Em seus quase quatro anos de São Paulo, Muricy Ramalho costumava dizer, em entrevistas mais longas, que jamais pediu demissão de funcionário do clube. Citava que, entre seus antecessores, havia gente que em poucos meses mandou jardineiro, porteiro e outros membros do gênero para o olho da rua. A menção de Muricy tinha nome e sobrenome: Emerson Leão.
Mais de seis anos se passaram desde então e Leão, que colecionou praticamente só fiascos na carreira desde então, chegou a ficar mais de uma temporada desempregado. Juvenal Juvênio deu mais sinais de que definitivamente perdeu a mão e ofertou ao veterano treinador um contrato de dois meses. O grande problema não é o vínculo curto e nem a falta de ideias para o resto da temporada, mas a sensação de vazio no que Emerson Leão poderá deixar de legado para quem seja seu sucessor em 2012.
Os métodos de Leão, desde seus tempos de jogador, passam longe de ser os mais corretos. Felix e Ado contam que, em 1970, a convocação de um terceiro goleiro jovem foi um pedido de ambos a Zagallo, mas que ao chegar no México o novato exigiu a titularidade. Só receberia quatro anos depois, na Alemanha. Atitudes do gênero se repetem nesses 41 anos e também se repetiram nos últimos sete dias na Barra Funda.
Leão chegou sem relacionar Rivaldo, o que era direito seu, mas provavelmente uma ação orquestrada em conjunto com Juvenal. Cobrou Lucas publicamente, trocou farpas com Cícero via imprensa e, em um ato de enorme constrangimento, revelou ao microfone da TV Bandeirantes que Dagoberto já tinha pré-contrato firmado com o Internacional.
O fato extremamente antiético expõe de vez um atleta que, bem ou mal, presta serviços ao São Paulo há cinco temporadas. Na beirada do gramado em São Januário, reclamou quando Cañete, que acabara de entrar, se lesionou. "A gente dá a chance, mas ele se machuca". Será que Tite, Cristóvão ou Caio Júnior, os líderes do Brasileiro, fariam algo igual?
Em dois jogos, com uma derrota por 2 a 0 e um empate sem gols, Leão mostrou toda a limitação de seu repertório. No Paraguai, resgatou um sistema com dois volantes, dois meias e dois atacantes, tática que já era vista como atrasada na década de 90. Diante do Vasco, fez o São Paulo voltar aos tempos do 3-5-2. Atualmente, na Série A, o lanterna América-MG é a única equipe a jogar dessa forma, abandonada até mesmo por Muricy.
Para sua segunda semana de clube, Leão também resolveu mexer com a rotina do grupo e, pela primeira vez nos últimos tempos, programou todos os treinos, de terça até sexta-feira, às 9h da manhã. Nenhum dos treinadores do futebol paulista adota a tática, que faz os jogadores acordarem mais cedo e, claro, eventualmente evitarem noitadas. Que ele queira chacoalhar o ambiente, é compreensível. Difícil é saber se, com seus métodos peculiares, o treinador vai construir algo para o próximo ano. O passado bem recente indica que não.
No Corinthians-07, Leão, com contratações inexplicáveis como Wellington, Tamandaré, Gustavo, Daniel Paulista, Jean Carlos, Jean e Jaílson, começou de forma trágica a temporada que culminaria no rebaixamento. Em seu retorno ao Santos, para 2008, deixou no meio do ano a equipe que terminou na 15a posição, um ponto acima da zona de rebaixamento do Brasileiro. Em seguida, com o Sport, 3 vitórias, 2 empates e 6 derrotas e mais um time degolado ao fim do ano. Pelo Goiás, em 2010, 3 vitórias, 4 empates e 9 derrotas no Brasileiro. Resultado? queda para a Série B.
Por enquanto, Emerson Leão precisa já conviver com uma marca bastante negativa do time que dirige. São oito jogos sem vitória no Campeonato Brasileiro, o que significa a pior escrita do São Paulo em 40 anos na competição. Mais difícil que voltar a vencer ou até do que surpreender e estar na Libertadores 2012, é ver herança positiva para a formação de um time forte. O clube de Juvenal Juvêncio é a maior incógnita do Brasil.
Mais de seis anos se passaram desde então e Leão, que colecionou praticamente só fiascos na carreira desde então, chegou a ficar mais de uma temporada desempregado. Juvenal Juvênio deu mais sinais de que definitivamente perdeu a mão e ofertou ao veterano treinador um contrato de dois meses. O grande problema não é o vínculo curto e nem a falta de ideias para o resto da temporada, mas a sensação de vazio no que Emerson Leão poderá deixar de legado para quem seja seu sucessor em 2012.
Os métodos de Leão, desde seus tempos de jogador, passam longe de ser os mais corretos. Felix e Ado contam que, em 1970, a convocação de um terceiro goleiro jovem foi um pedido de ambos a Zagallo, mas que ao chegar no México o novato exigiu a titularidade. Só receberia quatro anos depois, na Alemanha. Atitudes do gênero se repetem nesses 41 anos e também se repetiram nos últimos sete dias na Barra Funda.
Leão chegou sem relacionar Rivaldo, o que era direito seu, mas provavelmente uma ação orquestrada em conjunto com Juvenal. Cobrou Lucas publicamente, trocou farpas com Cícero via imprensa e, em um ato de enorme constrangimento, revelou ao microfone da TV Bandeirantes que Dagoberto já tinha pré-contrato firmado com o Internacional.
O fato extremamente antiético expõe de vez um atleta que, bem ou mal, presta serviços ao São Paulo há cinco temporadas. Na beirada do gramado em São Januário, reclamou quando Cañete, que acabara de entrar, se lesionou. "A gente dá a chance, mas ele se machuca". Será que Tite, Cristóvão ou Caio Júnior, os líderes do Brasileiro, fariam algo igual?
Em dois jogos, com uma derrota por 2 a 0 e um empate sem gols, Leão mostrou toda a limitação de seu repertório. No Paraguai, resgatou um sistema com dois volantes, dois meias e dois atacantes, tática que já era vista como atrasada na década de 90. Diante do Vasco, fez o São Paulo voltar aos tempos do 3-5-2. Atualmente, na Série A, o lanterna América-MG é a única equipe a jogar dessa forma, abandonada até mesmo por Muricy.
Para sua segunda semana de clube, Leão também resolveu mexer com a rotina do grupo e, pela primeira vez nos últimos tempos, programou todos os treinos, de terça até sexta-feira, às 9h da manhã. Nenhum dos treinadores do futebol paulista adota a tática, que faz os jogadores acordarem mais cedo e, claro, eventualmente evitarem noitadas. Que ele queira chacoalhar o ambiente, é compreensível. Difícil é saber se, com seus métodos peculiares, o treinador vai construir algo para o próximo ano. O passado bem recente indica que não.
No Corinthians-07, Leão, com contratações inexplicáveis como Wellington, Tamandaré, Gustavo, Daniel Paulista, Jean Carlos, Jean e Jaílson, começou de forma trágica a temporada que culminaria no rebaixamento. Em seu retorno ao Santos, para 2008, deixou no meio do ano a equipe que terminou na 15a posição, um ponto acima da zona de rebaixamento do Brasileiro. Em seguida, com o Sport, 3 vitórias, 2 empates e 6 derrotas e mais um time degolado ao fim do ano. Pelo Goiás, em 2010, 3 vitórias, 4 empates e 9 derrotas no Brasileiro. Resultado? queda para a Série B.
Por enquanto, Emerson Leão precisa já conviver com uma marca bastante negativa do time que dirige. São oito jogos sem vitória no Campeonato Brasileiro, o que significa a pior escrita do São Paulo em 40 anos na competição. Mais difícil que voltar a vencer ou até do que surpreender e estar na Libertadores 2012, é ver herança positiva para a formação de um time forte. O clube de Juvenal Juvêncio é a maior incógnita do Brasil.