quinta-feira, 3 de maio de 2007

Four-four-two

Paulo César Carpegiani e Celso Roth não dirigiam equipes brasileiras há um tempo considerável. Ao assumirem Corinthians e Vasco da Gama, respectivamente, uma coincidência: taticamente, ambos pensam em utilizar o 4-4-2 em linha, esquema consolidado no futebol inglês e com variações quase idênticas ao modelo padrão italiano e principalmente espanhol. Na Copa do Mundo 2006, foi basicamente assim que Alemanha e Itália jogaram.

Não que a idéia não possa dar certo. Longe disso. Mas exige muito treinamento, aperfeiçoamento e repetições, para vingar. Até porque os elencos, convenhamos, são limitadíssimos. No Corinthians, apenas Rosinei é teoricamente capaz de desempenhar uma função pelos lados do meio-campo. No Vasco, Roth diz querer Morais, o melhor jogador da equipe, como left-winger.
Um dos senões é que jogador brasileiro não está habituado ao modelo.

Praticamente não existem laterais marcadores em território nacional, graças a própria característica de nosso futebol. No 4-4-2 à inglesa - diferente do nosso que é na verdade um 4-2-2-2, as jogadas pelos flancos são articuladas por meias abertos. No interior dessa linha, é necessário ter dois meio-campistas combativos, com poder de finalização e técnica para articular. Um exemplo é Michael Ballack. Na defesa, não existe sobra. Existe uma linha de quatro zagueiros que raramente ultrapassam o meio-campo, bem diferente do que se vê por aqui.

Nos últimos tempos, as poucas experiências não funcionaram bem. Muricy Ramalho jogou assim contra o Boca Juniors pela final da Recopa Sul-Americana. Levou um baile com Alex Silva de lateral-direito e Richarlyson pela esquerda. E por fim, o próprio Carpegiani, após três dias de treinamento mandou a equipe corintiana assim para ser eliminada pelo Náutico em pleno Pacaembu.

Será difícil, mas vale o teste.

Um comentário:

Maurício disse...

Mas Dassler, o Carpegiani só treina no 3-5-2! Certeza que ele prefere o 4-4-2?

E o Celso Roth disse o seguinte esses dias: "neste momento, o ataque não é prioridade". Pobres vascaínos!

abraço