quarta-feira, 21 de maio de 2008

Vitória botafoguense no primeiro rounde


Há algum tempo, a Copa do Brasil não chamava tanta atenção e não ganhava repercussão tão grande quanto a Libertadores. A mobilização em torno do confronto entre Botafogo e Corinthians, válido pelas semifinais, é prova disso. No Engenhão, nesta terça-feira, foi disputado um dos principais jogos da temporada no futebol brasileiro. E, se é que é possível destacar grande vantagem, foram os cariocas que ficaram à frente após os 90 minutos.

Treinadores inteligentes, de ótima visão tática, Mano Menezes e Cuca se prepararam bem para o duelo. Quando viu que o Corinthians vinha em 4-2-3-1, o botafoguense definiu sua equipe com uma linha de quatro defensores, fechando, com laterais e volantes, os dois lados do campo. E, com os rápidos Jorge Henrique e Wellington Paulista, buscando o confronto direto com os zagueiros corintianos.

Mano acertou em repetir a mesma formação dos últimos jogos, pois, como mesmo disse, precisava de argumentos para jogar de igual para igual, para sair da previsível pressão do Botafogo. Mano Menezes precisou prender André Santos, mas deu a Carlos Alberto a missão de ir ao fundo, com Lulinha sempre puxando a marcação de Eduardo para dentro. Um duelo de xadrez no Engenhão.

Foi basicamente nestas duas situações que se desenharam os primeiros 45 minutos de jogo no Engenhão. Com uma compactação muito forte no meio e velocidade para tocar a bola, o Corinthians ia bem melhor que o Botafogo, que só chegou em vacilos específicos dos corintianos. Herrera, brigador como sempre, se virava bem e dava opções, mesmo entre dois zagueiros. Saindo da área, deixou Carlos Alberto livre para dar vantagem aos visitantes.

Veio o intervalo e tudo se redesenhou. Cuca pressionou os lentos zagueiros corintianos, colocando Fábio na área, abafando os dois laterais e soltando Alessandro a partir da substituição de Lulinha e da mudança de posicionamento de Dentinho. O lateral botafoguense avançava livre, enquanto André Santos e Eduardo Ramos ofereciam espaço com uma marcação frouxa.

Com, ainda, uma notável mudança de atitude, além de uma arbitragem caseira ao melhor estilo Leonardo Gaciba, invertendo faltas e demonstrando total ausência de critérios, o Botafogo cresceu. A bola não parava no ataque corintiano, também pela grande atuação de André Luís. Os dois gols botafoguenses – um em ingenuidade de Carlos Alberto, outro com a forte bola aérea do Botafogo e um empurrão em Fábio Ferreira – deram a vantagem ao time de Cuca.

A principal vantagem, porém, está nos desfalques. André Santos e Fabinho são referências técnicas e psicológicas do time de Mano, que ainda não terá Carlos Alberto e Lulinha, ausências menos sentidas. Para suprir Túlio e Alessandro, Cuca tem opções mais confiáveis.
Porém, com um Morumbi que promete ter o dobro de público do Engenhão, tudo pode acontecer, com o perdão do clichê. Sobretudo pela pequena vantagem do Botafogo e pelo gol fora de casa do Corinthians.

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