quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Willian Tornado, um furacão


Uma cabeleira como há muito tempo não se via por aqui. Mas principalmente um futebol moderno e desequilibrante como há muito tempo um jogador brasileiro não demonstrava em grandes jogos da Liga dos Campeões. As referências são a Willian Borges da Silva, o ex-corintiano que teve atuações impecáveis em ambos os jogos entre seu Shakhtar Donetsk e o Chelsea, o último deles na quarta-feira. 

É visível e impressionante a evolução de Willian desde que deixou o Corinthians como a maior venda da história do clube por quase 20 milhões de dólares em 2007. Enquanto o time corintiano de início promissor se desmoronava rumo ao rebaixamento após sua saída para a Ucrânia, Willian se formava um jogador top para os padrões europeus. No Brasil, a cobrança era para que concluísse melhor a gol, e ele fez dois na despedida contra o Atlético-PR. Os dois jogos contra o Chelsea na Liga dos Campeões mostram que isso é coisa do passado. 

Willian reafirmou ser um jogador de grande capacidade física e técnica para a transição defesa-ataque, sempre a partir do lado esquerdo e com deslocamentos em diagonal de maneira prática. Chega a área para concluir com boa qualidade e, no trabalho sem bola, é um leão para perturbar os laterais do adversário. Foram inúmeras as ocasiões em que ele apareceu já perto da linha de fundo defensiva para dar combate e auxiliar o trabalho da defesa em Stamford Bridge. É perceptível a mão do técnico romeno Mircea Lucescu, que fala português e dirige o time ucraniano.

O retorno do jogador à seleção brasileira é urgente. Mano Menezes só o convocou para os amistosos contra Egito e Gabão, no fim do último ano, mas preferiu Bruno César para atuar à ponta esquerda em ambos os jogos. Desde então, Chelsea e Tottenham ofereceram mais de 30 milhões de euros, mas o Shakhtar fez jogo duro atrás de mais dinheiro. Justificável. 

Nas redes sociais, graças à cabeleira, o meia virou o novo Tony Tornado, que encantou o Brasil  no Festival da Canção em 1970 com o hit BR-3. Willian Tornado, esse sim, é um furacão. 


terça-feira, 6 de novembro de 2012

O craque do Campeonato Brasileiro 2012 é...


Faltam quatro rodadas e quase nada mais a se definir no Brasileiro de reta final menos empolgante dos últimos tempos.  Atleticanos e palmeirenses podem e devem manter a esperança, mas o que os jogos derradeiros podem definir, de fato, é quem é o principal jogador da Série A. Não está fácil, mas vamos aos candidatos:

Diego Cavalieri - São 127 defesas, média de 4 por jogo, segundo o Footstats. Ninguém defende tanto quanto o goleiro tricolor. Se o Fluminense permite  tantas finalizações e ainda assim é o time menos vazado da Série A, não pode haver outro responsável. Cavalieri tem um campeonato sem falhas e de muitos e muitos milagres, como contra o Coritiba há duas semanas, no Engenhão. Mas tem quem não goste de dar a goleiro o título de melhor de um campeonato...

Fred - O homem decisivo. De 34 rodadas, Fred melhorou seu aproveitamento normalmente marcado por lesões e jogou em 25. São 17 gols e mais cinco assistências do maior líder do elenco e do artilheiro da Série A. Ele decidiu dois Fla-Flus, dois Flu-Botafogo e seus gols, ao todo, valeram 20 pontos na campanha de 2012. Pesa contra Fred participar tão pouco dos jogos: 35 segundos de posse de bola e 13 passes por partida, 0,3 desarme por jogo...mas ele é quem decide e ponto.

Juninho Pernambucano - Que Brasileirão de Juninho! Que pecado a reta final catastrófica do Vasco para um jogador tão efetivo e que tanto se doou para uma campanha que começou brilhante. Quarto principal garçom do torneio, ele ainda marcou sete vezes e decidiu  jogos importantes, como contra o Botafogo, no primeiro turno, e teve atuações memoráveis: em São Januário, diante do Palmeiras, no Recife, contra o Sport, e novamente em casa, com o Figueirense. Só não jogou em quatro partidas.

Ronaldinho - Mais que os ótimos números. O agora R49 teve importância crucial para o Atlético-MG provavelmente repetir sua melhor campanha desde 1999. A uma equipe que flertava com a crise depois de cair contra o Goiás na Copa do Brasil, Ronaldinho deu liderança, assumiu as responsabilidades, ajudou a resgatar os atleticanos e fez todos crescerem ao seu lado, principalmente Bernard. É ainda o principal garçom do Campeonato Brasileiro com 12 assistências e sua atuação comovente nos 6 a 0 contra o Figueirense está entre os grandes momentos da Série A. Se redescobriu como um armador clássico.

Neymar - Para a rigorosa Bola de Ouro da Revista Placar, o melhor do campeonato. Mas mesmo que atue nas quatro rodadas que restam, Neymar não conseguirá completar um turno disputado - e ainda precisa enfrentar julgamento no STJD. Culpa da dona CBF e seu calendário que tira o maior talento do País de tantos jogos do Brasileiro para servir a Seleção. Em 14 rodadas, Neymar fez 12 gols e mais seis assistências, além de registrar momentos históricos: o golaço contra o Atlético-MG, o espetáculo contra o Cruzeiro, a virada relâmpago sobre o Coritiba e outra coisas das quais só ele é capaz atualmente no Brasil.

Quem você escolhe? Eu iria de Diego Cavalieri. Mas melhor aguardar mais quatro rodadas.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Mais David, menos Golias


A Copa da Liga Inglesa definitivamente desafia a lógica do futebol. Em só uma semana, foram 12 gols em Arsenal 7 x 5 Reading e outros nove gols em Chelsea 5 x 4 Manchester United. Quem forçar a memória pode se lembrar de 2007, quando um Júlio Baptista em má fase marcou quatro vezes em Arsenal 6 x 3 Liverpool. Apesar dos gols em profusão, David Luiz não precisava tornar as coisas tão emocionantes assim para os torcedores do Chelsea.

Titular absoluto da Seleção, David comete erro primário em saída de bola ao tentar o drible em sua intermediária defensiva e permitir gol a Chicharito Hernández. Um erro de jogador sub-13. O que pode e deve preocupar Roberto Di Matteo e Mano Menezes é a insistência do bom zagueiro revelado pelo Vitória nesse tipo de jogada. Muito técnico com a bola e bem articulado nas entrevistas, David Luiz parece confiar em si próprio mais do que deveria. A ponto de questionar os jornalistas que nunca jogaram futebol e que, segundo ele, não poderiam criticá-lo.

Gary Neville, que jogou por duas décadas no Manchester United, bem definiu David Luiz: “ele parece controlado por uma criança de 10 anos jogando Playstation”. Mesmo com 25 anos e algumas temporadas na Europa, David não sabe potencializar seu talento ao tomar as decisões erradas nas horas erradas. Dá o bote quando deve cercar, se antecipa quando precisa recuar e, principalmente, joga como camisa 10 em momentos em que só precisa aliviar. As falhas com o Chelsea, diga-se, são mais constantes que na seleção.

A confiança que domina David Luiz em excesso, por sinal, já foi observada por vários treinadores que trabalharam com o vascaíno Dedé, seu reserva imediato mas que teve uma temporada de muitos problemas. Leandro Castán, ainda que um patamar abaixo dos dois citados, é outro com boa qualidade para a saída de bola e que teve poucos erros nesse fundamento em um ano e meio como titular do Corinthians. Mano deve acompanhar sua progressão no futebol italiano com um olhar atento.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Kleina, Denoni e Vieira




“Eu não faço milagre. Na base não tem jogadores bons. Como vou colocar um jogador que não sabe chutar com o pé direito? Eles não são a solução”. Foi mais ou menos com essas afirmações que Luiz Felipe Scolari definiu o trabalho de formação do Palmeiras em setembro do ano passado. Em sua falta de legado para Gílson Kleina estava o não aproveitamento dos jovens nomes. Que historicamente não produz, mas que evoluiu demais a partir da gestão Luiz Gonzaga Belluzzo. Uma evolução que Felipão não percebeu – ou não quis perceber – em dois anos, mas que Kleina já sabia antes mesmo de chegar.

João Denoni e Patrick Vieira foram os jovens que mais impressionaram o ex-treinador da Ponte Preta durante confronto com os reservas do Palmeiras no início do Campeonato Brasileiro. Ao chegar no novo clube, Kleina avisou que contava com ambos, e a resposta foi rápida. João Denoni, 18 anos, desarma mais que Correa ou João Vítor, e se apresenta para o jogo com mais qualidade que Márcio Araújo. Com o tempo, Denoni poderá dizer se era um jogador de grandes virtudes. Mas já tem o suficiente para jogar no time palmeirense de hoje.

Patrick Vieira declara ao Estado de S. Paulo desta sexta-feira: “claramente o Felipão não gostava de escalar os garotos”. Foi sobre ele que o treinador, certa vez, declarou que não sabia chutar de pé direito. Com Kleina, ele trabalha perto dos volantes como Valdivia não trabalhava e se entrega como Daniel Carvalho não consegue fazer. Tem qualidade e se desloca por todo o campo. Na mudança de 4-3-1-2 para 4-2-3-1 que foi feita pelo novo treinador, se encaixou como uma luva. Patrick Vieira fez ótimos jogos nas vitórias contra Bahia e Cruzeiro.

Mesmo com poucos desfalques e a providencial volta de Wesley aos titulares, Gílson Kleina não irá abrir mão da dupla Denoni-Vieira no jogo em que o Palmeiras tentará dar novo sinal de vida a cinco rodadas do fim do Campeonato Brasileiro. Em Porto Alegre, contra o Internacional, no sábado. A missão segue complicada, apesar das quatro vitórias que Kleina já conseguiu. Entre outros motivos, por que teve coragem para rejuvenescer o time em meio à crise, o que Felipão não conseguiu em mais de dois anos de trabalho.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Shakhtar faz jogo modelo para Corinthians enfrentar Chelsea


No sábado, Geraldo Delamore, auxiliar de Tite, aproveitou a folga por Londres e foi seguir de perto a vitória do Chelsea sobre o Tottenham, por 4 a 2, em White Hart Lane. Se Delamore pudesse, também deveria ter ido até a Donbass Arena de Donetsk,  nesta terça-feira. Foi lá que o Shakhtar provou viver grande fase, fez 2 a 1 sobre o atual campeão europeu e deixou lições importantes para o Corinthians enfrentar o Chelsea em uma possível (ou provável) final do Mundial de Clubes em dezembro. 

A mais importante das percepções foi de que o estilo de jogo, a formatação tática e algumas peculiaridades do time ucraniano têm muito a ver com o Corinthians de Tite. Apesar de vencer por 2 a 1, o Shakhtar Donetsk teve amplo domínio, merecia placar mais dilatado e se impôs a ponto de escancarar deficiências do Chelsea remodelado pelo treinador italiano Roberto Di Matteo. Explorar essas fragilidades  dos ingleses é um ponto a ser incluído nas estratégias do técnico corintiano. 


A começar pela instabilidade de David Luiz e Terry, que compõem o miolo de zaga de maneira pouco segura, em especial pela proteção deficiente da segunda linha. Desenhado em um 4-2-3-1, o Chelsea não tem em Lampard e Mikel dois volantes de boa pegada e a recomposição de Hazard, Mata e Oscar (geralmente dois deles jogam com Ramires) é pouco combativa. Adiante de todos está Fernando Torres, que está distante de recuperar a boa forma depois da saída de Drogba para a China. Raramente consegue criar e mais atrapalha que ajuda. 

Líder do Campeonato Inglês, o Chelsea está longe de ser um bicho papão como foi o Barcelona para o Santos há um ano. Evidente que os Blues têm um meio-campo tecnicamente muito qualificado, elenco extremamente competitivo e ainda Petr Cech em seus melhores dias, entre outras virtudes. Mas o Shakhtar, por sua vez, dominou por completo com uma imposição comum aos jogos do Corinthians no título invicto da Copa Libertadores. 

Também posicionado em 4-2-3-1, o líder do Campeonato Ucraniano (21 vitórias seguidas) e de seu grupo na Liga dos Campeões (com Chelsea e Juventus) joga com impressionante poder de compactação na defesa e no ataque, tem uma linha defensiva estável e muita disposição para o desarme e a chegada à frente em velocidade. Willian, formado no Parque São Jorge, é o dono do time. Fernandinho e Hübschmann, os volantes, funcionam de forma idêntica a Paulinho-Ralf. No segundo gol contra os ingleses, o volante brasileiro do Shakhtar rouba a bola no meio, tabela e aparece na área para concluir. Um gol com a cara de Paulinho e de Corinthians. 


O Corinthians tem mais seis jogos até sua viagem para o Mundial de Clubes e questões importantes a definir sobre como irá se formatar no último terço do campo. Desde a Libertadores, Tite utilizou diversas estratégias e jogadores, mas apenas Danilo e Emerson parecem titulares - ainda assim, podem jogar em dois ou três setores diferentes. Dar uma boa olhada em Shakhtar x Chelsea certamente será importante para o treinador corintiano. 


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A vila mais famosa não pode mais viver só da fama


Oito minutos foi o tempo que Rafael Marques, desacordado, demorou para chegar da grande área do Atlético-MG até a ambulância parada próxima ao gramado da Vila Belmiro. De maca móvel. Se Rafael tivesse sido vítima de um ataque cardíaco (toc toc toc...), seria o tempo suficiente para perder a vida. Felizmente, santistas e atleticanos perderam só o jogo, totalmente sem clima competitivo depois do acidente com o zagueiro do Galo e arrastado até o fim em 2 a 2. 

Salutar que o Santos tenha admitido a culpa no episódio e tomado providências imediatas, ao cuidar da rápida construção de uma rampa de acesso ao gramado. Serve sim como atenuante o fato de que vistorias foram realizadas pelas autoridades competentes (serão mesmo?) e que o problema, mais claro impossível, não foi identificado. Mas não pode parar por aí. 

Os terríveis oito minutos são novas evidências sobre a incapacidade para receber jogos de futebol, e para esse tipo de análise é preciso deixar o valor sentimental em segundo plano. Da mesma forma como a Gávea, as Laranjeiras, o Parque São Jorge e até o Estádio Olímpico (em 2013) não recebem mais. Os problemas são dos mais diversos, como acesso ao estádio, pontos cegos em praticamente todas as arquibancadas, insegurança para os profissionais dentro de campo e infraestrutura paupérrima para os visitantes. Para quem duvida, fica a recomendação de um passeio pelo vestiário número dois da Vila Belmiro. Por onde, inclusive, a imprensa só tem acesso depois de atravessar o campo (!). 

As dificuldades de trabalho para os jornalistas, na verdade, mereciam um capítulo à parte, mas não vêm tanto ao caso e não são prioridade. O próprio Santos aflige suas possibilidades de faturamento em um estádio tão pouco hospitaleiro, onde os números provam que seu torcedor cada vez menos tem vontade de frequentar e onde já não é possível sediar as partidas mais importantes. Até o trânsito da cidade (aqui escreve um morador de Santos) sofre o impacto da falta de obras para quem chega de São Paulo e enfrenta tráfego terrível, às vezes superior a uma hora de espera, de Cubatão até a Vila. 


Ninguém contesta de que a vila mais famosa do mundo registra alguns dos capítulos mais lindos da história do futebol do planeta. Parte disso, inclusive, está contado no belíssimo e cativante Memorial das Conquistas, construído sob as arquibancadas da própria Vila. Maracanã e Wembley, possivelmente os dois maiores templos do esporte bretão, já se adequaram ao futuro, o que a arquitetura não é capaz de fazer pelo estádio do Santos. Em tempo de mudanças drásticas no sentido do que são eventos esportivos no País, a direção santista está vagarosa. 




quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Neymar, o calendário e o Brasileiro subestimado


Pela segunda vez neste semestre, Neymar deve jogar duas partidas em um intervalo de 48 horas.  Na verdade, menos que isso. Foi destaque na vitória sobre o Japão com a Seleção Brasileira, em partida que acabou por volta das 11h de Brasília. Tentará (a notícia ainda não é oficial, mas ele deve jogar) também ser destaque contra o Atlético-MG na noite desta quarta-feira, na sua Vila Belmiro. Um intervalo de 33 horas para recuperação, em que metade foi gasta no trajeto Breslávia-Santos. Na chegada, pela manhã, ele acusou cansaço. Onde está o Sindicato dos Atletas Profissionais?

Difícil, muito difícil, criticar o Santos neste caso. Essa seria a 35ª partida em menos de dois anos em que o clube que paga os salários de Neymar não iria colocá-lo em campo por conta da Seleção Brasileira. Efetivamente, a cada quatro jogos em que escala o time desde 2011, Muricy Ramalho não tem seu principal jogador em um.

O mesmo Muricy merece críticas pelas dificuldades em remodelar o time para o segundo semestre, mesmo com 11 reforços, e até a diretoria pela falta de qualquer plano B para Neymar. Mas o impacto das ausências do jogador é direto na fraca campanha do Santos no Campeonato Brasileiro. Neymar esteve em 10 rodadas, nas quais a equipe santista teve seis vitórias, três empates e uma derrota. Esse aproveitamento de 70%, por mais que represente um recorte de toda a competição, daria a vice-liderança ao Santos.

Também não critique Mano Menezes pelas convocações, afinal o papel do treinador da Seleção é esse. Critique então o modelo de calendário, que já foi anunciado sem mudanças nesse sentido pela CBF para 2013. Sem as datas Fifa, perdem os clubes e perde o Campeonato Brasileiro, que não teve seu melhor jogador em campo em 16 rodadas por causa da Seleção. Quase metade do Brasileirão! Imagine o Campeonato Espanhol sem Messi ou Ronaldo por 16 rodadas, o Inglês sem Rooney, o Francês sem Ibrahimovic.

Da mesma forma como jogou a favor do campeão Corinthians em 2011, o calendário cheio de particularidades joga a favor do líder Fluminense no Brasileiro. O time de Abel Braga joga com força máxima desde a segunda rodada, pois saiu cedo da Libertadores (Corinthians e Santos, não), raramente perde jogadores importantes para as seleções da América do Sul e também não teve baixas durante uma surreal janela de transferências em meio à competição.

Diante desse quadro, não é necessário nenhum exercício de futurologia para imaginar que Santos, Corinthians,  Internacional e até Coritiba e Palmeiras poderiam ter melhor sorte se o Campeonato Brasileiro fosse como deve ser. Sem coincidência de datas com Copa do Brasil e Libertadores nas primeiras rodadas. Sem concorrência com as seleções. Sem janela de transferências no meio da competição. Para a CBF, impossível. Para o resto do mundo, natural.

Publicado no blog do Mauro Beting

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Os líderes e os gols no apagar das luzes



Os torcedores mais pessimistas já haviam ido embora, mas Leonardo, Gum e Bruno Mendes mudaram os rumos da 30ª rodada do Campeonato Brasileiro com gols marcados quando as luzes já estavam perto de apagar no Estádio Independência, em São Januário e no Estádio Olímpico. O Atlético-MG ainda se permite o sonho do título brasileiro, o Fluminense respira confortável com vantagem de nove pontos e o Grêmio já joga a toalha na luta pela ponta. Sinais de que a partida de futebol, de fato, só termina quando acaba. 

Ironia do destino para o imortal Grêmio, que é justamente  a equipe que mais marcou após os 40 minutos do segundo tempo: em 30 rodadas, foram sete gols na reta final. Alguns decisivos, como o de André Lima diante do São Paulo no Morumbi. Ou os de Souza e Marcelo Moreno que garantiram vitória contra o Bahia, há 16 rodadas. Imperdoável o cochilo na frente do impetuoso jovem Bruno Mendes, ex-Guarani, reforço que chega tarde para o Botafogo. O gol de Bruno custou dois pontos para os gremistas. 

A exemplo de Bahia, Corinthians e Náutico, a dupla de líderes do Campeonato Brasileiro também chegou a seis gols após os 40 minutos na edição 2012. O Atlético-MG subiu nesse ranking graças a Leonardo, que contou com uma açucarada assistência do raçudo Bernard aos 46min. Gols no  fim, de fato, marcam a trajetória atleticana, iniciada no Brasileiro com gol de Escudero, no apagar das luzes contra a Ponte Preta, e triunfo por 1 a 0. Por sinal, ninguém faz tantos gols assim como o argentino, que também marcou contra Náutico (aos 47 min) e Inter (aos 46 min). 

Para empatar com a Ponte Preta, o time de guerreiros tricolores teve o trágico auxílio de Nielson  Nogueira Dias e um pênalti vergonhoso, mas a virada justificou o apelido aos valentes jogadores do Fluminense. Gum fez de cabeça aos 42min, o que também foi o sexto gol do Flu na reta final das partidas desta Série A. Contra a própria Ponte, há um turno em Campinas, Fred virou aos 45min e decretou uma idêntica vitória por 2 a 1. 

Ninguém neste Brasileiro sabe tão bem quanto o pontepretano que não se deve deixar o estádio antes do apito final. A Ponte sofreu incríveis 11 gols após os 40min do segundo tempo. Sem eles, seria a sexta colocada. Com eles, é o time que mais cai de rendimento desde que perdeu Gílson Kleina. Menos mal que o Brasileiro parece quase definido, com Fluminense campeão e Palmeiras na Série B. Mas espere tudo acabar. É uma boa lição deste domingo. 

Crédito foto: Dhavid Normando - Photocamera

Publicado no blog do Mauro Beting

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Kaká para os garotos


Quase nunca deram certo, para Kaká, as tentativas de encaixá-lo à função de ponta. Nenhuma delas foi contra um adversário tão fraco quanto o Iraque de Zico, vencido por 6 a 0 pelo Brasil de Mano Menezes nesta tarde de quinta-feira. O que importa é que o personagem do jogo – sem o peso da camisa 10 que cai redonda em Oscar – foi muito bem, obrigado.  Aberto pela esquerda, livre para se mexer e com boas companhias, Kaká deu uma sinalização inicial de que ainda pode oferecer peso à seleção brasileira.

Com a camisa 8 que o acompanhou em vários grandes momentos da carreira, se mostrou disposto para se adaptar ao novo papel. Buscou o jogo por dentro, fez jogadas de flanco e acertou duas boas finalizações de esquerda – na segunda delas, ampliou o placar em Malmö. A explosão que lhe transformou em maior do mundo, é provável, ele nunca mais deve ter. Mesmo sem ser tão fantástico quanto no passado, como costuma lembrar Mano, jogadores como Kaká ainda podem acrescentar bastante. E o Brasil precisa encontrar algum desses.

Pela experiência de quem tem três Copas do Mundo no currículo e 28 gols pelo Brasil, de quem impõe respeito ao marcador rival, de quem pode tirar soluções contra defesas mais fechadas e adversários mais compactos. Kaká sabe o que é um vestiário de Seleção, sabe o que é ser vaiado e não dar bola e ainda tem poder de definição. Seria melhor ter mais minutos em outro clube além do Real Madrid, onde Özil, Di María e agora Modric estão hoje um patamar acima. Mas não dá mais para esperar tanto por isso…

Entre boas indicações e alguns descartes, a Olimpíada deixou claro no ar o quanto a cobrança pela medalha de ouro atrapalhou o time brasileiro, o que faz Mano apressar a busca por nomes mais experientes à equipe. Casos de Diego Alves, Paulinho, Ramires e Hulk, ainda que sem uma Copa do Mundo nas costas. Robinho é reserva no Milan e Ronaldinho já teve sua chance.  O momento é de pensar mesmo mais em Kaká, que começou 2012 em alto nível e teve um fim de temporada ruim.

Passada a sequência de adversários fraquíssimos, o Brasil de Mano mira Japão e Colômbia, um degrau acima, e começará 2013 diante da Inglaterra, em Wembley. Uma estrutura de time, enfim, parece se formar. Seja ponta ou na meia, Kaká pode conquistar seu espaço. Ainda há vagas.

* Publicado no blog do Mauro Beting

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A superação do melhor goleiro do Brasileiro



Superar as dores depois de pancada involuntária de Vagner Love no clássico Fla-Flu não foi lá grande problema para o melhor goleiro do Campeonato Brasileiro 2012. Diego Cavalieri, herói do domingo, está acostumado a superações. São a sua marca, na verdade. Desde o Palmeiras, quando superou anos de espera para ser titular, foi à Seleção e depois, pela sombra do craque-bandeira Marcos, voltou à reserva mesmo sem jogar mal. E aí continuou...

Diego foi para a Inglaterra atrás do sonho de brilhar na Europa, mas encontrou outro craque-bandeira de também poucos cabelos e grandes defesas. Pep Reina jamais concedeu espaço a Cavalieri. No fim da janela, buscou a sorte no Cesena, por empréstimo, mas o banco de reservas aguardava por ele mais uma vez. Antonioli começou o Italiano como titular, fechou o gol e fechou as portas para o brasileiro. Diego Cavalieri era o maior investimento do modesto time que virou sensação, mas não jogou. 

Mais provações para Diego na chegada ao Fluminense, naturalmente marcada por falhas de quem não jogava partidas em sequência havia tantos anos. Ricardo Berna, longe de ser um Marcos, um Reina, voltou à meta empurrado pelos vacilos de Diego e pelo moral que tem no vestiário tricolor. Mas Diego Cavalieri se superou para ser, enfim, o número 1 incontestável. Ninguém há de contestar seu Campeonato Brasileiro de 2012. 

Os números Footstats dão o tom: melhor defesa da competição, o Flu é curiosamente o terceiro time que mais exige de seu goleiro. Diego Cavalieri, com 3,9 defesas em média após 25 partidas, tem os melhores números da posição. É responsável direto pela liderança cada vez mais consolidada.

Foi assim diante de um Flamengo louco por vitória e que ficou louco com tantas defesas. Diego barrou Ibson em lance decisivo, parou pênalti de Bottinelli e cabeçada à queima-roupa de Nixon. Em dia de nova assistência de Deco e outro gol de Fred, Diego Cavalieri foi quem mais se superou. Também foi quem mais brilhou.


Crédito da foto: Dhavid Normando - Photocamera

Postado no blog do Mauro Beting

sábado, 29 de setembro de 2012

Raça, Love e paixão*



Os jogos remarcados marcaram aquele Campeonato Brasileiro 2007. Entre agosto e setembro, o Flamengo teve de jogar 15 vezes e iniciou uma impressionante arrancada que começou próxima da zona do rebaixamento e terminou com a vaga na Copa Libertadores. Com grandes defesas de Bruno (pois é), a liderança de Fábio Luciano, os apoios de Léo Moura e Juan, os gols de Souza e a bola redonda de Ibson. O comando salvador de Joel Santana. Com o Maracanã, aliado de todas as horas. Com o marcante "raça, amor e paixão, oh meu Mengo". 

A noite da última quarta-feira fez lembrar 2007 no Rio de Janeiro. Era o Engenhão, mas o canto que surgiu há cinco anos ainda estava ali em jogo remarcado. Dorival Júnior, a exemplo de Joel, teve um início difícil mas parece ter achado a mão. Contra um Atlético-MG que quase sempre traz boas vibrações, o Flamengo se fortaleceu, marcou de maneira impressionante e jogou de forma coletiva, ainda que nem tão organizada. Com a fibra e a concentração dos gringos Cáceres e González, a presença de espírito de Liedson, Léo Moura na meia esquerda, o corredor Wellington Silva e até um novo Cléber Santana depois de nove meses redentores com o Avaí. 

Mas nada comparável a Vagner Love. Intenso, solidário, desta vez preciso e, principalmente, decisivo. Homem de 23 gols na temporada, de 25 jogos em 26 rodadas do Brasileiro e que joga pelo time, por ele e pela torcida. Que viveu, com a Seleção no Maracanã, nas Eliminatórias, momentos difíceis. Mas que, apesar do passado na base do Vasco, nasceu para vestir rubro-negro e ainda tem muito a dar pelos rubro-negros. 

A reação parece ter chegado tarde demais, mas o flamenguista tem o direito de sonhar como sonhou e realizou em 2007. A 10 pontos da quarta posição e com 12 rodadas por fazer, jogar a Libertadores 2013 parece algo muito distante. Mas é um Brasileiro que parece ter apenas três equipes, com Fluminense, Atlético-MG e Grêmio. Quem sabe o Fla, da raça, da paixão e de Love, seja o quarto. A vaga está aberta.

Foto: Alexandre Loureiro - Vipcomm

Publicado no Blag do Mauro Beting

Do Olheiros: Santos e a forçada de barra com Gabigol


Entrevistas, fotógrafo e multa rescisória superior a R$ 100 milhões apenas para chamar a atenção. Tudo isso para que Gabriel Barbosa, o Gabigol, assinasse o primeiro contrato profissional, aos 16 anos, na tarde desta terça-feira. Nem mesmo funcionários importantes da base do Santos, e que convivem diariamente com Gabriel há anos, concordam com a atitude da direção santista. 

Como em outros momentos, o Santos tenta pautar parte da mídia diante de uma fase bastante ruim do ponto de vista administrativo. O elenco profissional se desfez como cabana na areia desde a queda na Copa Libertadores, o time sequer atinge o top 10 do Campeonato Brasileiro e o caríssimo Muricy Ramalho tem duas vitórias sem Neymar na competição. E ainda tinha o caso Ganso...

Com ações que vão de encontro à ética, a direção santista tentou até onde pôde e conseguiu transferir a Paulo Henrique Ganso todo o ônus da transferência para o São Paulo. A obsessão de transmitir à torcida que Ganso desejava sair só foi completada quando ele próprio, contra a parede, pediu para deixar a Vila Belmiro na última quinta. E aí surge Gabigol. 

Diante de investida fortíssima do São Paulo para também contratá-lo, o Santos contrariou até uma própria política para manter Gabriel Barbosa, que agora tem 40% de seus direitos econômicos. Há não muito tempo, vale lembrar, a direção santista publicou matérias em que se vangloriava de ter 70 ou 80% dos direitos de todos os jogadores da base. De Gabigol, tem 60%. 

O diagnóstico interno, de quem convive com Gabriel no dia a dia, também é de que o jogador foi superestimado – ou mesmo usado como remédio contra a crise - pela diretoria. As informações dão conta de um possível ótimo jogador, quem sabe grande. Mas nada que justifique tanta badalação por conta da assinatura de um contrato. Nada a ponto de ser a “next big thing” do futebol brasileiro. 

Mesmo após ser a principal figura no título da Copa Brasil Sub-15 no início do último ano, Gabriel Barbosa foi deixado de lado e teve pouco espaço nas convocações de Marquinhos Santos para a seleção brasileira. Não foi ao Sul-Americano da categoria e, na transição infantil-juvenil, na Vila Belmiro, teve muitas dificuldades. Chegou a sentar no banco de reservas. 

O diagnóstico da comissão técnica santista, que também havia trabalhado com ele na categoria sub-15, era de que Gabriel não teria grandes chances de virar um jogador de ponta caso continuasse a jogar como meia. A falta de uma leitura de jogo qualificada e capacidade de organização foram razões para que Gabigol virasse atacante em 2012. Com força física e grande poder de definição, ele é internamente comparado a Hulk, e não a Neymar. Subiu de produção novamente. 

O caso de Gabriel remete a outros em que a direção santista tenta proclamar seus talentos da base, que não são poucos, como se eles fossem colhidos em árvores plantadas na Rua Princesa Isabel, bem diante da Vila Belmiro. O mesmo Santos, vale lembrar, que perdeu dois titulares importantes de sua geração /96 – um deles para o São Paulo - e ainda dispensou o terceiro por grandes suspeitas sobre sua documentação.


Foto: Bruno Giufrida - Santos FC

sábado, 22 de setembro de 2012

Ganso é 8


Meu pai é do tempo que camisa 8 é uma coisa e o 10 é outra. E isso me ensinou cedo. Entender que são funções que se completam exige uma volta no tempo, ao 4-2-4. Um volante, um armador (número 8), dois pontas, um ponta de lança (número 10) e um centroavante. É diferente como Didi e Pelé, como Dudu e Ademir da Guia. Em fase de transformações profundas, Paulo Henrique Ganso tentará se redescobrir no Morumbi com um número diferente às costas.

Definido como camisa 8, buscará o futebol que as lesões, as desavenças e as teimosias dele levaram na Vila Belmiro. Com as presenças de Jadson, Lucas e Luís Fabiano como elementos praticamente indispensáveis, Ganso deve mesmo, e cada vez mais, ser mais 8 que 10. É assim que ele gosta, inclusive.

Muricy Ramalho, em uma de suas frases feitas, dizia querer Ganso sempre na área, para finalizar e definir. Como camisa 10. Ganso prefere armar o jogo mais distante, encontrar o passe perfeito na intermediária ofensiva e, assim, também não ter de retornar tanto para fechar os espaços. Ganso prefere ser o 8.

No Morumbi, o melhor passador do futebol brasileiro tentará fazer passar também as incertezas que ele próprio deixou surgir desde sua fatídica lesão no Estádio Olímpico naquele fim de agosto, há dois anos. A transferência de R$ 23 milhões só aconteceu porque Ganso, enfim, se posicionou. Disse não à tardia boa oferta do Santos. Disse não ao Grêmio. Disse sim ao São Paulo. Disse “quero partir” aos santistas. Resta dizer “quero ser novamente um craque”. Um craque de camisa 8 e de futebol nota 10 que meu pai e toda sua geração sentem saudades.

* Publicado no blog do Mauro Beting

Crédito da foto: site oficial do São Paulo

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Do Olheiros: São Paulo contrata em atacado

Deu a louca em Cotia
Insatisfeito com times sub-20 e sub-17, São Paulo contrata mais de 10 reforços para a base

Até bem pouco tempo, o São Paulo se dizia um clube de exceção à regra que domina as divisões de base do Brasil: “enquanto os outros contratam aos 16, 17 e até 18 anos, nós formamos desde os 14”, afirmava a direção de Cotia, orgulhosa de sua formação e de seu processo de captação com escolinhas conveniadas pelo país. Nos últimos dias, depois de capitalizar o terceiro fracasso em grandes competições no ano, o clube radicalizou.

Segundo contabilidade do Olheiros em monitoramento do BID, na CBF, são 14 reforços confirmados de jogadores que chegam com idade para a próxima Copinha. Os mais badalados atuam no meio-campo: Robertinho, volante /96 ex-Vitória e que deixou o Santos recentemente, e Lucas Evangelista (foto), um dos três provenientes do Desportivo Brasil. Até a categoria sub-15, Lucas jogava pelo próprio São Paulo.

Há razões bastante claras para a investida voraz dos são-paulinos ao mercado da base: com João Schmidt, Rodrigo Caio, Lucas Farias, Luiz Eduardo, Henrique Miranda e Ademílson entre os profissionais, além da negociação de Lucas Piazon com o Chelsea, pouco restou de qualidade às gerações /93, /94 e /95. “Quem tem potencial, não está comprometido. Quem está comprometido, não tem qualidade”, disse à coluna uma das lideranças em Cotia.

Ciente das fraquezas, René Simões destacou quatro observadores para fazer uma varredura na última Taça BH. Vários dos nomes contratados provêm desse monitoramento: Victor Juffo e Tiago Moura, da linha ofensiva do Rio Branco-ES, foram responsáveis pelo maior vexame são-paulino, batido por 2 a 0 diante da equipe capixaba. Do Guarani também chegam a Cotia o volante Eduardo e o atacante Adelino, que pegaram os são-paulinos em Minas. Adelino, aliás, era desejo antigo do São Paulo e assinou o vínculo mais longo, até 2017.

Na sequência de Fábio Lima, que pertencia ao Icasa e veio para os juniores via Atlético-GO em julho, a direção de Cotia ainda buscou o meia e lateral Bismarck. Da Bahia, chegam Joelton, meia que também já atuou no Cruzeiro, e Gustavo Nunes, goleiro. Do rival Palmeiras, o zagueiro Guilherme Almeida, titular na última Copa São Paulo. O arrastão são-paulino ainda contou com a formalização de parceria com a Traffic.

Do Desportivo Brasil chegam o zagueiro Diego Carlos e o lateral e volante Daniel Chula, que também participaram da última Copa São Paulo. E ainda retorna Lucas Evangelista, o negócio mais badalado: meio-campista de grande técnica, joga de armador ou volante, fez estágio no Manchester United e tem uma perna esquerda rara. Seu contrato é de dois anos e tem potencial de seleção brasileira.

Caçula da lista, o /96 Robertinho chegou do Santos há poucos dias depois de se recusar a assinar o contrato profissional. Foi mais um jogador do time campeão brasileiro sub-15 a partir da Vila Belmiro – Gabriel Barbosa, o Gabigol, ainda não fechou o acordo. Volante técnico, mas com fama de pouco competitivo, Robertinho será submetido ao processo de formação do São Paulo para não ser um novo Casemiro.

As contratações em atacado, com mais de um time de reforços, deixam uma mensagem a nomes como Allan, Arthur, Mirrai e outros que devem perder espaço, mas também alimenta a competição que tanto falta em Cotia. Servem, ainda, como a assinatura de um atestado de incompetência após eliminações vexatórias na Copa São Paulo, na Taça BH e no Paulista Sub-17, todas em 2012. O São Paulo jogou a toalha: só formar não é o bastante.

Firulas

#1
Relação completa, com ano de nascimento. Contribuição do colega Jonatan Androwiki

Daniel Chula – volante e lateral-direito – ex-Desportivo Brasil – 1993
Lucas Evangelista – volante e meia – ex-Desportivo Brasil – 1995
Diego Carlos – zagueiro – ex-Desportivo Brasil – 1993
Adelino – atacante – ex-Guarani – 1994
Eduardo – volante – ex-Guarani – 1995
Guilherme Almeida – zagueiro – ex-Palmeiras – 1993
Bismarck – meio-campo – ex-Icasa – 1993
Gustavo Nunes – goleiro – ex-Bahia – 1994
Joelton – meia – ex-Bahia – 1993
Andinho – atacante – ex-Villa Nova-MG – 1994
Victor Juffo – meia – ex-Rio Branco-ES – 1993
Tiago Moura – atacante – ex-Rio Branco-ES – 1993
Uira de Oliveira – zagueiro – ex-Madureira – 1993
Robertinho – volante – ex-Santos – 1996

#2
Mais uma semana se passou e a CBF segue sem se posicionar para os cargos vagos após as saídas de Ney Franco e Marquinhos Santos. Faltam menos de quatro meses para o Sul-Americano Sub-20 e há grande preocupação pela falta de um comando na categoria. O principal motivo para o temor é a falta de jogadores decisivos depois da leva com Neymar, Oscar e Lucas. O trabalho de um treinador será fundamental na caça ao tetracampeonato continental.

A camisa 9 persegue Luís Fabiano


Com 21 gols, Luís Fabiano foi o artilheiro da era Dunga à frente da Seleção. Fez uma ótima Copa do Mundo na África do Sul, mas nunca mais voltou a vestir a camisa amarelinha. Nesta quarta-feira, contra a Argentina, tem a primeira chance com Mano Menezes. Se a chance para ele é grande, maior ainda é para Mano: encontrar um camisa 9 experiente, confiável e que aumente a faixa etária do ataque.

É verdade que Leandro Damião foi o artilheiro da Olimpíada e tem números importantes, mas a questão que parece perseguir Mano é: será possível ganhar a Copa do Mundo com apenas garotos como Neymar, Lucas, Oscar e Damião, todos abaixo dos 23 anos? O fato é inédito na história dos campeões mundialistas e, ao aumentar o espaço para Hulk no time, o treinador também parece se dar conta disso. Luís Fabiano é o 15º atacante chamado por Mano.

Ele reestreia contra um adversário que traz boas lembranças: foi contra os argentinos, em setembro de 2009, que Luís marcou seus dois gols contra o maior rival brasileiro e venceu por 3 a 1, em Rosário. O Fabuloso oferece seu espírito brigador, profundidade ao ataque, exímio poder de finalização e até uma dose de malandragem que falta a todos seus concorrentes. Jogará com Jadson e Lucas, que lhe deram respectivamente sete e três assistências para os gols com o São Paulo no ano.


As maiores interrogações são sobre suas condições físicas, afinal terá 33 anos na Copa do Mundo de 2014 e, só nesta temporada, perdeu 21 jogos por conta de lesões. Quando está em campo, é letal: fez 25 gols em 31 jogos neste ano – só perde para o santista Neymar e Souza, do Bahia. No Brasileirão, a cada quatro finalizações, faz um gol. Pode ganhar a 9 da Seleção a partir desta noite.


* Publicado no blog do Mauro Beting

Foto: Vipcomm

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Os cinco coroas da Liga dos Campeões*




Manchester City
Roberto Mancini tem time já bastante maduro um elenco ainda mais qualificado à disposição. Chegaram os brigadores Rodwell e Javi Garcia, e se foi o briguento De Jong. Maicon e o sérvio Nastasic chegaram do futebol italiano para dar mais boas opções defensivas ao treinador que também é italiano e tenta fazer o City chegar ao mata-mata. Se deram vexame na última temporada quando jogaram fora da Inglaterra, os Citizens voltam a um grupo duríssimo pela segunda edição seguida e dividem chave com Real Madrid, Borussia Dortmund e Ajax.

Juventus
A campeã nacional invicta entra muito mais por uma cota que quase sempre deve ser ofertada aos italianos do que pela força dos clubes de seu país nesse momento. Pela primeira vez com apenas três vagas na Liga dos Campeões, que viraram duas após o vexame de Maicosuel e da Udinese, a Itália sabe que só pode apostar fichas na Juventus. As referências, Pirlo e Buffon, novamente terão seus fôlegos testados, mas contam com o vigor de Marchisio-Vidal no meio e da boa zaga a três com Bonucci-Barzagli-Chiellini. Antonio Conte, suspenso, pode receber Fernando Llorente em janeiro.

Bayern de Munique
Apesar da traumática derrota para o Chelsea em maio, o Bayern não fez destruições em cima de sua tragédia. Pelo contrário, só agregou: reforços como Shaqiri, Dante, Pizarro, Mandzukic e especialmente Javi Martínez, o zagueiro-volante de 40 milhões de euros, se somam ao talentoso elenco de Jupp Heynckes, que também tem voto de confiança. A cobrança será forte e os bávaros têm capacidade para voltar à decisão, mas esperam que o coração do time, Bastian Schweinsteiger, deixe os problemas físicos para trás. Schwein é o jogador que transforma o time, que a 100% pode dar a Europa ao Bayern.

Barcelona
A ordem azul-grená é não mexer no que dá certo, apesar dos títulos perdidos na última temporada – ainda assim, vieram a Supercopa da Espanha, a Supercopa da Europa, o Mundial de Clubes e a Copa do Rei. Tito Vilanova chega para manter o que ajudou Pep Guardiola a fazer nos últimos quatro anos e os reforços de Song e Jordi Alba são convenientes a um clube com problemas financeiros. Com oito gols após seis jogos na temporada, Lionel Messi já dá demonstrações de que pouca coisa mudou, a não ser o fato de que Iniesta foi eleito o melhor da Europa. O grande e velho Barça vai novamente brigar nas cabeças.

Manchester United

A mensagem do Manchester City foi clara: a exigência aumentou na Inglaterra. Por isso, e com vexame na última edição da Liga dos Campeões, o United gastou de verdade para tentar vencer por méritos e não só pela fantástica competitividade e cultura de vitória que tem sobre os adversários internos. Kagawa e principalmente Van Persie são os acréscimos de mercado e ótimo Cleverley também volta de lesão. É claro que Ryan Giggs, Paul Scholes, Wayne Rooney e Alex Ferguson asseguram o mesmo Manchester de quase sempre. Duro de ser batido e que não precisa encantar para ganhar. Com facilidades no Grupo H com Galatasaray, Cluj da Romênia e Braga.

* Originalmente publicado no Blag do Mauro Beting

Imagem: Football Wallpapers.com

O legado de Liedson para os gols corintianos no clássico



Juninho e João Vítor foram profundamente infelizes, como já têm sido. Mas há méritos quase imperceptíveis nos dois gols corintianos que deixam o Palmeiras a oito pontos de distância para a fuga do rebaixamento. Eles passam pelo pé direito de Romarinho e pela cabeçada de Paulinho, além das incríveis oito defesas de Cássio. Mas passam também por Liedson. 

No Paulista de 2011, se formava o embrião do trabalho que efetivamente pode ser atribuído a Tite - não a perda do título em 2010, tampouco a queda para o Tolima. A comissão técnica dispunha Jorge Henrique, Morais e Dentinho no 4-2-3-1, mas quem trazia a principal célula para o DNA do novo Corinthians era Liedson, recém-chegado de Portugal. 

No ápice da forma técnica, mental e principalmente física, ele desarmava de maneira dedicada. As bolas roubadas à frente, percebeu a comissão corintiana, invariavelmente viravam gols ou lances de perigo. Vídeos foram compilados para dar sustentação à tese. A final da Liga dos Campeões entre Barcelona e Manchester United, em maio, virou vídeo motivacional para os jogadores. Se Lionel Messi combatia tanto, porque Dentinho, Morais ou Emerson Sheik iriam ficar com as mãos na cintura?

No Brasileiro de 2011, apesar do declínio na reta final, Liedson terminou com média de quase dois desarmes por jogo, índice de volante. Virou exemplo para todos, o que Tite atestou quando perguntou ao grupo quem era o jogador mais admirado, e o Velho, como ele era chamado pelos colegas, venceu com facilidade. O time onde todos marcam se consolidou como o que mais roubou bolas no título nacional, junto do rival Palmeiras. 

No clássico de domingo, o primeiro gol surge de bola que Martínez disputa insistentemente com Maurício Ramos e Romarinho leva de Juninho para marcar. O segundo gol começa com desarme de Danilo, bola com Romarinho, cruzamento de Douglas e gol de Paulinho. Na região ofensiva (ver diagrama abaixo), o Corinthians roubou cinco bolas, mas o Palmeiras só duas. Na intermediária, onde Danilo desarma, mais 15 desarmes corintianos contra 12 palmeirenses. Já surgiu gol assim de Sheik contra o Fluminense, Boca Juniors e São Paulo. De Martínez contra o Santos, de Romarinho contra o Boca e por aí vai. 


A falta de objetivos no Brasileiro limita a participação corintiana, mas ainda assim o time dirigido por Tite só está atrás de cinco equipes que desarmaram mais. Nesse momento, o maior exemplo é Douglas, cuja obsessão pela marcação impressiona: ele toma a bola duas vezes por jogo, acima de qualquer outro jogador da linha de frente. Sinal de que ainda há um pouco de Liedson no Parque São Jorge. 

domingo, 16 de setembro de 2012

Narciso, a demissão no Corinthians e o Palmeiras


O destino prega peças que pouca gente é capaz de imaginar. Ex-juniores do Corinthians, Narciso foi demitido em 19 de junho e irá enfrentar seu último clube menos de três meses depois. Irá buscar também sua própria redenção e o próprio sonho de atuar entre os profissionais: a demissão no Parque São Jorge teve circunstâncias controversas, já que ele havia sido campeão da Copa São Paulo em janeiro e mesmo assim recebia críticas. 

Membros da comissão técnica reclamavam sobre suas faltas e treinamentos cancelados. Mesmo no comando de um clube da capital, Narciso ainda morava em Santos. Reclamava da estrutura precária para a base no Corinthians e também de Tite. Ele se queixava da falta de diálogo com o treinador que enfrenta neste domingo. Queria mais garotos da base no profissional. 

Internamente, Narciso também enfrentava críticas pelo relacionamento muito próximo a empresários e grupos investidores, razão pela qual também saiu do Santos em 2011 após quatro temporadas. Na mudança de presidência, entrou na alça de mira da nova direção. No Palmeiras, em menos de dois meses, ele indicou a contratação de três jogadores dos juniores que jamais chamaram a atenção no Corinthians: Allan Juscelino, Igor Barros e Edílson - o último pertence à DIS e firmou um longo contrato de três anos. 

Narciso, por sinal, aponta Vanderlei Luxemburgo como sua maior fonte de inspiração. Foi com ele, no Santos, que viveu os melhores momentos da carreira antes da leucemia que pôs fim a uma carreira promissora como volante, uma invenção do tempo em que as invenções de Luxa davam mais certo. "Ele mudava tudo com uma substituição", lembra. 

Se Tite vai ao dérbi como o mais duradouro treinador da Série A, há dois anos no cargo, Narciso é o mais breve. São dois dias para tentar reerguer o time de um rebaixamento que ganhou força no Palestra Itália. A diferença de sete pontos - que pode aumentar neste domingo - só foi tirada duas vezes na história dos pontos corridos. Com Adilson Batista no Grêmio (2003) e Cuca no Fluminense (2009).


Foto: Ricardo Matsukawa - Terra

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O fiasco Felipão

Muito pode se dizer sobre a passagem ruim de Luiz Felipe Scolari no Palmeiras. Foram dois fiascos na Copa Sul-Americana, com direito a queda em casa diante do Goiás em 2010, e outros dois no Campeonato Paulista, sem ir à final. No Campeonato Brasileiro, foi 10º em 2010, 11º em 2011 e deixa a equipe desta vez em 19º, a sete pontos da fuga do rebaixamento. 

A Copa do Brasil, primeiro grande título palmeirense em mais de uma década e com méritos do próprio treinador, também pode ser vista por outro prisma: duas equipes de Série A (Grêmio e Coritiba) foram superadas. O orgulho recuperado durou pouco e o elenco, está evidente na Série A, não foi bem construído. 

Duas matérias publicadas por mim, no Portal Terra, ilustram bem a passagem de Felipão: 52% de aproveitamento, o nono índice entre 15 treinadores do clube desde 2001. Ao todo, 35 contratações, das quais 12 já foram liberados e só três renderam lucros. Mesmo com uma base em ascensão nos últimos tempos, Scolari ainda não revelou. Nenhum prata da casa, promovido por ele, fez mais de 10 jogos no time de cima. O investimento em salários supera R$ 15 milhões e, segundo o UOL, ainda foi paga indenização de mais R$ 1 milhão.


Abaixo, as duas matérias.  


FELIPÃO: 52% DE APROVEITAMENTO APÓS DOIS ANOS


Entre 15 treinadores que dirigiram o Palmeiras por no mínimo 10 partidas neste século, Luiz Felipe Scolari, demitido na tarde desta quinta-feira, tem a nona posição no aproveitamento de pontos disputados - no caso, o sétimo pior entre eles. Felipão, que deixa o atual campeão da Copa do Brasil na penúltima posição do Campeonato Brasileiro, comandou a equipe palmeirense em 164 jogos oficiais e seu aproveitamento foi de 52,6%. Venceu 70 jogos, empatou 49 e ainda teve 45 derrotas.

Felipão foi, de longe, o treinador com o maior tempo de trabalho e acumulou 164 partidas no comando, sem contar amistosos. Vanderlei Luxemburgo, em sua passagem no biênio 2008/09, foi quem mais se aproximou em número de jogos, com total de 113. O aproveitamento, entretanto, é bastante superior ao de Scolari, com 59,8% - o terceiro no ranking.

Acima dos dois está Jair Picerni, que disputou a Série B em 2003 e, ao todo, registrou 61,1% depois de 79 jogos no comando. Curiosamente, é justamente o principal cotado para substituir Felipão quem lidera o ranking: Emerson Leão, que levou o Palmeiras à Copa Libertadores via Brasileiro 2005, conquistou 61,4% dos pontos que disputou em sua passagem que chegou ao fim na temporada seguinte.

Felipão ainda é superado por Estevam Soares, Celso Roth, Luxemburgo (na passagem de 2002), Antonio Carlos Zago e Caio Júnior. Ele supera apenas seis treinadores entre os 15: Muricy Ramalho, Tite, Candinho, Levir Culpi, Bonamigo e Marco Aurélio.

Nas três temporadas em que ocupou o cargo, Felipão nunca superou os 57% de aproveitamento. Na análise dos três anos, individualmente, ele teve seu melhor desempenho em 2011: 56,8%, com 31 vitórias, 23 empates e 14 derrotas. O pior ano foi 2010, quando teve 48,7% de aproveitamento em 15 vitórias, 12 derrotas e 12 empates. Com o título da Copa do Brasil e 18 das 24 rodadas entre os rebaixáveis da Série A, não passou de 50,2% em 2012: 24 vitórias, 14 empates e 19 derrotas.

Veja ranking entre os treinadores do Palmeiras desde 2000*

1-) Emerson Leão (2005/06) - 58j - 31v-14e-13d - 61,4% 
2-) Jair Picerni (2003/04) - 79j - 42v-19e-18d - 61,1% 
3-) V. Luxemburgo (2008/09) - 113j - 60v-23e-30d - 59,8%
4-) Estevam Soares (2004/05) - 47j - 24v-12e-11d - 59,5%%
5-) Celso Roth (2001) 48j - 25v-10e-13d - 59,02% 
6-) V. Luxemburgo (2002) 30j - 16v-5e-9d - 58,8%
7-) Antonio Carlos Zago (2010) - 19j - 9v-5e-5d - 56,1%
8-) Caio Júnior (2007) - 60j - 28v-16e-16d - 55,5% 
9-) Luiz Felipe Scolari (2010-12) - 164j - 70v-49e-45d - 52,6%
10-) Muricy Ramalho (2009-10) - 34 jogos - 13v-11e-10d - 49%
11-) Tite (2006) - 20j -8v-5e-7d - 48,3%
12-) Candinho (2005) - 16j - 5v-5e-6d - 41,6%
13-) Levir Culpi (2002) 18j 5v-6e-7d - 38,8%
14-) Bonamigo (2005) - 16j - 5v-2e-9d - 35,4%
15-) Marco Aurélio (2001) - 10j - 2v-3e-5d - 30%

* Não atingiram o mínimo de 10 jogos: Jair Picerni (38,8% em 2006), Marcelo Vilar (33,3% e depois 13%), Murtosa (25%), Márcio Araújo (14,2%), Jorginho (76,1%) e Jorge Parraga (33%)

Veja as três temporadas de Felipão no Palmeiras*
2010 - 39j-15v-12e-12d - 48,7%
2011 - 68j-31v-23e-14d - 56,8%
2012 - 57j-24v-14e-19d - 50,2%

* Contabiliza apenas jogos oficiais

35 CONTRATAÇÕES, 3 VENDAS E NENHUMA REVELAÇÃO


Em pouco mais de dois anos com Luiz Felipe Scolari no comando, o Palmeiras contratou 35 jogadores e totalizou mais de três times completos em negociações. Só para o ataque, por exemplo, foram 13 atletas que chegaram de outras equipes. Com o aval de Felipão, o elenco palmeirense ainda recebeu sete laterais, cinco zagueiros, cinco volantes e ainda cinco meias. Nenhum goleiro chegou no período.

Entre os 35 jogadores, apenas três foram negociados a ponto de render lucros para o Palmeiras: Cicinho, Kleber e Adriano, de apelido Michael Jackson. Ainda há 20 outros que permanecem no elenco que luta contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Os outros 12 foram dispensados ou liberados, sem agradar.

Felipão ainda testou 12 jogadores das categorias de base no profissional, mas nenhum fez mais do que 10 partidas sob o comando dele, pouco prolífico no que diz respeito a revelações no Palmeiras.

Confira todos os jogadores contratados na era Felipão:
Laterais: Cicinho, Gerley, Paulo Henrique, Juninho, Arthur, Fernandinho e Leandro
Zagueiros: Leandro Amaro, Fabrício, Thiago Heleno, Henrique e Román
Volantes: Rivaldo, João Vítor, Chico, Wesley e Correa
Meias: Tinga, Valdivia, Pedro Carmona, Daniel Carvalho e Tiago Real
Atacantes: Kleber, Luan, Dinei, Adriano, Max Pardalzinho, Wellington Paulista, Maikon Leite, Fernandão, Ricardo Bueno, Barcos, Mazinho, Betinho e Obina

Confira todos os jogadores da base que Felipão testou:

Lateral: Luís Felipe
Zagueiros: Wellington e Luiz Gustavo
Volantes: Bruno Turco, Fernando, João Denoni, João Arthur
Meias: Jean, Felipe, Patrick Vieira
Atacantes: Miguel Bianconi e Caio

Foto: Adriano Lima / Terra

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Ranking das baixas na janela: ninguém perdeu como o Vasco


Foram três titulares absolutos e Allan, o 12º jogador do time que lutou, emocionou e teve grandes resultados nos últimos 18 meses. Mas o trabalho realizado por Ricardo Gomes e aprimorado por Cristóvão Borges, cada vez mais fica claro, é coisa do passado. Até porque Cristóvão, na segunda-feira, sentiu o barco à deriva e resolveu deixá-lo em outras mãos. 


A sorte vascaína, nesse momento, é que não há um quarto pretende confiável ao G-4, mas pode ser o Botafogo se mantiver o ritmo das últimas rodadas, ou o Internacional, se conseguir jogar com força máxima nos próximos dois meses. O problema para o Vasco é justamente confiar demais na sorte em 2012.

Sem Rodrigo Caetano, que deixou a gerência do futebol para atuar no Fluminense, o Vasco perdeu parte da solidez de seu elenco ao deixar partir Bernardo, Elton e até o curinga Jumar. As contratações de reposição, seja no início do ano ou no meio da temporada, não foram de time que luta por título brasileiro. São oito nomes: Auremir, Jonas, Fabrício, Rodolfo, William Matheus, Wendel, Tenorio e Pipico. 

Se já não bastasse a fragilidade do mercado de aquisições, nenhum treinador perdeu tanto quanto Cristóvão no meio do ano. Só Santos e Ponte Preta se aproximaram no quesito baixas, mas nenhum perdeu três titulares e um reserva como Allan. Uma perda para cada um dos quatro gols do Bahia no domingo em São Januário. 

4 baixas
Ponte Preta - Guilherme, João Paulo, Willian Magrão e Renato Cajá 
Santos - Elano, Ibson, Borges e Alan Kardec 
Vasco - Fagner, Rômulo, Allan e Diego Souza 

3 baixas
Botafogo - Maicosuel, Herrera e Loco Abreu 
Flamengo - Junior Cesar, Willians e Ronaldinho 

2 baixas
Bahia - Rafael Donato e William Matheus 
Corinthians - Alex e Leandro Castán 
Coritiba - Jonas e Leonardo 
Internacional - Sandro Silva e Oscar 
São Paulo - Piris e Fernandinho 

1 baixa
Atlético-GO - Marcão 
Atlético-MG - André 
Figueirense - Ygor 
Fluminense - Rafael Moura 
Grêmio - Victor 
Náutico - Auremir 
Palmeiras - Cicinho 
Portuguesa - Guilherme 
Sport - Marcelinho Paraíba 

Nenhuma baixa
Cruzeiro

Crédito da foto: Divulgação - Fotocom.net

domingo, 9 de setembro de 2012

Os jovens, Fred e a liderança do Fluminense em 12 números


11 jogos - invencibilidade desde a derrota para o Grêmio (25-07, 0x1) , a maior entre os 20 clubes da Série A

38 gols pró e 15 gols contra  na Série A-  melhor ataque, melhor defesa e, claro, melhor saldo de gols

Arrancadas - nos últimos cinco anos, Flu foi melhor no returno em quatro. Exceção foi em 2010, ano do título: 2007 (26 pts + 35 pts), 2008 (16 pts + 29 pts), 2009 (15 pts + 31 pts), 2010 (38 pts + 33 pts) e 2011 (25 pts + 38 pts)

0,65 gol por jogo - média de Fred, 21 gols em 31 jogos, em 2012

14 jogos - sem Deco, que pode voltar na próxima rodada, contra a Portuguesa em São Paulo

5,4 - Média de defesas por jogo dos gols do Flu, sobretudo Diego Cavalieri, na Série A. Ele só não defende mais que os goleiros de Bahia e Flamengo

20,6 - Desarmes por jogo. O Flu é o segundo time que menos desarma na competição. Ganha apenas do Atlético-GO
43% do elenco feito em casa - 13 jogadores (Klever, Wallace, Digão, Elivélton, Wellington Carvalho, Rafinha, Fábio Braga, Higor, Wellington Nem, Samuel, Marcos Júnior, Matheus Carvalho e Michael)

5 dos últimos seis gols - com participação de jogadores de Xerém 

8 jogadores liberados em 2012 para privilegiar os pratas da casa - Márcio Rozário, Rodrigo, Souza, Lanzini, Martinuccio, Ciro, Araújo e Rafael Moura

20% - dos direitos econômicos de Wellington Nem, Wallace e Marcos Júnior foram readquiridos de parceiros

2 diretores remunerados - Rodrigo Caetano e Marcelo Teixeira


Crédito da foto: Alexandre Auler - Divulgação - Photocamera

11 reforços e nenhuma grande solução: o mercado invisível do Santos bem longe do G-4


Fazer um time vencedor com Neymar, no futebol brasileiro, não exige lá grande talento. O que o Santos e Muricy Ramalho não conseguem, especialmente pós-Libertadores, é ganhar sem ele. São só duas vitórias no Brasileiro, ambas na Vila Belmiro, contra Cruzeiro e Ponte Preta. Neste domingo, no San-São, novamente se viu uma equipe santista horrorosa. 


No 3-4-2-1, com Everton Páscoa zagueiro à direita, Gerson Magrão como volante com liberdade e Patito Rodríguez para encostar em André, o Santos só não perdeu porque encontrou um rival que também tem problemas. Ficou claro mais uma vez, também, o mercado bastante ruim da direção santista - com vários profissionais remunerados, como Nei Pandolfo e Felipe Faro. São 11 jogadores contratados. Um time inteiro que não vai a lugar algum. E Muricy, diz a diretoria, teve participação no processo de reformulação.

Entre o time inteiro adquirido, menções positivas de verdade para Bruno Peres, embora também erre muito e deixe espaços atrás, e André, que exigiu 2,5 milhões de euros por 25% de seus direitos econômicos e, mesmo sem brilhar intensamente, fez cinco gols. Hoje, 11 reforços depois, o Santos já pensa em 2013. 


Os 11 reforços do Santos pós-Libertadores

Bruno Peres - lateral direito
Rafael Galhardo - lateral direito
David Braz - zagueiro
Ewerton Páscoa - volante
Gerson Magrão - meia
Bernardo - meia
Patito Rodríguez - meia
João Pedro - meia
Miralles - atacante
Bill - atacante
André - atacante


Crédito da foto: Ricardo Saibun - Santos FC

Qual é a sua, Prandelli?



Pablo Osvaldo está longe de ser brilhante, mas mostrou suas credenciais diante da frágil Bulgária no início das Eliminatórias da Europa para a Copa 2014. Com espírito essencialmente de matador, o ítalo-argentino fez os dois gols da Itália, a única das grandes seleções europeias a não ter vencido na rodada. Mas também deixou uma questão no ar: por que não ganhou esse espaço anteriormente?

Cesare Prandelli é o grande arquiteto para a mudança de patamar da Itália em curto prazo, do vexame na Copa 2010 para a honrosa participação com o vice da Eurocopa. Mas também foi à Polônia sem nenhum atacante de área como o troglodita (expressão cunhada por Pedro Venancio) no elenco. Ficou claro que Fabio Borini entrou no elenco sem punch para atuar e, em vários momentos, a Azzurra não tinha outro atacante no banco além de Di Natale. 

Prandelli, mantido no cargo, também precisará encontrar novas soluções em um país onde a renovação nos clubes não ocorre de maneira ordenada, como no futebol alemão, e com vários jogadores com tendência ao declínio até 2014. Cesare precisa repensar a enferrujada tendência a se jogar com três zagueiros, o que o mundo do futebol já descartou há um bom tempo e que ele reluta a admitir. Foi assim na abertura da Eurocopa, foi assim também diante da Bulgária. Dinamarqueses e tchecos, que também empataram na estreia, são ameaças reais. 

Voltamos!

Não sei até quando, não sei com qual frequência, mas precisava voltar a escrever sobre futebol. Então o blog está de volta após seis meses. Para falar muito de futebol brasileiro e também internacional. De profissional e um pouquinho de base, claro. De números, táticas e naturalmente de boas histórias. Vamos em frente!


quinta-feira, 8 de março de 2012

O melhor Santos com Muricy e o Inter amarrado


Nos grandes jogos, provavelmente o Santos de Muricy Ramalho jamais havia tido o volume ofensivo, a intensidade e o brilho que mostrou diante do Internacional. A vitória na Vila Belmiro - que quase ninguém viu pela televisão por conta da Fox Sports e as operadores - mostrou uma equipe santista contundente, uma clara imposição de estilo que encaixotou a equipe colorada à defesa e fez surgir o cenário ideal para Neymar dar seu show. E que show.

As análises pós-jogo, lamentavelmente, mais uma vez ficaram no mesmo campo. "O Santos ganhou porque foi mais ofensivo e o Inter sucumbiu porque Dorival teve medo e jogou com três volantes". Uma contradição, já que a equipe santista foi formada com Henrique na contenção e Ibson e Arouca na infiltração à frente com Ganso na armação e quase sempre atrás dos 30 metros finais. Não foi um meio-campo cheio de homens ofensivos.

Muricy não venceu porque colocou mais atacantes, o que muitas vezes se imagina ser a receita para a vitória - prova o Barcelona que não é. O Santos ganhou porque teve defesa bem posicionada, marcação forte no meio para prender o adversário atrás do meio-campo e dinâmica para envolver sempre que ultrapassou a intermediária ofensiva e se aproximou da área. O Corinthians de Tite só não brilha tanto pela dificuldade técnica de seus homens de frente, mas domina o meio dessa mesma maneira.

Os grandes jogos de futebol, como Santos x Inter e praticamente todos da Libertadores, não se decidem só lá dentro da área. Dados do Footstats mostram que 58% dos passes do Corinthians contra o Nacional, por exemplo, ocorreram entre as duas intermediárias. Exatamente o dobro de passes trocados no último terço do campo. As finalizações são consequência de quem trabalha melhor e avança com consistência, time agrupado e tem inteligência para decidir.

D'Alessandro, depois do jogo na Vila, admitiu dificuldade para transpor a marcação. "Sempre tinha um em cima de mim", disse. Eram, quase sempre, Fucile, Henrique e Ibson. O Inter, do lento Bolatti, do descontrolado Élton e de um Guiñazu sem ritmo, perdeu principalmente pela facilidade como foi dominado nesse setor. Não porque jogou com três volantes e não três atacantes.

Foto: Ricardo Saibun - Santos FC

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Tudo ou nada para Ronaldinho


Nos últimos tempos, quase tudo não soa bem quando o assunto é Ronaldinho, titular da seleção brasileira contra a Bósnia nesta terça-feira. A começar pela visita de Andrés Sanchez e parceiros à Gávea justamente na véspera da convocação, um fato que poderia ter se evitado. O Flamengo caça patrocínios, a CBF busca apoio em momento difícil e o camisa 10 ainda é midiático. Ainda mais se também tiver a 10 da seleção.

Quando usa o argumento de que clube e seleção são temas diferentes, aliás, Mano se esquece de decisões que ele próprio tomou no passado. A mais importante delas foi retirar Neymar de convocação por conta de seu atrito com Dorival Júnior, em 2010. As medidas usadas para Ronaldinho, que já faltou a vários treinamentos do Fla em 2012, foram diferentes.

Pois ele, Ronaldinho, será titular novamente e, se não convenceu nas outras oportunidades com Mano Menezes, tem agora nova chance de fazê-lo na seleção. Hernanes deve jogar à direita, Neymar à esquerda e ele, centralizado com a incumbência de coordenar tudo. Acima disso, chamar a responsabilidade e ser o líder que Mano diz esperar que ele seja. É o tipo de jogador que dificilmente será coadjuvante ou mesmo reserva na seleção. Só precisa provar que merece constar nos planos.

Ainda que retire pressão de Neymar quando está em campo, Ronaldinho não assume o papel de líder que Mano diz dele esperar. Não assumiu em Pequim. Já Kaká, descartado em nova convocação, tem mais esse perfil, mas a última resposta do treinador a seu respeito foi forte e conclusiva. Ronaldinho é que terá agora tempo e espaço para mostrar que pode liderar os jovens. No Flamengo, está bastante distante desse papel. Não é exemplo a ser seguido.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O novo, ascendente e campeão Fluminense


O jogo mais importante da temporada, contra o Arsenal de Sarandí, foi um show de horrores tamanha a quantidade de erros cometidos na vitória de 1 a 0. A semifinal da Taça Guanabara, diante do Botafogo, dia em que a vitória pendeu mais para o outro lado. Mas a decisão com atuação irretocável e que dá o título do primeiro turno representa mais. O Flu-2012 e Abel Braga podem ter encontrado o melhor jeito de se jogar.

Isso passa por entregar, sempre que possível, a bola nos pés de Deco. Segundo principal passador do Flu no clássico, ele tranquiliza, toma a decisão correta e pouco erra - 5 só errados em 30 passes dados como quem parece jogar sem chuteiras, só de meias. Na faixa central, Deco oferece sossego a volantes tecnicamente abaixo da crítica. Seja Edinho, Diguinho, Valencia ou Jean.

Outro ponto fundamental: Wellington Nem dá refresco aos volantes porque recompõe de maneira fiel e inferniza os laterais. Rafael Sobis, Wagner, Thiago Neves e Araújo, concorrentes de posição pelos lados, não o fazem. Nem precisa ser titular nos grandes jogos. E Abel, de trato pouco delicado mas que conhece um vestiário como poucos, precisará controlar um elenco com muitos jogadores de grandes objetivos pessoais.

Se aproximar da montagem dessa equação é o grande ponto do título do Fluminense na Taça Guanabara. Se há craques em abundância, basta ter um time de verdade para ficar perto das conquistas. Do Campeonato Carioca, claro, o Flu já se aproximou.

A hora da decisão no clássico em Prudente


Ao contrário do que se pode pensar, um grande jogador não se faz apenas com qualidade técnica. Não basta. A questão também pode ser ampliada para um time. Não basta ter talento. É a lição para o São Paulo de Emerson Leão, três vezes atrás do placar contra o Palmeiras e uma equipe cujos jogadores muitas vezes tomam a decisão errada. Com e sem bola.

Casemiro, sabedor da qualidade da bola parada do rival, não pode fazer falta tola na frente da área. Cortez, a maior válvula de escape para a transição e o calcanhar de Aquiles da defesa, não pode permitir bola cruzada como a do segundo gol e que sai em sua frente. Também não pode se comportar como volante no lance do terceiro gol. A finalização de Barcos acontece no setor do lateral esquerdo. Não importa se o argentino é centroavante. Cortez devia estar ali.

O Palmeiras é justamente o contrário, porque a qualidade técnica é reduzida mas os jogadores quase sempre sabem o que fazer. Daniel Carvalho entende que não vai ganhar na corrida, mas tem inteligência para distribuir o jogo e jogar curto. Barcos, sem talento, tem na discrição e na finalização apurada sua maior virtude. São exemplos de um time que toma as decisões certas em campo. E que pode ficar forte de verdade com Wesley e Valdivia.

A nove rodadas, o São Paulo caminha para o mata-mata com uma série de problemas em campo e o verbo decidir pode realmente se tornar dor de cabeça. Pior defesa entre os seis primeiros, o time de Leão também é o que menos desarma entre os grandes, está cansado de levar gols pelo alto e foi seis vezes vazado em dois jogos. Não merecia o empate em Prudente.

PS.: Para entender melhor os lances citados, o vídeo abaixo traz os gols
http://www.youtube.com/watch?v=HrQ-yvOSqts

Marcelinho, Lucas e os clássicos


Na terceira semana de setembro de 2010, Lucas deu seu grito de independência. Até hoje não se sabe se deu sozinho, ou se Juvenal Juvêncio é quem pediu que abandonasse o apelido do mais vitorioso jogador da história do rival Corinthians. Mas Lucas deixou para trás o Marcelinho e, quatro dias depois, decidiu seu primeiro clássico. No Pacaembu, fez gol e serviu Fernandão contra o Palmeiras, 2 a 0 para o São Paulo. Foi seu cartão de visitas, sua afirmação após 40 dias de estrear entre os profissionais.

A semana que antecede o São Paulo-Palmeiras deste domingo também teve Lucas nas manchetes, mas da diretoria tricolor - com Emerson Leão no meio - em novo atrito com Andrés Sanchez, agora o homem de seleções da CBF. A briga foi para retardar a apresentação de seu mais precioso jogador para o amistoso contra a Bósnia. Leão e Juvenal sabem que ele é quem pode decidir e ele sabe que precisa decidir mais. Sabe que não é mais Marcelinho.

Desde a profissionalização de sua maior joia, o São Paulo disputou 15 clássicos e ele não entrou em campo em seis deles. Seja por seleção, acúmulo de cartões ou suspensão. Lucas jogou nove clássicos e venceu duas vezes. Fez três gols. Por mais que a responsabilidade seja dividida e que ele tenha feito parte de equipes inconsistentes, Lucas sabe que seu cartel não é digno para alguém de seu potencial.

Os números mostram objetivamente como ele está disposto a chamar a responsabilidade no novo ano. No último Brasileiro, Lucas tinha 2,5 finalizações, 5,1 dribles e 30 passes em média por jogo. Neste Paulista, ele finaliza 4 vezes por partida em média, dá 9,1 dribles e também toca mais na bola. São 33 passes. O camisa 7 do Morumbi é o segundo maior finalizador e o segundo maior driblador do Estadual.

Não basta só arrancar com a bola dominada e driblar feito um desesperado ou chutar de longe a todo momento. É preciso levar o time, conduzir. Sem Luís Fabiano, sem Rogério Ceni, sem Wellington e ainda sem uma equipe confiável, Lucas precisa decidir contra os rivais. Da última vez que isso aconteceu, ele ainda se chamava Marcelinho.

Os 15 clássicos da Era Lucas (em negrito, quando venceu ou marcou)

22/08/2010 - Corinthians 3 x 0 São Paulo (45 minutos)
19/09/2010 - Palmeiras 0 x 2 São Paulo (90 minutos e 1 gol)
17/10/2010 - Santos 4 x 3 São Paulo (45 minutos)
07/11/2010 - São Paulo 0 x 2 Corinthians (90 minutos)
30/01/2011 - São Paulo 0 x 2 Santos (seleção sub-20)
27/02/2011 - São Paulo 1 x 1 Palmeiras (80 minutos)
27/03/2011 - São Paulo 2 x 1 Corinthians (seleção)
30/04/2011 - São Paulo 0 x 2 Santos (lesionado)
26/06/2011 - Corinthians 5 x 0 São Paulo (seleção)
21/08/2011 - São Paulo 1 x 1 Palmeiras (suspenso)
28/08/2011 - Santos 1 x 1 São Paulo (87 minutos e 1 gol)
21/09/2011 - São Paulo 0 x 0 Corinthians (90 minutos)
27/11/2011 - Palmeiras 1 x 0 São Paulo (suspenso)
04/12/2011 - São Paulo 4 x 1 Santos (1 gol e 86 minutos)
12/02/2012 - Corinthians 1 x 0 São Paulo (90 minutos)