A DURA VIDA DE ROBINHO NO MANCHESTER CITY
Posicionamento tático tem dificultado a adaptação do brasileiro à Premier League
Se estivéssemos nos anos 60 e 70, certamente Robinho seria um ponta – provavelmente, esquerdo. A construção de sua carreira foi cimentada por aquele lado do campo, onde os espaços normalmente são maiores e o duelo é quase sempre individual. É dali, por exemplo, que o santista carrega a bola, dá oito pedaladas e sofre o célebre pênalti que abriu caminho para o título brasileiro conquistado pelo Santos em 2002.
Atualmente, seis anos depois, Robinho – que tinha 1,72m e 60kg ganhou massa muscular, mas segue sendo o mesmo jogador franzino e pouco eficaz em um jogo físico. Tirar o melhor dele significa deixá-lo longe dos marcadores mais fortes e colocá-lo, esquecido, nos lados do campo.
O novo técnico do Manchester City, Mark Hughes, chegou aos Citizens credenciado por ótimas temporadas à frente do Blackburn, o qual manteve sempre na disputa por vagas na metade de cima da tabela da Premier League. Hughes, ao invés de Sven-Göran Eriksson, implantou uma tática perfeita para as características de seus principais jogadores – em especial, Shaun Wright-Phillips e Robinho, contratados a peso de ouro na janela de verão.
O 4-2-3-1, esquema provavelmente mais em voga no momento – o que já ficara claro na Eurocopa recente -, encaixa bem com o City pois os meio-campistas centrais do elenco são pouco criativos. Kompany e Hamman, os volantes escalados normalmente, têm pouca técnica. Robinho, Ireland, Petrov e Wright-Phillips, os principais meias externos, são agudos demais, e combativos de menos. Dessa forma, atuar com duas linhas de quatro jogadores não daria resultados para Hughes, cujo principal homem de frente, Jô, também é um pouco lento.
O grande problema é que no 4-2-3-1 de Mark Hughes, Robinho é o homem do centro na linha de três meias, e não joga aberto pelos lados. Ali, o ex-santista tem um confronto duro e complicado contra normalmente os volantes adversários. Contra o Wigan, por exemplo, esbarrou em Palacios (1,78m e 72kg) e Cattermole (1,78m e 76kg).
A vida de Robinho fica ainda mais difícil em razão da falta de espaços que oferece o futebol inglês. Ao invés de Brasil e Espanha, onde o jogo é sempre de área a área e há espaços, quase sempre, para contragolpear, a Premier League se caracteriza pelo jogo compacto, entre as duas intermediárias, em que a linha de defesa avança e espreme o adversário entre seus meio-campistas. Tratava-se, nitidamente, de um formato hostil para o futebol leve e habilidoso de Robinho.
No jogo contra o Portsmouth – o melhor de Robinho no City – houve situações peculiares, mas o brasileiro brilhou, apenas, quando teve espaço. Seja puxando o contra-ataque do primeiro gol, em que deixou Jô na cara do gol, seja driblando pela esquerda, no quinto gol, ou aparecendo bem, em velocidade, para fazer o seu.
Se Mark Hughes deseja extrair o melhor futebol de seu jogador mais caro e talentoso, é bom encontrar outro posicionamento tático para Robinho. Atuar pelo centro da penúltima linha do 4-2-3-1 requer uma força física que o Rei do Drible não tem. Olhando para o elenco do City, o nome ideal, provavelmente, seria Elano.
Como está, no momento, Robinho irá sumir, literalmente, em meio à forte marcação e o formato peculiar de se jogar na Premier League.
Link: Veja os gols de Man City 6 x 0 Portsmouth
http://www.footyfilms.com/musicvideo.php?vid=4c9f3ed4b
ROBINHO EM CAMPO
Atualmente, seis anos depois, Robinho – que tinha 1,72m e 60kg ganhou massa muscular, mas segue sendo o mesmo jogador franzino e pouco eficaz em um jogo físico. Tirar o melhor dele significa deixá-lo longe dos marcadores mais fortes e colocá-lo, esquecido, nos lados do campo.
O novo técnico do Manchester City, Mark Hughes, chegou aos Citizens credenciado por ótimas temporadas à frente do Blackburn, o qual manteve sempre na disputa por vagas na metade de cima da tabela da Premier League. Hughes, ao invés de Sven-Göran Eriksson, implantou uma tática perfeita para as características de seus principais jogadores – em especial, Shaun Wright-Phillips e Robinho, contratados a peso de ouro na janela de verão.
O 4-2-3-1, esquema provavelmente mais em voga no momento – o que já ficara claro na Eurocopa recente -, encaixa bem com o City pois os meio-campistas centrais do elenco são pouco criativos. Kompany e Hamman, os volantes escalados normalmente, têm pouca técnica. Robinho, Ireland, Petrov e Wright-Phillips, os principais meias externos, são agudos demais, e combativos de menos. Dessa forma, atuar com duas linhas de quatro jogadores não daria resultados para Hughes, cujo principal homem de frente, Jô, também é um pouco lento.
O grande problema é que no 4-2-3-1 de Mark Hughes, Robinho é o homem do centro na linha de três meias, e não joga aberto pelos lados. Ali, o ex-santista tem um confronto duro e complicado contra normalmente os volantes adversários. Contra o Wigan, por exemplo, esbarrou em Palacios (1,78m e 72kg) e Cattermole (1,78m e 76kg).
A vida de Robinho fica ainda mais difícil em razão da falta de espaços que oferece o futebol inglês. Ao invés de Brasil e Espanha, onde o jogo é sempre de área a área e há espaços, quase sempre, para contragolpear, a Premier League se caracteriza pelo jogo compacto, entre as duas intermediárias, em que a linha de defesa avança e espreme o adversário entre seus meio-campistas. Tratava-se, nitidamente, de um formato hostil para o futebol leve e habilidoso de Robinho.
No jogo contra o Portsmouth – o melhor de Robinho no City – houve situações peculiares, mas o brasileiro brilhou, apenas, quando teve espaço. Seja puxando o contra-ataque do primeiro gol, em que deixou Jô na cara do gol, seja driblando pela esquerda, no quinto gol, ou aparecendo bem, em velocidade, para fazer o seu.
Se Mark Hughes deseja extrair o melhor futebol de seu jogador mais caro e talentoso, é bom encontrar outro posicionamento tático para Robinho. Atuar pelo centro da penúltima linha do 4-2-3-1 requer uma força física que o Rei do Drible não tem. Olhando para o elenco do City, o nome ideal, provavelmente, seria Elano.
Como está, no momento, Robinho irá sumir, literalmente, em meio à forte marcação e o formato peculiar de se jogar na Premier League.
Link: Veja os gols de Man City 6 x 0 Portsmouth
http://www.footyfilms.com/musicvideo.php?vid=4c9f3ed4b
ROBINHO EM CAMPO
PS: Sábado com tática, a partir de agora, passa a ser uma seção quinzenal do Papo de Craque.
8 comentários:
Grande Dassler! Até demorou para colocar essa seção no seu blog, pelo seu conhecimento sobre o tema. A primeira ficou excelente. Até porque Dunga, bem no início de seu trabalho, tentou também centralizar Robinho num 4-2-3-1, com Elano e Daniel Carvalho pelos lados, e não deu lá muito certo. E concordo contigo: Elano é o melhor nome no City para atuar centralizado. Um abraço e parabéns!
Realmente, um show de análise. E perfeita. Robinho deve jogar aberto e jogando sempre na diagonal preferencialmente.
Centralizado, é presa fácil aos zagueiros, como vc bem destacou.
Gde abraço e apreciarei os próximos sabados.
Abs!
a prancheta do dassler vai bombar !!! hehe
cara , o triste é que com as opções que ele tem poderia fazer um dos melhores ataques do mundo , um trio de seleção brasileira , com o wright philips e petrov como ótimas opções também..abraço
Fantástico Dass!
Um show!
Só acho que o Hughes está inventando demais ao escalar o Robinho no centro da linha de três. Afinal, a maior contratação do clube tem que ter preferência para atuar no setor onde rende mais. Antes um Robinho participativo, do que um "pedalista", um simples malabarista.
Foi como winger pela esquerda, que Robinho viveu os melhores momentos da carreira no Real Madrid, onde passou a marcar vários gols.
Ótima análise. O esquema do Manchester City é parecido com a usada por Dunga na seleção. Mas, concordo que Robinho não pode ser esse homem de meio, tem que cair pelas pontas.
Fala, Dassler... blz?!
Muito boa a análise. Agora, indo na contramão e analisando outro ângulo, acho que a ida do Robinho pro City foi boa.
Primeiro, ele se livrou de Wagner Ribeiro. Segundo, ele pôde perceber que não pode se comparar (ainda) a Cristiano Ronaldo - nem aos melhores do mundo na atualidade. Terceiro viu que nem mesmo o Chelsea de Felipão pagaria tanto dinheiro só porque ele estava dando piti no Real Madrid. Caiu na real - ou deveria ter caído.
E até em termos táticos, também acho bom. Lá ele encontra tudo que o incomoda. Pouco espaço, arbitragem que deixa o jogo correr, e um time que definitivamente ele não pretendia jogar quando questionado desde que se tornou profissional.
Potencial ele tem. Jogar onde não rende tanto, mas onde tende a aprender, pode ser uma boa. Contanto que, até o final da temporada, Mark Hughes traga o menino de volta pra ponta.
O time do City é bom. Só precisa parar de perder de virada e de gastar todos os gols em um ou dois jogos. :/
Tá show de bola o blog, Dassler.
Abraço!
Rapaz....confesso que um dia queria ser igual a você! Espero que logo você pegue o lugar daquele comentarista careca da Band que não sabe de nada, e me arranje um emprego hahahahaha
parabéns e obrigado pela aula
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