quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2009

O Papo de Craque beberá champanhe, comerá peru, irá até a praia, pulará as sete ondas e voltará, com fôlego total e novidades, já neste sábado.

Um forte abraço aos oito fiéis leitores e os desejos de grandes conquistas a todos em 2009. Até mais!

domingo, 28 de dezembro de 2008

Fins de turno 01/05 – A Premier League

Liverpool: campeão do primeiro turno

Embora não tenha uma tabela espelhada, com jogos de ida e volta nas mesmas rodadas do turno e returno, a Premier League atingiu 19 jornadas, o que significa meio caminho andado – exceto para o Manchester United, com duas partidas atrasadas. Por isso, o Papo de Craque apresenta o que houve de melhor e pior para as equipes que compõem atualmente o grupo de classificação para as próximas competições européias.

O abismo técnico e econômico já é notado em apenas um turno de Premier League e a distância do líder Liverpool para o sexto colocado Everton é de abissais 13 pontos. Ou, ainda, os Reds têm o dobro de pontos do comentado Manchester City, apenas o 15º. Isso não quer dizer, ao contrário do que se pode imaginar, que faltam emoções. O Campeonato Inglês parece cada vez mais consolidado como o mais atraente, de qualquer ponto de vista que se veja, em todo o mundo.

Sem mais delongas, vamos ao que de melhor houve neste primeiro turno, frisando apenas que os quatro primeiros avançam para a Liga dos Campeões 2009/10 e o quinto colocado, além do campeão da FA Cup e a da Copa da Liga disputam a Euroliga, sucessora da Copa da Uefa.

O Papo de Craque lembra ainda que Bundesliga, Ligue 1, Serie A e La Liga terão o mesmo espaço nos próximos dias. Fique de olho!

Números do primeiro turno

Média de gols: 2,59
Melhor ataque: Chelsea, 38 gols
Melhor defesa: Chelsea, 7 gols
Pior ataque: West Bromwich, 14 gols
Pior defesa: Hull City, 36 gols
Artilheiro: Anelka, 14 gols

Seleção do primeiro turno

Cech; Bosingwa, Rio Ferdinand, Vidic e Lescott; Park, Gerrard, Xabi Alonso e Ashley Young; Agbonlahor e Anelka. Téc: Martin O’Neill.

CLUBE A CLUBE

1-) Liverpool – 42 pontos em 19 jogos

Desde que venceu a Liga dos Campeões em 2005 – após 21 anos, a torcida do Liverpool decidiu que não havia missão mais importante para o mais tradicional clube inglês senão vencer sua própria liga. Assim, e observando o crescimento do Manchester United, bicampeão em 2006/07 e 2007/08, os Reds determinaram o título da Premier League como uma verdadeira obsessão.
Esse troféu não é levantado desde 89/90, quando o Campeonato Inglês ainda não vivia em sua era moderna, iniciada a partir de 92. No total, são 18 títulos a 17 a favor do Liverpool.

Posto isso, é possível identificar no time da atual temporada uma força em brigar pelo título que não se via há anos. Essa ansiedade, porém, tem provocado hesitações que um campeonato competitivo como a Premier League não perdoa. Embora só tenha perdido uma partida no turno – para o Tottenham, em Londres -, os de Rafa Benítez vacilaram atuando em Anfield Road, onde empataram com West Ham, Stoke, Fulham e Hull City. O clássico contra o Arsenal no Emirates Stadium era outra partida acessível, mas faltou o espírito vencedor que tanto costuma sobrar aos Reds.

A sombra do Manchester United vindo forte no retrovisor é o maior obstáculo para o título inglês do Liverpool. Rafa Benítez, entretanto, costuma ver sua equipe crescer nos últimos meses da temporada, e Fernando Torres, recuperando-se de lesão, voltará em breve, novinho em folha, para dar o poder de fogo que tem faltado em alguns momentos. Se parar de hesitar em jogos tolos, os Reds podem se manter como os vencedores absolutos do Campeonato Inglês.

Time-base (4-2-3-1): Reina; Arbeloa, Carragher, Agger (Hyypiã) e Fábio Aurélio; Mascherano e Xabi Alonso; Kuyt, Gerrard e Riera; Fernando Torres (Keane). Téc: Rafa Benítez

Colocação na última temporada: 4º
Objetivo: título
Prêmios na temporada: Rafa Benítez, treinador de outubro

Mais utilizados: Reina, Carragher, Xabi Alonso e Kuyt (19j)
Melhor jogador: Gerrard
Artilheiro: Gerrard – 6 gols
Melhor partida: Liverpool 2 x 1 Manchester United (4ª rodada)
Pior partida: Liverpool 0 x 0 West Ham (15ª rodada)
Jogo-chave no returno: 29ª rodada contra o Manchester United, fora de casa2-)

2-) Chelsea – 41 pontos em 19 jogos

Embora a grande missão de Felipão no Chelsea seja colocar a equipe no topo da Europa, não dá para imaginar que o título inglês seja um objetivo descartável para Peter Kenyon e Roman Abramovich. Por isso, a produtividade dos Blues em campo, apesar da boa posição na tabela, tem rendido críticas à Scolari que, deve ser lembrado, quase sempre teve dificuldades em seus inícios de trabalho e também se caracterizou por títulos em competições de mata-mata, e não pontos corridos.

A questão central das críticas ao início de turno do Chelsea passa pelo desempenho em Stamford Bridge, onde os Blues se acostumaram a ser imbatíveis nos últimos quatro anos, totalizando 86 jogos com vitórias ou empates. Em seus domínios, os de Felipão só venceram quatro de dez partidas nesta Premier League, e perderam para Liverpool e Arsenal, um desempenho fraquíssimo e que passa, também, pela dificuldade de acoplar Deco, Lampard e Ballack no mesmo meio-campo. Lesões importantes também afligiram o elenco azul, que só agora pode desfrutar da plenitude física de Drogba.

Em razão do talento de seus jogadores e da capacidade de Felipão em situações extremas, sobretudo decisivas, o Chelsea jamais pode ser descartado como favorito ao título. Afinal, a distância na pontuação é mínima. Contudo, nota-se uma má fase técnica pairando sobre Stamford Bridge, e os Blues só venceram três dos seis últimos jogos do turno. Uma melhora nesse índice será indispensável para recolocar a equipe em condição de brigar de fato pelo título, condição comum às últimas quatro temporadas.

Time-base (4-1-3-2): Cech; Bosingwa, Ricardo Carvalho (Alex) (Ivanovic), Terry e A.Cole; Mikel; Ballack (Malouda), Deco e Lampard; Joe Cole e Anelka. Téc: Luiz Felipe Scolari

Colocação na última temporada: 2º
Objetivo: título
Prêmios na temporada: Deco, jogador de agosto; Lampard, jogador de outubro; Anelka, jogador de novembro.

Mais utilizados: Bosingwa, Lampard e Anelka (19j)
Melhor jogador: Lampard
Artilheiro: Anelka – 14 gols
Melhor partida: Middlesbrough 0 x 5 Chelsea (8ª rodada)
Pior partida: Chelsea 1 x 1 West Ham (17ª rodada)
Jogo-chave no returno: 21ª rodada contra o Manchester United, fora de casa

3-) Manchester United – 35 pontos em 17 jogos

A exaustiva – e vitoriosa - última temporada fez com que o Manchester United demorasse a engatar em 2008/09. Apenas na 11ª rodada a equipe de Alex Ferguson se integrou às quatro primeiras posições, mas já é possível apontá-la brigando de maneira incisiva pelo tricampeonato inglês, que seria o segundo de sua história. Os Red Devils venceram quatro de seus últimos cinco jogos e não perdem desde 8 de novembro.

Com vitórias simples nos jogos atrasados – contra Fulham e Middlesbrough, ambos no Old Trafford -, o Manchester United se iguala ao Chelsea e põe grande pressão sobre o Liverpool, que já sente ameaçado, a bem da verdade. Outro indicativo de que a equipe de Cristiano Ronaldo vai chegar, de fato, muito forte para o returno, é o fato de enfrentar Arsenal, Chelsea e Liverpool em seus domínios, uma vantagem importantíssima para duelos tão competitivos. Em 2007/08, por exemplo, todos os três integrantes do Big Four foram batidos no Teatro dos Sonhos. Na atual temporada, o melhor desempenho como anfitrião é do United, diga-se de passagem.

Uma constatação importante a se fazer é a respeito da forma de Wayne Rooney, assumindo um papel de maior protagonista do time na temporada enquanto Ronaldo atua em 2/3 de sua capacidade técnica – o que não é pouco. Jogadores experientes como Scholes, Giggs e Gary Neville já não são mais indispensáveis como eram há dois anos, e Park, Fletcher e até o jovem brasileiro Rafael têm tido participações elogiáveis como titulares, rejuvenescendo uma equipe que, quando chega, não dá moleza.

Time-base (4-4-2): Van der Sar; Rafael, Rio Ferdinand, Vidic e Evra; Ronaldo, Carrick, Fletcher e Park; Rooney e Berbatov. Téc: Alex Ferguson

Colocação na última temporada: 1º
Objetivo: título
Prêmios na temporada: nenhum

Mais utilizados: Vidic e Van der Sar (16j)
Melhor jogador: Rooney
Artilheiro: Ronaldo – 8 gols
Melhor partida: Manchester United 4 x 3 Hull City (11ª rodada)
Pior partida: Arsenal 2 x 1 Manchester United (12ª rodada)
Jogo-chave no returno: 29ª rodada contra o Liverpool, em casa

4-) Aston Villa – 35 pontos em 19 jogos

O amadurecimento do trabalho de Martin O’Neill chegou já em sua terceira temporada em Birmingham, e o Aston Villa é uma das poucas coisas fora do script na Premier League 2008/09. Desde o início invicto em 2006/07 e algumas boas atuações na última temporada, esperava-se que o Villa pudesse progredir, mas não a ponto de se infiltrar na zona de classificação para a Liga dos Campeões com tanta autoridade.

O crescimento do Aston Villa passa primeiramente pelo crescimento de Ashley Young e Agbonlahor, 23 e 22 anos respectivamente. Os grandes nomes da equipe receberam o suporte de contratações eficazes e baratas, como do experiente Friedel para o gol e de Shorey e Luke Young para as laterais. O negócio ousado foi a vinda de Milner, um jogador emergente no Newcastle e com o estilo de jogo adequado ao do Villa. Outra atitude firme no mercado foi a manutenção do capitão Gareth Barry, cobiçadíssimo pelo Liverpool.

Com esse respaldo, Martin O’Neill desenvolveu uma equipe de meio-campo firme e criativo, com a verticalidade de Young e Milner pelos lados, o comando seguro de Barry e as incursões de Sidwell à área. Outro ponto notável do Villa é a personalidade firme, demonstrada por exemplo há poucos dias no segundo duelo contra o Arsenal na temporada. Assim, é possível ver o Aston Villa ameaçando o Big Four como não se fazia desde o Tottenham de Martin Jol em 2005/06.

Time-base (4-1-4-1): Friedel; Luke Young, Davies, Laursen e Shorey (Reo-Coker) (Cuellar); Petrov; Milner, Sidwell, Barry e Ashley Young; Agbonlahor. Téc: Martin O’Neill

Colocação na última temporada: 6º
Objetivo: vaga na Liga dos Campeões
Prêmios na temporada: Ashley Young, jogador de setembro

Mais utilizados: Friedel, Barry, Ashley Young e Agbonlahor (19j)
Melhor jogador: Ashley YoungArtilheiro: Agbonlahor – 9 gols
Melhor partida: Arsenal 0 x 2 Aston Villa (13ª rodada)
Pior partida: Aston Villa 1 x 2 Middlesbrough (12ª rodada)
Jogo-chave no returno: 26ª rodada contra o Chelsea, em casa

5-) Arsenal – 32 pontos em 19 jogos

Cada vez que gasta pouco e aposta no crescimento de suas promessas, Wenger é criticado, pois os resultados que se esperam do Arsenal têm sido de títulos. Por isso, os 23 milhões de euros investidos na última janela – exatamente o mesmo valor arrecadado com vendas - são motivo de polêmica no comando dos Gunners, e a ameaça de perder a vaga na próxima Liga dos Campeões é real e seria devastadora às finanças. Por isso, o clube é favorito a incorporar nomes ao seu elenco na janela de inverno.

Os problemas em Ashburton Grove se ampliam em razão das várias lesões – a mais recente deixará Fabregas no estaleiro por 4 meses -, como de Walcott, Bendtner e ainda Eduardo da Silva e Rosicky. Além disso, a mentalidade dos Gunners não parecem ter evoluído em relação à última temporada, e se sobram bons resultados em jogos importantes, como contra Manchester United e Chelsea, também há apagões, como perder pontos para Fulham e Hull City, entre outros.

A matemática, entretanto, não apresenta tantos problemas assim. A margem de pontos é pequena e garantir-se na próxima Liga dos Campeões já seria um feito para Wenger, habilidoso o suficiente para atingir esse objetivo. Equacionar esses problemas, trabalhar bem a cabeça do elenco e ser cirúrgico no mercado de inverno deixará o Arsenal em condições de barrar sua maior de cabeça chamada Aston Villa.

Time-base (4-4-2):Almunia; Sagna, Gallas, Silvestre e Clichy; Walcott, Fabregas, Denílson e Nasri; Van Persie e Adebayor. Téc: Arséne Wenger

Colocação na última temporada: 3º
Objetivo: vaga na Liga dos Campeões
Prêmios na temporada: nenhum

Mais utilizados: Almunia e Clichy (19j)
Melhor jogador: Van Persie
Artilheiro: Van Persie – 8 gols
Melhor partida: Arsenal 2 x 1 Manchester United (12ª rodada)
Pior partida: Arsenal 1 x 2 Hull City (6ª rodada)
Jogo-chave no returno: 37ª rodada contra o Manchester United, fora de casa

Link

Classificação: http://news.bbc.co.uk/sport2/hi/football/eng_prem/table/default.stm

sábado, 27 de dezembro de 2008

O que esperar de ALEX MINEIRO no GRÊMIO*


Alex Mineiro fez 37 gols pelo Palmeiras em 2008. Edixon Perea, Jonas, Reinaldo, André Luís, Tadeu, Soares, Marcel e Richard Morales, juntos, anotaram 53. Se tirarmos Perea da lista, Alex terá feito mais que todos os atacantes gremistas, juntos, na temporada. No Brasileiro de 2007, foram mais nove gols em apenas 18 jogos pelo Atlético Paranaense, por causa de uma lesão.

Os números, por si só, atestam a importância de o Grêmio ter, na próxima Libertadores, um centroavante que garanta gols. E Alex Mineiro é um dos poucos desses na realidade do futebol brasileiro. Não é brilhante, não faz lances vistosos, mas faz gols. Precisa mais?

Em 2008, Alex Mineiro teve uma temporada irretocável com o Palmeiras. Foram 60 partidas disputadas e nenhuma lesão, a artilharia no Paulista e a vice no Brasileiro. Ainda assim, o clube fez pouco caso de seu atacante, e Luxemburgo o deixou no banco nos últimos jogos da temporada e não buscou renovar rapidamente o contrato. Pensa em Keirrison, que deve vir em abril, e tem chances enormes de partir no meio do ano.

Keirrison era a ilusão, e Alex a certeza - que agora defende o Grêmio. Com duas participações pela Libertadores no currículo - 97 com o Cruzeiro e 2002 com o Atlético Paranaense -, o mineiro ainda deve uma grande exibição no torneio. Parece estar na hora certa e no lugar certo, exatamente como acontece dentro de campo.



* A seção "O que esperar de xxx no xxx" está de volta. Em breve, outros reforços passarão pelo crivo do Papo de Craque.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Boxing day, dia de futebol


O Natal se foi e, ao contrário dos demais torneios, os do Reino Unido não param. A tradição do Boxing Day se repete neste dia 26 e, como o Papo de Craque já havia falado do evento em 2007, se limitará em oferecer o link para o post. O colega Ubiratan Leal, aliás, assina um outro artigo bastante completo sobre o Boxing Day na Trivela. Clique aqui para ler.

Entre os jogos deste dia 26, destaque para Aston Villa e Arsenal, às 15h10. Os canais ESPN, aliás, transmitem as quatro partidas do Big Four ao vivo.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Natal com tática (5) - Mais do mesmo*

Reforços contratados para 2009 dão a entender que São Paulo, Corinthians e Santos manterão suas fórmulas táticas para a próxima temporada

Ronaldo, Júnior César e Lúcio Flávio: alguns dos principais nomes que chegam em São Paulo

O Campeonato Brasileiro de 2008 acabou há pouco mais de 15 dias e já há clubes que têm o elenco quase completo para a próxima temporada. Especialmente em São Paulo, quando Corinthians, São Paulo e Santos já realizaram boas compras e mantiveram seus treinadores. Sinal de que já havia, antes desses dias, algumas situações encaminhadas. A exceção no futebol paulista é o Palmeiras, que ainda tem muito o que agir para entregar um bom elenco para Vanderlei Luxemburgo.

Os sistemas táticos das três equipes, consolidados no final da última temporada, têm possibilidades razoáveis de serem mantidos a partir de uma observação sobre os reforços já contratados. Muito embora Mano Menezes e principalmente Muricy Ramalho, em muitos momentos, optem por surpreender taticamente em algum jogo mais importante.

Tricampeão brasileiro, o São Paulo terminou 2008 com um desenho tático consolidado. Foi o 3-1-4-2, normalmente posicionando Jean atrás de uma linha de quatro armadores, comandados por Hernanes. Nesse sentido, Eduardo Costa encaixa como uma luva, oferecendo a Muricy a possibilidade de adiantar Jean na linha à frente, ou mesmo tendo um jogador mais viril e mais experiente na proteção.

A chegada de Júnior César também oferece a Muricy a possibilidade de trazer Jorge Wagner, normalmente o ala na linha de quatro, para o centro, sacando Hugo. Arouca, que teoricamente chega em abril, é outro que encaixa perfeitamente numa linha de armadores: sabe marcar, se deslocar e armar com a mesma eficiência, exatamente o que pede a posição. Em tese, e tudo isso são apenas suposições, pode ser o substituto de Hernanes.


No Corinthians, Mano Menezes tem em Ronaldo, quando fisicamente pronto, uma opção fabulosa para a aplicação do 4-2-3-1, esquema utilizado pelo treinador desde o Grêmio em 2006. Forte, técnico e experiente, o Fenômeno concentraria marcadores ao seu redor, abrindo espaço para a penetração de seus três meias. Nesse setor, Jorge Henrique, outro reforço, é propício para o jogo pelos flancos, com velocidade e um estilo de jogo insinuante. Além dele, Mano tem Dentinho, Morais, Wellington Saci e Otacílio Neto, entre outros, para esses flancos.

Outro que pode jogar mais à frente é Elias. Adaptado para a função de volante, ele é meia de origem, e pode abrir espaço no setor caso Mano Menezes prefira nomes mais marcadores. Cristian, Fabinho, Túlio e Nílton são opções com essas características.

Por fim, no Santos, Márcio Fernandes atuou em todos os seus jogos, a partir da efetivação no cargo, com um losango no meio-campo, alternando o 4-3-1-2 com raros momentos de 4-3-2-1. Essa manutenção de esquema foi um pontos para a recuperação santista, e é difícil pensar que Márcio opte por outro desenho em 2009.

Madson e Lúcio Flávio, reforços confirmados, podem atuar com desenvoltura pelos lados, no losango. Lúcio, aliás, atuava dessa maneira no Botafogo de Ney Franco, fazendo o lado direito. Madson, taticamente dedicado e determinado em campo, cumpre o lado esquerdo com dinamismo e excelência. Ambos, caso Márcio Fernandes não queira Molina como o meia-atacante, podem cumprir essa função.

No fim das contas, o objetivo das suposições é mostrar como os três clubes saem na frente, em São Paulo, para 2009. Caso mantenham os sistemas táticos que cumpriram finalidade em 2008, os treinadores saírão ainda mais à frente. Reforços para isso eles já receberam.





Histórico de táticas:
1) Os problemas táticos para Robinho no Man City


* A seção Sábado com Tática, excepcionalmente desta vez e após longo atraso e semanas em branco, volta na véspera de Natal.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Mentalidade vencedora


Dizem que os grandes campeões, entre outras coisas, são explicados por essa tal de mentalidade vencedora. E a se observar Liverpool e Juventus, nas últimas semanas, há de ser notada uma diferença sensível no perfil das duas equipes, principais ameaçadoras a mais um título de Manchester United e Internazionale em seus países.

Neste domingo, os Reds terminaram outra partida empatados, e podem ser ultrapassados pelo Chelsea nesta segunda. Mesmo atuando contra um Arsenal desfalcado, desestabilizado, com Adebayor expulso e Fabregas sendo sacado no intervalo por lesão, o Liverpool não teve coragem e ousadias suficientes para entender o jogo no Emirates Stadium era para colocar três pontos na conta. Na última rodada, diante do Hull City, também faltou fôlego para buscar a virada.

Algumas iniciativas têm explicado essa falta de empenho pelo título que não vem desde 1990 para o Liverpool. A insistência com Riera, a falta de apoio pelas laterais, o desfalque de Torres e a subutilização de Babel são alguns fatores. Além disso, jovens como El Zhar e Ngog têm se mostrado longe da competitividade que sugere para a Premier League.

Esse espírito competitivo, entretanto, é o que sobra para a Juventus, e pode ser identificado em jogadores como Sissoko, Marchisio e Amauri. Na tarde deste domingo, a equipe de Claudio Ranieri foi até Bérgamo e bateu a Atalanta em mais uma jornada marcada por empenho e personalidade. Se falta brilho à Vecchia Signora, não sobra vontade e entrega para os embates.

Não deve ser o suficiente para barrar o título interista, mas serve de exemplo para o Liverpool, por exemplo.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Campeonato Brasileiro Sub-20

Rei de títulos nas categorias de base, o Grêmio levou outro neste domingo. O Imortal Tricolor foi campeão brasileiro Sub-20, fazendo brilhar a estrela do meia Mithyuê, trazido do futsal para os juniores gremistas.

Leia tudo sobre a competição no Blog do Olheiros.

Semanário

Os textos desta última semana:

No Olheiros - Lei de incentivo fiscal ainda é um artifício pouco utilizado pelos clubes brasileiros para uma melhor estruturação de suas categorias de base. São Paulo, Santos e Atlético Mineiro são os poucos a fazer bom uso deste recurso
http://www.olheiros.net/artigo.aspx?id=887

Na Trivela - A contratação de Ronaldo pelo Corinthians por dois diferentes pontos de vista: o craque e o personagem
http://www.trivela.com/Futebol.aspx?secao=17

E mais, especial no Olheiros - Como estão os meninos finalistas da Copa São Paulo de 2008, um ano após o sucesso nos gramados paulistas
http://www.olheiros.net/artigo.aspx?id=893

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O mito das semifinais


Atuais vencendores em seus países, Internazionale e Real Madrid não ficam entre os quatro melhores da Liga dos Campeões desde 2002/03, quando foram batidos, respectivamente, por Milan e Juventus. E foram novamente essas duas equipes, das mais tradicionais, as mais "prejudicadas" pelo sorteio de confrontos para o mata-mata da LC, a ser realizado a partir do fim de fevereiro.

A Internazionale, que foi buscar Mourinho para brigar pela Europa, irá encarar justamente o atual campeão, Manchester United - ao lado do Barcelona, o time a ser batido. Parece uma missão hercúlea para os neroazzurri que, mesmo que nadando de braçadas na Itália, não têm a mesma bola que os mancunianos. Como na LC passada, porém, quando caiu logo na frente do Liverpool, a Inter parece ferida pelo sorteio, e precisará criar uma tradição que não tem há anos nas competições européias.

Flagelado pelas lesões e buscando reforços que possam jogar a fase final da Liga dos Campeões - Huntelaar e Diarra foram confirmados -, o Real Madrid também tem um osso duríssimo de roer pela frente. Responsável por sacar a Inter na disputa passada, o Liverpool é das equipes mais fortes e competitivas quando o assunto é competição européia, e o Real, maior campeão da história da LC, não tem sido mais o mesmo há alguns anos. Juande Ramos precisará trabalhar muito por uma competição na qual sua experiência é quase nula.

Veja todos os confrontos da Liga dos Campeões:

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Cada um tem o Zé Roberto que merece


Há dois brasileiros chamados Zé Roberto que atuam na Bundesliga. O Bayern tem o Zé mais famoso, o que deixou o Brasil no meio de 2007 com a reputação nas alturas por tudo o que fez - e como fez! - com a camisa do Santos em pouco mais de seis meses, além de ter jogado duas Copas do Mundo. Em Gelsenkirchen, o outro Zé é aquele que passou por Vitória, Cruzeiro e Botafogo. Este, é só problemas para o Schalke.

O Zé Roberto bávaro, aos 34 anos, está no auge. Titular absoluto com Klinsmann, atuou em 15 dos 17 jogos do Bayern na Bundesliga, onde é vice-líder. Seja como meia-central, meia-externo ou até lateral-esquerdo, é sinônimo de respeito e regularidade. Com o contrato a vencer no fim da temporada, já vem realizando tratativas para ampliar seu vínculo, e teve propostas reais para defender um clube norte-americano.

O Zé Roberto dos Azuis Reais é um fracasso em sua aventura na Europa. Em um ano e meio de clube, mesmo sem nenhuma lesão grave, só atuou em míseras três partidas em um clube onde Bordon e Rafinha são unanimidades, e já foi liberado para retornar ao Brasil. Famoso por problemas de indisciplina e envolvimento até com drogas, Zé causou mais de um tumulto no Botafogo por atrasos em treinamentos. É procurado, segundo se diz, por Internacional, Cruzeiro e Fluminense, e deve jogar novamente em 2009.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A perspicácia tricolor


Em entrevista para a ESPN Brasil nesta terça-feira, Marco Aurélio Cunha falou algumas bobagens e arrotou uma arrogância que lhe é peculiar. O dirigente e vereador paulistano a partir de 2009, eleito pelo DEM, não é exatamente uma figura arrogante no trato pessoal, mas não perde uma oportunidade de falar uma bobagem para dar aquela cutucada nos rivais. E nem ele, carinhosamente chamado de Lenhador de Bonsai, se leva a sério, diga-se de passagem.

Ainda assim, Marco Aurélio Cunha passou da linha nesta última entrevista. Disse que o São Paulo dá aula aos demais, que contrata como poucos e que vai fazer uma contratação cirúrgica, como tantas outras, para a meia, setor que há dois anos não é bem preenchido pelo mercado tricolor. É fato que o São Paulo é mais organizado e inteligente que a maioria, mas a postura do dirigente só contribui para a antipatia dos demais, e jamais pode ser louvada.

Pois o amigo Roberto Piantino fez um levantamento espinhoso de negociações fracassadas lideradas pelo São Paulo nos anos recentes. Vale olhar e, quem sabe, questionar Marco Aurélio Cunha, o que não fez André Plihal na referida reportagem.

Defensores: Reasco, Jancarlos, Maurinho, Juninho, Jadílson e Lúcio

Meio-campistas: Joílson, Marquinhos, Ramalho, Zé Ramalho, Fredson, Fábio Santos, Lenílson, Carlos Alberto, Velber, Falcão e Rodrigo Fabri

Atacantes: André Lima, Rondón, Marcel, Lima, Edgar e Christian

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Como se joga um clássico


Se houvesse um manual para ter bom desempenho em clássico, certamente a atuação da Juventus neste domingo contra o Milan mereceria um capítulo especial.

Atenção e disposição de sobra na defesa, respaldado pelo maior beque italiano do momento, Chiellini. Muita força e cadência de bola no meio-campo, em especial com a dominação de Sissoko na faixa central e o desempenho destacado do jovem De Ceglie pela esquerda, acionado com a lesão de Nedved, e responsável por um cruzamento milimétrico e a expulsão de Zambrotta. No ataque, a genialidade intensa de Del Piero e o cheiro de gol que existe em Amauri, dono de uma doppieta.

Um Milan apático foi presa fácil para essa Juventus, que atropelou no Delle Alpi, e agora é praticamente a única esperança para a taça não ir novamente para Appiano Gentile e Ibrahimovic. Hoje, a Internazionale lidera com 39 pontos, seis a mais que a Vecchia Signora.

Não é simples manter a mesma disposição de clássicos para jogos comuns, mas a Juventus tem a receita para brigar pelo título: basta repetir atuações como o 4 a 2 memorável deste domingo sobre o Milan.

domingo, 14 de dezembro de 2008

À direita, ao ataque


Juande Ramos e o Real Madrid sabiam que a receita para não deixar o Camp Nou derrotados era parar Lionel Messi. O assunto que dominou as manchestes se refletiu no clássico e, com tantos desfalques (ver post mais abaixo), o treinador merengue definiu que Sergio Ramos precisaria conter o argentino, e por isso foi atuar na lateral-esquerda, onde estava o mapa da mina. A defesa ainda teve Michel Salgado, Cannavaro e o alemão Metzelder, indo a campo apenas pela terceira vez na Liga Espanhola.

E foi insistindo o jogo com Messi, Xavi e Daniel Alves, sempre pela direita, que o Barcelona dominou o clássico no Camp Nou. A habilidade inquietante do argentino, cujos tornozelos certamente terminaram inchados, a regência do catalão, e a força física do brasileiro compuseram o que foi a tônica da equipe de Guardiola, absurdamente superior e só contida por Casillas.

Mais rápidos, mais confiantes, mais técnicos e, claro, mais inteiros, os barcelonistas tiveram uma grande noite. Persistiram até o fim, ao espelho de seu herói e capitão Puyol, e foram premiados. A distância de oito pontos para o vice-líder Valencia, e de doze para o Real Madrid, indica que o Campeonato Espanhol, mesmo que ainda a quatro rodadas do fim do turno, deve voltar para a Catalunha.

As revelações do futebol brasileiro em 2008


Marquinhos, Jean, Rafael Carioca e outros 27 nomes que pintaram dentro do Campeonato Brasileiro de 2008, incluindo as Séries A, B e C.

Veja no link: http://www.olheiros.net/artigo.aspx?id=867

Semanário

As colunas da última semana:

No Olheiros - A geração /90, com Lulinha, Tales, Alex Teixeira e companhia, que disputou o Mundial Sub-17 em 2007 ainda não vingou.
http://www.olheiros.net/artigo.aspx?id=869

Na Trivela - Era dos pontos corridos, com Libertadores e Sul-Americana, vai mostrando que o futebol brasileiro não comporta tantos grandes assim.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Bola de lata Placar


Que a Placar tem a bola de prata, quase todo mundo sabe. Mas e o time dos piores do Brasileiro de 2008? Eles também escalaram.

Lá vai: Clemer (Inter), Carlinhos (Flu), Negretti (Náutico), Jorge Luiz (Vasco) e Willian Matheus (Figueirense); Alceu (Náutico) e Fábio Gomes (Sport); Luciano Mandi (Ipatinga) e Ramón (Figueirense); Enílton (Sport) e Washington (Portuguesa).

Juande Ramos e o clássico


Miguel Torres, Pepe, Heinze e Marcelo; Diarra e De La Red; Sneijder e Robben; Van Nistelrooy. É verdade que faltaram o goleiro e o ponta-esquerda, mas essa podia ser a escalação para o Real Madrid que, neste sábado, enfrenta o temível Barcelona de Guardiola no Camp Nou. São todos, porém, desfalques para o novo técnico de Chamartín.

O cenário para Juande Ramos estrear na Liga Espanhola com o Real Madrid não poderia ser pior, mas o técnico louvado pelos espanhóis pelo que fez com o Sevilla tem a grande chance de sua carreira após o fracasso com o Tottenham, mesmo que tenha vencido a Carling Cup 07/08.

O retrospecto de Ramos em clássicos com o Sevilla por duas temporadas, contra o grande rival Betis, é positivo, com duas vitórias como mandante e um empate e uma derrota como visitante. Isso pode animar, mas o desafio no Camp Nou é bem maior. O Barcelona, que ainda atua em 4-3-3 e por vezes até em 3-4-3, é hoje o time a ser batido na Europa.

Os clássicos de Juande Ramos no Sevilla:

Nov/2005: Sevilla 1 (Maresca) x 0 Betis
Abr/2006: Betis 2 (Robert e Varela) x 1 Sevilla (Saviola)
Set/2006: Sevilla 3 (Kanoute, Kanoute e Renato) x 2 Betis (Rafael Sobis, Rafael Sobis)
Fev/2007: Betis 0 x 0 Sevilla

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Oposição

Em qualquer ramo político é salutar a presença de oposição, inclusive no futebol. E é justamente a falta de uma postura mais enérgica dos oposicionistas de Marcelo Teixeira, no Santos Futebol Clube, que tem feito com que o dirigente se perpetue no cargo e tenha seus deslizes passando despercebidos.

Começa a surgir, porém, um movimento que diz poder mudar esse cenário e que, desde já, tem o apoio e o palanque do Papo de Craque para se expressar.

Vida longa ao Santos Total - http://santostotal.blogspot.com/

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Quem é o maior artilheiro?


Três artilheiros diferentes só foram possíveis, ao fim do Campeonato Brasileiro, pela atuação magnífica de Eduardo, goleiro do Náutico, na Vila Belmiro. Kléber Pereira tentou as redes de todas as maneiras, enquanto Washington e Keirrison conseguiram alcançá-lo.

O triplo empate na tabela de artilheiros só havia ocorrido uma vez na história do Brasileiro, em 2000, com os 20 gols de Dill, Romário e Magno Alves. Com a repetição do fato, vale tentar descobrir quem, entre Keirrison, Washington e Kléber Pereira, tem mais méritos na artilharia.

Em média de gols por jogo, vantagem para Washington, mas Keirrison praticamente não teve pênaltis para lhe ajudar. No fim, chega-se na conclusão de que os três realmente se equivaleram no Brasileiro-08.

Por número de jogos

Keirrison: 31
Kléber Pereira: 35
Washington: 28

Conclusão: Aqui, a média de Washington é bem superior, e a de Keirrison também é muito boa.

Por gols de pênalti

Keirrison: 2
Kléber Pereira: 5
Washington: 7

Conclusão: Vantagem para o garoto Keirrison, Kléber Pereira foi beneficiado pelos pênaltis.

Por gols de jogada individual
Keirrison: 2
Kléber Pereira: 3
Washington: 1

Conclusão: Kléber teve mais jogadas em que se virou sozinho. Talvez por ter mais espaço por ter Cuevas ou outro atacante sempre ao lado, vantagem para o santista.

Papo com Luciano Dias, técnico do Guarani


O retorno do Guarani para a Série B foi uma das grandes notícias para o futebol de São Paulo neste fim de 2008. Ao contrário da equipe que só agonizou no Campeonato Paulista e quase foi rebaixada, dentro da Série C o Bugre foi um time regular, vibrante e que honrou sua tradição.

Parte dos méritos disso se deve ao trabalho de Luciano Dias, aquele mesmo que era o zagueiro reserva do Grêmio de Felipão. Nessa conversa com o blogueiro, o técnico do Guarani, de contrato renovado para o ano que vem, explica um pouco do acesso na Série C e sobre os planos para 2009.

Qual foi a marca da sua equipe na Série C?

Tivemos alguns momentos de irregularidade, mas sempre que foi preciso ganhar, nossa equipe respondeu bem e trouxe pontos fora de casa. Como uma vitória sobre o Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, ou um empate lá em Pelotas com o Brasil.

As três primeiras fases são tão ou mais difíceis que o octogonal final?

São mais difíceis. E para nós, que estávamos nos conhecendo, ainda mais. Na terceira fase é que estávamos crescendo, e entramos com grande confiança no octogonal.

Fale um pouco sobre o Fernando Gaúcho, artilheiro do time.

Gosto de priorizar o grupo, ele foi importante, mas outros também foram determinantes. O Fernando chegou em um momento difícil dos outros atacantes e encaixou bem. Por ser artilheiro, ganha mais destaque.

E para 2009, quais as metas?

O clube ainda está se reestruturando, e é claro que temos aspirações grandes, mas há limitações financeiras. Não vamos montar a equipe dos sonhos, mas trabalhamos com critério para fazer um bom Paulista e então projetar a Série B.

Adílson Batista, Vágner Mancini, Arce que está no Paraguai. O Felipão revelou muitos técnicos lá no Grêmio, hein?

É verdade! (risos). Mas são vários jovens treinadores despontando e joguei com muitos deles. Quero buscar o meu espaço aí também. Outro é o Dorival Júnior, que joguei junto.

E com o Felipão, já deu para falar?

Desde que cheguei no Guarani não, mas é uma enorme referência e, nas férias, com certeza irei atrás dele para conversar um pouco.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A seleção das seleções

Hernanes: líder disparado em presenças nas seleções das 38 rodadas

Não, o título não tem a pretensão de dizer que a seleção abaixo é melhor que a da Bola de Prata da Placar, do Prêmio do Brasileirão ou qualquer outra. Mas que é a somatória das 38 seleções da rodada feitas pelo Papo de Craque ao longo de toda a competição.

Não é a última garrafa de água no deserto, mas tem lá o seu valor, pois premia quem brilhou em muitos jogos. Hernanes foi o mais "votado" e Marquinho, do Figueirense, é a maior surpresa do onze.

SELEÇÃO DAS SELEÇÕES DA RODADA

Victor (Grêmio) - 5 votos

Outros bem cotados: Bruno (Flamengo) com 4 votos; Rogério Ceni (São Paulo), Marcos (Palmeiras) e Galatto (Atlético-PR) com 3 votos

LATERAIS-DIREITOS

Léo Moura (Flamengo) - 5 votos

Outros bem cotados: Vítor (Goiás), Jonathan (Cruzeiro) e Thiaguinho (Botafogo) com 4 votos; Paulo Sérgio (Grêmio) com 3 votos

ZAGUEIROS

André Dias e Miranda (ambos do São Paulo) - ambos com 6 votos

Outros bem cotados: Índio (Internacional) com 5 votos; Thiago Silva (Fluminense) e Durval (Sport) com 4 votos; Réver (Grêmio), Renato Silva (Botafogo) e Leandro Almeida (Atlético-MG) com 3 votos

LATERAL-ESQUERDO

Leandro (Palmeiras) - 6 votos

Outros bem cotados: Juan (Flamengo) com 6 votos - perdeu pelo critério de desempate, posição da equipe na classificação; Jorge Wagner (São Paulo) com 5 votos; Júlio César (Goiás) com 4 votos; Marcelo Cordeiro (Vitória) e Netinho (Atlético-PR) com 3 votos.

VOLANTES

Hernanes (São Paulo) - 9 votos / William Magrão (Grêmio) - 6 votos

Outros bem cotados: Ramires (Cruzeiro) e Túlio (Botafogo) também tiveram 6 votos; Rafael Carioca (Grêmio) com 5 votos; Serginho (Atlético-MG), Sandro Silva (Palmeiras) e Fabrício (Cruzeiro) com 3 votos; Pierre (Palmeiras) e Guiñazu (Internacional) com 3 votos

MEIAS

Marquinho (Figueirense) - 6 votos / Ibson (Flamengo) - 5 votos

Outros bem cotados: Alex (Internacional), Wagner (Cruzeiro), Cleiton Xavier (Figueirense) e Petkovic (Atlético-MG) com 4 votos; Marlos (Coritiba), Marcinho (Flamengo), Valdívia (Palmeiras), Carlinhos Paraíba (Coritiba) e Diego Souza (Palmeiras) com 3 votos

ATACANTES

Keirrison (Coritiba) - 7 votos / Borges (São Paulo) - 6 votos

Outros bem cotados: Kléber Pereira (Santos) com 5 votos; Washington (Fluminense), Dagoberto (São Paulo), Edmundo (Vasco), Marquinhos (Vitória), Guilherme (Cruzeiro), Jorge Henrique (Botafogo) e Nilmar (Internacional) com 3 votos

Seleção da rodada - 38


SELEÇÃO DA RODADA

Eduardo (Náutico)
Souza (Grêmio)
André Dias (São Paulo)
Miranda (São Paulo)
Jorge Wagner (São Paulo)
Richarlyson (São Paulo)
Ramires (Cruzeiro)
Tcheco (Grêmio)
Leandro Domingues (Vitória)
Borges (São Paulo)
Wilson (Sport)

domingo, 7 de dezembro de 2008

10 motivos para mais um título do São Paulo


1-) A campanha fulminante no returno. Foram 12 vitórias e seis empates, em uma seqüência invicta de 18 partidas. A única derrota foi para o Grêmio e, deve-se dizer, com gol irregular.

2-) Foi o campeonato de Muricy Ramalho. Ninguém tem tantos méritos quanto o técnico nesta conquista, fazendo a equipe crescer a partir do momento em que teve mais tempo para treinar, vencendo as partidas com formações diferentes e estudando friamente as virtudes e fraquezas dos adversários. Deve ser louvado ainda pela revelação de Jean e as recuperações de Hugo e Dagoberto.

3-) A manutenção de praticamente todo o grupo, mesmo com a janela de transferências. O clube se recusou a vender jogadores importantes e provavelmente a ter prejuízo no balanço da temporada. O saldo de 2008, com o título, se torna lucrativo.

4-) Tudo o que jogou Hernanes, o craque do campeonato. Deixando de ser o volante que marcava e iniciava o jogo em 2007, para ser o cérebro e o espírito da equipe de 2008. Mesmo com a cobrança às vezes indelicada de Muricy, mostrou maturidade e provou ser um craque para os padrões do futebol brasileiro.

5-) O desempenho de Borges nos últimos seis jogos, com oito gols anotados e participações decisivas, provando que pode, sim, ser o centroavante da equipe. Foi muito bem fazendo o pivô, também, fazendo com que Aloísio fosse esquecido rapidamente.

6-) O outro valor individual a ser citado é André Dias, o grande zagueiro do Campeonato Brasileiro. Atuou em 32 partidas e foi absolutamente regular. Esqueceu os problemas pessoais que lhe prejudicaram em outro momento e jogou no mesmo nível de Miranda, tão bom quanto, mas que perdeu momentos importantes por lesão.

7-) A mentalidade vitoriosa do clube, liderada por Rogério Ceni, um capitão que ninguém tem. Venceu jogos importantes mesmo quando não brigava pelo título, e só foi superado, mesmo, pelo Grêmio no confronto direto. Foram só cinco derrotas dentro do Campeonato Brasileiro.

8-) Um dos melhores, e talvez o melhor, preparo físico do país. Especialmente quando o campeonato passou a ter um jogo por semana, o São Paulo decolou. No Bezerrão, contra o Goiás, foi incrível como a equipe de Muricy marcou o tempo todo e esteve na ponta dos cascos.

9-) A presença importante de Juvenal Juvêncio, chacoalhando o elenco em momentos importantes da competição, oferecendo incentivos financeiros providenciais e, claro, dando respaldo a Muricy Ramalho nos momentos difíceis.

10-) Como se tirou uma diferença de onze pontos, claro, os vacilos do Grêmio, caindo demais após o primeiro turno perfeito. Nove vitórias em 19 jogos é pouco demais para quem quer o título.

10 motivos para a queda do Vasco


1-) As derrotas em casa no returno: Vitória, São Paulo, Figueirense, Náutico e Cruzeiro, além do Flamengo, no Maracanã, que tinha mando vascaíno. Só venceu o Internacional, na 20ª rodada, e o Santos, com pênalti inexistente.

2-) O legado terrível da gestão Eurico Miranda, que dispensa apresentações.

3-) O início bastante ruim da gestão de Roberto Dinamite, com aquisições horrorosas como Fernando, Odvan e Baiano, por exemplo, além do técnico Tita.

4-) A indecisão e falta de planejamento: foram 43 jogadores diferentes utilizados.

5-) A decepção com os retornos de Edmundo e Pedrinho, longe de poderem salvar uma equipe em frangalhos.

6-) Renato Gaúcho, que "ia brincar no Brasileiro com o Fluminense", e somou mais um rebaixamento a sua carreira. Foram só três vitórias na volta a São Januário, e jornadas infelizes que ficaram marcadas na temporada que o técnico quase venceu a Libertadores.

7-) A zaga horrorosa, que não teve sequer um zagueiro confiável no torneio e auxiliou para o clube ter a segunda pior defesa da competição: Rodrigo Antônio, Vílson, Eduardo Luiz, Jorge Luiz, Fernando, Odvan, André, Luizão, Anderson, Victor e Johnny.

8-) Antônio Lopes, famoso pelas glórias com o clube, teve um péssimo retorno e confirmou a fase ruim de sua carreira. Foram só cinco vitórias em 18 jogos com o "delegado".

9-) O ambiente conturbado, com acusações de Edmundo a outros jogadores como Jean e Leandro Bomfim, os problemas com Morais e a presença inconveniente e agressiva de torcedores de facções organizadas em treinamentos.

10-) A falta de um líder em campo, algo que nem Edmundo, nem Leandro Amaral ou Jorge Luiz, nomes experientes, conseguiram ser. Faltou a referência em campo.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Passeio de líderes

A sexta e última rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões joga quase todas as grandes equipes da Europa para o sábado na rodada dos campeonatos nacionais. E, neste dia, os líderes em Inglaterra, Itália e Espanha tiveram verdadeiros passeios.

Mais cedo, pela Premier League, o Liverpool foi até Ewood Park e, a despeito de 60 minutos de pouca inspiração, conseguiu encontrar o caminho para o gol na última meia hora e venceu o Blackburn por 3 a 1. A vitória foi providencial, já que o Chelsea batia o Bolton e se isolava na ponta enquanto os Reds empatavam.

Rafa Benítez voltou a atuar no 4-2-3-1 após o empate sem gols, com 4-4-2, da última segunda-feira frente ao West Ham. Assim, Gerrard e Benayoun jogaram mais perto do gol, com um Kuyt inspirado como homem de referência. Os Reds acharam as redes adversárias com Xabi Alonso e tiraram o peso que vinha sobre seus ombros, construindo a vitória com naturalidade a partir da vantagem no placar com mais gols, justamente, de Benayoun e Gerrard.

Pelo Calcio, nem parecia que a Internazionale de Mourinho atuava em Roma. Contra a Lazio, os neroazzurri fizeram mais uma partida sem emoções, mas cirúrgica diante de um adversário perigoso, como já fora com Napoli e Juventus. O treinador português optou novamente pelo meio-campo em losango, com Muntari saindo forte pela esquerda e Zanetti oferecendo o corredor para Maicon ir ao fundo. E foi justamente assim, no início e no final da etapa inicial, que a Inter construiu seus gols e foi ao vestiário com 2 a 0 em vantagem.

Atuando em ritmo ainda mais morno nos 45 minutos finais, a Internazionale ainda fez outro, com Ibrahimovic, e pressionou Milan e Juventus, que jogarão no domingo para diminuir a incrível vantagem de nove pontos que a equipe de Mourinho já impõe na liderança.
Já na Liga Espanhola, o Valencia tinha a chance de carimbar suas ambições de vaga na Liga dos Campeões ou mesmo de título diante do Barcelona, no Camp Nou. Contudo, os de Unai Emery atuaram de maneira covarde e se viram sufocados por uma equipe assustadoramente superior. O Barça controlou a partida, ora mantendo a bola no ataque, ora recuando e esticando bolas para Hleb e Messi, os dois ponteiros.

Com 28 minutos, Henry já havia feito dois gols em Renan, e qualquer possibilidade de reação foi sepultada com o gol de Daniel Alves, em linda jogada de penetração na área valencianista, assim que as equipes voltaram do vestiário. De nada adiantou o Valencia buscar o placar e resolver sair para o jogo após isso: a vitória já era azul-grená.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A saída de Roy Keane


Uma seqüência de seis derrotas em sete jogos e a incômoda convivência com a zona de rebaixamento selaram a trajetória de pouco mais de dois anos de Roy Keane à frente do Sunderland. Uma das personalidades mais marcantes e influentes do futebol inglês, Keane, que pediu demissão, levou os Black Cats para a Premier League em 2007/08, com o título do Championship - a segunda divisão -, e os manteve, com dificuldades, na elite.

A permanência para 2008/09 significava um aumento de ambições para um clube tradicional do futebol inglês. Assim, Roy Keane foi ao mercado e trouxe reforços significativos para o Stadium of Light: Diouf, Djibril Cissé, Malbranque, Anton Ferdinand, Tainio e Chimbonda. Mesmo com esse material humano, Keane não conseguiu ver mentalidade vitoriosa em sua equipe, e se tornou o quinto técnico a deixar um clube em quinze rodadas - média de uma troca a cada três rodadas. "Acho que não sou o homem certo para estar aqui", disse.

O número já é assustadoramente grande próximo das oito trocas da última temporada inglesa e mostra como a prática de trocar treinadores - e de treinadores trocarem de clubes - não é comum apenas no Brasil.

O entra-e-sai de técnicos:

Já deixaram seus clubes na Premier League 2008/09

Juande Ramos (Tottenham), Kevin Keegan (Newcastle), Harry Redknapp (Portsmouth), Alan Cubirshley (West Ham) e Roy Keane (Sunderland)

E na Premier League 2007/08, saíram durante o campeonato

Jose Mourinho (Chelsea), Sam Allardyce (Newcastle), Martin Jol (Tottenham), Lawrie Sanchez (Fulham), Sammy Lee (Bolton), Chris Hutchings (Wigan), Billy Davies (Derby) e Steve Bruce (Birmingham).

Completarão o ano à frente de um clube da primeira divisão brasileira

Muricy Ramalho (São Paulo), Adílson Batista (Cruzeiro), Vanderlei Luxemburgo (Palmeiras), Nelsinho Baptista (Sport) e Dorival Júnior (Coritiba).

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Por que Adílson renovou

Adílson Batista: respaldo da direção para renovar por 2009

Mais um ano de contrato, na semana decisiva do Campeonato Brasileiro, certamente moverá Adílson Batista e seus comandados para o duelo contra a Portuguesa, no Mineirão, valendo vaga na Libertadores. Basta uma vitória simples, contra a já rebaixada equipe de Estevam Soares, e o Cruzeiro estará lá, sem depender de mais ninguém.

O Cruzeiro renovou com Adílson por ter visto consistência em seu trabalho, que fez o clube se manter no grupo dos quatro primeiros colocados em 36 das 37 rodadas do Campeonato Brasileiro. Ou pelo grande início de ano, quando ainda tinha Marcelo Moreno e Charles em ação, e fez uma primeira fase da Libertadores (perder para o Boca não é tragédia) sem sustos e humilhou o Atlético na final estadual. Os cruzeirenses até podiam ganhar o título brasileiro, também, mas o elenco não é bom e maduro o suficiente para que isso condicione a permanência de Adílson.

O técnico que comandará o Cruzeiro em 2009 exige ser ouvido para as contratações. E isso é direito adquirido, pois Henrique e especialmente Fabrício e Marquinhos Paraná convenceram na Toca da Raposa. Por receber essa valorização e essas garantias é que Adílson Batista fez questão de relevar o desgaste com a imprensa e principalmente torcida para permanecer por mais um ano no Cruzeiro.

Adílson fica, pois começa a se perceber no futebol brasileiro a importância de dar continuidade a um bom trabalho. Enquanto isso, o Flamengo dá a entender que não fica com Caio Júnior, cogita Cuca, e Bruno fala em jogar a toalha na Arena da Baixada. Que diferença!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A Copa Sul-Americana pegou


O que houve nesta noite de quarta-feira no Beira-Rio, definitivamente, é o que a Copa Sul-Americana precisava para pegar de uma vez no Brasil. Pergunte a Vanderlei Luxemburgo se ele não gostaria de levantar esse caneco, ou se Muricy Ramalho não queria ter levado seu time adiante. É verdade que ainda são necessários muitos ajustes, especialmente de calendário, mas um torneio com tantos grandes clubes do continente não pode ser desprezado. E o Internacional, primeiro brasileiro a levantar esse título, certamente, sente um sabor bastante especial.

Poderia ter sido bem mais tranqüilo, pois o Estudiantes é tecnicamente bem inferior em relação ao Internacional. Tite, como de praxe, foi defensivo demais, e manteve o time postado na defesa de maneira muito exagerada.

Os meias externos Angeleri, lateral posicionado no meio-campo, e Benítez, aberto pela esquerda, tiveram liberdade demais, e o treinador colorado, ao tentar igualar a marcação, com duas linhas de quatro - Gustavo Nery na esquerda, Taison na direita -, minou a criatividade de sua equipe. Alex, de maneira alguma, pode ficar tanto tempo fora de uma final, e o Inter ainda não está ofensivamente pronto para atuar em um 4-4-2 ortodoxo, com duas linhas.

No fim, ainda assim, prevaleceu a maior capacidade do time brasileiro, que mesmo sem dominar como dominou em La Plata, pressionou na base da raça e venceu graças ao oportunismo de Nilmar, o herói do título colorado. Invicto, o Inter é campeão da Sul-Americana 2008.

Confirmados na Copa Sul-Americana de 2009:
Internacional (campeão), Goiás, Coritiba, Botafogo, Vitória e Atlético-MG
Entram, ainda, o 5º e o 13º - hoje, seriam Flamengo e Fluminense


Foto: Zero Hora

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Gomes, mãos de manteiga

O brasileiro Gomes conseguiu, em pouquíssimo tempo, arruinar a ótima reputação que construíra na Europa em quatro anos defendendo o gol do PSV. À frente da meta do Tottenham, vem falhando consecutivamente e virou motivo de piada na Inglaterra.

E foi ridicularizado nessa espetacular e divertida série de imagens e montagens do brilhante Guardian.



Para ver a galeria completa, acesse o link:
http://www.guardian.co.uk/football/gallery/2008/nov/27/heurelho-gomes-tottenham?picture=340099586

Uma década com Gerrard

Gerrard debutando em 1998

No sábado, 29 de novembro, se completaram 10 anos da estréia de Steven Gerrard como jogador profissional do Liverpool. Gerrard, ao lado de seu contemporâneo Michael Owen, é o principal responsável por tirar os Reds da inócua década de 90 para um novo século novamente com troféus. Ao contrário de Owen, Gerrard segue em Anfield Road e, ainda que um empate em casa contra o West Ham, nesta segunda-feira, comemorou uma década à frente do Liverpool com a liderança isolada da Premier League.

Em dez anos, Gerrard teve momentos inesquecíveis, mas nenhum maior que aqueles 45 minutos em Istambul pela Liga dos Campeões com o Milan. Ainda que, anteriormente, já tivesse mostrado qualidades no título da Copa da Uefa, jovem e já titular, em 2001. Gerrard ainda voltou a colocar o Liverpool em outra final européia, e teve outra participação épica na final da Copa da Inglaterra, contra o mesmo West Ham, em 2006, com um gol nos acréscimos.

Gerrard, dez anos completos como profissional do Liverpool, ainda não ganhou uma Bola de Ouro ou o Prêmio da Fifa, o que pode atingir caso dê o título inglês a seu clube após 19 anos, em 2008/09. De qualquer forma, já está maior do que na história como um dos maiores e mais brilhantes de sua geração.


Foto: Guardian

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Viva os pontos corridos


Dez jogos simultâneos e oito deles decisivos para o que resta a ser decidido no Campeonato Brasileiro de 2008, o sexto da história em pontos corridos e o terceiro cujo título só será definido no apagar das luzes. É verdade que a vantagem são-paulina diante do Grêmio indica emoções contidas na expectativa pela taça, mas é inegável a afirmação do modelo vigente desde 2003. Se falava-se em mudanças para a edição de 2009, o cenário para isso fica pouco favorável.

Na briga pelo título, o São Paulo queimou seu último cartucho com o empate diante do Fluminense. A equipe de René Simões repetiu suas ótimas atuações recentes e encarou a volta ao Morumbi como uma revanche com a LDU. Arouca e Júnior César tiveram liberdade para jogar e, ainda assim, a defesa permaneceu guardada. O cenário nervoso para os são-paulinos ficou ainda mais tenso com as repetitivas bolas alçadas para a área, ainda que o empate tenha vindo a partir disso.

A partida no Distrito Federal sugere cuidados para o São Paulo, já que o Goiás tem se mostrado fortíssimo em jogos com esse nível de dificuldade, como o de domingo no Maracanã ou quando esmagou o Grêmio no Olímpico. Ainda assim, o título está mais para os paulistas que para os gaúchos, que fizeram e devem continuar fazendo o seu dever. Vencer o Atlético Mineiro em casa deve ser uma formalidade para os de Celso Roth.

Na briga por duas vagas à Libertadores, é o Palmeiras quem tem tudo para bater o Botafogo em casa e se garantir diretamente na fase de grupos. Por sua vez, o Cruzeiro, apático no Beira-Rio, recebe a já rebaixada Portuguesa sem poder dar mole para, no mínimo, disputar também em 2009 a fase qualificatória. O Flamengo voltou a patinar no Maracanã e precisará de uma vitória bastante improvável, na Arena da Baixada, para torcer por tropeços também improváveis de palmeirenses e cruzeirenses.

Ainda pegando no tranco, a Copa Sul-Americana deve receber equipes que se posicionem até a 14ª posição. Isso porque, pela primeira vez em 2009, não terá o campeão brasileiro, além do Sport, que está na Libertadores, e possivelmente do Internacional, que se ficar com a taça de 2008 se garante como campeão e abre outra vaga brasileira. Santos e Fluminense são favoritos para se juntar a Goiás, Botafogo, Vitória, Coritiba, Atlético-MG e, em tese, Flamengo.

Lutando contra o rebaixamento, Vasco e Figueirense tentarão não se juntar com Portuguesa e Ipatinga, já sem chances de permanência. Vascaínos precisarão bater o Vitória em São Januário, enquanto o Figueira tenta a terceira vitória consecutiva - agora diante do Inter, em Florianópolis. O Atlético-PR, que recebe o Flamengo, e o Náutico, que vem até a Vila Belmiro pegar o Santos, são os outros ameaçados.

Enfim, um campeonato fabuloso.

Para ver a classificação e os jogos restantes:

domingo, 30 de novembro de 2008

Seleção da rodada - 37


SELEÇÃO DA RODADA

Viáfara (Vitória)
Vítor (Goiás)
Jean (Grêmio)
André Dias (São Paulo)
Júnior César (Fluminense)
Arouca (Fluminense)
William Magrão (Grêmio)
Marquinho (Figueirense)
Ibson (Flamengo)
Clodoaldo (Náutico)
Leandro Amaral (Vasco)

Semanário

As colunas da última semana:

No Olheiros - A possível chegada de Luxemburgo serviria para alavancar a reeleição de Marcelo Teixeira em 2009, mas seria um duro golpe para outra geração promissora
http://www.olheiros.net/artigo.aspx?id=830

Na Trivela - Cruzeiro, Flamengo e Palmeiras ganharam e perderam entre si, e o São Paulo disparou rumo ao tricampeonato
http://www.trivela.com/Futebol.aspx?secao=17

sábado, 29 de novembro de 2008

Pitacos do Prêmio do Brasileirão


Todo mundo gosta de dar palpite. Pois bem, vamos a alguns comentários sobre a relação divulgada pela CBF nesta quinta-feira. Categoria a categoria.

Goleiros: Victor, Rogério Ceni e Marcos

Comentário: Não havia como fugir muito disso, embora o gremista faça um campeonato bastante acima dos demais concorrentes. Fábio, do Cruzeiro, talvez tenha ido melhor que Rogério Ceni, mas ainda falhou em um ou outro momento.

Laterais-direitos: Vítor, Elder Granja e Léo Moura

Comentário: É a posição com menos bons nomes à disposição no torneio. Granja caiu demais na reta final e não pode vencer, Léo Moura não brilhou como em 2007. Iria com Vítor.

Zagueiros-centrais: André Dias, Fábio Luciano e Thiago Silva

Comentário: Thiago Silva tem jogado muito desde a volta de René, mas aqui só pode ser André Dias. Thiago Heleno fez um ótimo primeiro turno, mas caiu muito.

Quarto-zagueiros: Réver, Ronaldo Angelim e Miranda

Comentário: Angelim fez um torneio linear e elogiável, Miranda voltou com tudo após lesão, mas aqui a superioridade de Réver é quase indiscutível. Uma figura acima da média no torneio.

Laterais-esquerdos: Leandro, Juan e Kléber

Comentário: A primeira injustiça gritante! Kléber ainda não se recuperou da péssima fase e Júlio César, do Goiás, é simplesmente o líder em assistências da competição. Juan e Leandro oscilaram bastante, mas normalmente estiveram bem e merecem a lembrança.

Volante-direito: Rafael Carioca, Pierre e Hernanes

Comentário: Rafael atua pela esquerda, então sua indicação por aqui soa estranha, e o gremista faz um torneio praticamente perfeito. Pierre também esteve, em quase toda a competição, entre os reservas. Onde está William Magrão? Hernanes certamente irá ficar com a vitória.

Volante-esquerdo: Diguinho, Guiñazu e Ramires

Comentário: Diguinho e Guiñazu, cada um ao seu estilo, têm sido importantes, embora suas equipes já tenham despencado. Ramires só cresce e, ao contrário dos demais lembrados, decide jogos. E como tem decidido Ramires!

Primeiro meia: Diego Souza, Ibson e Tcheco

Comentário: Diego Souza não correspondeu sequer a metade das expectativas que carregava e sentou até no banco em alguns jogos. Ibson, em geral, vai razoavelmente bem, e Tcheco comanda o Grêmio. Melhor seria ter se lembrado de Marquinhos, do Vitória, Carlinhos Paraíba, do Coritiba, Hugo, do São Paulo, ou mesmo Paulo Baier, do Goiás.

Segundo meia: Alex, Lúcio Flávio e Wagner

Comentário: Escolhas coerentes, mas Alex esteve bem acima dos outros dois.

Atacante pela direita: Keirrison, Guilherme e Kléber Pereira

Comentário: Na opinião do blogueiro, os dois melhores avantes estão aqui: Keirrison, que fez 20 gols, e Kléber Pereira, com 21. Ambos têm participação direta nas vitórias de suas equipes, foram completamente regulares e auxiliaram em outros fundamentos. Guilherme vai bem, mas precisa evoluir muito ainda.

Atacante pela esquerda: Kléber, Alex Mineiro e Nilmar

Comentário: Como podem dois jogadores do mesmo ataque serem indicados do mesmo lado do campo? Coisas que só a CBF faz por você. Entre os três, o blogueiro fica com Kléber, que teve um início conturbado, mas tem participação notável em clássicos, jogos importantes e momentos delicados. Nilmar foi instável no Brasileiro e Alex Mineiro, mesmo com muitos gols, deixa a desejar na participação de jogo da equipe.

Treinador: Celso Roth, Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho

Comentário: Esse foi o Brasileiro recente em que Muricy esteve melhor, estudando muito os adversários e mostrando-se decisivo quando com mais tempo para treinamentos. Luxa decepciona e sequer devia estar na lista. Melhor seria indicar Adílson, que manteve o Cruzeiro, quase sempre, no G-4. Roth é daqueles pouco reconhecidos, dificilmente será o vencedor, mas merece muitos méritos pela reviravolta que provocou na Azenha após a crise pós-Gauchão.

Revelação: Jean, Keirrison e Marquinhos

Comentário: Keirrison foi revelação da Série B de 2007, sua presença é incoerente. Assim, entre Jean e Marquinhos, honestamente, o blogueiro preferia ver Rafael Carioca, nome regular, disciplinado, excelente nos desarmes, competente nos passes e que estreou, de fato, como profissional em 2008. Jean brilhou, mas só esteve em campo no returno, e Marquinhos, principal jogador do primeiro turno no geral - opinião do blogueiro -, despencou nos últimos jogos.

Craque: Kléber Pereira, Hernanes e Alex

Comentário: Se Hernanes levar o título, passa a ser um forte candidato, com justiça. Alex, individualmente, porém, foi o mais brilhante, mas é prejudicado pelo desempenho do Inter. Kléber Pereira dificilmente leva, mas merece ser lembrado pelos 21 gols que fez. Não havia outro nome, eventualmente Victor, do Grêmio, ou Keirrison, do Coritiba.

Árbitro: Carlos Eugênio Símon, Leonardo Gaciba e Leandro Vuaden

Comentário: O blogueiro é fã do estilo de Vuaden, mas seu erro em Vitória e Fluminense é daqueles de fazer perder o campeonato. Fica entre os outros dois gaúchos.

Sábado sem tática

Excepcionalmente, o Papo de Craque não publicará o texto de táticas previsto para este sábado. E não é por que o blogueiro faz aniversário, mas sim pela falta de tempo disponível. Em sete dias, porém, há o compromisso de um "sábado com tática".

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

As batalhas em La Plata


Há 25 anos, La Plata não tremia diante de um clube gaúcho. Se em 1983 foi o Grêmio que deu um passo ao título da Libertadores por lá mesmo sofrendo um revés histórico, desta vez foi o Internacional o responsável por uma façanha contra o Estudiantes. No Ciudad de La Plata, venceu pelo placar mínimo, mas foi o máximo que poderia com 10 jogadores, graças a Guiñazu, expulso ainda no início do jogo.

Nilmar foi o grande jogador da noite. Contra dois zagueiros lentos, laterais pouco inspirados e um volante sobrecarregado, deu um banho na sua correria imparável. O lépido centroavante colorado apareceu em quase todos os lances de perigo e, assistido por D'Alessandro, sofreu o pênalti convertido por Alex. O trio responsável pelo gol da vitória, atualmente, compõe o melhor ataque do continente.

Na história Batalha de La Plata, em 1983, o Estudiantes, espumando de raiva pelo envolvimento do Brasil a favor da Inglaterra na Guerra das Malvinas, e pelo natural clima hostil daquela época, teve quatro jogadores expulsos diante do Grêmio. No acanhado Jorge Luis Hirschi, os gremistas venciam por 3 a 1, com 11 contra 7, mas sofreram dois gols no fim e quase perderam a Libertadores.

Ao Internacional, a continuidade na Sul-Americana parece bem mais confortável que ao Grêmio naquela ocasião. O Colorado tem a oportunidade real de salvar sua temporada e mostrar que a competição tem seu valor, embora precise de ajustes.

Pôr uma mão na taça e quebrar a invencibilidade caseira do Estudiantes foi o começo da salvação para o 2008 do Inter, que já tripudia o rival. "Foi uma vitória completa contra um time que tinha fama de virar jogo com sete jogadores em campo", provocou Vitoria Piffero, presidente do Inter. La Plata, vá lá, tem um pouco de Rio Grande do Sul.


Fotos: Zero Hora

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

As 12 piores contratações do ano


A expectativa na chegada de supostamente grandes jogadores nem sempre é correspondida. E é ela o principal critério para a eleição de piores contratações da temporada, algo bastante comum na Europa. O Papo de Craque entra na onda e, após a elaboração de uma pré-lista, chegou à lista de 12 nomes. Veja abaixo, junto com as justificativas.

1º Daniel Carvalho (Internacional)

Contratado por seis meses com pinta de jogador de seleção, veio ao Beira-Rio no vácuo de D'Alessandro e até agora não conseguiu mostrar uma condição física ideal. Entrou em atrito com Tite, já se oferece para o Flamengo por 2009 e não justificou o investimento feito pelo clube que lhe revelou. Só fez 1 gol.

2º Fabão (Santos)

O bom desempenho no Campeonato Brasileiro de 2006, especialmente, fez com que deixasse o país com fama de grande zagueiro. Esquecia-se, porém, suas passagens ruins por Flamengo e Bahia, por exemplo, mas mesmo assim Leão e Marcelo Teixeira acharam correto lhe pagar um salário na casa dos 500 mil reais por mês. Teve desempenho tétrico.

3º Rodrigo (Flamengo)

Era o zagueiro dos sonhos de três entre quatro clubes grandes do país e chegou na Gávea com a experiência em Libertadores no currículo. Em mais de três meses de Flamengo, fez quatro jogos, apenas um como titular, e sofreu grave lesão no braço. Deixou o Rio de Janeiro trocando farpas com a direção e deve terminar o ano, no São Paulo, como campeão.

4º Jônatas (Flamengo)

Outro com jeitão de seleção brasileira que veio para o Flamengo. Após algumas tentativas, o clube resgatar seu campeão na Copa do Brasil de 2007, veio ao país, mas não jogou muito além de um terço das partidas flamenguistas no ano, quase sempre vindo do banco. A reputação construída em alguns anos de Gávea foi para o espaço.

5º Souza (Atlético-MG)

O Galo tentou Ricardinho, Gallardo, sonhou com D'Alessandro, mas veio outro nome mais experiente e em decadência. Em sua passagem breve pelo Atlético, retornando para o centenário, foram apenas cinco jogos, e a certeza de que foi um péssimo negócio.

6º Jéci (Palmeiras)

Imaginou-se que Luxemburgo tinha um substituto pronto para quando Henrique deixasse o país, mas o segundo ex-Coxa que veio ao Parque Antártica foi um fracasso de responsabilidade, também, do treinador. Seu desempenho tétrico nas bolas aéreas explicou a derrota para o Sport - data em que, felizmente para ele, sofreu uma lesão e deixou o "olho do furacão".

7º Marcel (Cruzeiro)

Vez ou outra cobiçado por clubes grandes, o centroavante fez algo interessante, e veio ao Brasil para jogar por Grêmio, Cruzeiro e depois novamente Grêmio. Pela Toca da Raposa, foram simples sete jogos até o retorno ao Olímpico, em uma passagem esquecível.

8º Juninho (São Paulo)

Precavido para a saída de Breno, o São Paulo achou ter encontrado, no ex-botafoguense, um grande e barato nome, mas o melhor zagueiro do turno da Série A de 2007 foi uma enorme bola fora, se mostrando mais lento que o habitual e falhando várias vezes. Totalmente sem clima para seguir até 2009.

9º Laborde (Náutico)

Depois do sucesso com Acosta, que tal um novo gringo? O colombiano passou como um furacão, rápido como ele, pelos Aflitos, mas não deixou saudades. Constantemente vaiado, o atacante durou exatos 12 jogos, e nenhuma vez foi às redes, aumentando a pressão que já havia em torno de si.

10º Odvan (Vasco)

Se a coisa está feia, chama ele aí, e o Vasco, que precisava de um bom zagueiro, buscou a solução apenas no passado. Seu retorno à São Januário é esquecível e uma das maiores explicações para a queda possível. De quebra, até machucou Leandro Amaral em treino.

11º Escalada (Botafogo)

Esperança de gols latinos, o argentino chegou em General Severiano com algumas credenciais, mas também alguns quilos a mais. Era o nome para atuar com velocidade pelos lados do ataque, mas foi rápido mesmo em deixar o Botafogo após só três jogos.

12º Tuta (Figueirense)

Sempre lembrado por uma média razoável de gols e uma entrega medíocre em campo, o veterano Tuta foi vítima - ou o contrário - e deixou o Figueirense após sete jogos e algumas trocas de farpas com Gallo, ex-técnico, e dirigentes.

PS.: Lembrou de mais algum? Nos escreva!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Depois da bonança, a tempestade


Mais uma vez nesse Brasileiro, o Flamengo colhe decepção após uma grande vitória. Não foi a primeira, segunda ou terceira oportunidade em que isso ocorreu. Depois de bater o Palmeiras, em sua exibição mais categórica no ano, o Fla foi ao Mineirão e viu suas chances remotas de título, matematicamente, ruírem diante do Cruzeiro, em tarde inspirada de Ramires e Fernandinho.

É verdade que houve o pênalti em Diego Tardelli, e o Flamengo jogou uma boa partida, mas deixar o Mineirão sem pontos foi um resultado decepcionante - especialmente pelos desfalques de Wagner e Guilherme do outro lado.

Assim, Caio Júnior provavelmente chegará na última rodada brigando por vaga na Copa Libertadores. Em 2006, com o Paraná, bateu os reservas do São Paulo e carimbou a qualificação. No último ano, o técnico caiu diante do Atlético-MG, em pleno Parque Antártica, em show de Éder Luís. Sua chance de ficar na Gávea passa pelo desempenho nos jogos finais: Goiás em casa, Atlético-PR fora.

A derrota para o Cruzeiro, após a goleada sobre o Palmeiras, repete uma máxima do Flamengo no Campeonato Brasileiro de 2008: após a bonança, vem tempestade na Gávea. Veja:

Aqui, goleou o Figueirense em casa e perdeu a invencibilidade contra o São Paulo.
5ª rodada - 07 de junho - Flamengo 5 x 0 Figueirense
6ª rodada - 14 de junho - Flamengo 2 x 4 São Paulo

Vitória com sobras sobre o Vasco, início da série de sete jogos sem ganhar
11ª rodada - 13 de julho - Flamengo 3 x 1 Vasco
12ª rodada - 17 de julho - Coritiba 1 x 0 Flamengo

Euforia após vitória nos Aflitos e goleada em casa, no recorde de público do campeonato
28ª rodada - 4 de outubro - Náutico 0 x 2 Flamengo
29ª rodada - 11 de outubro - Flamengo 0 x 3 Atlético-MG

Grande vitória sobre o Coxa, empate que tirou o time na briga pela ponta no Barradão
31ª rodada - 23 de outubro - Flamengo 5 x 0 Coritiba
32ª rodada - 29 de outubro - Vitória 0 x 0 Flamengo

Maior jogo do ano contra o Palmeiras, derrota diante do Cruzeiro sem Wagner e Guilherme
35ª rodada - 16 de novembro - Flamengo 5 x 2 Palmeiras
36ª rodada - 23 de novembro - Cruzeiro 3 x 2 Flamengo

Seleção da rodada - 36



SELEÇÃO DA RODADA

Galatto (Atlético-PR)
Arílton (Coritiba)
Maurício (Palmeiras)
Durval (Sport)
Jorge Wagner (São Paulo)
Hernanes (São Paulo)
Ramires (Cruzeiro)
Marlos (Coritiba)
Marquinho (Figueirense)
Willians (Vitória)
Keirrison (Coritiba)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Semanário e pausa

O blogueiro passará o fim de semana ausente. O Papo de Craque volta na segunda, no ritmo que você, leitor, está acostumado. Por ora, ficamos com essa preguiça agradável deste feriado forçado.

Abaixo, as colunas da última semana.

No Olheiros - René Simões fala sobre sua habilidade em administrar ambientes e trabalhar com jovens jogadores, como faz agora no Fluminense
http://www.olheiros.net/artigo.aspx?id=815

Na Trivela - Santo André e Barueri devem chegar na Série A com políticas administrativas bastante nebulosas
http://www.trivela.com/Futebol.aspx?secao=17

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A primeira do Dez

Maradona: pouco vibrante na estréia e preocupado com Gianinna


A estréia de Maradona como treinador da seleção argentina inspirava cuidados. Embora a Escócia não esteja entre as primeiras forças da Europa, visitar o Hampden Park sugere algumas dificuldades. E a Argentina se mostrou bem no primeiro teste, vencendo pelo placar mínimo, mesmo sem Messi, Riquelme e Agüero - liberado para visitar Gianinna, sua namorada e filha de Maradona, internada em razão de complicações com sua gravidez.

Ao longo de todos os 90 minutos, Maradona se mostrou discreto no banco de reservas. Gesticulou pouco, praticamente não saiu do banco. No gol de Maxi Rodríguez, precisou de um cutucão para levantar e comemorar. Diferente do Maradona sempre sorridente e vibrante das tribunas, mas possivelmente preocupado com o estado médico de Gianinna.

Em campo, Maradona acertou ao manter a mesma equipe em campo ao longo de quase todo o amistoso. Quando substituiu, já na segunda metade do segundo tempo, não alterou o desenho da equipe, postada com duas linhas de quatro fixas, com Jonas e Maxi abertos, Gago e Mascherano - o novo capitão - presos, e Tevez e Lavezzi à frente. A formação deve ser alterada em breve, pois não comporta um enganche como Riquelme. A Argentina foi mais defesa do que tudo, mas criou um gol como criava o time de Pekerman, trocando passes e com os meias penetrando na área.

Se não uma vitória para encher os argentinos de esperança, ao menos uma estréia razoável e suficiente para dar mais confiança ao povo platino. Tê-los por perto é a maior explicação para a indicação de Maradona como técnico. E também seu maior desafio.


Foto: Olé

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Papo com René Simões


De time medroso e inseguro com Cuca, o Fluminense hoje é um poço de confiança com René Simões. E já consegue ver a zona de rebaixamento apenas olhando para baixo. São quatro vitórias e um empate nos sete jogos com o novo treinador, que apenas lamenta não ter chegado antes às Laranjeiras. "Brigaríamos lá em cima com esse aproveitamento", aponta.

Nesta segunda-feira, dois dias após colher os louros pela virada contra a Portuguesa, o técnico do Fluminense atendeu, por telefone, este blogueiro. E concedeu uma agradável entrevista. Leia os melhores momentos do papo logo abaixo.

E, para ler coluna sobre René Simões no Olheiros, clique aqui:

O que explica essa melhora do Fluminense com você? Parte psicológica, também?

Tenho uma forma de trabalhar em que, com a comissão técnica, primeiro a gente equilibra o grupo para que eles saibam o potencial deles. E depois você cria uma série de mecanismos para que eles coloquem esse potencial em campo. Só conversa não adianta, é preciso treinamento, eles precisam saber como vão aproveitar esse potencial.

É como você pegar um motorista, dizer que ele é muito bom, mas não dar um carro para ele. Tem que treinar todas essas situações que ele vai encontrar no jogo, para ele saber como se sair. E o que faz a diferença é que temos um método em que treinamos como vamos jogar e isso se reflete.

Imaginando que fosse começar, hoje, um novo Campeonato Brasileiro. Onde esse time do Fluminense chegaria?

Fica fácil ter essa resposta pegando os sete jogos comigo. O aproveitamento de 62% é para brigar lá em cima, ao lado do Grêmio.

Você é um cara de trabalhos muito bons, mas só agora está, de fato, em um clube de ponta. Qual o motivo?

É simples: sempre optei por família. Já tive convites de São Paulo, Palmeiras, Atlético Mineiro, Cruzeiro e Goiás, mas sempre optei pelo exterior. Aqui o longo prazo acaba com uma derrota. Na quarta derrota acabou o treinador.

Como eu faria com minhas filhas pequenas? Eu conheço minhas filhas, sei como elas estão, vi elas crescerem. Hoje vivem a vida delas e não tenho mais problema nenhum em trabalhar nos grandes clubes. Minha opção foi por causa disso.

Na Jamaica, mesmo com um elenco que não era exatamente tomado por jovens, você de certa forma teve que formar os jogadores?

Não existe a situação de que o cara é só um grande motivador. Esquecem talento e trabalho. Mas é óbvio que o trabalho psicológico é importante como muitos outros, como nutricionista ou fisiologista. Foi o que fizemos na Jamaica. Montamos essa estrutura e os resultados apareceram.

Como foi sua relação com o Keirrison no Coritiba? Você chegou a deixá-lo no banco.

Ele chegou a ficar até fora do banco! Os empresários ficaram nervosos, mas hoje me encontram e me agradecem. Hoje o Keirrison é concentrado. Jovens têm problema em se concentrar e aproveitam pouco do treino por causa disso. Gosto de treinar 1 hora e meia e gosto que ele tenha o desgaste total de todo aquele tempo. Se aquilo soou como uma brincadeira, ele não tirou nada de bom.

E a experiência em gerir ambientes, de certa forma, te credencia a trabalhar com jovens jogadores?

Costumo dizer que sou treinador de pessoas. Acho me dou bem com as pessoas. E o jovem ele tem particularidades e você tem que ter atenção com isso. Ele se desiquilibra mais com algumas coisas. Em razão da Lei Pelé, ele sai de um salário de 1 mil reais pra ganhar 15 mil. De repente ele pode fazer tudo no dia seguinte.
Isso faz parte de um processo que desiquilibra o jovem jogador. Terapia de choque é voltar para a base, fazer com que jogue embaixo, dê uma pensada.