segunda-feira, 2 de abril de 2007

Terrão: a única saída

Por Dassler Marques

O fracasso no planejamento para 2007 se mostra nítido no horizonte do Corinthians. Apostas do clube e de Emerson Leão, como por exemplo, César, Magrão e Amoroso, não surtiram o efeito desejado. Além disso, o treinador não parece capaz de administrar um grupo como o corintiano, tampouco pode tomar a linha de frente na estruturação de um plantel, seja com muito, pouco, ou nenhum dinheiro em caixa.

As convicções foram alcançadas após o resultado pífio contra o Sertãozinho neste último sábado, onde o Corinthians ficou no 2 a 2 em pleno Pacaembu e deixou suas fraquezas evidenciadas. Especialmente no segundo tempo, se mostrou pouco motivado, além de frágil, tanto na defesa quanto no ataque. A soma de todas as lições deste Paulistão, aliada ao fato de que Emerson Leão não deixará o comando da equipe tão facilmente, só coloca uma opção para o resto do ano: apostar na ótima safra de garotos do Terrão.

Segundo apurado pela Rádio Bandeirantes, em uma das reuniões do clube na última sexta-feira, teria sido dito a Emerson Leão que o menino Lulinha, destaque absoluto no Sul-Americano Sub-17, precisa ser aproveitado com urgência, até porque, o setor de armação é um dos mais carentes no elenco montado pelo treinador. Nada mais lógico, pois o garoto é tido como um fenômeno por dez entre dez especialistas.

Ainda que eliminada precocemente na fase de oitavas-de-final, a garotada do Timão que disputou a última Copa São Paulo, mostrou qualidades que não podem ser desprezadas. Em especial, os laterais Caju e Everton, além dos atacantes Dentinho e Allison, e claro, Lulinha. Para se somar a essa realidade, ainda é fácil indicar dentro do plantel corintiano alguns jovens com capacidade de mostrar futebol, mas de um grupo mais antigo, como Willian, Eduardo Ratinho, Rosinei, Betão e Wilson.

Dessa forma, Emerson Leão poderia mostrar suas habilidades para lidar com um elenco jovem e sedento por vitórias, tal qual fez no Santos e até mesmo no Sport Recife, em sua passagem antes de assumir a seleção brasileira. Com nítidas limitações no tocante a relações humanas, Leão poderia explorar melhor algumas situações motivacionais empregadas por ele no cotidiano de um clube, inúteis em um elenco como o atual, talvez mais pertinentes no sugerido pelo texto.

Vale esclarecer ainda que nas atuais condições, onde a rescisão contratual do treinador parece um obstáculo, é que tal filosofia pode ser implantada. Outro ponto é o poder nulo que o Corinthians tem hoje para fazer grandes aquisições, em um momento em que esperar os investimentos da parceria (?) é como padecer por um copo de água no deserto.

Por outro lado, um garimpo apurado pelo interior paulista também pode oferecer opções úteis na formação de um elenco competitivo, como já foi feito em outros tempos. Nunes do Juventus, Bill e André do Bragantino, Maurício do São Caetano, Vandinho do Noroeste são nomes que devem ser vistos de perto. E é justamente visão que tem faltado nos planejamentos recentes do Timão.

4 comentários:

claudinei cunha disse...

Excelente como sempre, Dassler!
Também acho que a saída pro Corinthians é o TERRÃO. Mas enquanto o leão estiver por lá, pode esquecer! Ele não gosta da molecada do timão, veja o exemplo do Lulinha: o moleque foi campeão e artilheiro recentemente pela Seleção Brasileira (já marcou 193 gols na curtíssima carreira) e quando voltou foi treinar em Itaquera e nem cumprimentado foi pelo treinador. Tem certas coisas que não dá pra entender!

Juliana Loreto disse...

(L)³³³

=***

Anônimo disse...

Belo texto, Dassler!
Cajú, Everton, um zagueiro, Lulinha, Dentinho e Allison devem ser promovidos já! Porém o cuidado deve ser grande, já que alguns desses vão servir seleções de base e a equipe não pode depender demasiadamente deles. Com o Filhão, pode ocorrer o mesmo que com Anderson no Grêmio, em 2005. Ficou numa ponte entre sub-17 e tricolor, sendo fundamental na volta dos gaúchos pra Série A.
Abraço!

Unknown disse...

Não sei se já é hora de se aproveitar o Lulinha, apesar de uma grande promessa é muito jovem e num momento delicado como esse pode se queimar facilmente.
Acho que ele deveria subir para os profissionais e entrar no time aos poucos.
Realmente os jogadores criados nas categorias de corintiana não estão sendo bem aproveitados.
O time é um monte, padrão tático e escalações que mudam todo o jogo. Eduardo Ratinho tem que ser melhor aproveitado. Com certeza no time de base deve ter algum lateral-esquerdo melhor que o Wellington (não sei se está certo).

Abraço Dassler. ;]