terça-feira, 15 de maio de 2007

Consistência merengue


O título com jeitão de massa de bolo não deixa de ser uma receita de sucesso. Resistente à trovoadas e contratempos, Fabio Capello manteve as rédeas do Real Madrid e jogando um futebol confiante, sobretudo a partir do Super Clássico contra o Barcelona, faz uma campanha daquelas que cheira título. Faltam quatro rodadas para o fim da Liga Espanhola e o Real enfim parece dar um passo adiante aos tempos difíceis das últimas temporadas. Ainda que não vença, vale lembrar que foi em uma campanha mais ou menos assim que Rijkaard, em 2004, descobriu o Barcelona que venceria a Liga dos Campeões dois anos depois.

Por mais que na disputa, estejam um Barcelona claudicante e teoricamente rachado, um Valencia remendado e um Sevilla que luta em várias frentes, os resultados mostram que a reação madridista tem méritos próprios. Nas últimas nove partidas, contabilizando a partir do jogo no Camp Nou, são sete vitórias, um empate, justamente contra o Barcelona, além de uma derrota contra o Racing Santander. Neste jogo, a arbitragem, ao marcar duas penalidades contra o Real, foi no mínimo discutível.

Recém-eliminado da Liga dos Campeões, foi contra o Barcelona que o Real iniciou a recuperação. Naquela partida, com braveza e ousadia, sem dar pelota pro momento ruim, fez um jogo ofensivo e que se confunde com a própria identidade do treinador. Seguindo assim, venceu jogos com gols chorados e atuações individualmente brilhantes de Robinho, Guti e Van Nistelrooy. Até mesmo uma paciência maior dos torcedores para Diarra e principalmente Emerson, dois dos volantes com mais presença de campo no cenário europeu. Parece mesmo história de título.

É possível imaginar que, mesmo com algumas turbulências durante a temporada – a maior delas na derrota por 3 a 0 para o Recreativo Huelva – o italiano Fabio Capello tinha um script mais ou menos assim na cabeça. Em especial durante a primeira metade da temporada, Capello sofria críticas pela essência especulativa que caracterizava o jogo da equipe, tradicionalmente adepta do jogo bonito. Como quem arruma a defesa para jogar no ataque, o Real Madrid, de hoje, pode ser rotulado pela bravura e confiança que mostra em campo.

Com quatro jogos a disputar (Recreativo Huelva e Zagaroza fora de casa, Deportivo e Mallorca em casa) o Real de Capello, se mantiver o ânimo dos últimos jogos e contar com boas partidas individualmente de Raúl, Robinho e Nistelrooy, tem tudo para vencer o título espanhol. Mesmo que essa seja a Liga marcada por hesitações dos primeiros colocados, uma hora alguém terá que vencer. E são os merengues, com muita consistência, que merecem todo cuidado.

2 comentários:

Maurício disse...

Lembra quando eu falei que ninguém queria ganhar o campeonato espanhol? Parece que o Real falou assim "ah, já que tá vago, da aqui pra mim vai..." hueheauah

abraço poio

Braitner Moreira disse...

O Real vai levar fumo nos dois jogos fora de casa e o título vai cair no Mestalla.

Amunt Valencia!