segunda-feira, 7 de março de 2011

Um brinde aos Gunners


É difícil entender por que há tantas críticas ao Arsenal e ao modelo de trabalho de seu treinador-bandeira Arséne Wenger. São muitos os detratores do francês que transformou o jeito de se jogar, torcer e contratar dos Gunners. Nesta terça-feira, dia de um imperdível mata-mata de Liga dos Campeões, simplesmente contra aquele que talvez seja o maior time da história, todos os perseguidores de Wenger estarão prontos para repetir o mesmo discurso.

Este blog, por sua vez, propõe um brinde ao Arsenal, independente do que possa acontecer no Camp Nou. Afinal, os Gunners construíram nas últimas duas décadas, graças a seu treinador, uma identidade própria de jogo que encanta qualquer fã de futebol com bom gosto. Nos últimos tempos, inclusive, sem afetar a saúde financeira da Premier League.

Afinal, será que algum dos clubes que competem em alto nível na Inglaterra, nos últimos três anos, arrecadou mais do que gastou em transferências? O Arsenal, que divide a liderança da Premier League em pontos perdidos, é a exceção. Aposta nas categorias de base e possui uma rede de observadores espalhados pelo mundo, capaz de contratar jovens de Camarões, da Polônia ou do Brasil, por exemplo. Não se enfraquece, não deixa de chegar às cabeças e, inclusive, criou uma marca mundial. Falar em Arsenal é lembrar de futebol vistoso e competitivo.

Também é verdade que o Arsenal tira jogadores a custo zero dos outros. É real e irritante a teimosia em contratar grandes goleiros e defensores. É inacreditável a predisposição para lesões que Fabregas, Walcott e Van Persie, moldados para serem os líderes desse projeto, possuem. Os críticos têm razão em apontar para a falta de atitude campeã do time que caiu na decisão da Copa da Liga perante o Birmingham.

Mas, antes de se apontar para um período de baixa dos Gunners na atualidade, é preciso verificar com atenção a própria história dos arsenalistas. Afinal, para quem não sabe, a década que se encerrou foi a segunda mais vitoriosa para o clube que completa 115 anos de vida em 2011 - a melhor desde os anos 30. A única em que a decisão da Liga dos Campeões teve a presença dos "meninos que nunca amadurecem de Wenger". A única com quatro decisões, e três títulos, de FA Cup.

Grandes clubes, além de jogadores e treinadores com história de vitórias, tiveram momentos delicados em que a falta de sorte e a dificuldade em decidir apareceram. O próprio Barcelona, hoje tido como exemplo de tantas coisas positivas, ficou seis anos sem ganhar títulos - entre 1999 e 2005. Paciência também é uma virtude. Um brinde ao Arsenal.

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