quarta-feira, 30 de maio de 2007

Abaixo das expectativas


A promessa de melhor Libertadores de todos os tempos, ou dos últimos, ainda que faltem as finalíssimas, não vingou. Às vésperas do início da competição, lá em janeiro, se esperavam duelos de proporções épicas. Para isso, se considerava o forte apelo que Boca Juniors e River Plate, por si só, trazem em termos sul-americanos.

Não só isso, mas também a presença de cinco brasileiros campeões: Internacional, São Paulo, Santos, Grêmio e Flamengo. Todos aparentemente bem. Nesse cenário, ainda residiam os mexicanos, sempre ou quase sempre fortes. Pouco disso ocorreu até aqui.

A sensação, sobretudo nas quartas, era a de que muita gente grande havia ficado pelo caminho, mais ainda os brasileiros. River Plate, ao cair duas vezes diante do Caracas, sucumbiu muito antes do que seus investimentos poderiam imaginar. Internacional, entre o porre do título mundial e o insucesso no planejamento, também morreu na praia.

Além destes, o São Paulo, impulsionado por resultados pífios na fase de grupos, atraiu um Grêmio sedento por glórias em caráter precoce. E ficou pelo caminho. Ainda nesse contexto, faltou sorte, sim, sorte ao Velez Sarsfield. Atrair o Boca Juniors tão cedo, infelizmente, foi fatal para o timaço de Mauro Zárate. Ao Flamengo, que também tem um peso considerável, faltou solidez de vestiário no duelo contra o Defensor em terras cisplatinas: perder por 3 a 0 foi fatal.

Os mexicanos em geral, também não vieram fortes como geralmente se espera. O Necaxa, em nenhum momento, transmitiu convicção. O Toluca, de boas epopéias diante do Boca na fase de grupos, foi surpreendido por um gigante Deportivo Cúcuta. O América, que poderia ter feito mais, abdicou completamente da competição.

Com o Boca Juniors, grande favorito em uma das semifinais, poderíamos ter uma final marcante. Afinal, se passar o Santos, será uma trepidante revanche de quatro anos atrás. Se for o Grêmio, uma mistura de emoções e absoluto destempero, dois clubes diferenciados, a comprovação de que é preciso alma para triunfar na Libertadores. Mesmo assim, muitos dos gigantes da competição, sem dúvida, decepcionaram.

4 comentários:

Maurício disse...

Que coincidência magnífica! Pensava eu aqui no significado da palavra decepção, enquanto discorria sobre o último campeonato alemão em texto a ser publicado. Concorda que é algo muito relativo, pois depende única e exclusivamente de quem - e o quanto - espera alguma coisa, não é?
E é por isso que essa Libertadores não chega a ser assim uma decepção pra mim, porque não esperava tanto. Esperava sim algo bom, mas não imaginava que poderia ser melhor que a do ano passado, que achei muito boa - mesmo sem o Boca.

De qualquer maneira, espero realmente que tenhamos Boca na final, para dois jogos épicos - e que resgatem um pouco da alma de cancha que aos poucos vai se perdendo também nesta competição.

Gerson Sicca disse...

No fundo, no fundo, houve uma avaliação irreal do futebol sul-americano. Os melhores times brasileiros, ainda que sejam a nata do nosso futebol, são órfãos de grandes jogadores. O Inter perdeu muitos jogadores, o Grêmio é muito mais um bom esquema tático do que uma reunião de talentos individuais, o Santos de dois ou três jogadores de muita qualidade e um craque, e por aí vai. O River patina faz tempo(já no torneio de verão mostrava que não era nenhuma potência, embora tenha vencido o Boca em um clássico de muita luta), o Vélez tb não era um carrossel, e o resto é o resto, com a exceção do bom Libertad
A Libertadores é um grande torneio pelo confronto entre os times de países vizinhos e pela fórmula emocionante. Não muito mais que isso.

Gerson Sicca disse...

Dassler, obrigado por ter retribuído a visita.
Teu blog é muito bom. O meu eu tento levar como dá, sabe como é, falta tempo para elaborar textos, pesquisar, etc. Aí, às vezes, conto umas histórias. Essas eu tenho muitas.
Confesso que não fiquei impressionado com o River no torneio de verão. Achei um time raçudo no clássico, mas não levei muita fé. Mas a eliminação na primeira fase da libertadores foi absurda. Tb deu azar: naquele jogo contra o Caracas em BsAs perdeu um milhão de gols.
Abraço

Anônimo disse...

po, amigo Dassler, comentei aqui ontem mas fiz algum erro e apagou...to com preguiça de repetir, mas em suma, muito bom e original esse texto seu, não li em nenhum lugar essa análise já proximo do final do torneio.

achei um belo jogo santos x gremio. vamos ver se as semifinais e as finais redimem o torneio!

abs