domingo, 4 de maio de 2008

O campeão do Rio é rubro-negro


Pela trigésima vez em sua história, o torcedor flamenguista pode gritar que é campeão estadual. A vitória por 3-1 sobre o Botafogo, neste domingo, significa que, pelo segundo ano consecutivo, deu Fla no Rio de Janeiro e o Fluminense já não é mais hegemônico em títulos domésticos. Acima de tudo, comprova que o Flamengo, a despeito da saída de Joel e da indefinição de quem vem preencher seu lugar, tem um time - e também um elenco - forte para brigar por todos os campeonatos que disputa em 2008.

A conquista flamenguista começou a ser construída há várias semanas, com o título da Taça Guanabara e a ratificação de um posto entre os finalistas. Assim, Joel Santana pôde usar o segundo turno quase como uma intertemporada, dando ritmo aos reservas, descansando os titulares em muitos momentos e testando opções. O reflexo daquela vitória sobre o Botafogo, em 24 de fevereiro, esteve naturalmente presente em vários momentos da finalíssima deste domingo.

Quando a bola rolou, Joel repetiu o mesmo time do último domingo, trocando apenas Kléberson por Jaílton, reforçando a defesa. Em busca da vitória, Cuca preferiu ter só dois atacantes à frente, deixando Zé Carlos como ala-esquerdo e uma definida linha com três zagueiros. Assim, e com a iniciativa da partida, o Botafogo criava perigo e conseguia anestesiar as tentativas flamenguistas de contragolpe. Na única jogada clara para o Fla, no primeiro tempo, Ibson furou na cara de Renan.

As más atuações de Ibson e Cristian, aliás, fizeram Joel se mexer no intervalo. O Botafogo jogava melhor, estava à frente do placar e parecia mentalmente estável. Embora não fosse sufocado, o Flamengo sentia as bolas paradas, quase sempre conseguidas através da arbitragem de Luís Antônio Silva Santos, típico árbitro que marca todas as faltas possíveis e impossíveis. Em uma delas, Lúcio Flávio pôs os botafoguenses em vantagem, contando com sensível colaboração de Bruno.

Foi então que Diego Tardelli e Obina entraram, já no intervalo, nos lugares de Ibson e Cristian. Parecia exagero de Joel, já que o jogo estava aberto. O Natalino, porém, foi muito bem, como no primeiro jogo da decisão. Tardelli e Marcinho deram mais poder de fogo jogando juntos na meia, enquanto Obina mostrou ter estrela para os jogos importantes.

O resultado foi uma vitória inquestionável do Flamengo nos últimos 45 minutos. A parte física esteve ótima, a motivação ainda mais, e o Botafogo não respirou e se viu perdido na busca da igualdade. Tem, porém, possibilidades concretas de fazer uma campanha digna no Campeonato Brasileiro e brigar por título na Copa do Brasil. Mais uma vez, como tem sido em General Severiano, será preciso abafar outro princípio de crise.

No fim das contas, Joel Santana deve se despedir da Gávea com a bola cheia. Campeão estadual e virtualmente classificado para as quartas da Libertadores, o Fla está mesmo em alta. É, hoje, uma das melhores equipes do país. As duas vitórias sobre o Botafogo não deixam dúvidas.

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