segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

100 anos de um clube de torcida fiel

Calma leitor, este não é um post sobre o Corinthians. O clube a completar 100 anos no último domingo foi o Borussia Dortmund, cuja maior marca é a força de sua torcida no Westfalenstadion. Somando todas as torcidas da Europa nos últimos dois anos, apenas o Manchester United levou mais torcedores a seu estádio que os Schwarzgelben.

Foram 72.500 em média na temporada 2007/08 e 74.748 em 2008/09. A torcida do Dortmund também é famosa por preferir assistir aos jogos de pé, o que precisou ser autorizado após uma espécie de plebiscito. Comparecer ao Westfalenstadion é conviver com uma atmosfera única entre os estádios alemães.

O mais impressionante é notar como a força de um clube e sua torcida foram capazes de superar gravíssimas crises econômicas. No início da década de 70, o Dortmund foi rebaixado para a segunda divisão e ficou à beira da falência, sobrevivendo apenas com a construção do Westfalenstadion para a Copa de 74. Ainda assim, amargou um jejum de 23 anos sem títulos, que perduraria até 1989.

Os anos 90, no entanto, foram de glórias. Primeiro com o time montado pelo até então desconhecido Ottmar Hitzfeld. O agora técnico da seleção suíça, campeão de tudo também com o Bayern, recebeu seis ótimos jogadores que atuavam na Itália: Sammer, Moeller, Reuter, Riedle, Koehler e o português Paulo Sousa. Bicampeão da Bundesliga, o belo time do Dortmund ainda venceria a Juventus, com Zidane e Del Piero, por 3 a 1, conquistando sua primeira e única Liga dos Campeões. E também o Mundial Interclubes, contra o Cruzeiro, no fim de 97.


No início da década seguinte, o Borussia conseguiu investir mais um bom dinheiro e montar uma equipe forte, ganhando a sexta e última Bundesliga em sua história. Com quatro brasileiros (Evanílson, Dede, Ewerthon e Amoroso), superou o Bayern e o Leverkusen, vice-campeão europeu, em uma conquista marcante. Nos anos seguintes, a direção quis aumentar o nível de investimento, comprou atletas caros e o time não se encontrou, abrindo uma nova crise financeira sem precedentes.

Já há cinco anos, o Borussia Dortmund vive com elencos modestos e coleciona posições no meio da tabela da Bundesliga - o melhor resultado foi o sexto lugar da temporada passada. Em 2006/07, brigou contra a queda, teve três técnicos diferentes e ainda viu Metzelder, seu melhor jogador, sair de graça. Ainda assim, a torcida sorriu: na reta final, uma vitória por 2 a 1 tirou o Schalke 04 da briga pelo título, que acabaria com o Stuttgart, aumentando um jejum do maior rival que vem desde 1958.

Hoje, o Dortmund tem um time modesto, mas em que tem brilhado intensamente o argentino Lucas Barrios, ex-Colo-Colo. Os Schwarzgelben (preto e amarelos) parecem preparados para melhores dias com o ótimo trabalho do técnico Juergen Klopp e completando 100 anos de vida no quinto lugar do primeiro turno. E claro, com uma torcida fabulosa.

O campeão europeu de 1997:
Klos; Koehler, Sammer e Kree; Reuter, Paulo Sousa, Paul Lambert e Heinrich; Moeller; Riedle e Chapuisat. Técnico: Ottmar Hitzfeld

O campeão alemão de 2002:
Lehmann; Evanílson, Worns, Metzelder e Dede; Kehl; Lars Ricken e Rosicky; Ewerthon, Koller e Amoroso. Técnico: Sammer

- Dica do amigo Roberto Piantino
- Bom texto sobre o BVB

2 comentários:

Futebol ao Cubo disse...

Borussia Dortmund sempre traz uma lembrança saudosista, dos tempos em que a Cultura transmitia Campeonato Alemão, aquela camisa que tinha algo similar a uma letra 'C' no peito.

Incrível como o Barrios encaixou bem no time. Mas mérito mesmo pra Jürgen Klopp, que monta um time super-ofensivo, com Nuri Sahin de volante, uma linha de três que costuma ter Zidan, Valdez e Blaszczykowski e o Barrios na frente. E ótimos valores na zaga, como Felipe Santana, Hummels, Subotic.

Espero que se classifiquem pelo menos pra Liga Europa, temporada passada ficaram fora por causa do Trochowski, que fez um gol nos acréscimos e classificou o Hamburg.

Abraços!

Roberto Piantino disse...

Esse C no peito era do patrocinador "Die Continentale"