sábado, 6 de agosto de 2011

Agora, o 4-2-3-1 é o remédio contra a crise


Celso Roth chegou ao Grêmio disposto a pôr as coisas em seus devidos lugares e apagar a crise no Estádio Olímpico, respaldado por um Paulo Pelaipe quase incendiário em suas atitudes e declarações. Roth, que nunca se furtou a recorrer ao sistema de três zagueiros para trancar times instáveis, adota um desenho diferente na quarta passagem pela Azenha: o 4-2-3-1 foi colocado em prática contra o Palmeiras, neste sábado.

Com o esquema tático, Roth teve sempre pelo menos oito ou nove jogadores de linha atrás da bola, deixando evidente toda a falta de imaginação e alternativas do Palmeiras de Luiz Felipe Scolari que não marcou desta vez nas faltas de Marcos Assunção. O remédio adotado por Celso ao Grêmio não é diferente ao de muitos treinadores: antes visto só como um sistema ofensivo, o 4-2-3-1, difundido principalmente a partir do Grêmio de Mano Menezes, se tornou a melhor opção para ter a zaga protegida.

É assim, por exemplo, que Abel Braga rapidamente vai colhendo frutos com o Fluminense. Antes um time estático, lento e pouco competitivo, o Flu de Abelão cresce a partir das presenças, quase sempre, de Souza e Marquinho pelos lados em um 4-2-3-1 - às vezes, varia para 4-2-2-2. É a mesma ideia do Figueirense de Jorginho, do Corinthians de Tite e do próprio Palmeiras de Felipão, por exemplo. Não à toa, as equipes citadas têm os melhores números defensivos do Brasileiro.

Em um passado muito próximo do futebol brasileiro, entretanto, as ideias eram outras: o 3-5-2 (com todas variações possíveis) era adotado como remédio para times em crise, pois dois zagueiros encaixavam a marcação no ataque adversário, um ficava na sobra, os laterais tinham menos obrigações defensivas e a defesa ficava mais protegida. O futebol competitivo em sua essência premiou o São Paulo de Muricy Ramalho, o Atlético-PR de Geninho e o Corinthians de Antônio Lopes e Márcio Bittencourt, por exemplo.

O 4-2-3-1 não requer tantas semanas de treino para ser colocado em prática, sobretudo para proteger a defesa. Basta cobrar dos laterais um posicionamento mais defensivo, eleger volantes com boa marcação e alguma dinâmica e, principalmente, ter dois atletas cumpridores pelos lados do campo. Celso Roth deu mais liberdade a Leandro pela direita, mas certamente irá cobrar de Lúcio, que joga à esquerda, uma recomposição firme. É o principal componente do novo remédio dos treinadores brasileiros contra a crise.

2 comentários:

Alex Rolim disse...

Perfeita análise Dassler. O sistema serve também para suprir a ausência de um armador clássico, comum nos times brasileiros.

Anônimo disse...

Os que sabem de esporte sempre falam que essa formação é o remédio contra a crise.
Eu não sei nada disso e pra mim o único remédio que existe é o propatilnitrato, depois meu marido é o fanático dos esportes.