segunda-feira, 8 de setembro de 2008

As sete vidas de Dunga


A passagem de Dunga à frente da seleção parecia concluída após a goleada para a Argentina, na semifinal olímpica. As vidas do selecionador brasileiro, porém, parecem muitas. O grande futebol e o ótimo placar que vêm de Santiago dão respaldo ao gaúcho que tem, pela frente, a Bolívia no cardápio de quarta-feira. Nada melhor para confirmar o moral que vem das terras chilenas.

Dunga já pareceu morto em outras oportunidades. Parecia quando a seleção chegou com futebol modorrento às semifinais da Copa América, mas bateu chilenos e argentinos de goleada e retomou o cargo. Parecia também quando, chamado de jumento pelos torcedores no Mineirão, armou o time na retranca e ficou no empate sem gols diante da Argentina, logo após ser vergonhosamente batido pelo Paraguai.

Mesmo após o grande resultado no Chile, vale se perguntar se Dunga merece mesmo seguir à frente do cargo. Ou se, entre fracassos e reviravoltas, chegará à Copa de 2010 sem um trabalho sólido a ponto de buscar o hexacampeonato.

O JOGO

Foi, na opinião deste blogueiro, a melhor exibição brasileira desde a final da Copa das Confederações, em 2005, contra a Argentina. Foi ainda o jogo de Luís Fabiano, que levou a melhor no duelo pessoal contra Estrada e definiu a partida. Fez o gol mais importante - o primeiro, deu linda assistência para Robinho e, após perder duas vezes na frente de Bravo, fechou sua noite com mais um gol. Hoje, o Fabuloso não parece ter adversários na briga pela camisa nove.

A idéia de que o Brasil fez uma grande partida pode ser justificada pelo fato de que houve, ao contrário de outros momentos, uma estratégia bem desenhada. Bem postada no início de jogo, a seleção freou o ímpeto chileno e começou a procurar espaços. Como Ronaldinho pouco acrescentava, era da aproximação de Diego e Robinho que o jogo fluía, com Luís Fabiano, na frente, abrindo espaços para os contragolpes - uma receita segura para enfrentar o time de Bielsa.

Ainda que adotando os contra-ataques como receita, o Brasil não foi retranqueiro, mesmo sem contar com nenhum acréscimo ofensivo de seus volantes. Neutralizou bem as investidas chilenas pelos flancos, especialmente em cima de Maicon, matou o jogo rapidamente e deixou Santiago com a doce sensação do dever cumprido.

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