quarta-feira, 7 de maio de 2008

Lula e Dente


Lula e Dente. É assim que o amigo e entusiasta Mozart Maragno, atento acompanhador das bases, chama Lulinha e Dentinho desde 2006. O início dos meninos no time profissional do Parque São Jorge, porém, não foi nada justificador. Passado esse período delicado, em que a situação do clube em si não colaborava, a dupla do barulho tem colocado as mangas de fora. Contra o São Caetano, nesta terça, ninguém jogou tanto quanto os dois - além de Herrera, claro.

A chegada de Dentinho ao time de cima se deu com Carpegiani. O atacante havia feito uma bela Copa São Paulo e, embora não fosse freqüentador das seleções de base, mostrara qualidades e, no Parque São Jorge, todos eram céticos quanto ao seu talento. Dentinho, que era chamado de Bruno Bonfim, terminou 2007 em baixa, principalmente por não saber finalizar a gol.

Pouco foi preciso para, agora definitivamente sendo chamado de Dentinho, ele desse as cartas. O garoto tomou a titularidade no terceiro jogo do ano, não deixou mais o time e é o maior artilheiro de 2008. Na última segunda, foi eleito a revelação do Paulista. Na terça, com personalidade, deu um gol de presente para o argentino Herrera. E tem muito ainda a evoluir.

De Lulinha se esperava muito mais. Fenômeno nas divisões de base - e não é exagero -, o garoto chegou aos profissionais cercado de muitas expectativas. Havia, porém, decepcionado no Mundial Sub-17 e, após isso, não conseguiu carregar o fardo de substituir William, outra cria do Terrão. O rebaixamento corintiano foi duro com Lulinha, que fechou a temporada cercado de desconfianças.

Neste ano, a coisa ficou ainda pior pro jogador. Mesmo com o time jogando bem em alguns momentos, Lulinha já não contava nem com a simpatia da torcida. Ações isoladas de torcedores tiveram muros como alvos de pichação e se tornou senso quase geral que Lulinha entraria para a história como mais um daqueles casos de "foguetes molhados", pegando aqui uma expressão do amigo Gustavo Vargas.

Lulinha vem tendo o cuidado de Mano Menezes como seu maior aliado. Chegou, indiscutivelmente, antes da hora ao profissional. Em conversa com o treinador pra Revista Trivela de maio, foi possível perceber a serenidade do técnico que soube lapidar Anderson no Grêmio. O resultado foram duas atuações muito boas contra Goiás e São Caetano.

Foi cedo demais cravar o fim de Lulinha e Dentinho. Em uma visão otimista, é possível vê-los maduros - física, técnica e mentalmente -, decidindo partidas importantes. Aí, Lulinha será Lula e Dentinho será Dente.

2 comentários:

Leonardo Serafim disse...

Pouco a pocu já da para ver evoluções nesse jogadores e no setor ofensivo do Corinthians. Lulinha começou a se movimentar mais em campo, caindo muito bem pelo lado direito.
Já Dentinho continua com a mesma desenvoltura, pelo lado oposto.

Mesmo com o desenvolvimento do Lulinha, sua posição de titular está com os dias contados. Douglas já deve assumir a posição contra o CRB.

Mozart Maragno disse...

O que é a vida sem risco, Dassão?
Apostar em jovens é sempre instigante.
Abraço e valeu a citação!