quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Franqueza ou fraqueza?


A já batida enorme faixa da torcida flamenguista, no jogo contra o Corinthians, sentenciava: "Fora Ney Fraco". O aviso, entretanto, talvez falasse sobre uma decisão já tomada dias antes pelo treinador, visivelmente desmotivado e que, no meio da semana passada, já deixava transparecer o desejo de sair da Gávea.

Seu muito bom trabalho (não excelente) , entretanto, não pode passar batido. Em quatorze meses de clube, Ney Franco facilmente bateu um recorde de permanência e, mais que isso, mudou a mentalidade da direção. Trouxe uma aversão ao oba-oba incomum aos bastidores do Flamengo.

Kléber Leite, por exemplo, fazia loucuras na década passada, quando presidiu tragicamente o clube. Em 2007, se livrou de Sávio e Luizão para aliviar a folha salarial flamenguista. São atitudes que comprovam amadurecimento.

Muitas contratações abalizadas por Ney, merecem críticas, é verdade. Gerson Magrão, Luizinho, Thiago Gosling, Moisés, Irineu, e outros, não vingaram. É verdade também lembrar que, por exemplo, Vanderlei Luxemburgo já vendeu Arinélson e André Beleza como soluções. Portanto, são situações corriqueiras do mercado do futebol, sobretudo quando a criatividade precisa ser maior que o saldo bancário. E quando envolve atletas que vêm de clubes menores.

O mérito de Ney é justamente no padrão de jogo da equipe, em seu momento ápice, nos primeiros meses de 2007. Com segurança, o Flamengo venceu a Taça Guanabara, avançou na Libertadores e tinha uma maneira de jogar que cativava seus torcedores. Os problemas apareceram justamente contra o Defensor, quando Ney Franco não contornou bem os problemas de vestiário, falha crucial de sua estadia na Gávea.

Os 3 a 0 na bagagem do Uruguai dissiparam todo o trabalho de Ney Franco, mesmo com o bom jogo na volta e a quase virada no Maracanã. Confiança é algo difícil de se recuperar, e o treinador não conseguiu. Já se mostrava desmotivado e pouco capaz de remontar o time, sobretudo com jogadores que não se adaptariam a um esquema rapidamente, como Roger e Ibson.

Por isso, concordo e atesto a saída de Ney Franco, quatorze meses após sua chegada ao Flamengo. Aliás, o rubro-negro é apenas o segundo, dentre os doze grandes do Brasil, a trocar de técnico neste Brasileirão. Talvez aí um sinal de consciência brotando. Entretanto, faço questão que fiquem claros seus méritos, por trazer uma nova mentalidade ao clube, e por ter construído um time forte enquanto controlou o vestiário.

E a chegada de Joel Santana, não deixará nada de proveitoso para 2008, ano em que o Fla deve brigar para voltar à Libertadores. Mas aí é assunto para outro post.

5 comentários:

Marcus Alves disse...

Concordo com tudo, Dassler. Ele pode até ter se equivocado em algumas contratações, mas, afinal de contas, o que ele fez foi apostar em quem ele confiava. Se deu errado, paciência. Outro pecado, a meu ver, foi sua indefinição tática. O maior deles, acredito.

De qualquer modo, nenhum outro treinador realizou um trabalho tão bom como esse no Flamengo nos últimos anos.

Abração!

André Augusto disse...

Discordo da demissão dele...acho que ele poderia contuar desenvolvendo um bom trabalho. Desde a eliminação da Libertadores, ele teve muitos problemas para montar o time, fora essa pendenga de jogos a menos do Flamengo.
O pior de tudo é a contratação do Joel. É um técnico ultrapassado, que não vai acrescentar nada de revelante ao bom elenco que o Flamnego está montando. Ou seja, ele vai comer o filé...

Abraços!

André Rocha disse...

A única coisa legal que o Joel vai deixar é o Flamengo na Primeira Divisão, coisa que o Ney dificilmente conseguiria. Nos primeiros treinos, ele já tá corrigindo vários erros de um time acomodado, desunido e sem nenhum padrão tático.

Vamos ver o que vai acontecer. Eu só sei que insistir com o Ney Franco seria o mesmo que insistir em pousar em Congonhas com um teco-teco em noite de tempestade.

Abraço!

Arthur Virgílio disse...

Ney Franco fez sua parte. Recolocu o Flamengo na Libertadores, depois de muitos anos e apostou an base do Flamengo, algo que sempre deu resultado no clube da Gávea, mas que os técnicos anteriores a ele não faziam proveito dessa ferramenta.

Além disso, indicou jogadores que conhecia e que haviam trabalhado com ele, na grande maioria atletas oriundos do Ipatinga.

Em suma, Ney Franco entrou no Flamengo como um promessa e sai como realidade.

Mateus Ribeirete disse...

Simplesmente concordo com o Arthur Virgílio.

Abraços.