domingo, 30 de novembro de 2008

Seleção da rodada - 37


SELEÇÃO DA RODADA

Viáfara (Vitória)
Vítor (Goiás)
Jean (Grêmio)
André Dias (São Paulo)
Júnior César (Fluminense)
Arouca (Fluminense)
William Magrão (Grêmio)
Marquinho (Figueirense)
Ibson (Flamengo)
Clodoaldo (Náutico)
Leandro Amaral (Vasco)

Semanário

As colunas da última semana:

No Olheiros - A possível chegada de Luxemburgo serviria para alavancar a reeleição de Marcelo Teixeira em 2009, mas seria um duro golpe para outra geração promissora
http://www.olheiros.net/artigo.aspx?id=830

Na Trivela - Cruzeiro, Flamengo e Palmeiras ganharam e perderam entre si, e o São Paulo disparou rumo ao tricampeonato
http://www.trivela.com/Futebol.aspx?secao=17

sábado, 29 de novembro de 2008

Pitacos do Prêmio do Brasileirão


Todo mundo gosta de dar palpite. Pois bem, vamos a alguns comentários sobre a relação divulgada pela CBF nesta quinta-feira. Categoria a categoria.

Goleiros: Victor, Rogério Ceni e Marcos

Comentário: Não havia como fugir muito disso, embora o gremista faça um campeonato bastante acima dos demais concorrentes. Fábio, do Cruzeiro, talvez tenha ido melhor que Rogério Ceni, mas ainda falhou em um ou outro momento.

Laterais-direitos: Vítor, Elder Granja e Léo Moura

Comentário: É a posição com menos bons nomes à disposição no torneio. Granja caiu demais na reta final e não pode vencer, Léo Moura não brilhou como em 2007. Iria com Vítor.

Zagueiros-centrais: André Dias, Fábio Luciano e Thiago Silva

Comentário: Thiago Silva tem jogado muito desde a volta de René, mas aqui só pode ser André Dias. Thiago Heleno fez um ótimo primeiro turno, mas caiu muito.

Quarto-zagueiros: Réver, Ronaldo Angelim e Miranda

Comentário: Angelim fez um torneio linear e elogiável, Miranda voltou com tudo após lesão, mas aqui a superioridade de Réver é quase indiscutível. Uma figura acima da média no torneio.

Laterais-esquerdos: Leandro, Juan e Kléber

Comentário: A primeira injustiça gritante! Kléber ainda não se recuperou da péssima fase e Júlio César, do Goiás, é simplesmente o líder em assistências da competição. Juan e Leandro oscilaram bastante, mas normalmente estiveram bem e merecem a lembrança.

Volante-direito: Rafael Carioca, Pierre e Hernanes

Comentário: Rafael atua pela esquerda, então sua indicação por aqui soa estranha, e o gremista faz um torneio praticamente perfeito. Pierre também esteve, em quase toda a competição, entre os reservas. Onde está William Magrão? Hernanes certamente irá ficar com a vitória.

Volante-esquerdo: Diguinho, Guiñazu e Ramires

Comentário: Diguinho e Guiñazu, cada um ao seu estilo, têm sido importantes, embora suas equipes já tenham despencado. Ramires só cresce e, ao contrário dos demais lembrados, decide jogos. E como tem decidido Ramires!

Primeiro meia: Diego Souza, Ibson e Tcheco

Comentário: Diego Souza não correspondeu sequer a metade das expectativas que carregava e sentou até no banco em alguns jogos. Ibson, em geral, vai razoavelmente bem, e Tcheco comanda o Grêmio. Melhor seria ter se lembrado de Marquinhos, do Vitória, Carlinhos Paraíba, do Coritiba, Hugo, do São Paulo, ou mesmo Paulo Baier, do Goiás.

Segundo meia: Alex, Lúcio Flávio e Wagner

Comentário: Escolhas coerentes, mas Alex esteve bem acima dos outros dois.

Atacante pela direita: Keirrison, Guilherme e Kléber Pereira

Comentário: Na opinião do blogueiro, os dois melhores avantes estão aqui: Keirrison, que fez 20 gols, e Kléber Pereira, com 21. Ambos têm participação direta nas vitórias de suas equipes, foram completamente regulares e auxiliaram em outros fundamentos. Guilherme vai bem, mas precisa evoluir muito ainda.

Atacante pela esquerda: Kléber, Alex Mineiro e Nilmar

Comentário: Como podem dois jogadores do mesmo ataque serem indicados do mesmo lado do campo? Coisas que só a CBF faz por você. Entre os três, o blogueiro fica com Kléber, que teve um início conturbado, mas tem participação notável em clássicos, jogos importantes e momentos delicados. Nilmar foi instável no Brasileiro e Alex Mineiro, mesmo com muitos gols, deixa a desejar na participação de jogo da equipe.

Treinador: Celso Roth, Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho

Comentário: Esse foi o Brasileiro recente em que Muricy esteve melhor, estudando muito os adversários e mostrando-se decisivo quando com mais tempo para treinamentos. Luxa decepciona e sequer devia estar na lista. Melhor seria indicar Adílson, que manteve o Cruzeiro, quase sempre, no G-4. Roth é daqueles pouco reconhecidos, dificilmente será o vencedor, mas merece muitos méritos pela reviravolta que provocou na Azenha após a crise pós-Gauchão.

Revelação: Jean, Keirrison e Marquinhos

Comentário: Keirrison foi revelação da Série B de 2007, sua presença é incoerente. Assim, entre Jean e Marquinhos, honestamente, o blogueiro preferia ver Rafael Carioca, nome regular, disciplinado, excelente nos desarmes, competente nos passes e que estreou, de fato, como profissional em 2008. Jean brilhou, mas só esteve em campo no returno, e Marquinhos, principal jogador do primeiro turno no geral - opinião do blogueiro -, despencou nos últimos jogos.

Craque: Kléber Pereira, Hernanes e Alex

Comentário: Se Hernanes levar o título, passa a ser um forte candidato, com justiça. Alex, individualmente, porém, foi o mais brilhante, mas é prejudicado pelo desempenho do Inter. Kléber Pereira dificilmente leva, mas merece ser lembrado pelos 21 gols que fez. Não havia outro nome, eventualmente Victor, do Grêmio, ou Keirrison, do Coritiba.

Árbitro: Carlos Eugênio Símon, Leonardo Gaciba e Leandro Vuaden

Comentário: O blogueiro é fã do estilo de Vuaden, mas seu erro em Vitória e Fluminense é daqueles de fazer perder o campeonato. Fica entre os outros dois gaúchos.

Sábado sem tática

Excepcionalmente, o Papo de Craque não publicará o texto de táticas previsto para este sábado. E não é por que o blogueiro faz aniversário, mas sim pela falta de tempo disponível. Em sete dias, porém, há o compromisso de um "sábado com tática".

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

As batalhas em La Plata


Há 25 anos, La Plata não tremia diante de um clube gaúcho. Se em 1983 foi o Grêmio que deu um passo ao título da Libertadores por lá mesmo sofrendo um revés histórico, desta vez foi o Internacional o responsável por uma façanha contra o Estudiantes. No Ciudad de La Plata, venceu pelo placar mínimo, mas foi o máximo que poderia com 10 jogadores, graças a Guiñazu, expulso ainda no início do jogo.

Nilmar foi o grande jogador da noite. Contra dois zagueiros lentos, laterais pouco inspirados e um volante sobrecarregado, deu um banho na sua correria imparável. O lépido centroavante colorado apareceu em quase todos os lances de perigo e, assistido por D'Alessandro, sofreu o pênalti convertido por Alex. O trio responsável pelo gol da vitória, atualmente, compõe o melhor ataque do continente.

Na história Batalha de La Plata, em 1983, o Estudiantes, espumando de raiva pelo envolvimento do Brasil a favor da Inglaterra na Guerra das Malvinas, e pelo natural clima hostil daquela época, teve quatro jogadores expulsos diante do Grêmio. No acanhado Jorge Luis Hirschi, os gremistas venciam por 3 a 1, com 11 contra 7, mas sofreram dois gols no fim e quase perderam a Libertadores.

Ao Internacional, a continuidade na Sul-Americana parece bem mais confortável que ao Grêmio naquela ocasião. O Colorado tem a oportunidade real de salvar sua temporada e mostrar que a competição tem seu valor, embora precise de ajustes.

Pôr uma mão na taça e quebrar a invencibilidade caseira do Estudiantes foi o começo da salvação para o 2008 do Inter, que já tripudia o rival. "Foi uma vitória completa contra um time que tinha fama de virar jogo com sete jogadores em campo", provocou Vitoria Piffero, presidente do Inter. La Plata, vá lá, tem um pouco de Rio Grande do Sul.


Fotos: Zero Hora

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

As 12 piores contratações do ano


A expectativa na chegada de supostamente grandes jogadores nem sempre é correspondida. E é ela o principal critério para a eleição de piores contratações da temporada, algo bastante comum na Europa. O Papo de Craque entra na onda e, após a elaboração de uma pré-lista, chegou à lista de 12 nomes. Veja abaixo, junto com as justificativas.

1º Daniel Carvalho (Internacional)

Contratado por seis meses com pinta de jogador de seleção, veio ao Beira-Rio no vácuo de D'Alessandro e até agora não conseguiu mostrar uma condição física ideal. Entrou em atrito com Tite, já se oferece para o Flamengo por 2009 e não justificou o investimento feito pelo clube que lhe revelou. Só fez 1 gol.

2º Fabão (Santos)

O bom desempenho no Campeonato Brasileiro de 2006, especialmente, fez com que deixasse o país com fama de grande zagueiro. Esquecia-se, porém, suas passagens ruins por Flamengo e Bahia, por exemplo, mas mesmo assim Leão e Marcelo Teixeira acharam correto lhe pagar um salário na casa dos 500 mil reais por mês. Teve desempenho tétrico.

3º Rodrigo (Flamengo)

Era o zagueiro dos sonhos de três entre quatro clubes grandes do país e chegou na Gávea com a experiência em Libertadores no currículo. Em mais de três meses de Flamengo, fez quatro jogos, apenas um como titular, e sofreu grave lesão no braço. Deixou o Rio de Janeiro trocando farpas com a direção e deve terminar o ano, no São Paulo, como campeão.

4º Jônatas (Flamengo)

Outro com jeitão de seleção brasileira que veio para o Flamengo. Após algumas tentativas, o clube resgatar seu campeão na Copa do Brasil de 2007, veio ao país, mas não jogou muito além de um terço das partidas flamenguistas no ano, quase sempre vindo do banco. A reputação construída em alguns anos de Gávea foi para o espaço.

5º Souza (Atlético-MG)

O Galo tentou Ricardinho, Gallardo, sonhou com D'Alessandro, mas veio outro nome mais experiente e em decadência. Em sua passagem breve pelo Atlético, retornando para o centenário, foram apenas cinco jogos, e a certeza de que foi um péssimo negócio.

6º Jéci (Palmeiras)

Imaginou-se que Luxemburgo tinha um substituto pronto para quando Henrique deixasse o país, mas o segundo ex-Coxa que veio ao Parque Antártica foi um fracasso de responsabilidade, também, do treinador. Seu desempenho tétrico nas bolas aéreas explicou a derrota para o Sport - data em que, felizmente para ele, sofreu uma lesão e deixou o "olho do furacão".

7º Marcel (Cruzeiro)

Vez ou outra cobiçado por clubes grandes, o centroavante fez algo interessante, e veio ao Brasil para jogar por Grêmio, Cruzeiro e depois novamente Grêmio. Pela Toca da Raposa, foram simples sete jogos até o retorno ao Olímpico, em uma passagem esquecível.

8º Juninho (São Paulo)

Precavido para a saída de Breno, o São Paulo achou ter encontrado, no ex-botafoguense, um grande e barato nome, mas o melhor zagueiro do turno da Série A de 2007 foi uma enorme bola fora, se mostrando mais lento que o habitual e falhando várias vezes. Totalmente sem clima para seguir até 2009.

9º Laborde (Náutico)

Depois do sucesso com Acosta, que tal um novo gringo? O colombiano passou como um furacão, rápido como ele, pelos Aflitos, mas não deixou saudades. Constantemente vaiado, o atacante durou exatos 12 jogos, e nenhuma vez foi às redes, aumentando a pressão que já havia em torno de si.

10º Odvan (Vasco)

Se a coisa está feia, chama ele aí, e o Vasco, que precisava de um bom zagueiro, buscou a solução apenas no passado. Seu retorno à São Januário é esquecível e uma das maiores explicações para a queda possível. De quebra, até machucou Leandro Amaral em treino.

11º Escalada (Botafogo)

Esperança de gols latinos, o argentino chegou em General Severiano com algumas credenciais, mas também alguns quilos a mais. Era o nome para atuar com velocidade pelos lados do ataque, mas foi rápido mesmo em deixar o Botafogo após só três jogos.

12º Tuta (Figueirense)

Sempre lembrado por uma média razoável de gols e uma entrega medíocre em campo, o veterano Tuta foi vítima - ou o contrário - e deixou o Figueirense após sete jogos e algumas trocas de farpas com Gallo, ex-técnico, e dirigentes.

PS.: Lembrou de mais algum? Nos escreva!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Depois da bonança, a tempestade


Mais uma vez nesse Brasileiro, o Flamengo colhe decepção após uma grande vitória. Não foi a primeira, segunda ou terceira oportunidade em que isso ocorreu. Depois de bater o Palmeiras, em sua exibição mais categórica no ano, o Fla foi ao Mineirão e viu suas chances remotas de título, matematicamente, ruírem diante do Cruzeiro, em tarde inspirada de Ramires e Fernandinho.

É verdade que houve o pênalti em Diego Tardelli, e o Flamengo jogou uma boa partida, mas deixar o Mineirão sem pontos foi um resultado decepcionante - especialmente pelos desfalques de Wagner e Guilherme do outro lado.

Assim, Caio Júnior provavelmente chegará na última rodada brigando por vaga na Copa Libertadores. Em 2006, com o Paraná, bateu os reservas do São Paulo e carimbou a qualificação. No último ano, o técnico caiu diante do Atlético-MG, em pleno Parque Antártica, em show de Éder Luís. Sua chance de ficar na Gávea passa pelo desempenho nos jogos finais: Goiás em casa, Atlético-PR fora.

A derrota para o Cruzeiro, após a goleada sobre o Palmeiras, repete uma máxima do Flamengo no Campeonato Brasileiro de 2008: após a bonança, vem tempestade na Gávea. Veja:

Aqui, goleou o Figueirense em casa e perdeu a invencibilidade contra o São Paulo.
5ª rodada - 07 de junho - Flamengo 5 x 0 Figueirense
6ª rodada - 14 de junho - Flamengo 2 x 4 São Paulo

Vitória com sobras sobre o Vasco, início da série de sete jogos sem ganhar
11ª rodada - 13 de julho - Flamengo 3 x 1 Vasco
12ª rodada - 17 de julho - Coritiba 1 x 0 Flamengo

Euforia após vitória nos Aflitos e goleada em casa, no recorde de público do campeonato
28ª rodada - 4 de outubro - Náutico 0 x 2 Flamengo
29ª rodada - 11 de outubro - Flamengo 0 x 3 Atlético-MG

Grande vitória sobre o Coxa, empate que tirou o time na briga pela ponta no Barradão
31ª rodada - 23 de outubro - Flamengo 5 x 0 Coritiba
32ª rodada - 29 de outubro - Vitória 0 x 0 Flamengo

Maior jogo do ano contra o Palmeiras, derrota diante do Cruzeiro sem Wagner e Guilherme
35ª rodada - 16 de novembro - Flamengo 5 x 2 Palmeiras
36ª rodada - 23 de novembro - Cruzeiro 3 x 2 Flamengo

Seleção da rodada - 36



SELEÇÃO DA RODADA

Galatto (Atlético-PR)
Arílton (Coritiba)
Maurício (Palmeiras)
Durval (Sport)
Jorge Wagner (São Paulo)
Hernanes (São Paulo)
Ramires (Cruzeiro)
Marlos (Coritiba)
Marquinho (Figueirense)
Willians (Vitória)
Keirrison (Coritiba)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Semanário e pausa

O blogueiro passará o fim de semana ausente. O Papo de Craque volta na segunda, no ritmo que você, leitor, está acostumado. Por ora, ficamos com essa preguiça agradável deste feriado forçado.

Abaixo, as colunas da última semana.

No Olheiros - René Simões fala sobre sua habilidade em administrar ambientes e trabalhar com jovens jogadores, como faz agora no Fluminense
http://www.olheiros.net/artigo.aspx?id=815

Na Trivela - Santo André e Barueri devem chegar na Série A com políticas administrativas bastante nebulosas
http://www.trivela.com/Futebol.aspx?secao=17

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A primeira do Dez

Maradona: pouco vibrante na estréia e preocupado com Gianinna


A estréia de Maradona como treinador da seleção argentina inspirava cuidados. Embora a Escócia não esteja entre as primeiras forças da Europa, visitar o Hampden Park sugere algumas dificuldades. E a Argentina se mostrou bem no primeiro teste, vencendo pelo placar mínimo, mesmo sem Messi, Riquelme e Agüero - liberado para visitar Gianinna, sua namorada e filha de Maradona, internada em razão de complicações com sua gravidez.

Ao longo de todos os 90 minutos, Maradona se mostrou discreto no banco de reservas. Gesticulou pouco, praticamente não saiu do banco. No gol de Maxi Rodríguez, precisou de um cutucão para levantar e comemorar. Diferente do Maradona sempre sorridente e vibrante das tribunas, mas possivelmente preocupado com o estado médico de Gianinna.

Em campo, Maradona acertou ao manter a mesma equipe em campo ao longo de quase todo o amistoso. Quando substituiu, já na segunda metade do segundo tempo, não alterou o desenho da equipe, postada com duas linhas de quatro fixas, com Jonas e Maxi abertos, Gago e Mascherano - o novo capitão - presos, e Tevez e Lavezzi à frente. A formação deve ser alterada em breve, pois não comporta um enganche como Riquelme. A Argentina foi mais defesa do que tudo, mas criou um gol como criava o time de Pekerman, trocando passes e com os meias penetrando na área.

Se não uma vitória para encher os argentinos de esperança, ao menos uma estréia razoável e suficiente para dar mais confiança ao povo platino. Tê-los por perto é a maior explicação para a indicação de Maradona como técnico. E também seu maior desafio.


Foto: Olé

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Papo com René Simões


De time medroso e inseguro com Cuca, o Fluminense hoje é um poço de confiança com René Simões. E já consegue ver a zona de rebaixamento apenas olhando para baixo. São quatro vitórias e um empate nos sete jogos com o novo treinador, que apenas lamenta não ter chegado antes às Laranjeiras. "Brigaríamos lá em cima com esse aproveitamento", aponta.

Nesta segunda-feira, dois dias após colher os louros pela virada contra a Portuguesa, o técnico do Fluminense atendeu, por telefone, este blogueiro. E concedeu uma agradável entrevista. Leia os melhores momentos do papo logo abaixo.

E, para ler coluna sobre René Simões no Olheiros, clique aqui:

O que explica essa melhora do Fluminense com você? Parte psicológica, também?

Tenho uma forma de trabalhar em que, com a comissão técnica, primeiro a gente equilibra o grupo para que eles saibam o potencial deles. E depois você cria uma série de mecanismos para que eles coloquem esse potencial em campo. Só conversa não adianta, é preciso treinamento, eles precisam saber como vão aproveitar esse potencial.

É como você pegar um motorista, dizer que ele é muito bom, mas não dar um carro para ele. Tem que treinar todas essas situações que ele vai encontrar no jogo, para ele saber como se sair. E o que faz a diferença é que temos um método em que treinamos como vamos jogar e isso se reflete.

Imaginando que fosse começar, hoje, um novo Campeonato Brasileiro. Onde esse time do Fluminense chegaria?

Fica fácil ter essa resposta pegando os sete jogos comigo. O aproveitamento de 62% é para brigar lá em cima, ao lado do Grêmio.

Você é um cara de trabalhos muito bons, mas só agora está, de fato, em um clube de ponta. Qual o motivo?

É simples: sempre optei por família. Já tive convites de São Paulo, Palmeiras, Atlético Mineiro, Cruzeiro e Goiás, mas sempre optei pelo exterior. Aqui o longo prazo acaba com uma derrota. Na quarta derrota acabou o treinador.

Como eu faria com minhas filhas pequenas? Eu conheço minhas filhas, sei como elas estão, vi elas crescerem. Hoje vivem a vida delas e não tenho mais problema nenhum em trabalhar nos grandes clubes. Minha opção foi por causa disso.

Na Jamaica, mesmo com um elenco que não era exatamente tomado por jovens, você de certa forma teve que formar os jogadores?

Não existe a situação de que o cara é só um grande motivador. Esquecem talento e trabalho. Mas é óbvio que o trabalho psicológico é importante como muitos outros, como nutricionista ou fisiologista. Foi o que fizemos na Jamaica. Montamos essa estrutura e os resultados apareceram.

Como foi sua relação com o Keirrison no Coritiba? Você chegou a deixá-lo no banco.

Ele chegou a ficar até fora do banco! Os empresários ficaram nervosos, mas hoje me encontram e me agradecem. Hoje o Keirrison é concentrado. Jovens têm problema em se concentrar e aproveitam pouco do treino por causa disso. Gosto de treinar 1 hora e meia e gosto que ele tenha o desgaste total de todo aquele tempo. Se aquilo soou como uma brincadeira, ele não tirou nada de bom.

E a experiência em gerir ambientes, de certa forma, te credencia a trabalhar com jovens jogadores?

Costumo dizer que sou treinador de pessoas. Acho me dou bem com as pessoas. E o jovem ele tem particularidades e você tem que ter atenção com isso. Ele se desiquilibra mais com algumas coisas. Em razão da Lei Pelé, ele sai de um salário de 1 mil reais pra ganhar 15 mil. De repente ele pode fazer tudo no dia seguinte.
Isso faz parte de um processo que desiquilibra o jovem jogador. Terapia de choque é voltar para a base, fazer com que jogue embaixo, dê uma pensada.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Salvadores da pátria


Um deles é volante e nunca foi de fazer gols. O outro, em seus últimos clubes, ficou famoso justamente por perder chances nítidas de balançar as redes. Mas é a dupla Alan Bahia e Rafael Moura, heróis improváveis, que vai salvando o Atlético-PR de rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2008.

É verdade que a seqüência final de três jogos do Furacão sugere grandes dificuldades. A equipe de Geninho viaja para enfrentar Náutico e Botafogo, e ainda recebe o Flamengo, na rodada final, dentro da Arena da Baixada. Mas, a margem de quatro pontos para o Vasco, hoje o primeiro na zona de rebaixamento, indica uma vantagem razoável para quem já esteve em situação bem pior. E se a situação, hoje, é melhor, méritos para Rafael Moura e Alan Bahia.

Nos últimos dois jogos, contra Vitória e Figueirense, foi a dupla a responsável pelos quatro gols anotados pelo Atlético. E, no total das 11 vitórias atleticanas na Série A, nada menos do que sete tiveram gols de Alan Bahia ou Rafael Moura - repete-se, dois heróis bem improváveis.

O aproveitamento de Geninho, com 54,4% em 11 jogos, não é fantástico. Mas, com os gols de Alan Bahia e Rafael Moura, o Atlético-PR vai se salvando.

OS GOLS DA DUPLA

5 x 0 com o Goiás - 2 gols de Alan Bahia
1 x 1 com o Coritiba - 1 gol de Alan Bahia
1 x 0 com o Santos - 1 gol de Alan Bahia
1 x 1 com o Inter - 1 gol de Alan Bahia
2 x 0 com o Náutico - 1 gol de Rafael Moura
1 x 2 com o Palmeiras - 1 gol de Alan Bahia
1 x 1 com o Coritiba - 1 gol de Rafael Moura
1 x 0 com o Cruzeiro - 1 gol de Rafael Moura
1 x 0 com o Sport - 1 gol de Rafael Moura
2 x 0 com o Figueirense - 1 gol de Rafael Moura e 1 gol de Alan Bahia
2 x 1 com o Vitória - 1 gol de Rafael Moura e 1 gol de Alan Bahia

Seleção da rodada - 35


SELEÇÃO DA RODADA

Fernando (Ipatinga)
Joílson (São Paulo)
Leandro Almeida (Atlético-MG)
Titi (Náutico)
Jorge Wagner (São Paulo)
Airton (Flamengo)
Kléberson (Flamengo)
Ibson (Flamengo)
Paulo Baier (Goiás)
Borges (São Paulo)
Gilmar (Náutico)


Foto: Uol Esportes

domingo, 16 de novembro de 2008

Semanário

No Olheiros - Sergio Kun Agüero é vítima de rotina desgastante e para por repouso, prejudicando o Atletico de Madrid
http://www.olheiros.net/artigo.aspx?id=802

Na Trivela - Quais são os maiores assistentes do Campeonato Brasileiro de 2008? Isso e mais!
http://www.trivela.com/Futebol.aspx?secao=17

sábado, 15 de novembro de 2008

Sábado com tática (4) – O rodízio do Muricy

Mobilidade tática do meio-campo são-paulino ajuda a explicar sucesso no returno

Muricy: sempre com boas cartas na manga


Aos mais desatentos, pode parecer sempre o mesmo time. Afinal, Muricy Ramalho raramente tem mexido em sua equipe titular neste returno, formando a seqüência invicta de 14 jogos – a maior do Campeonato Brasileiro.

Nos últimos dez jogos, apenas André Lima (4), Bosco (2) e Jancarlos (1) conseguiram a titularidade. No mais, o onze de Muricy Ramalho varia de um grupo de doze jogadores: Rogério Ceni, Rodrigo, André Dias, Miranda, Joílson, Zé Luís, Jean, Hernanes, Hugo, Jorge Wagner, Borges e Dagoberto. A possibilidade de rodar todas essas “peças”, porém, é que normalmente passa despercebida. E é, diga-se de passagem, o que mais Muricy tem feito nos jogos do possível tricampeão brasileiro.

O próprio treinador merece receber os méritos por essas adaptações. Afinal, é dele a iniciativa de transformar Hernanes, meia de origem, em volante. Ou de ter empurrado Jorge Wagner, ainda no Internacional, para a lateral-esquerda. Ou de pedir que Rodrigo avance, como lateral, como faziam Breno e Alex Silva. Ou, ainda, em utilizar Zé Luís como volante, lateral-direito ou, ainda zagueiro.

Essa mobilidade de seus homens permite que Muricy Ramalho, discretamente, planeje enfrentar cada adversário de acordo com as exigências da partida. Tendo tempo de sobra para preparar o terreno para a maioria dos confrontos recentes, o treinador faz uso de seus conhecimentos e da versatilidade de seu elenco.

Diante do Vitória no Barradão no primeiro turno, por exemplo, Muricy sabia que o combustível para vencer a equipe de Vágner Mancini era fechar os lados do campo, e por isso atuou com duas linhas de quatro jogadores, trancando Marquinhos e Willians, e não oferecendo contragolpes. Justamente assim, com Dagoberto e Éder Luís inspirados, o São Paulo trouxe importantes três pontos de Salvador.

Outro momento taticamente interessante no campeonato foi o jogo com o Ipatinga. Sem poder contar com Dagoberto, o treinador são-paulino foi criticado por isolar Borges no ataque. Contudo, empurrou Hugo para atuar como enganche, à frente de uma linha de volantes e alas. Na tarde no Ipatingão, foi Jean quem, vindo de trás, brilhou e ajudou a construir os três pontos.

Diante do Palmeiras, no Parque Antártica, o São Paulo causou pavor em Vanderlei Luxemburgo. À frente dos zagueiros, Muricy tinha Zé Luís, Jean e Jorge Wagner. Atentos à marcação e ágeis com a bola, Hernanes e Hugo atacavam em diagonal, com inteligência, prendendo Elder Granja e Leandro, e confundindo os volantes. Em números, uma espécie de 3-3-2-2.

Nos dois últimos jogos, contra Internacional e Portuguesa, o São Paulo atuou de forma parecida. Com três zagueiros, Muricy posiciona um volante mais fixo – em um jogo foi Jean, no outro foi Zé Luís – e forma uma combativa e criativa linha de quatro meio-campistas. Assim, marca, arma e agride em bloco, com eficiência, e tranca os espaços dos adversários.

O elemento chave do time são-paulino nesta reação final, entretanto, é Hernanes. Cada dia mais completo e maduro, o pernambucano se transformou em um jogador praticamente completo em campo. De primeiro volante do time bicampeão em 2007, transformou-se, agora, no meio-campista mais criativo da equipe. Pode atuar na linha de meio-campistas, à direita, à esquerda ou, ainda, como meia destacado, em um 3-4-1-2. O que só é possível pelo fato de, além de ser ambidestro, Hernanes também saber atacar e defender com a mesma qualidade e naturalidade.

Todas essas variações fazem do São Paulo uma equipe sempre imprevisível e capaz de ser moldada para enfrentar adversários das mais diferentes características. Parte da explicação para uma reação fulminante rumo ao tricampeonato brasileiro.



sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Um péssimo anfitrião


"Não tenho certeza de que ele será capaz de jogar aqui. Porém, treinar em um clube como o Milan vai melhorar seu nível, não tenho dúvidas". A afirmação nada amistosa partiu de Clarence Seedorf e tratava a respeito da chegada de David Beckham ao Milan, por empréstimo, em janeiro.

Não é a primeira vez, aliás, que Seedorf falou dessa maneira na chegada de um reforço badalado à Milanello. Quando Ronaldinho Gaúcho foi contratado, o jogador quatro vezes campeão da Liga dos Campeões - por três clubes diferentes - disse que "não era uma necessidade". Provavelmente, Clarence se sentiu ameaçado pela chegada de um concorrente de peso para a mesma posição, embora, até onde consta, não venha tendo problemas com a presença de Ronaldinho. Os dois, aliás, têm jogado juntos na formação ideal de Carlo Ancelotti.

A postura de Seedorf, um dos líderes do elenco, ilustra de certa forma um dos motivos para o Milan, em tanto tempo, mexer tão pouco em sua espinha dorsal. A chegada de grandes figurões não ocorre há várias temporadas e os rossoneri, normalmente, preferem investir em jovens emergentes como Pato, Kaká, Bonera e Flamini, ou em conhecidos como Shevchenko.

De qualquer forma, Beckham tem um histórico de relacionamento positivo pelos clubes por onde passou e é reverenciado, também, por seu profissionalismo, ao contrário do que poderia sugerir a imagem de popstar. Recentemente, em entrevista à revista FourFourTwo, o inglês louvou a forma com que foi recebido na Major League Soccer. A depender das declarações de Seedorf, a situação em Milão pode ser diferente.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Por que temos menos gols de falta no BR-08?

Fábio Costa tentou explicar os motivos ao Papo de Craque


"Hoje não temos grandes batedores e os especialistas, mesmo, são o Rogério Ceni e o Lúcio Flávio. Além disso, a qualidade dos goleiros desse ano é maior e eles se aperfeiçoaram". A afirmação é de Fábio Costa, experiente goleiro santista, em contato com este blogueiro. Salta aos olhos, em 34 rodadas de Campeonato Brasileiro, a queda no número de gols de falta. Se em 2007 foram 50 gols no período, até aqui são só 38 - uma queda bem razoável.

No Campeonato Brasileiro, o único que fez três gols de falta foi Júnior Maranhão, do Sport, adepto das pancadas. César Prates (Galo), Leandro (Palmeiras), Washington (Flu), Zé Carlos (Botafogo), Rodrigo (São Paulo) e Fabrício (Cruzeiro) vêm em seguida, com dois. Rogério Ceni e Lúcio Flávio, apontados por Fábio Costa fizeram um e nenhum gol, respectivamente. André Luís, do Botafogo, e Thiago Silva, do Fluminense, foram outros lembrados pelo goleiro santista.

De fato, foi-se o tempo em que cada clube do futebol brasileiro tinha dois ou três grandes cobradores, e tem faltado qualidade no fundamento este ano. Alex, Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos e Juninho Pernambucano são nomes que, certamente, elevariam a quantidade dos números.

A preparação cada vez melhor dos goleiros também é apontada por Fábio Costa como uma explicação. O goleiro santista, porém, lembra que os jogadores também treinam muito, e logo podem reverter a situação encontrando novas artimanhas. "Essa é uma briga eterna e saudável. Além disso, a bola parada decide quase todos os jogos importantes", lembrou.

Os modelos recentes de bola também são apontados por Fábio como um fator que dificulta a vida dos goleiros. "As bolas são feitas para os atacantes, não para os goleiros. Ela flutua demais, é muito leve", lembra o goleiro santista, que sofreu um gol de falta no Brasileirão, contra o Botafogo, na 11ª rodada. "A bola veio e caiu bastante na hora que eu saltei, não deu para pegar", explica.

Fábio Costa, aliás, aproveitou para dar um pitaco sobre o gol de Tcheco, no domingo, contra o Palmeiras. "Botaram a culpa no Marcos, mas na minha opinião não há falha. Se você observar, a linha defensiva está na entrada da pequena área e não tinha como ele sair do gol. Além disso, o Marcel salta para confundir o Marcos e a bola faz a curva ao contrário. É desumano criticar o Marcos por aquilo", opinou o camisa 1 do Santos.

Líderes em gols de falta no Campeonato Brasileiro de 2008

1-) Júnior Maranhão (Sport) - 3 gols

2-) César Prates (Atlético-MG), Leandro (Palmeiras), Washington (Fluminense), Zé Carlos (Botafogo), Rodrigo (São Paulo) e Fabrício (Cruzeiro)

Líderes em gols de falta no Campeonato Brasileiro de 2007

1-) Juninho (Botafogo) - 6 gols

2-) Alex (Internacional), Chicão (Figueirense), Coelho (Atlético-MG), Fumagalli (Sport), Mineiro (Inter), Lúcio Flávio (Botafogo), Martinez (Palmeiras), Rodrigo Tabata (Santos), Rogério Ceni (São Paulo) e Tales (Náutico) - 2 gols

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Não está morto quem peleia...


...e o Grêmio veio ao Parque Antártica para jogar sua vida no domingo. Vencer o Palmeiras era a única chance de vislumbrar, na reta final, 15 pontos em 5 jogos, e tentar retomar, do São Paulo, a liderança. Esfaçelado em razão de suas últimas partidas, o tricolor gaúcho tinha uma legião de desfaques: Léo, Pereira, Réver, Felipe Mattioni, Thiego, Anderson Pico, Paulo Sérgio, Makelele e Perea. Ainda assim, ao seu melhor estilo, "copou" diante dos alviverdes e manteve o São Paulo em sua alça de mira.

Em campo, os gremistas tinham um arsenal de gigantes à frente de sua defesa. Souza era o único desatento na marcação, mas William Magrão, Rafael Carioca, Tcheco e Helder - depois Adílson Warken -, impediam o Palmeiras de entrar na área, algo facilitado pelas ausências de Kléber e Diego Souza e também pelas tímidas atuações de Jumar, Léo Lima e principalmente Evandro e Denílson. Quando, no abafa, os palmeirenses chegavam, Jean rebatia bem. E fez uma das raras grandes exibições de sua carreira.

Na comparação das duas propostas de jogo, o Grêmio é quem executava melhor. Fechando sua área, saindo em velocidade com Souza pela direita e empurrado por seus jovens e excepcionais volantes. Quando Celso Roth ousou lançar mão do criticado André Luís, a situação palmeirense para evitar os contragolpes ficou ainda pior e só não saíram mais gols em razão de Pierre. Estava nítido que o jogo penderia para os visitantes.

O único gol que saiu, porém, foi suficiente para sepultar as chances de título palmeirenses, que perdeu no Parque Antártica pela segunda vez no Brasileiro, e agora está quatro pontos atrás do São Paulo e ainda tem Grêmio e Cruzeiro à sua frente. Os gremistas, por sua vez, têm um tabela acessível e a esperança de que os são-paulinos empatem ou percam um jogo só. O título ainda pode ficar na Azenha.


Foto: Uol Esportes

Seleção da rodada - 34


SELEÇÃO DA RODADA

Bruno (Flamengo)
Jonathan (Cruzeiro)
Miranda (São Paulo)
Jean (Grêmio)
Netinho (Atlético-PR)
Rafael Carioca (Grêmio)
William Magrão (Grêmio)
Tcheco (Grêmio)
Hernanes (São Paulo)
Jonas (Portuguesa)
Borges (São Paulo)


Foto: Uol Esportes

sábado, 8 de novembro de 2008

Jonas, o persistente


O São Paulo deixou o Canindé com uma vitória hercúlea, diante de uma Portuguesa nada disposta a interromper sua seqüência invicta de cinco partidas. A cabeçada de Zé Luís, além de pressionar os rivais que jogam no domingo, também serviu para manter a Lusa na zona do rebaixamento e frustrar os rubro-verdes, que mereciam um ponto.

No comando da Lusa, o atacante Jonas, destaque na partida com dois gols, faz uma competição digna de nota. Com a dobradinha deste sábado, chegou a nove no Campeonato Brasileiro. Isso, somado as suas três assistências, significa que, em 21 jogos, participou diretamente de 12 gols. Nada mal para quem chegou de maneira discreta ao Canindé, após duas temporadas discretas por Santos e o Grêmio, sendo uma delas prejudicada por séria lesão no joelho.

O herói da Portuguesa, que está vivíssima, é esperança contra o rebaixamento. A Lusa recebe Sport e Goiás, visita Fluminense e Cruzeiro. E se continuar jogando como neste sábado, em que caiu de pé diante do São Paulo, não vai cair.


Foto: Uol Esportes

O fator Espinoza


Giovanny Espinoza chegou ao Cruzeiro como, ao mesmo tempo, referência para a disputa da Copa Libertadores, e opção experiente para o amadurecimento dos jovens zagueiros do elenco. Titular em boa parte da temporada, porém, o zagueiro equatoriano vem, nos últimos tempos, sofrendo críticas e, em razão de atuação desastrada no Serra Dourada - onde saiu no intervalo -, provavelmente, será barrado neste domingo, contra o Fluminense.

É inegável que Espinoza ofereceu colaborações na Toca da Raposa. De inseguro, Thiago Heleno virou um dos melhores defensores do país, e Léo Fortunato parece ir no mesmo caminho. Jogador de confiança de Adílson Batista, o equatoriano é classificado, pelo técnico, como responsável por esse processo. Sétimo jogador com mais participações com a seleção do Equador, Espinoza paga, porém, nas semanas recentes, por sua fragilidade física - o que inside em sua parte técnica.

O competente Superesportes, site mineiro, levantou sete atuações pífias do beque na temporada. E cabe citá-las: Real Potosí, na Bolívia; Boca Juniors, no Mineirão; Ituiutaba, no Mineirão; clássico contra o Atlético no primeiro turno; São Paulo, no Morumbi; Atlético-PR, há duas semanas; e domingo, no Serra Dourada, diante do Goiás.

A queda técnica de Espinoza, aliás, coincide com a da defesa do Cruzeiro. Com ele em campo, no primeiro turno, a equipe celeste disputou 16 gols e sofreu 13 gols. No returno, o equatoriano esteve em 9 partidas, nas quais Fábio foi vazado 12 vezes. Neste mesmo returno, sem Gyovanni Espinoza em campo, foram 5 partidas e apenas 4 gols sofridos.

Hoje, é melhor preservar Espinoza e recuperá-lo física e mentalmente. É o que fará Adílson, neste domingo, no Mineirão, apostando as últimas fichas na briga por título.

Foto: Superesportes

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Seca, Avaí!


Uma combinação de cinco resultados pode antecipar a confirmação do já consolidado acesso do Avaí a cinco rodadas do fim. Lembrado por boas campanhas nas últimas edições da Série B, porém, o Azulão pode voltar para a elite nacional, onde não chega desde 1979. Para isso, porém, precisa de um milagre.

Após o Vila Nova ter perdido para o Marília na terça-feira, o Avaí precisa, além de vencer o CRB, torcer por derrotas de Bragantino, Juventude e Barueri. O trio enfrenta, respectivamente, Ceará, Ponte Preta e ABC. Parece bastante difícil, não?

Ainda assim, o Avaí vai subir. Comandado por Silas, ex-jogador do São Paulo, a equipe catarinense faz uma Série B irretocável e regular, e já vinha em boa fase no estadual, onde teve a segunda melhor pontuação, mesmo não tendo chegado à final - vice-campeão em seu estado, por exemplo, o Criciúma briga para não cair na segundona.

Cabe ressaltar que o Avaí conta com parcerias com LA Sports - a mesma que levou o Paraná à Libertadores - e Traffic, contando com um elenco acima da média na atual edição da Série B.


Foto: Diário Catarinense

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Luxa comentarista

Luxemburgo: exclusiva para o Sportv após comentar pela Rede Globo

Mesmo não estando em Buenos Aires, acompanhando o Palmeiras, Vanderlei Luxemburgo arrumou um jeito de aparecer durante o jogo. E bem mais eficiente que se estivesse no banco: comentou, ao lado de Paulo Roberto Falcão na Rede Globo, a partida entre sua equipe e o Argentinos Juniors, em que os palmeirenses foram eliminados da Copa Sul-Americana. A presença do treinador foi a maior aposta da emissora para tentar audiência em uma noite futebolisticamente monótona.

A transmissão teve algumas situações inusitadas. Em um momento, ao ser perguntado se falava com Nei, auxiliar técnico, pelo celular, Luxa soltou um: “isso, falo pelo Nextel”, causando arrepios a quem jamais cita empresas. Em outro momento, Cléber Machado e Falcão pareciam constrangidos, e o Palmeiras perdia por 2 a 0 em 16 minutos, com dois gols sofridos de cabeça. “É falha de posicionamento?”, perguntou Cléber. Desconcertado, Luxa se esquivou: “Bola aérea é sempre difícil, e pegou o ataque de frente. É mérito do adversário, só sabem culpar a defesa”, respondeu o técnico-comentarista.

Cléber Machado, Falcão e Mauro Naves – repórter global no campo de jogo -, ainda tentaram brincar com os privilégios da transmissão. “E aí, professor? Que instrução passou?”, brincou Cléber após ver Luxa falando no rádio com o auxiliar.

Em outro momento inusitado, Vanderlei disse que apenas havia trocado de lugar, e que estava oferecendo ao auxiliar o mesmo trabalho que costumava receber. “Quem está fora do jogo, passa a recomendação, e o técnico acata ou não”, disse. Ao ser perguntado se Nei Pandolfo poderia recusar suas orientações, Luxa riu e rapidamente respondeu. “Se ele quiser perder o emprego...”

Se a intenção da emissora era oferecer algo inusitado e diferente, a tentativa com Luxa, que já comentou a Copa de 98 em outra emissora e tinha até um blog no Globo.com, foi certeira: a transmissão de Palmeiras e Argentinos Juniors foi absolutamente impagável.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Craques de Liga dos Campeões


Que a Liga dos Campeões é uma competição peculiar, não há dúvida. Tem rivalidades próprias, atmosfera própria, música própria e, até, seus próprios craques. Steven Gerrard e Alessandro Del Piero, destaques da rodada de meio de semana, são dois desses que brilham quando o confronto é em gramado europeu.

Del Piero, no Santiago Bernabéu, levantou a torcida merengue com dois lindos gols. Conduziu a vitória pragmática da Juve, primeiro aproveitando vacilo de Guti, carregando e batendo de canhota, cirúrgico. Depois, de falta, ao seu melhor estilo, ultrapassando Casillas na precisão.

Delpi, que completa 34 anos no domingo, comemorou na companhia dos madridistas. Em Liga dos Campeões, tem 42 gols, quinta melhor marca geral. Com a dobradinha desta quarta, chegou à artilharia da edição 2008/09, e mostrou que tem uma relação particular com a LC.

Gerrard, personagem central da mítica final em Istambul, é outro que cresce quando o assunto é Liga dos Campeões. Nunca conseguiu dar um título inglês aos torcedores dos Reds, mas foi à duas finais de LC, venceu uma, e ainda tem um bônus no currículo: a Copa da Uefa de 2001.

Em Anfield Road, o Liverpool foi surpreendido pela atuação cínica do Atlético de Madrid, marcando com cinco homens no meio-campo e forçando o jogo com Maxi Rodríguez e Simão Sabrosa nos contragolpes. Gerrard buscou, como de praxe, comandar as ações dos Reds, e foi presenteado com um pênalti inexistente assinalado por Martin Hansson. Sem ter nada a ver com isso, o capitão pôs a bola no cal e a conduziu até as redes. Uma noite comum para ele, outro dos artilheiros da LC, com 4 gols.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Tratamento de choque


Um dos maiores desafios de José Mourinho ao chegar à Appiano Gentile era resgatar o melhor comportamento, e por conseqüência futebol, do outrora imperador Adriano. Por isso, o técnico português veio ao Mineirão, em junho, conversar com o jogador, saber de seus planos na volta para a Itália. Desde então, o tratamento do português tem sido de choque com o centroavante.

A titularidade com Mourinho e gols contra Bologna, Panathinaikos e Anorthosis Famagusta deram a sensação de que Adriano vinha se recuperando, idéia reforçada pelo gol contra a Venezuela. O centroavante, porém, voltou a aprontar, foi visto em balada até altas horas, chegou atrasado a treinamentos e foi afastado de dois jogos pelo treinador português. Já o argentino Julio Cruz foi perdoado.

"Acho que Adriano irá jogar mais se ele quiser, como fez antes e fez muito bem. Ele não está conosco, mas ainda há outros dois jogos pela Liga dos Campeões e estou convencido de que, se quiser, ele jogará". Mourinho afirmou, cético, para a imprensa.

Dunga, por sua vez, ignora o que ocorre em Milão. Disse que é problema da Inter, e que Adriano jogou bem contra a Venezuela e merece seguir no grupo. Parece, como fez com Robinho, querer oferecer um ambiente onde o jogador é querido, e assim ganhar sua confiança e melhor futebol.

É uma tese válida, mas para Adriano voltar a ser profissional, o tratamento de choque de Mourinho, e não os afagos de Dunga, é o melhor para o jogador.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Seleção da rodada - 33


SELEÇÃO DA RODADA

Rafael (Vasco)
Vítor (Goiás)
Leandro Almeida (Atlético-MG)
André Dias (São Paulo)
Athirson (Portuguesa)
Hernanes (São Paulo)
Mateus (Vasco)
Paulo Baier (Goiás)
Marquinho (Figueirense)
Dagoberto (São Paulo)
Ferreira (Ipatinga)

domingo, 2 de novembro de 2008

Semanário

As colunas da última semana

No Olheiros – Náutico segue sem revelar, mas se dá bem com promessas de outros clubes
http://www.olheiros.net/artigo.aspx?id=774

Na Trivela – Duelo entre Grêmio e Cruzeiro é crucial para o Brasileirão
http://www.trivela.com/Futebol.aspx?secao=17

E mais, no Olheiros – Maurício Vargas entrevista Ramires, craque do Cruzeiro
http://www.olheiros.net/artigo.aspx?id=777

Sábado com tática (3) – Caçula, líder e ultra-ofensivo

Hoffenheim atua e brilha em esquema maluco

Obasi é um dos três avantes do Hoffe


Brasil, África e Leste Europeu são três localidades pródigas para se encontrar talento futebolístico. O mais incrível é ver a mistura entre as três culturas justamente no futebol alemão. E dando um precioso resultado. O Hoffenheim, em sua temporada de estréia na Bundesliga, venceu sete de dez jogos e lidera com 22 pontos.

A campanha surpreendente é, também, fruto do esquema tático ultra-ofensivo de Ralf Rangnick, ex-Schalke 04. Com um 4-3-3 recheado por dois meias ofensivos e três homens de frente, o Hoffenheim tem feito placares incríveis, como os 3-0 construídos sobre o então líder Hamburgo em 35 minutos de jogo no último domingo.

O resultado da ofensividade dos blue-weiss é o índice de segundo principal ataque entre as melhores ligas nacionais da Europa. São 27 gols marcados em 10 jogos, média inferior apenas à do Barcelona, de 24 gols em 8 jogos. Na Inglaterra, o Manchester City fez 23 gols em 10 jogos, enquanto na França o melhor poder de fogo é o do Olympique Marseille, com 21 gols em 11 jogos. Famoso pela força de suas defesas, o italiano tem Lazio e Udinese como mais fortes ataques, com um número baixo: 17 gols em 9 jogos.

Em campo, o Hoffenheim se constrói com uma linha defensiva que atua adiantada, reduzindo o espaço de ação dos adversários. Pesa, para isso, a ótima capacidade física da jovem equipe de Rangnick, que tem laterais rápidos como Beck e Ibertsberger e um zagueiro veloz, o capitão Compper, de só 23 anos e ex-Borussia Monchengladbach. Mais lento, Jaissle é outro menino: 20 anos.

O meio-campo só tem um marcador de ofício: Luiz Gustavo, encontrado no Corinthians de Alagoas, é um volante dominador, com passadas largas e que nunca se nega ao choque, embora tenha virtudes técnicas bem razoáveis. Bem abertos pelos dois lados, Carlos Eduardo – canhoto, mas pela direita -, e o bósnio Salihovic – também canhoto e que atua na esquerda -, são talentosíssimos e armam o jogo, sempre pelos lados do campo. A juventude do trio também impressiona: A dupla brasileira tem 21 anos e Salihovic tem 24.

No ataque, o Hoffenheim também prima pela velocidade. Por isso, a troca de posições entre o trio de avantes complica a vida dos adversários. Os africanos Demba Ba (senegalês, 23 anos) e Obasi Ogbuke (nigeriano, 22 anos) costumam abrir o jogo pelos lados, em rapidez, técnica, força física e faro de gol. Mais pelo centro, mas sem menos movimentação, aparece bem Vedad Ibisevic, outro bósnio de 24 anos, artilheiro da Bundesliga com 11 gols.

A qualidade do trio de atacantes, aliás, pode ser comprovada em números: Ibisevic, com 2,30, Obasi, com 2,58, e Ba, com 2,65, são os três melhores jogadores do Campeonato Alemão, de acordo com as notas da conceituada Revista Kicker. Lembrando que os conceitos, por lá, são atribuídos de cinco a zero, valendo o zero como uma hipotética melhor nota.

O estilo de jogo do jovem e vibrante Hoffenheim é favorecido, também, pelo acanhado gramado do Carl-Benz Stadion, onde o clube tem mandado seus jogos na Bundesliga. Ali, os blue-weiss se impõem física, técnica e mentalmente sobre os rivais. Essa mentalidade determinada, por ora, vai levando o Hoffe ao topo. Se ele se manterá lá por mais tempo, só o futuro irá dizer. Ainda assim, tem sido encantador ver o caçula atuar.