quinta-feira, 29 de maio de 2008

Oportunidades que não se perdem


Este blogueiro entrevistou Mano Menezes há aproximadamente 40 dias. O Corinthians se preparava para o jogo de ida contra o Goiás e o treinador, que falou para a Trivela, classificou a Copa do Brasil como uma oportunidade. Disse, naturalmente, que não se pode desperdiçá-las.

Pois os corintianos, com a faca entre os dentes mais uma vez na competição, trataram o Botafogo como um grande oponente, tal qual ele é. Da maneira que haviam enfrentado o Goiás e o São Caetano. Com vibração, determinação, sorte e concentração, sob o apoio de mais de 60 mil torcedores no Morumbi, não respirou. E venceu.

O maior mérito corintiano na jornada de quarta-feira foi mudar suas características de jogo em razão dos desfalques quase fatais. Para a parte tática, de Lulinha, para a qualidade técnica, de André Santos, e para a liderança, de Fabinho. Ao longo dos 90 minutos, o time de Mano Menezes variou pelo menos três formações táticas, mostrando entender, e acatar, o trabalho do treinador.

As páginas escritas no Morumbi, nesta quarta, entram para a história de fatos imponderáveis já vistos pelos corintianos. Uma equipe que há seis meses vivia um dos piores momentos de sua vida. E que, hoje, está próxima de disputar a Libertadores de 2009. As oportunidades, definitivamente, não se perdem. Mano sabe, e justamente por isso, é que o Sport pode ser vencido pelo Corinthians.

Armadilha boquense


Ao longo dos 90 minutos no El Cilindro, poucas foram as vezes em que a bola ficou no pé do Fluminense. O Boca, com Palacio, Cháves, Dátolo, Battaglia e Riquelme, especialmente, trocava passes em velocidade e confundia a marcação tricolor. Arouca, escalado para perseguir Román, ficou tonto de tanto correr atrás da bola. O bom resultado conseguido em Buenos Aires é a melhor notícia que o Flu traz da Argentina. E é também a maior armadilha.

É a maior armadilha pois o Boca, nos últimos anos, se caracterizou por matar adversários fora de casa, ao mesmo tempo em que construiu toda a mística da Bombonera. A eliminação do Paysandu, em 2003, é só um exemplo, como em 2008 já foram batidos o Cruzeiro no Mineirão e o Atlas no Jalisco. Dá para lembrar também do Libertad, na edição passada, e até do Palmeiras, que trouxe dois empates da Argentina, mas foi batido em casa em 2000 e 2001. A boa notícia é que o Fluminense sabe disso e tem, à disposição, o Maracanã.

Justiça seja feita, o Flu tentou o que pôde no duelo desta quarta-feira. Procurou sair jogando, mas só conseguiu trocar passes, de verdade, quando o Boca fez 2-1. Ainda assim, levou perigo duas vezes, com Júnior César descendo pelo corredor esquerdo. Foi pouco para quem se viu pressionado o tempo todo e contou com uma inspirada - e inesperada - boa jornada de Fernando Henrique. O Flu de Renato demorava a se reagrupar quando recuperava a bola e não conseguia segurá-la.

No fim das contas, um resultado muito bom e até superior ao que o Fluminense mereceu. Para ir à final, porém, será preciso um grande jogo - como foi há uma semana diante do São Paulo. Sinal de que o Flu é capaz. E pode continuar fazendo história.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Respeito adquirido


Costuma ser comum tratar uma equipe equatoriana com desdém. A Liga Deportiva Universitaria de Quito, porém, vem fazendo merecer respeito - de quem quer que seja. Nesta noite de terça-feira, na Cidade do México, a LDU jogou como time grande diante do América. E trouxe, na bagagem, um ótimo resultado. É, desde já, favorita a enfrentar Boca Juniors ou Fluminense na final da Copa Libertadores.

A equipe do treinador argentino Edgardo Bauza não se intimidou com as mais de 100 mil pessoas presentes ao Estádio Azteca, na capital mexicana. Nos primeiros minutos do duelo, pressionou o meio-campo das Águias, sufocou Cabañas e privou seu goleiro, Cevallos, de qualquer perigo. Foi assim ao longo de quase toda a primeira etapa, exceto lances esporádicos da experiente e traiçoeira equipe do América.

A LDU atuava com a mesma ousada formação tática. Entre seus três zagueiros, o canhoto Ambrossi, lateral de origem, dá fluência pelo lado esquerdo. Mais à frente, são três jogadores de grande capacidade física - a maior virtude dos Blancos: Vera, volante, e a seu lado os alas Campos, pela direita, e o argentino Manso, no setor oposto. À frente, mais um trio veloz, especialmente pelos ponteiros Guerrón e Bolaños, companheiros do meia Urrutia, técnico e com grande chute de longa distância. Bieler, típico centroavante trombador, completava o time equatoriano.

O América, com três zagueiros fixos: Rodriguez, Sebá e Iñigo, mais dois alas de pouca verticalidade, Castro pela direita e Rojas pela esquerda. O sólido meio-campo das Águias ainda é preenchido por dois volantes de pegada e boa saída, o experiente Villa e Argüello. Silva, um meia-esquerda enérgico, e Esqueda, que chega mais à frente, fecham o setor. Cabañas, rápido e malandro, ficava isolado no ataque americanista.

Ao longo da segunda etapa, o América cresceu, naturalmente. A LDU, especialmente por Guerrón, seu principal jogador, criava perigo pela ponta-direita. Assim, em duas circunstâncias, chegou com perigo à área adversária e, na segunda delas, abriu o placar no Azteca. Pressionado, os americanistas chegaram ao empate na bola aérea, com Esqueda.

Há, ainda, 90 minutos a serem jogados nos mais de 2.850 metros da altitude de Quito, em que a LDU será favorita a chegar em sua primeira final da história. Só por isso, e pelo futebol tático, físico e vistoso, merece respeito, conquistado com eliminações de duas equipes argentinas: Estudiantes e San Lorenzo. Trata-se de um respeito adquirido.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Jogo a jogo e seleção da rodada - 03*


SELEÇÃO DA RODADA

Magrão (Sport)
Jonathan (Cruzeiro)
Eduardo Luiz (Vasco)
Rever (Grêmio)
Marcelo Cordeiro (Vitória)
Rafael Carioca (Grêmio)
Ramires (Cruzeiro)
Jackson (Vitória)
Wagner (Cruzeiro)
Guilherme (Cruzeiro)
Dinei (Vitória)

CRUZEIRO 4 x 0 SANTOS

O Santos até poderia ter ido para o intervalo com um empate, mas Molina finalizou apenas rente à trave direita de Fábio. E Kléber Pereira, em bela jogada pelo lado esquerdo, também quase fez. Foram os únicos bons lances santistas em um resultado ruim obtido no Mineirão, onde o Cruzeiro foi dominante ao longo dos 90 minutos e só podia, mesmo, ter goleado.

Adílson trabalhou bem a equipe e explorou os defeitos da zaga santista. Jajá recuava para o meio e Guilherme se valia da lentidão e dispersão da defesa visitante. Ramires, pela direita, aproveitava as costas de Kléber e também criava perigo. Wagner, ainda, levava a melhor sobre Adriano e Molina não conseguia combater Fabrício.

Assim, com bolas infiltradas e muita velocidade, o Cruzeiro construiu uma vitória que, pelos gols perdidos, poderia ser ainda maior. Leão não pode ser criticado pelo resultado, até natural. Os primeiros 45 minutos do Santos foram até que bons, mas Adílson mexeu melhor ainda no segundo tempo, com Jonathan e Maicosuel. O treinador santista, nas substituições, aí sim, foi muito mal. Os mineiros têm nove pontos e já lideram de forma isolada.

PALMEIRAS 1 x 1 PORTUGUESA

A Lusa deu seqüência ao jogo duro para os grandes, como fora no Paulista. Apertou o Palmeiras, que poderia ter feito três pontos jogando no Pacaembu, com público pífio. Luxa tentou de tudo no segundo tempo, voltou a utilizar Kléber, mas foi pouco. Diogo marcou pela terceira partida seguida, diante de um Verdão pouco ligado enquanto vencia.

ATLÉTICO-PR 1 x 1 ATLÉTICO-MG

Na estréia de seus treinadores, Galo e Furacão mudaram pouco em relação aos jogos anteriores. Beto Fernandes cogitou jogar mais ofensivo, mas manteve a fórmula anterior de Ney Franco, apenas apostando em Rogerinho desde o início ao lado de Marcelo Ramos no ataque. Gallo deixou Rafael Miranda de fora e deu a Yuri a chance de estrear entre os profissionais. Na bola, o Atlético Paranaense produziu mais, no início e no fim do jogo. Juninho foi novamente bem.

BOTAFOGO 1 x 1 VASCO

Reservas por reservas, o Botafogo deveria ter vencido no Engenhão. A julgar pelo gol que encontrou em um pênalti inexistente, assinalado pelo péssimo Luís Antônio Silva Santos, poderia ter perdido. Duelo bastante ofuscado pela Copa do Brasil. A nota positiva fica para o bom jogo realizado por Carlos Alberto.

SPORT 2 x 1 FLUMINENSE

Pelo time que mandou para o jogo, o Flu poderia ter trazido um ponto da Ilha do Retiro. Poderia, também, se Dodô não tivesse desperdiçado um pênalti, cobrado com displicência. Foi um jogo bastante ruim em Recife, em que prevaleceu a maior eficiência do Sport. Cotado para o título, o Fluminense só tem um ponto.

GOIÁS 1 x 1 IPATINGA

Primeiro gol e primeiro ponto do Ipatinga na Série A. Em um duelo entre duas equipes em crise, ninguém deixou o Serra Dourada com moral. Lá, aliás, os esmeradinos já haviam perdido pontos há uma semana, diante de um conturbado Galo. Vadão recuou muito e o time goiano também, especialmente por duas expulsões.

SÃO PAULO 1 X 1 CORITIBA

Dorival Júnior sabia que, em razão das circunstâncias, poderia trazer ao menos um ponto do Morumbi. Armou uma equipe mais ofensiva que o habitual, saiu à frente do placar, e ainda deixou a capital paulista reclamando de um pênalti em Rubens Cardoso. O São Paulo, sem Adriano, fez um gol de sorte e não muito mais.

FLAMENGO 2 x 1 INTERNACIONAL

Mesmo sem grande vibração, o desfalcado Inter dominava o primeiro tempo, com Nilmar tendo a companhia mais próxima de Fernandão e criando problemas pelo lado esquerdo do ataque. Alex era pouco vigiado e o Fla, por sua vez, sentia a falta da cadência de Ibson no meio-campo. No intervalo, Caio Júnior foi bem e os jogadores voltaram afim de virar o placar.

Ainda que sem um futebol totalmente dominante, o Fla chamou a bola e pressionou, cativando, assim, a torcida presente no Maracanã. Virou com gols de Marcinho e Souza e perdeu outras chances em contra-ataques. Com muitos atacantes em campo, mas pouca agressividade, só teve chance clara, mesmo, com Nilmar driblando Bruno e parando em Léo Moura, em cima da linha.

O Inter perdeu seu segundo jogo seguido contra um adversário direto na parte alta da tabela. O Fla já parece esquecer a Libertadores.

GRÊMIO 2 x 0 NÁUTICO

O interino Sangaletti mandou um time ofensivo a campo, como fazia Roberto Fernandes. Mas, no Olímpico, o Timbu não respirou um minuto com a fortíssima marcação gremista. A equipe de Celso Roth é operária, fisicamente forte e dura de ser batida. Tem, ainda, força na bola parada e dois atacantes perigosos. Pode realizar uma campanha mais digna do que se esperava para a Série A. Se Roth, dessa vez, conseguir manter o barco no mesmo rumo após um torneio longo.

VITÓRIA 4 x 0 FIGUEIRENSE

Por problemas e por opção, Mancini alterou todo o setor ofensivo do Vitória. Deu resultado, com dois gols de Dinei, com boa participação de Muriqui. O melhor, porém, foi Marcelo Cordeiro, com três assistências para gol na sacolada sobre o Figueira, que estreava Macuglia.

* O Papo de Craque pede desculpas pelo atraso do post, que acabou postergado por problemas com a conexão.

domingo, 25 de maio de 2008

Obrigado


Era mais uma tarde de domingo em Paris como aquelas todas.
Era também a mesma Philippe Chatrier, salão de festas particular.
Era o mesmo Guga, com a mesma camisa que veio ao mundo - do tênis - há onze anos atrás.

Guga deixou o tênis com a mesma simplicidade com que se apresentou.
Sorrindo muito, chorando mais um tanto.
Deixou o tênis em Roland Garros.
Deixou Roland Garros.
Mas não nos deixou.

Guga nos fez chorar e sorrir, como em tantas outras partidas que fez.
Guga é um gigante, justamente por ignorar, até onde pôde, as dores no quadril.
É um gigante, justamente por perseverar.
Afinal, assim são os gigantes.
E Guga é um deles.

Obrigado, Guga, por tanto me emocionar.
Por retratar, como poucos, o que é ser um brasileiro.
Obrigado, Guga.
Jamais te esquecerei.
Nem o tênis.
Nem Roland Garros.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Dois grandes tricolores*


Para quem diz que não há mais qualidade no futebol brasileiro, dê uma olhadinha no jogaço entre São Paulo e Fluminense no Maracanã. Como, aliás, já havia sido no Morumbi. Veja o que jogaram Washington, Conca, Cícero e Thiago Silva. Do outro lado, o que Adriano, Aloísio e Hernanes fizeram, também, merece nota. Ah, sim, o Flu também jogou com um coração valente, com o perdão do trocadilho. Uma partida para guardar na memória.

Renato iniciou o jogo surpreendendo Muricy. Forçou Júnior César pelo lado esquerdo e colocou Cícero, adiantado, ao lado de Washington. E em uma jogada dos três, logo de início, saiu o gol na blitz do Flu. É incrível o que Cícero cabeceia! O São Paulo, aos poucos, retomou o equilíbrio, achou um belo gol e dava a sensação de que faria prevalecer a maior experiência.

A entrada de Dodô, até então, provava ter sido um erro de Renato. Mas o que dizer após o gol instantâneo, tão importante? Daí em diante, só deu Flu, pela força de Conca, pela raça de Thiago Neves, marcando atrás, iniciando o jogo. E o gol do magnífico Washington veio coroar a linda atmosfera de três cores no Maracanã. O Brasil segue com pelo menos um forte representante na Libertadores.


* Originalmente postado no blog da Trivela

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Vitória botafoguense no primeiro rounde


Há algum tempo, a Copa do Brasil não chamava tanta atenção e não ganhava repercussão tão grande quanto a Libertadores. A mobilização em torno do confronto entre Botafogo e Corinthians, válido pelas semifinais, é prova disso. No Engenhão, nesta terça-feira, foi disputado um dos principais jogos da temporada no futebol brasileiro. E, se é que é possível destacar grande vantagem, foram os cariocas que ficaram à frente após os 90 minutos.

Treinadores inteligentes, de ótima visão tática, Mano Menezes e Cuca se prepararam bem para o duelo. Quando viu que o Corinthians vinha em 4-2-3-1, o botafoguense definiu sua equipe com uma linha de quatro defensores, fechando, com laterais e volantes, os dois lados do campo. E, com os rápidos Jorge Henrique e Wellington Paulista, buscando o confronto direto com os zagueiros corintianos.

Mano acertou em repetir a mesma formação dos últimos jogos, pois, como mesmo disse, precisava de argumentos para jogar de igual para igual, para sair da previsível pressão do Botafogo. Mano Menezes precisou prender André Santos, mas deu a Carlos Alberto a missão de ir ao fundo, com Lulinha sempre puxando a marcação de Eduardo para dentro. Um duelo de xadrez no Engenhão.

Foi basicamente nestas duas situações que se desenharam os primeiros 45 minutos de jogo no Engenhão. Com uma compactação muito forte no meio e velocidade para tocar a bola, o Corinthians ia bem melhor que o Botafogo, que só chegou em vacilos específicos dos corintianos. Herrera, brigador como sempre, se virava bem e dava opções, mesmo entre dois zagueiros. Saindo da área, deixou Carlos Alberto livre para dar vantagem aos visitantes.

Veio o intervalo e tudo se redesenhou. Cuca pressionou os lentos zagueiros corintianos, colocando Fábio na área, abafando os dois laterais e soltando Alessandro a partir da substituição de Lulinha e da mudança de posicionamento de Dentinho. O lateral botafoguense avançava livre, enquanto André Santos e Eduardo Ramos ofereciam espaço com uma marcação frouxa.

Com, ainda, uma notável mudança de atitude, além de uma arbitragem caseira ao melhor estilo Leonardo Gaciba, invertendo faltas e demonstrando total ausência de critérios, o Botafogo cresceu. A bola não parava no ataque corintiano, também pela grande atuação de André Luís. Os dois gols botafoguenses – um em ingenuidade de Carlos Alberto, outro com a forte bola aérea do Botafogo e um empurrão em Fábio Ferreira – deram a vantagem ao time de Cuca.

A principal vantagem, porém, está nos desfalques. André Santos e Fabinho são referências técnicas e psicológicas do time de Mano, que ainda não terá Carlos Alberto e Lulinha, ausências menos sentidas. Para suprir Túlio e Alessandro, Cuca tem opções mais confiáveis.
Porém, com um Morumbi que promete ter o dobro de público do Engenhão, tudo pode acontecer, com o perdão do clichê. Sobretudo pela pequena vantagem do Botafogo e pelo gol fora de casa do Corinthians.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Jogo a jogo e seleção da rodada - 02


SELEÇÃO DA RODADA

Bruno (Flamengo)
Rafael (São Paulo)
Juninho (São Paulo)
Espinoza (Cruzeiro)
Helder (Grêmio)
Fabrício (Cruzeiro)
Pierre (Palmeiras)
Cleiton Xavier (Figueirense)
Denílson (Palmeiras)
Edmundo (Vasco)
Kleber Pereira (Santos)

PALMEIRAS 2 X 1 INTERNACIONAL

A melhor atuação de Denílson nos últimos anos. Não que tenha sido uma noite fabulosa, mas o pentacampeão do mundo foi realmente bem no Parque Antártica. Ainda assim, o Palmeiras, taticamente modificado para um 4-3-1-2 e com Denílson, David e Martinez entre os titulares, não fez um grande jogo. Foi, apenas, o suficiente para vencer, especialmente pela arbitragem ruim de Marcelo de Lima Henrique, que exagerou bastante ao apontar o pênalti de Orozco em Valdívia.

Ainda que prejudicados pela expulsão do fraco Edinho, os gaúchos estiveram muito aquém do esperado. Faltou motivação e brio para o Internacional, que preferiu se fechar atrás e arriscar a sorte com Nilmar nos contragolpes. Pouco para uma equipe credenciada pelo título.

SANTOS 4 x 0 IPATINGA

No primeiro tempo, um Santos pouco inspirado, mesmo com 11 titulares. Entretanto, após o intervalo, Leão deu mais ânimo ao time, que cresceu com Tripodi e Tabata em campo. Lima, que vinha mal, foi um dos melhores em campo. Só não foi o melhor pois Kleber Pereira fez um hat-trick e manteve o Ipatinga na lanterna.

FIGUEIRENSE 2 x 1 CORITIBA

Dorival Júnior reclamou bastante da exibição do Coxa, que optou por Rubens Cardoso para o lugar do suspenso Carlinhos Paraíba. Sem dois de seus principais titulares - Keirrison não jogou, ficaria difícil mesmo para os visitantes. No Scarpelli, Cleiton Xavier continuou dando as cartas, como fazia no Campeonato Catarinense. Com dois gols, selou a primeira vitória do Figueira, que acertou a saída de Gallo ao fim da partida.

ATLÉTICO-PR 1 x 1 SÃO PAULO

O Atlético controlou bem a partida, mas o segundo tempo foi todo são-paulino e o empate, para os anfitriões, pode ser considerado um bom resultado pelo que ocorreu em campo. Júnior, Cazumba, Juninho e Rafael - todos do São Paulo -, foram muito bem, assim como Vinícius, seguro camisa um do Furacão. Um jogo interessante na Arena.

GRÊMIO 0 x 0 FLAMENGO

Muito boa a partida do Grêmio atuando no Olímpico. Bruno, inspirado, parou tudo que viu pela frente, negando os três pontos ao time de Celso Roth, que vai encontrando um time. Embora se aguardasse mais do Flamengo, é um resultado razoavelmente aceitável. Houve, ainda, um pênalti não marcado de Ronaldo Angelim em Jonas.

FLUMINENSE 0 x 2 NÁUTICO

Novamente, ficou claro que o Fluminense tem um grande time, mas não tem elenco. Para piorar as coisas, Carlinhos parou em Eduardo em cobrança de pênalti. O Náutico vai se provando um time esperto e que soma os pontos que deve somar. Já são seis neste Brasileirão.

GOIÁS 1 x 1 ATLÉTICO-MG

Novamente, o Galo sofre gol de escanteio e faz uma partida ruim. Partida essa, aliás, de duas equipes em crise após as eliminações na Copa do Brasil e a perda do estadual de maneira traumática. O empate, além de tudo, não dá moral para nenhum dos dois.

CRUZEIRO 1 x 0 BOTAFOGO

Jogo muito morno no Mineirão. O Cruzeiro fez 1 a 0 rápido e poderia ter feito muito mais, diante de um Botafogo retrancado e pouco afim de criar problemas no jogo, principalmente após ficar com dez jogadores. Ainda assim, a Raposa tem seis pontos e vai retomando o foco após a eliminação na Libertadores. Não foi boa a reestréia de Jonathas.

VASCO 3 x 1 PORTUGUESA

A Portuguesa não jogou tão mal quanto o resultado possa significar e Diogo lutou muito. Ainda assim, o Vasco foi até melhor. E bem melhor. Edmundo e Leandro Amaral foram novamente bem e São Januário, o mesmo caldeirão dos últimos tempos. Três pontos que os vascaínos não poderiam perder.

SPORT 0 x 0 VITÓRIA

O Vitória deixou a Ilha feliz e esperançoso com o empate e a boa partida realizada. Ainda assim, os baianos só têm um ponto na Série A e é preciso começar a somar pontos logo. Com força máxima em campo, o Sport também precisava sair com a vitória. Viáfara foi mais um dos bons goleiros da rodada.

sábado, 17 de maio de 2008

Rumo ao meio da tabela


O Vasco não vai brigar contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Há algumas semanas, seria difícil afirmar isso com convicção. Contudo, os jogos recentes dão a entender que o clube de São Januário, mesmo trabalhando de maneira horrorosa fora de campo, vai fazer uma campanha média na Série A.

A fórmula de montagem do elenco não muda muito. Hoje, o Vasco de Antônio Lopes - que aliás, está sempre por ali - tem três zagueiros comuns, que não comprometem. Pela ala-direita, o agudo Wagner Diniz segue como uma opção interessante e Leandro Bonfim, jogando bem, é o "jogador recuperado da vez". No time de Celso Roth em 2007, esse papel coube a Perdigão. Em outros tempos, já foi de Leandro Amaral.

Morais foi resgatado após meses de estaleiro e arma bem a equipe, embora não seja tão regular. Madson, após algum tempo fora do clube, retornou e, no 3-4-1-2, se apresenta com vigor pelo lado esquerdo. Edmundo é o "ídolo do momento" e Leandro Amaral, após idas e vindas, voltou e tem jogado muito bem. Some, ainda, jovens promissores como Souza, Pablo, Alex Teixeira e Alan Kardec.

Uma mistura casual, formada sem nenhum planejamento e lógica, mas que deve, novamente, manter o Vasco no meio da tabela, sobretudo pela força indiscutível de São Januário. Este, o cenário ideal para a longevidade de Eurico Miranda no clube. O bonde segue andando.

terça-feira, 13 de maio de 2008

O time do Corinthians


Poucos poderiam imaginar que era possível, mas o Corinthians, rebaixado à Série B em dezembro, está nas semifinais da Copa do Brasil. Abafando um eventual trauma por eliminação no Campeonato Paulista, o time de Mano Menezes se mostra cada vez mais ajeitado e seguro. Segurança, aliás, foi a tônica na atuação corintiana desta terça-feira, em Ribeirão Preto, contra o São Caetano, de vitória por 3 a 1. Ignorando a fama de carrasco do clube do ABC, os corintianos não deram chances e ratificaram a classificação, bem encaminhada após o jogo de ida no Morumbi.

Para um jogo decisivo, o natural e previsível seria que Mano mandasse um time mais cauteloso para enfrentar o São Caetano. Contudo, optou por repetir as características utilizadas contra o CRB e no segundo tempo contra o São Caetano. Assim, Eduardo Ramos foi o segundo volante que prendeu a bola, algo que Mano Menezes já sinalizava antes de a bola rolar. Sem tanto poder de marcação, o Corinthians se valeu de um futebol compacto e de boa marcação dos laterais. Além de tudo, como vem sendo nos jogos de Copa do Brasil, jogou com intensidade e determinação. Mesmo com vantagem, sempre deixou clara sua superioridade dentro de campo.

De agora em diante, só deve aparecer peixe grande no caminho corintiano. Pela forma que tem jogado, porém, o Corinthians pode pensar em título e priorizar, pelas próximas semanas, a Copa do Brasil. Afinal, chegar em 2009, na Libertadores, é tudo que o torcedor alvinegro poderia querer. Mano Menezes tem dito que não se pode desperdiçar as oportunidades. Treinador copeiro – afinal, ninguém é gaúcho impunemente -, ele tem sabido conduzir o barco com segurança. Cinco meses se passaram e já há um time, de fato, no Parque São Jorge.


* Originalmente postado no blog do Mauro Beting

Campeonato Brasileiro

Faltou divulgar aqui a apresentação do Campeonato Brasileiro, então vamos lá.

Time base de todos os clubes, além das informações mais importantes para se preparar para a Série A.
Links:

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Jogo a jogo e seleção da rodada - 01




Seleção da rodada

Fábio
Paulo Sérgio
Felipe Santana
Sidnei
Juan
Eduardo Costa
Ramires
Geraldo
Marcinho
Michael
Jorge Henrique


JOGO A JOGO

Flamengo 3 x 1 Santos

Como em 2007, o Santos começou poupando titulares e levou uma surra. Sinal de que o elenco não é tão bom quanto o time. Bastou um lapso de dois minutos para o Flamengo resolver o jogo. Juan, Marcinho e Kléberson jogaram muito bem e o placar acabou sendo até menor do que poderia.

Atlético-Mg 0 x 0 Fluminense

Com vários garotos reservas, o Fluminense trouxe um ponto valioso diante de um pouco inspirado Atlético, que poupou Danilinho e Marques para a Copa do Brasil. Bom para os cariocas, ruim para os mineiros.

Portuguesa 5 x 5 Figueirense

Embora tenha sido um grande placar, o resultado deixou sensações diferentes. A Portuguesa tinha três gols à frente e atuava dentro de casa. Não poderia ter perdido. Assim como qualquer equipe que se preze não pode sofrer cinco gols. Para quem gosta de futebol, claro, um jogo interessante.

Internacional 1 x 0 Vasco

O Inter poupou todos os seus titulares e venceu o Vasco, que só não teve Edmundo. Ótimo resultado para os gaúchos, que, assim, já estão entre os primeiros. Sorondo vai retornando aos gramados e, em breve, deve voltar a ser titular. Renan esteve no gol colorado – vale o registro.

Ipatinga 0 x 1 Atlético-Pr

Para um clube emocionalmente abalado, nada como sair com três pontos em uma estréia fora de casa. Ney Franco precisa de reforços e de confiança para o Atlético, mas o elenco atual pode produzir mais. Ao Ipatinga, pontos que podem fazer falta no final.

Coritiba 2 x 0 Palmeiras

Mais de 30 mil coxas-brancas foram ao Couto Pereira para a volta do Coritiba à Série A. Em campo, Michael e Hugo foram as figuras de primeira linha de um time muito bem armado, determinado e que não deu espaços na marcação. O Palmeiras, previsível, não teve uma atuação de quem fala em brigar pelo título.

Botafogo 2 x 0 Sport

Poupando titulares importantes, o Botafogo foi dominado durante a maior parte do tempo, contou com erros da arbitragem a seu favor e foi eficiente para definir a partida. Eduardo é cada vez mais curinga e Jorge Henrique foi um dos melhores em campo.

Vitória 0 x 2 Cruzeiro

Um bom primeiro tempo do Cruzeiro, especialmente nos contragolpes, foi suficiente para sair com três pontos na estréia. Com ótima atuação de Fábio, que agarrou tudo e parou o Vitória no Barradão. Os baianos precisam melhor sua defesa com urgência.

São Paulo 0 x 1 Grêmio

O Grêmio marcou com firmeza e simplesmente não deixou um pálido São Paulo tomar a frente do jogo no Morumbi. Eduardo Costa e Rafael Carioca atuaram muito bem e Paulo Sérgio, nas bolas paradas, quase sempre oferece perigo. Resultado providencial para os gaúchos.

Náutico 2 x 1 Goiás

Teoricamente, ambas as equipes são rivais na tabela, o que valoriza a vitória pernambucana. Beto Fernandes inventou com dois volantes como laterais e foi criticado. Ainda assim, o Timbu fez uma partida decente e mereceu três pontos. Geraldo voltou a jogar bem e cavou o inexistente pênalti da vitória marcado por João Alberto Gomes Duarte. Menção para o lindo lançamento do garoto Elton.

domingo, 11 de maio de 2008

Colunas da semana

Nesta semana, na Trivela, um raio-x sobre a parceria Palmeiras-Traffic após o título paulista. Além disso, os cuidados que a Ponte Preta e outros pequenos devem tomar.

Para ler, clique aqui.

Já no Olheiros, é possível identificar que o sucesso no Europeu Sub-21 é pouco para projetar grandes carreiras para jovens jogadores. A Holanda, atual campeã, é prova viva disso.

Para ler, clique aqui.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Lição de Libertadores


No início da madrugada desta sexta-feira, o Santos de Leão deu aula de como se jogar na Libertadores. Focado, determinado e sem dar bola para a pressão da torcida colombiana. O Peixe, que tinha dois gols de vantagem no confronto, atuou com desenvoltura e personalidade, premissas básicas para um duelo sul-americano. Méritos, outra vez, para Leão.

Kleber Pereira anotou um golaço e Molina, outra vez, esteve muito bem. Lima, bastante aceso, deu opções e fez outro em seu segundo jogo com a camisa santista. É verdade que o Santos corre por fora na briga pelo título. Mas, até onde deixarem, o time de Leão vai indo. As semifinais, a despeito da força americanista demonstrada contra o Fla, se desenham como um objetivo natural.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Lula e Dente


Lula e Dente. É assim que o amigo e entusiasta Mozart Maragno, atento acompanhador das bases, chama Lulinha e Dentinho desde 2006. O início dos meninos no time profissional do Parque São Jorge, porém, não foi nada justificador. Passado esse período delicado, em que a situação do clube em si não colaborava, a dupla do barulho tem colocado as mangas de fora. Contra o São Caetano, nesta terça, ninguém jogou tanto quanto os dois - além de Herrera, claro.

A chegada de Dentinho ao time de cima se deu com Carpegiani. O atacante havia feito uma bela Copa São Paulo e, embora não fosse freqüentador das seleções de base, mostrara qualidades e, no Parque São Jorge, todos eram céticos quanto ao seu talento. Dentinho, que era chamado de Bruno Bonfim, terminou 2007 em baixa, principalmente por não saber finalizar a gol.

Pouco foi preciso para, agora definitivamente sendo chamado de Dentinho, ele desse as cartas. O garoto tomou a titularidade no terceiro jogo do ano, não deixou mais o time e é o maior artilheiro de 2008. Na última segunda, foi eleito a revelação do Paulista. Na terça, com personalidade, deu um gol de presente para o argentino Herrera. E tem muito ainda a evoluir.

De Lulinha se esperava muito mais. Fenômeno nas divisões de base - e não é exagero -, o garoto chegou aos profissionais cercado de muitas expectativas. Havia, porém, decepcionado no Mundial Sub-17 e, após isso, não conseguiu carregar o fardo de substituir William, outra cria do Terrão. O rebaixamento corintiano foi duro com Lulinha, que fechou a temporada cercado de desconfianças.

Neste ano, a coisa ficou ainda pior pro jogador. Mesmo com o time jogando bem em alguns momentos, Lulinha já não contava nem com a simpatia da torcida. Ações isoladas de torcedores tiveram muros como alvos de pichação e se tornou senso quase geral que Lulinha entraria para a história como mais um daqueles casos de "foguetes molhados", pegando aqui uma expressão do amigo Gustavo Vargas.

Lulinha vem tendo o cuidado de Mano Menezes como seu maior aliado. Chegou, indiscutivelmente, antes da hora ao profissional. Em conversa com o treinador pra Revista Trivela de maio, foi possível perceber a serenidade do técnico que soube lapidar Anderson no Grêmio. O resultado foram duas atuações muito boas contra Goiás e São Caetano.

Foi cedo demais cravar o fim de Lulinha e Dentinho. Em uma visão otimista, é possível vê-los maduros - física, técnica e mentalmente -, decidindo partidas importantes. Aí, Lulinha será Lula e Dentinho será Dente.

terça-feira, 6 de maio de 2008

O gol da semana - Giancarlo Maldonado

Giancarlo Maldonado é a prova viva de que o futebol venezuelano já deixou de ser saco de pancadas há algum tempo. Centroavante rápido e habilidoso, é um dos destaques do Atlanta, com quem foi campeão do Apertura-07.

Neste domingo, fez um gol de pura classe em duelo contra o Puebla, conseguindo o empate na partida.

Vale, e muito, ver a obra de arte de Maldonado.

Seleções

Sem nenhuma pretensão de fechar questão, o blogueiro formulou suas seleções dos campeonatos Paulista e Estadual do Rio.

São Paulo:

Aranha (Ponte Preta) / Eduardo Arroz (Ponte Preta), Henrique (Palmeiras), Jean (Ponte Preta) e Leandro (Palmeiras) / Hernanes (São Paulo) e Pierre (Palmeiras / Valdívia (Palmeiras) e Renato (Ponte Preta) / Alex Mineiro (Palmeiras) e Borges (São Paulo)

Rio de Janeiro:

Bruno (Flamengo) / Wagner Diniz (Vasco), Fábio Luciano (Flamengo), Thiago Silva (Fluminense) e Júnior César (Fluminense) / Toró (Flamengo) / Lúcio Flávio (Botafogo), Thiago Neves (Fluminense) e Marcinho (Flamengo) / Obina (Flamengo) e Wellington Paulista (Botafogo)

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Como curiosidade, minha seleção do Paulista/07 foi:

Felipe (Bragantino, hoje Corinthians) / Paulo Sérgio (São Caetano, hoje Grêmio), Thiago (São Caetano, hoje Cruzeiro), Miranda (São Paulo) e Kléber (Santos) / Josué (São Paulo, hoje Wolfsburg) e Maldonado (Santos, hoje Fenerbahçe) / Zé Roberto (Santos, hoje Bayern) e Cléber Santana (Santos, hoje Atletico de Madrid) / Edmundo (Palmeiras, hoje Vasco) e Somália (São Caetano, hoje Fluminense)

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O título do Palmeiras


O Palmeiras precisava de um troféu. Mais do que avançar de fase na Copa do Brasil, por mais que este torneio seja infinitamente mais importante que qualquer estadual, o Palmeiras precisava mesmo é gritar campeão. O palmeirense precisava e a direção palmeirense precisava. As quase 29 mil pessoas que foram ao Parque Antártica precisavam desse título.

O primeiro título Paulista desde 1996 veio, de certa forma, como já se pensava. Em janeiro, este blog apresentou as 20 equipes do Campeonato Paulista e, como fez muita gente, apontou o Palmeiras como candidato ao título. Na prática, mesmo que com percalços iniciais, o time de Vanderlei Luxemburgo decolou na hora certa, passou sua prova de fogo contra o São Paulo e aniquilou a valente Ponte Preta de Sérgio Guedes.

Agora, com a faixa de campeão no peito e a pressão sob controle, o Palmeiras tem tudo para conquistar mais objetivos na temporada. A chegada de Keirrison dará um enorme acréscimo de qualidade e jogadores como Diego Souza, Henrique e Kléber, têm tudo para render mais na Série A. Raposa velha quando o assunto é Campeonato Brasileiro, Vanderlei Luxemburgo sabe como poucos conquistar o maior número de pontos possíveis na competição. A vaga na Libertadores, que é o que daria na prática a Copa do Brasil, soa como uma meta natural para o Verdão a partir deste troféu.

Com a bola rolando, pouco foi preciso para comprovar a força superior da equipe da casa. É verdade que a Ponte Preta chamou o controle do jogo nos primeiros minutos, conseguiu alguns lances esporádicos e, com Elias e Renato, pressionou a defesa do Palmeiras. Bastou, porém, um fortuito lance de bola aérea para o castelo campineiro desabar.

Após abrir o placar, o Palmeiras deu show, inflou seu sofrido torcedor e viu Alex Mineiro assumir a artilharia na reta final. Valdívia, que esteve abaixo principalmente nos jogos de ida contra São Paulo e Ponte, levantou todos com um golaço. A festa só não foi completa pelas dezenas de torcedores feridos em confronto com a Polícia Militar.

Esse foi, neste 04 de abril de 2008, o título que o Palmeiras conquistou. O título que tanto precisava. E o título que tanto mereceu.

domingo, 4 de maio de 2008

O campeão do Rio é rubro-negro


Pela trigésima vez em sua história, o torcedor flamenguista pode gritar que é campeão estadual. A vitória por 3-1 sobre o Botafogo, neste domingo, significa que, pelo segundo ano consecutivo, deu Fla no Rio de Janeiro e o Fluminense já não é mais hegemônico em títulos domésticos. Acima de tudo, comprova que o Flamengo, a despeito da saída de Joel e da indefinição de quem vem preencher seu lugar, tem um time - e também um elenco - forte para brigar por todos os campeonatos que disputa em 2008.

A conquista flamenguista começou a ser construída há várias semanas, com o título da Taça Guanabara e a ratificação de um posto entre os finalistas. Assim, Joel Santana pôde usar o segundo turno quase como uma intertemporada, dando ritmo aos reservas, descansando os titulares em muitos momentos e testando opções. O reflexo daquela vitória sobre o Botafogo, em 24 de fevereiro, esteve naturalmente presente em vários momentos da finalíssima deste domingo.

Quando a bola rolou, Joel repetiu o mesmo time do último domingo, trocando apenas Kléberson por Jaílton, reforçando a defesa. Em busca da vitória, Cuca preferiu ter só dois atacantes à frente, deixando Zé Carlos como ala-esquerdo e uma definida linha com três zagueiros. Assim, e com a iniciativa da partida, o Botafogo criava perigo e conseguia anestesiar as tentativas flamenguistas de contragolpe. Na única jogada clara para o Fla, no primeiro tempo, Ibson furou na cara de Renan.

As más atuações de Ibson e Cristian, aliás, fizeram Joel se mexer no intervalo. O Botafogo jogava melhor, estava à frente do placar e parecia mentalmente estável. Embora não fosse sufocado, o Flamengo sentia as bolas paradas, quase sempre conseguidas através da arbitragem de Luís Antônio Silva Santos, típico árbitro que marca todas as faltas possíveis e impossíveis. Em uma delas, Lúcio Flávio pôs os botafoguenses em vantagem, contando com sensível colaboração de Bruno.

Foi então que Diego Tardelli e Obina entraram, já no intervalo, nos lugares de Ibson e Cristian. Parecia exagero de Joel, já que o jogo estava aberto. O Natalino, porém, foi muito bem, como no primeiro jogo da decisão. Tardelli e Marcinho deram mais poder de fogo jogando juntos na meia, enquanto Obina mostrou ter estrela para os jogos importantes.

O resultado foi uma vitória inquestionável do Flamengo nos últimos 45 minutos. A parte física esteve ótima, a motivação ainda mais, e o Botafogo não respirou e se viu perdido na busca da igualdade. Tem, porém, possibilidades concretas de fazer uma campanha digna no Campeonato Brasileiro e brigar por título na Copa do Brasil. Mais uma vez, como tem sido em General Severiano, será preciso abafar outro princípio de crise.

No fim das contas, Joel Santana deve se despedir da Gávea com a bola cheia. Campeão estadual e virtualmente classificado para as quartas da Libertadores, o Fla está mesmo em alta. É, hoje, uma das melhores equipes do país. As duas vitórias sobre o Botafogo não deixam dúvidas.