sábado, 9 de junho de 2007

365 dias após a Febre


Há um ano atrás o Nationalelf entrava em campo para derrubar desconfianças de toda a parte. Da mesma forma, toda a Alemanha se escancarava para dar ao mundo a imagem de país feliz e renascido. A verdade é que, 365 dias depois, poucas coisas mudaram desde que Fabio Cannavaro ergueu a taça de campeão do mundo. Não todas: afinal, Zidane não joga desde então. Ainda assim, o tempo, que costuma ser o senhor da razão, ainda não provocou sensíveis mudanças após o fim da Febre Mundialista.

Os italianos, vitoriosos em território germânico, seguem envoltos por toda a sujeira do Calciocaos. Nem mesmo outro grande triunfo, como o do Milan na épica Atenas, foi capaz de apagar – ainda bem – os lamentáveis episódios de corrupção mal resolvidos e agravados com os problemas de violência na última edição da Serie A. Neste caso, a sensação é de que só mesmo uma próxima edição com futebol e organização convincentes será capaz de abrandar o fogo que ainda está longe de esfriar.

Verde e amarelo

Em terras brasileiras, ainda temos um fantoche no comando da seleção. Dunga, que seria o símbolo de uma equipe com identidade própria e personalidade, faz o jogo que convém aos dirigentes da Cbf em atitudes pouco diferentes na maioria dos casos. A camisa verde-amarela, enquanto isso, segue mais internacional do que nunca. Claro que por razões administrativas, mas pasmem, até a convocação pra Copa América foi feita fora do Brasil. Dizer que nada mudou é pessimismo. Mas os avanços, convenhamos, foram pequenos.

Por falar em sangue brasileiro, Zico, de quem se esperava mais no comando do Japão, não conseguiu brilhar pelo Fenerbahçe. É difícil, claro, quando se chega a um time onde o primeiro lugar local é obrigação. Mas a situação piora ainda mais em momentos em que o elenco é fraco, caso contrário do que o Galinho encontrou na Turquia. Não atingir êxito europeu, expectativa clara do clube, quase finalizou o trabalho de maneira precoce.

Em contrapartida, Luiz Felipe Scolari segue fazendo os portugueses sofrer. Mas no fim, até aqui, seguem também sorrindo. O inevitável processo de renovação tem sido bem conduzido pelo brasileiro que, ao que parece, levará novamente Portugal para outra aventura em Eurocopa. Tudo como há um ano atrás. Um pouco mais do mesmo.

Pra lá do Atlântico

O trabalho de Steve Mclaren até aqui, deixa claro por quais motivos os dirigentes ingleses queriam tanto Felipão. Pouco, muito pouco mudou dos tempos de Sven Göran Eriksson. Nada, nada disso foi pra melhor. Seja na parte tática, seja na parte técnica, o English Team não convence e passa longe de ser condizente com a grandeza da Premier League atual. Se faltassem jogadores, tudo bem. Mas com Gerrard, Beckham, Lampard, Terry e Rooney, até o Joel Santana faria mais. A Inglaterra, ainda, é aquela insossa da Copa.

Franceses e alemães, por outro lado, ainda colhem os louros da sensação de dever cumprido após a Copa. Domenech, não tem mais Zidane, peitou Trezeguet, mas atinge bons resultados no grupo mais complicado das Eliminatórias da Euro. A Alemanha, mesmo que beneficiada por amistosos fáceis e jogos contra San Marino, cresce diariamente pelo surgimento de jovens jogadores e pelo bem conduzido trabalho de Joachim Löw.

E Guus Hiddink, pelo que faz na Rússia, é quase um Bora Mituninovic evoluído, com o perdão do exagero. Após cravar Coréia do Sul e Austrália como seleções de porte médio do futebol mundial, partiu para um novo desafio e ninguém pode duvidar de sua capacidade.

Três anos

Três anos. Quase mil e cem dias. Intermináveis aliás. Ainda que as impressões da última Copa não tenham mudado muito, a expectativa para o que a África do Sul irá mostrar já é naturalmente gigantesca. Por ora, a sensação de que já estamos cada vez mais perto é confortante para os “flagelados” da Febre Mundialista.

Um comentário:

André Augusto disse...

A Itália vai se reerguendo do escândalo com resultados no campo, a Alemanha continua a evoluir, o Brasil e a Inglaterra são incógnitas...

Esse é o carrossel do futebol...

Abraço