domingo, 16 de março de 2008

Um brinde à ousadia


A vida costuma premiar os mais corajosos. O futebol, muitas vezes, não é diferente. Vanderlei Luxemburgo é um desses audazes. Não tem medo de arriscar, confia no próprio tato, e costuma ser premiado com isso. No Choque-Rei deste domingo, em Ribeirão Preto, o Palmeiras voltou a se beneficiar do espírito corajoso de seu treinador. Como já havia feito contra o Corinthians, o Verdão mostrou estar pronto para brigar por grandes objetivos na temporada. Vencer o São Paulo por 4-1, mais do que tudo, é um argumento claro disso.

Inicialmente, o clássico apontava para um duelo tático, razoavelmente fechado, em que a força física de Adriano aparentava ser um possível diferencial. Ao longo da primeira etapa, ambas as equipes jogavam sob o desenho do 4-2-2-2, com a diferença de que Jorge Wagner e Carlos Alberto, os meias de Muricy Ramalho, abriam pelos lados a fim de explorar os espaços de Leandro e Granja. Valdívia e Diego Souza, mais centralizados, pressionavam os volantes são-paulinos.

No primeiro tempo, as principais chances, de fato, saíram dos pés e da cabeça de Adriano. Inspirado, o Imperador levava a melhor sob a dura marcação palmeirense. Assim, abriu o placar subindo sobre dois marcadores alviverdes. O passe, claro, veio dos pés de Jorge Wagner - o sétimo perfeito na temporada. A demonstração de personalidade, contudo, veio de Kleber. O jogador revelado no Morumbi, e que já havia sido vital contra Ponte Preta e Bragantino, cortou Juninho com beleza e estufou as redes de Rogério Ceni.

Após o intervalo, Muricy notou que Carlos Alberto já não acompanhava o ritmo físico da partida. Como o meia também não fazia um bom jogo, preferiu colocar Joílson em campo. O ex-botafoguense, contudo, não prima pela ofensividade, não tem a mesma técnica e tampouco a mesma agudez do ex-Fluminense. Ainda assim, o São Paulo detinha o controle da partida e poderia, com Adriano, ter retomado a dianteira do placar. Havia um recuperado Marcos para impedir.

Foi então que Vanderlei Luxemburgo colocou as mangas de fora. Como já fora realizado contra o Corinthians, passou do 4-2-2-2 para um 4-1-2-3, abrindo a defesa adversária. Com Diego Souza e Martinez apoiando o trabalho dos laterais, ainda espetou Denílson e Valdívia pelos lados, forçando o jogo sobre Zé Luís e principalmente o veterano Júnior. A ousadia acabou premiada.

Coincidentemente, um lance entre Júnior e Valdívia, dentro da área, deu a vitória para o Palmeiras. Denílson, outro revelado no São Paulo, cobrou o primeiro de uma seqüência de três corretas penalidades assinaladas por Flávio Guerra. E o time de Luxemburgo, provando claramente ter um espírito diferente em relação aos últimos anos, mostrou estar pronto para objetivos maiores em 2008. Ver atitudes ousadas vindo do banco de reservas, certamente, tem um peso psicológico nisso.

3 comentários:

Arthur Virgílio disse...

Já escrevi há umas duas semanas que considero a equipe do Palmeiras, a que tem mais potencial de crescer ao longo do ano, não só pelo seu técnico, mas também pelos jogadores contratados, entre eles: Henrique, Kléber, Diego Souza e Denílson.

Ganhou quem teve mais força no gramado molhado em Ribeirão Preto. Adriano, na minha opinião, foi bem. Richarlyson segue decepcionando.

Anônimo disse...

Um Brinde ao principal Blog esportivo do Brasil !

Leonardo Serafim disse...

Ontem mais uma vez quej ganhou a partida foi o Luxemburgo. Ao colocar o Martinez ele ganhou muito mais qualidade no passe. Foi sempre dos pés dele que o jogo fluia. Quem agradece foi o Leandro, que com a entrada do volante canhoto, teve muitas oportunidades de avanço.