sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Coco duro


Ninguém, além é claro de Carlos Bianchi, fez o Boca jogar tão bem quanto Alfio Basile nos últimos tempos. Disputou cinco taças em sua passagem por La Bombonera, e venceu todas: um Apertura, um Clausura, uma Copa Sul-Americana e duas Recopas. Era o time onde brilhavam os hoje opacos Insúa e Bilos, enquanto Riquelme estava na Espanha. E Coco, aos 63 anos, se credenciou com sobras para assumir o lugar de Pekerman após a Copa do Mundo, em seu retorno à albiceleste após 14 anos.

Basile, porém, não deu certo. E pediu seu boné, no fim da noite desta quinta-feira. Foram onze vitórias, dois empates e cinco derrotas - duas delas diante do Brasil, e outra em Santiago, no Chile, quarta-feira, após 35 anos. O desafio de fazer o time de Messi, Riquelme e Tevez jogar o futebol que convença o exigente torcedor argentino foi grande para Coco, que se despediu com uma diferença de sete pontos para o líder Paraguai.

O trabalho de Basile sequer era mais respeitado pelos atletas, de acordo com a imprensa argentina. Seus métodos eram questionados, sua postura tática já variava em demasia - 4-3-1-2, 4-2-1-3, 3-4-3, e por aí vai. A verdade é que com Basile, de fato, bom futebol só se viu na Copa América, mas a derrota contundente na final com o Brasil de Dunga azedou sua reputação. Bons tempos mesmo foram os de Pekerman, do futebol encantador na Alemanha.

Fala-se, agora, em Simeone e Batista, principalmente. O segundo é credenciado pelo ouro olímpico, o primeiro pelos títulos nacionais com Estudiantes e River Plate - além, claro, da história como jogador.

Em quem apostar, perguntam-se os argentinos? Coco Basile, porém, foi digno. E disse adeus.

6 comentários:

Marcel Jabbour disse...

"Coco Basile, porém, foi digno. E disse adeus". Indireta ao Dunga? =)

Concordo. Basile só fez a Argentina ser Argentina na Copa América e mesmo assim, depois daquele 3x0, não se pode ter boas lembranças do torneio.

Na tendência Pekerman, acho que o favorito é o Batista. Ele, ao menos, goleou o Brasil

Abraços!

diletra.blogspot.com

warley.morbeck disse...

Bem que o Dunga e o Caio Junior poderiam seguir o belo exemplo hehehe

Warley Morbeck
http://flamengoeternamente.blogspot.com
http://eternabola.blogspot.com

Arthur Virgílio disse...

O Messi já pediu o Batista, que foi campeão olímpico. Porém, acredito que o Simeone poderia ser um bom nome. Aliás, ele tem trajetória parecida com Dunga, pois ambos marcaram época nas suas seleções jogando como volante e depois seguiram a carreira de técnico. A diferença é que Simeone treinou dois grandes clubes e Dunga, sabe-se lá porque, foi direto para a seleção brasileira.

Saulo disse...

O Dunga podia seguir esse grande exemplo do Basile.

Ricardo Inocencio disse...

Simeone seria um bom nome pela sua experiência dentro de campo (jogou na Lazio, Atlético de Madrid, Internazionale...) onde aprendeu muito sobre táticas, e pelos resultados como treinador (e olha que ele está como técnico há apenas 3 anos).

Batista ainda é muito novo na função e treinar a seleção olímpica é bem diferente da adulta, na minha opinião. A pressão é outra, ainda mais porque a Argentina está carente de conquistas há muito tempo (na seleção principal).

Pekerman seria ideal, mas não deve aceitar e um outro nome seria o de Miguel Angel Russo (campeão da Libertadores 2007) e atualmente no San Lorenzo.

André Augusto disse...

O problema é que o Basile não conseguiu os resultados do Boca na seleção. E a ausência de títulos acabou pesando diante de uam seleção que tem uma de suas gerações mais promissoras dos últimos anos.

Acho que chegou a hora de "El Cholo", que se capacitou e tem condições d etocar o barco.