragilizarem diante do United, e foi exatamente o que ocorreu neste domingo. Em Anfield, os liverpuldianos foram superiores do início ao fim, e Luis Suárez ratifica, em um torneio de máximo nível de exigência, as performances a serviço do Ajax nos últimos meses. Com ele e Cavani, o Uruguai sonha longe.

Na incrível vitória do Liverpool, novamente Kenny Dalglish surpreendeu com uma formação tática inusitada, com Raúl Meirelles, meia central por vocação, atuando como externo pela direita e dando calor no setor ocupado por Ryan Giggs e Patrice Evra. Gerrard fechou o meio com Lucas e liberou Maxi Rodríguez preencheu a esquerda. Diante do Chelsea, em mais um choque de autoridade dos Reds, Dalglish lançou mão de um 3-4-2-1 e venceu por 1 a 0.

A menos de 10 rodadas do fim, Arsenal e Manchester United têm o mesmo número de pontos perdidos, e os Gunners podem saltar à frente se vencerem clássico atrasado diante do Tottenham. Anote o dia 30 de abril na agenda: é quando o United vai ao Emirates Stadium, na antepenúltima rodada. O confronto tem tudo para definir a Premier League.

Aqui, leia análise de Liverpool 1 x 0 Chelsea no Olho Tático

sábado, 5 de março de 2011

OLHO GORDO em WELLINGTON

Bruno Uvini, Casemiro, Oscar (hoje já no Inter) e Lucas, quatro nomes revelados pelo São Paulo, ajudaram a formar a espinha dorsal do Brasil que foi campeão sul-americano sub-20. Junto a eles, não fosse uma séria lesão no joelho a serviço da própria seleção, estaria Wellington, um nome que deve voltar aos holofotes nos próximos dias. Em entrevistas, Paulo César Carpegiani já tem o elogiado - e há quem veja no volante até mais potencial que no próprio Casemiro.

Quando despontou nos juvenis do São Paulo, Wellington era campeão da Copa Nike e indicado como a evolução de Mineiro, pois além da condição física, tinha ótima técnica e um senso de liderança acima da média. Mais velho, perdeu o bonde da profissionalização graças aos critérios absurdos de Muricy Ramalho, e porque Ricardo Gomes insistia em colocá-lo como lateral direito.

Na seleção brasileira sub-20, o capitão Wellington sempre foi visto como exemplo por sua dedicação e talento, o que ajudou a lhe manter no elenco do São Paulo, apesar das poucas oportunidades. O destino quis que ele lesionasse o joelho seriamente durante treinos com o Brasil, mas o jovem volante já se prepara para jogar novamente. Neste sábado, contra o São Caetano, ficará no banco de reservas. Se Carpegiani for coerente, aos poucos, arrumará espaço para ele no setor que tem os irregulares Rodrigo Souto e Carlinhos Paraíba como titulares.

Se tudo der certo, Wellington ainda pode recuperar o tempo perdido e jogar o Mundial Sub-20 com a seleção brasileira.