domingo, 14 de outubro de 2007

Eliminatórias Sul-Americanas - Parte 3 (Colômbia, Brasil e Peru)

#3

Colômbia: “Reviravolta”


Últimas eliminatórias: em 2006 (6º) e em 2002 (6º) / Copas do Mundo: 4

Time base: Calero, Zuñiga (Bustos), Zapata (Perea), Mosquera e Vélez; Amaya; Carlos Sánchez e Castrillón; Ferreira; Falcao e Rentería

Técnico: Jorge Luis Pinto

A Colômbia sofre, até hoje, os efeitos da trágica estréia diante do Paraguai na última Copa América, quando foi batida 5 a 0 em uma das piores partidas da história do central Ivan Córdoba. Justamente ele, que havia sido o principal herói do título na edição de 2001. De lá pra cá, Jorge Luis Pinto intensificou uma reviravolta na formação do elenco. Neste processo, as animosidades com Córdoba se tornaram públicas, tendo o zagueiro se afastado do time. Yepes, outro nome significativo, também teve sua importância relativizada.

Sem poder contar com Perea, do Atlético de Madrid, a dupla de zaga colombiana terá, inicialmente, os bons Zapata e Mosquera. O crescimento de Radameo Falcao, hoje uma das referências no River Plate, propiciou a barração de Rodallega, sempre criticado por suas exibições no time principal. Vargas e Viáfara foram outros nomes que caíram no conceito de Jorge Luis Pinto, no qual Ferreira, do Atlético Paranaense, segue em alta. A presença entre os titulares de Torres e Bustos - destaques do Cúcuta na última Libertadores - são iminentes, mas não imediatas.

Com um grupo remodelado – 14 dos 20 relacionados para a estréia não estiveram na Copa América - e montado com alguns dos jogadores campeões sul-americanos sub-20 em 2005, a Colômbia viverá seu maior dilema dos últimos tempos: jogar bonito e para a frente ou ser um time pragmático? A resposta, só o tempo irá mostrar. Mas, ao que parece, os colombianos não têm cancha para fazer mais que nas últimas duas eliminatórias.

Brasil: “Talentos e dilemas”





Últimas eliminatórias: em 2006 (1º) e em 2002 (3º) / Copas do Mundo: 18


Time base: Júlio César, Maicon (Daniel Alves), Lúcio, Juan e Gilberto; Gilberto Silva e Mineiro; Robinho, Kaká e Ronaldinho; Vagner Love (Elano)


Técnico: Dunga

Como há quatro anos atrás, o Brasil inicia sua trajetória para as Eliminatórias com certa consistência e estabilidade. Por mais que Dunga venha se mostrando ranzinza e tenha uma ou outra decisão questionável, seu trabalho é coerente e parece ter superado a instabilidade inicial da última Copa América. Nos últimos jogos, o treinador conseguiu fazer o time jogar ao bel prazer do povo brasileiro, tendo seus talentos dentro de campo e atuando de maneira bastante convincente e equilibrada.

Evidente que, a vindoura safra de talentos de que dispõe, facilita o caminhar da seleção brasileira. O trio Kaká-Ronaldinho-Robinho combina fantasia com praticidade, e é a partir dele que deve se basear a montagem do time. A dupla de zagueiros também é absolutamente confiável e, nas laterais, também há material disponível. O crescimento de nomes como Alexandre Pato e Lucas, assim como a volta de Ronaldo e uma sempre esperada recuperação de Adriano, são possibilidades que permeiam o horizonte do Brasil.

Os dilemas da seleção, ainda que pese também alguma desconfiança sobre Dunga, estão no gol e no comando do ataque. Júlio César e Vagner Love, eleitos para as duas posições, ainda não despertam total segurança, embora já tenham mostrado capacidade em momentos esporádicos. A sombra pela volta de Ronaldo e o clamor nacional por Rogério Ceni, fatalmente, serão sombras com as quais o treinador terá de conviver. Mas, como sempre no futebol, tudo dependerá dos resultados. E, com o time que tem o Brasil, difícil é acreditar que eles não virão.

Peru: “Figuração”



Últimas eliminatórias: em 2006 (9º) e em 2002 (8º) / Copas do Mundo: 4

Time base: Butrón, Galliquio, Rodríguez, Acasiete e Vílchez (Hidalgo); Solano, Vargas, De La Haza e Quinteros (Pizarro); Farfán e Guerrero


Técnico:José del Solar

A missão de José del Solar não é nada fácil. Basta uma rápida olhada para o elenco peruano e ficará evidente o enorme oásis de talentos disponíveis para o treinador, admitido recentemente para o posto de Julio César Uribe. Apenas no ataque, com Farfán, Pizarro e Guerrero, é possível olhar e encontrar soluções para um país onde não têm mais surgido jogadores, como no Chile e no Uruguai, por exemplo.

Diante disso, Solar deve imaginar uma equipe com total vocação para o ataque e, se possível, aproveitando seus três jogadores de considerável reputação na Europa. A lição, sobretudo na vitória sobre o Uruguai na Copa América, foi justamente essa. Pois, na defesa, não há qualquer nome que transmita segurança.

Mesmo assim, o Peru parece incapaz de fazer algo além do que tem feito nos últimos anos. Aliás, nas últimas duas Eliminatórias, sobretudo em 2006, havia material humano mais abundante e qualificado. Hoje, são favoritos para as últimas vagas na classificação.

2 comentários:

André Rocha disse...

Dassler, o tal "clamor popular" por Rogério Ceni deve dar um tempo, pelo menos até quarta-feira. Júlio César foi o melhor brasileiro ontem em Bogotá. E cada vez mais passo a pensar nessa equipe brasileira num 4-3-1-2, com Ronaldinho fazendo a bola chegar a Kaká e Robinho mais perto do gol. Um abração!

Diego Louzada disse...

Dassler, esse clamor por Rogério cena é uma piada. Na seleção ele não baterá faltas ou pênaltis, e dessa forma embaixo das traves ele está em um nível muito abaixo de nomes como Julio Cesar, Felipe, Bruno e Diego Cavalieri. abraços!