quinta-feira, 27 de março de 2008

Eletrizante


Há um mês atrás, Santos e Corinthians não despertariam tanto interesse. Nessa reta final de Campeonato Paulista, porém, o duelo da Vila Belmiro tinha ares de decisão de vaga na semifinal do Estadual. E, como havia se pensado, as equipes de Emerson Leão e Mano Menezes deram a vida no gramado. A melhor ficou para os santistas, agora ainda mais vivos na classificação.

Pressionado pela ineficácia do chileno Sebastián Pinto, o teimoso Emerson Leão preferiu não alterar o desenho ofensivo do Santos. Em seu 4-2-3-1, deu a liberdade de que Molina precisa para pensar. E o Corinthians, vulnerável pela surpreendente pouca pegada no meio, expôs seus três zagueiros. Dessa maneira, os santistas atingiriam a vitória, mesmo com um volume de jogo menor ao longo dos 90 minutos.

Leão teve sua insistência premiada com o gol de Sebastián Pinto, em lance rápido e inteligente de Molina. Atrás do marcador, os corintianos foram pra cima, pressionaram a saída de bola santista, mas foram para o intervalo na mesma. Ao contrário do que se esperava, Mano Menezes não trocou jogadores, embora tenha transformado o 3-4-1-2 da primeira etapa em um 4-2-2-2 mais ofensivo. André Santos no meio, porém, segue não indo bem.

Sufocando, o Corinthians não demorou a buscar a igualdade. Na bola aérea, principal arma da partida, Carlão apareceu na pequena área e desviou uma bola escorada, aos 2min, para as redes de Fábio Costa. Àquele momento, o cenário se desenhava aparentemente mais favorável para os corintianos, mais motivados e dominantes em campo.

Mas bastaram cinco minutos para Molina mudar o quadro novamente. O colombiano deu passe para Kléber Pereira - que atropelou Carlão, no lance mais polêmico da partida - recolocar, com muita tranqüilidade, o Peixe na frente. A jogada geraria severos protestos corintianos contra Sálvio Spínola, justamente o responsável pela confusão no duelo entre Corinthians e São Paulo. O árbitro, visivelmente, foi à campo pressionado e não soube lidar com a dificuldade.

Desse momento em diante, o Corinthians não abdicou do ataque. Criou bons lances, especialmente pelos 20 minutos seguintes, alçando bolas para a área e pressionando o Santos. No último terço do segundo tempo, por outro lado, a situação se esfriou. Dentinho se contundiu e Acosta não entrou bem mais uma vez, e Leão mexeu muito bem com as entradas de Marcelo e Renatinho, fechando a zaga e criando perigo pela ponta-esquerda. Nem mesmo a expulsão de Betão amenizou a queda física dos corintianos no fim da partida.

O placar do eletrizante duelo da Vila Belmiro, entretanto, não apresentou grandes injustiças. Quando lhe foi conveniente, o Santos dominou a partida e foi efetivo. Além disso, Leão manejou os jogadores e teve estrela. Teve, acima de tudo, vontade de vencer. Não que o Corinthians não tenha tido, mas só um pode vencer. E os santistas fizeram por onde.

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