quarta-feira, 4 de abril de 2007

"Nice guys finish last"

Coluna publicada no Papo de Bola
www.papodebola.com.br

Ah, que saudade! Ah, que saudade do tempo em que o Edmundo rebolava na frente dos marcadores pra provocar. E as rixas com Romário, onde classificavam o príncipe, o rei e o bobo? Eram sensacionais! Como não lembrar de Viola, Paulo Sérgio e companhia no Corinthians, sempre com uma comemoração ensaiada, cheia de alegria? O futebol mudou, senhores. E hoje, dentro de campo, é tudo politicamente correto.

Talvez o rei da auto-promoção nos anos 90, Paulo Nunes, o Diabo Loiro, sempre foi um jogador de sucesso onde jogou. Especialmente em Grêmio e Palmeiras, com Felipão, o atacante fez muitos gols, arrumou confusões e sempre, sempre tinha uma comemoração diferente, a la Tiazinha ou Feiticeira, ou o que quer que fosse. Nem por isso foi visto como um selecionável, um atacante internacionalmente renomado. Mas sempre foi uma atração à parte.

Como também faz falta Túlio Maravilha, quando estava na capa dos noticiários! Sempre prometia um, dois gols, e quase sempre fazia. E batizava! Como o gol melancia, na chegada ao Vila Nova: verde por fora, vermelho por dentro. Túlio era um poeta, e porque não, um gênio da grande área. Impossível esquecer do gol contra a Universidad Catolica, no Maracanã, onde, sem goleiro, parou sobre a linha e concluiu de calcanhar. O maior botafoguense dos últimos tempos, sem dúvida, ainda tinha no parceiro Donizete Pantera uma figura eficiente e de muita irreverência. Outro que joga nesse time dos polêmicos saudáveis.

As grandes duplas, aliás, também estão em extinção. Oséas e Paulo Rink, Edmundo e Evair, Edílson e Marcelinho Carioca (mesmo não tão amigos assim), Giovanni e Marcelo Passos, Jardel e Paulo Nunes. Nos últimos anos, desde Diego e Robinho, o máximo que pudemos desfrutar foi Sóbis e Fernandão, bons de bola, mas fracos de boca. Sim, porque as entrevistas enlatadas estão entre as chatices batidas do futebol de hoje. Talvez por orientação, talvez pela criação de uma formatação, ninguém mais brinca na frente dos microfones. E nem pode brincar na frente do zagueiro. Tamanha idiotice!

Para o texto também não ficar politicamente correto, vale lembrar históricas pancadarias, ainda que infelizmente incentivando a violência nas arquibancadas, essas sim, lamentáveis. Quem não lembra do cruzado de Edmundo em André Luiz, ex-São Paulo? E o Animal sangrou muito diante da pancada do argentino Zandoná, do Vélez, em jogo pela Copa Mercosul, seguida por uma voadora digna de um gol, executada por Romário. Aliás, Edmundo foi o maior de todos na categoria bad boy. Tantas confusões provocou, umas até bastante trágicas e desagradáveis. Fato é que tais episódios são absolutamente raros nos dias atuais. E que o futebol nacional, hei de admitir, já foi muito mais legal de se ver.

6 comentários:

Anônimo disse...

Dassler, o que me deixa perplexo é parte da imprensa ficar fazendo essa sua crítica, dizendo que os jogadores estão com discurso pronto e pasteurizado, para depois não poderem criticar a CBF, o Eurico Miranda, e ainda por cima, "puxar no saco" de ex-BBBs como se fossem celebridades de alta relvância.
Quer um exemplo que me irrita? Milton Leite!

Juliana Loreto disse...

te AMOOOOOOOO!

Diego disse...

Só pra não gerar dúvidas, aqui é o Jungle Boy!

Eu concordo sem tirar nem por uma vírgula! Tá um saco essa história de ser "certinho", dos jogadores não dispararem algo engraçado ou de relevância, enfim, de serem notícias.
Não consigo me lembrar de nenhum jovem jogador que possa substituir à altura Romário & Cia (ou pelo menos chegarem perto) no quesito microfone.
Mas dias melhores virão!
Abraço

Maurício disse...

Sensacional essa. Fez lembrar de inúmeras duplas de ataque por aí. Lembrei também de Romário e Euller. O "filho do vento" foi o cara que mais deu gols para o Baixinho.

Unknown disse...

Esses jogadores fazem muita falta. São poucos que realmente dizem o que pensam. Todos já vão apra entrevista com o mesmo bê-a-bá.
Um tédio. Vi a entrevista do Edmundo no 'Bola da Vez' e é impressionante como ele é sincero.
Também há uma falta de atacantes do nível deles.
Abraço Dassler. ;]

Anônimo disse...

Sei que este comentário vem bastante atrasado, mas ainda há um remanescente dessa raça de "irreverentes do microfone", que talvez encerrará a carreira depois do fiasco deste ano. Mas como não citar o Vampeta?!? Sem dúvida um dos maiores falastrões da história do Futebol!