quarta-feira, 29 de outubro de 2008

De uma gelada para outra


Voltar de um clube respeitado da Europa para um grande do Brasil quase sempre tem os mesmos objetivos. Se tornar referência por aqui, chegar ou retornar à seleção brasileira, ganhar exposição e depois engatar um contrato melhor no exterior.

Em 2008, os quatro grandes clubes paulistas acertaram quatro reforços provenientes do Dínamo de Kiev. Diogo Rincón (Corinthians), Kléber (Palmeiras), Rodrigo (Flamengo e depois São Paulo) e Michael (Santos) deixaram a Ucrânia e vieram ao Brasil com estes objetivos.

As liberações por parte do Dínamo de Kiev tiveram explicação e não foram coincidência. O maior clube ucraniano teve campanhas recentes decepcionantes na Liga dos Campeões, inclusive a última, gota d'água, em que não saiu do zero e fez vexame. Yuri Semin, técnico russo, e a direção, chegaram ao consenso de que era necessário um elenco mais comprometido e a saída do quarteto brasileiro foi uma das iniciativas.

Vem dando resultado, para o clube, ter mudado sua planificação. O Dínamo está em segundo lugar da fase de grupos da Liga dos Campeões, com cinco pontos em três jogos. No Campeonato Ucraniano, lidera com cinco pontos de vantagem em 12 jogos.

Para o quarteto, porém, voltar ao Brasil tem sido uma experiência razoavelmente frustrante. Daniel Carvalho, que veio do CSKA Moscou para o Internacional, aliás, é outro exemplo similar.

DIOGO RINCÓN

Segundo maior salário do elenco corintiano - atrás apenas de Acosta, o meia formado pelo Internacional veio como o principal pedido de Mano Menezes para a Série B. Chegou com boas atuações e, atuando como meia-atacante, próximo de Herrera, teve bons momentos no Paulista e na Copa do Brasil.

Lesões, porém, lhe prejudicaram bastante. Rincón, que estreou pelo Corinthians apenas em março, só esteve em 26 dos 62 jogos corintianos em 2008. Após decair nas semifinais e finais da Copa do Brasil, em que estava jogando no sacrifício, fez uma operação no joelho e, até então, não recuperou sua melhor forma física. Mano perdeu a confiança no meio, que por sua vez perdeu espaço para Morais e Douglas.

Só fica para 2009 com uma drástica redução salarial e principalmente um enorme jogo de cintura do Dínamo.

MICHAEL

Dono da passagem mais curta pela Ucrânia, o meia e lateral Michael foi assediado pelo Flamengo e por Caio Júnior - seu técnico no Palmeiras -, mas acertou mesmo com o Santos. Em crise, o clube e Cuca não ofereceram a atmosfera ideal para um jogador que retorna da Europa, e o ainda jovem jogador foi utilizado em diversas posições e sentiu, claramente, a diferença entre jogar na Europa e no Brasil.

Ainda muito franzino, Michael tem tido dificuldades em obter sua melhor forma física ainda em outubro. Titular com Márcio Fernandes, se fixou como meia-atacante no 4-3-1-2 e mostrou algumas qualidades, mas logo teve lesões musculares. Então, se afastou dos titulares por cinco jogos e viu Molina voltar ao seu melhor momento. Hoje, é banco.

RODRIGO

Esqueça Rodrigo na hora de dar os méritos à boa fase da defesa são-paulina no Campeonato Brasileiro. O trabalho de Zé Luís, Miranda e principalmente André Dias explicam a melhora da retaguarda tricolor, e o retorno do zagueiro ao Morumbi ainda não rendeu o efeito esperado. Seu brilho apareceu, apenas, em dois gols de falta.

Rodrigo teve, anteriormente, uma passagem bastante infeliz pelo Flamengo. Ao lado de outras contratações do início de ano, como Jonatas e Gavillán, não vingou e, principalmente, teve azar. Uma grave lesão no braço em seu primeiro jogo como titular abreviou sua passagem pela Gávea, culminada com trocas de acusações públicas com Kléber Leite.

KLÉBER

Dos quatro, o único que se deu razoavelmente bem é Kléber, que foi campeão paulista e é um dos destaques do Palmeiras. Contudo, o atacante revelado pelo São Paulo tinha planos ambiciosos, como se tornar um dos principais jogadores do país, chegar à seleção e retornar para um grande europeu. O que, convenhamos, não parece perto de ocorrer.

Kléber também ficou marcado pela forma pouco leal de atuar em campo e é o jogador mais violento do Campeonato Brasileiro, tendo recebido três vermelhos e 10 amarelos. Fez apenas cinco gols e se destacou em jogos importantes, mas longe de quem um dia já disse ter proposta para jogar na Juventus.

2 comentários:

André Augusto disse...

Muito pontual a análise. Paraece que a limpa fez bem ao Dínamo. O Rincón não tem espaço no Corinthians, aposto que não fica. O Kléber deve ficar por aqui ainda, tem potencial apesar de ter pouca cabeça.

Douglas disse...

Boa Dassler, concordo contigo - O Rodrigo é uma no cravo outra na ferradura.....
E O Kléber não é tudo isto....
Os demais sem comentários não os acompanhei.

Alias seria interessante falar sobre o CSKA que muito desinformado "baba o ovo" no Brasil para eles, mas eles também não querem muitos brasileiros por lá, e somente estão aguardando a oportunidade certa para tirar o Vagner Love(outro que qdo estava na série B foi dito que ia para o Milan rss)