segunda-feira, 30 de junho de 2008

Jogo a jogo e seleção da rodada - 08


SELEÇÃO DA RODADA

Fábio Costa (Santos)
Elder Granja (Palmeiras)
Sandro (Fluminense)
André Dias (São Paulo)
Juan (Flamengo)
Pierre (Palmeiras)
Charles (Cruzeiro)
Petkovic (Atlético-Mg)
Carlinhos Paraíba (Coritiba)
Borges (São Paulo)
Obina (Flamengo)

CRUZEIRO 1 x 1 SÃO PAULO

Tinha tudo para ser o melhor jogo do primeiro turno, provavelmente. Cruzeiro e São Paulo, porém, não foram exatamente brilhantes, embora quem assistiu à partida pode se dizer satisfeito. A Raposa, com dois laterais defensivos (Jonathan e Marquinhos Paraná), usou e abusou do meio-campo criativo que tem, com Fabrício e Charles distribuindo bem o jogo e Guilherme sempre perigoso. Quem menos aparecia era Ramires, um pouco hesitante.

Em 45 minutos, o Cruzeiro foi mais time e prendeu o São Paulo na defesa. Com boa jogada de Weldon e Jonathan, dois perseguidos pela torcida, os cruzeirenses acharam espaços e fizeram o primeiro gol. Na segunda etapa, providencial a reação são-paulina, com gol instantâneo de Borges. No fim, o atacante foi quem voltou a ter a melhor chance dos últimos 45 minutos, parando em Fábio, entretanto. Um resultado satisfatório para o Tricolor, um empate que poderia ter sido vitória para os donos da casa. A alteração de Weldon por Bruno foi desastrosa.

GRÊMIO 1 x 1 INTERNACIONAL

Tite armou bem o time e o Internacional foi melhor dentro do Olímpico ao longo de quase toda a partida. Taison foi uma grata surpresa e deixou o Gre-Nal elogiado. Só não se pode dizer o mesmo de Renan, que teve uma atitude lamentável, foi expulso, e ainda deu de presente o gol para o Grêmio. No fim das contas, um empate que não é suficiente para erguer a moral Colorada, mas que mostra que a equipe pode fazer mais no Brasileiro.

PALMEIRAS 2 x 0 NÁUTICO

Não foi exatamente um grande jogo do Palmeiras, mas o Náutico facilitou as coisas ao ficar o primeiro tempo todo atrás. Em 30 minutos de jogo, a posse de bola palmeirense era de aproximadamente 70%, mas o time de Valdívia só chegava mesmo quando Elder Granja aparecia no ataque para armar. Enquanto Everaldo era o lateral, isso era bem controlado. Quando Itaqui veio pro jogo, com a saída de Vágner, os espaços aumentaram. E surgiu o pênalti totalmente inexistente marcado por Marcelo de Lima Henrique, mas em jogada de Granja.

No segundo tempo, o Náutico até tentou sair de trás, mas o Palmeiras foi bem na marcação e contra-atacou com a entrada de Denílson para explorar as costas de Ruy. Assim, já perto do fim do jogo, os palmeirenses chegaram ao segundo gol. Se não foi uma partida briosa, ao menos o time de Luxemburgo não correu riscos.

FLUMINENSE 0 x 0 BOTAFOGO

Mesmo com o time reserva do Fluminense, o Botafogo jogou muito mal e isso é preocupante para os botafoguenses. E mesmo jogando bem e dominando a partida, o Flu não ganhou. E isso também é preocupante para os tricolores. As boas novas ficam pelo que jogaram Anderson, Sandro e Tartá, principalmente. Já se vale questionar se é válido manter Geninho no Botafogo.

SPORT 1 x 2 FLAMENGO

Um gramado horrível na Ilha do Retiro para receber o Flamengo, que trouxe valiosos três pontos na bagagem. Juan não fez um grande jogo, mas deu duas assistências para dois gols de Obina. O centroavante, aliás, merece sim a titularidade - Souza não convence há muito tempo. Importantíssima a vitória flamenguista, suficiente para isolar o time na ponta da tabela. Na Ilha, aliás, o Sport não havia perdido esse ano, ganhando 17 de 20 jogos. Méritos para o Fla.

ATLÉTICO-PR 1 x 1 CORITIBA

Um jogo bastante parelho na Arena da Baixada e o Coritiba, a despeito de ter achado um gol no final, sai com o retrospecto negativo de quatro anos sem vencer o rival em seus domínios. No primeiro tempo, com uma formação mais ofensiva, com dois meias e dois atacantes, o Atlético foi melhor, mas Edson Bastos não deu hipóteses. O segundo tempo foi o contrário do primeiro, com Galatto brecando a reação alviverde, liderada por Carlinhos Paraíba. No fim das contas, um empate justo e satisfatório por um bom Atle-Tiba.

FIGUEIRENSE 1 x 1 ATLÉTICO-MG

É inacreditável, mas Edson teve uma ótima atuação no Orlando Scarpelli, na estréia de PC Gusmão. Quando Cleiton Xavier joga bem e o adversário não é muito forte, dificilmente o Figueira perde. Foi o que houve neste domingo, em que só Petkovic mostrou disposição e principalmente qualidade. O Galo, se não se mexer, vai sofrer muito ainda no ano do centenário.

PORTUGUESA 0 x 0 SANTOS

O Santos foi valente e esse é o primeiro requisito para uma equipe sair da crise. Mas foi pouco. Kleber e Kleber Pereira jogaram muito mal e precisam chamar mais a responsabilidade. Foi o que fez Fábio Costa, com pelo menos três defesas de primeira linha, impedindo o pior no Canindé. A arrumação de Cuca foi confusa, e faltou alguém para organizar o jogo. Wesley não pode receber esse papel.

Já a Portuguesa foi bem e mostrou que, se mantiver essa linha, passará longe do rebaixamento. Marcou muito no meio-campo e teve em Diogo e Edno seus jogadores mais perigosos, mas incapazes de balançar as redes diante de Fábio Costa.

VASCO 4 x 2 IPATINGA

O Vasco tinha a vitória como obrigação, mas não convenceu em São Januário. O Ipatinga foi valente, teve bons momentos após sofrer os dois primeiros gols e poderia até ter saído com um ponto, não fosse o pênalti bizarro assinalado por Heber Roberto Lopes. Alex Teixeira fez dois gols, mas não jogou bem, e por isso fica de fora da seleção. E o Vasco precisa jogar mais nos próximos jogos - Edmundo fez falta de novo.

VITÓRIA 3 x 0 GOIÁS

É de se louvar a recuperação do Vitória. Antes, mesmo quando ganhava, o Leão não convencia. Agora, Vágner Mancini ajeitou a equipe, que é bastante potente e rápida no ataque. E ganha os jogos que precisa. Assim, já está na zona da Sul-Americana e pode fazer uma boa Série A no ano da volta. Não foi exatamente um jogo tranqüilo para os baianos, mas o Goiás se iludiu um pouco com a goleada sobre o Santos e foi prejudicado pela expulsão de Pituca, aos 15min do segundo tempo.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

De novo Roth?


O Grêmio de 2008, 2º colocado no Campeonato Brasileiro, lembra muito o Vasco do ano passado. Com o mesmo Celso Roth, os vascaínos terminaram o turno em quarto lugar, na zona de classificação para a Libertadores. E perderam o fôlego nos 19 jogos seguintes. No returno, acabaram na 15ª colocação. A posição definitiva, ao fim do Brasileiro, foi a décima.

O Grêmio de Roth atua da mesma forma. Três zagueiros, dois volantes, um meia e dois atacantes. Marca firme - é o time mais faltoso da Série A, tem bom senso tático e perde poucas chances quando chega ao gol adversário.

As desconfianças da torcida tricolor praticamente acabaram com a boa campanha, após enorme pressão com as eliminações consecutivas no Campeonato Gaúcho e na Copa do Brasil. A questão é: até onde vai esse time? Ao longo de toda a temporada, os gremistas venceram 20 de 27 jogos, por mais que pareçam sempre um time frágil.

Em um torneio de 38 rodadas, é difícil manter tamanha compenetração, sobretudo pelo elenco raso do qual Roth dispõe. Tecnicamente, o time gremista é limitado, e deve perder pelo menos Léo e Eduardo Costa no meio do ano. Domingo, tem Gre-Nal: boa hora de ver como se portarão os tricolores.

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O Vasco de Roth jogava com: Sílvio Luís, Jorge Luís, Dudar e Júlio Santos (Vílson); Wagner Diniz, Amaral, Perdigão e Rubens Júnior (Guilherme); Conca; Leandro Amaral e Enílton (Alan Kardec)

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Jogo a jogo e seleção da rodada - 07

SELEÇÃO DA RODADA

André Luís (Portuguesa)
Léo Moura (Flamengo)
Ernando (Goiás)
Thiago Heleno (Cruzeiro)
Jadílson (Cruzeiro)
Fabrício (Cruzeiro)
Martinez (Palmeiras)
Carlinhos Paraíba (Coritiba)
Roger (Grêmio)
Weldon (Cruzeiro)
Iarley (Goiás)

GRÊMIO 3 x 0 ATLÉTICO PARANAENSE

O Grêmio não precisava de dois pênaltis suspeitos para vencer o Atlético Paranaense no Olímpico. Foi um jogo praticamente perfeito do Tricolor Gaúcho, que conseguiu se impor pela técnica, pela tática e pela vontade sobre um Furacão que ainda não tem identidade. É a terceira vitória consecutiva da equipe de Celso Roth, fazendo uma grande campanha, indiscutivelmente.

A linda atmosfera propiciada pela torcida gremista, aliás, merece citação. Com muita disposição dos volantes Rafael Carioca e William Magrão, além dos alas Paulo Sérgio e Helder, o Grêmio jogava com naturalidade, comandado por Roger, grande destaque da rodada. Só na primeira etapa, o camisa dez havia finalizado ao gol com perigo em três oportunidades, além de ter cavado a expulsão de Fahel. Ele continuou bem após o intervalo, sofrendo a segunda - e a única válida - das três penalidades assinaladas por Guilherme Cereta da Lima.

O Atlético, ainda que prejudicado pela expulsão precoce, foi um esboço de time. Márcio Azevedo era uma avenida pela lateral-esquerda e o meio-campo simplesmente não jogou. Roberto Fernandes tenta montar uma equipe ofensiva, cheia de meias e atacantes. Mas o Furacão havia se acostumado, com Ney Franco, a atuar de outra maneira. Essa mudança de postura deve levar um bom tempo de adaptação. E será sempre prejudicada quando encontrar um adversário bem armado, como foi o Grêmio no domingo.

SANTOS 0 x 4 GOIÁS

Após o empate com o Fluminense, Cuca e todo o elenco comemoravam os dez dias para se preparar. Através desse prisma, a derrota em casa por goleada é uma ofensa à camisa santista, sobretudo pela forma com que se portava o Goiás desde que perdeu o título estadual. Explorando os contra-ataques e a desatenção do Peixe, Iarley, Romerito e Alex Terra fizeram a festa e promoveram a contundente vitória esmeraldina, já na estréia de Hélio dos Anjos. Agora, tem como entender por quais motivos Tiago Luís não jogou?

NÁUTICO 2 x 1 ATLÉTICO-MG

Foi um Náutico diferente em relação ao que havia empatado os últimos dois jogos. Felipe pediu para não jogar, em razão da indefinição de seus problemas contratuais e Leandro Machado jogou com uma linha de quatro na defesa: Ruy, Negreti, Vagner e, pela esquerda, o zagueiro Everaldo - no meio, entrou o jovem e talentoso Helton, responsável pela assistência do gol da vitória. Wellington, o autor, fez seu 18º no ano. A vitória Timbu, que deixa o clube no surpreendente quarto lugar, comprova que o Atlético Mineiro ainda tem um longo trabalho pela frente neste Campeonato Brasileiro.

IPATINGA 1 x 3 FLAMENGO

O Flamengo não podia pensar em outro resultado além da vitória. E a construiu com segurança, diante de um Ipatinga que sofrerá muito em 2008. Aos poucos, Caio Júnior vai transformando a equipe de Joel, fazendo um meio-campo criativo e compacto, como se vê pela construção do segundo gol, de Ibson. Um Fla que dá pinta de brigar pelo título e, desta vez, desde o início.

VASCO 0 x 2 PALMEIRAS

O Palmeiras controlou todo o jogo diante de um Vasco que carece de um meio-campo que saiba jogar, sobretudo pelas ausências de Leandro Bomfim e de um meia que faça o ataque jogar. Sem Edmundo, o time de Antônio Lopes também contou com um apagado Jean, sempre assim quando inicia o jogo. Mesmo sem brilhar, o Verdão venceu ao natural e vai ganhando confiança, o mais importante no trabalho de Luxemburgo nesse momento.

VITÓRIA 2 x 1 INTERNACIONAL

Muita velocidade e coragem são as virtudes do Vitória, que vai fazendo um bom campeonato para quem acaba de chegar. Vágner Mancini parou de mudar o time e a tendência é ir crescendo ao longo do torneio. Marquinhos é cada dia mais referência e decisivo, tendo feito um gol e dado outra assistência para Willians. Resultado, de qualquer forma, bastante ruim para um Inter que esperava deslanchar, mas sofre muito e perdeu a identidade.

SÃO PAULO 1 x 0 SPORT

Foi um São Paulo totalmente seguro após o intervalo. Marcando na frente, trocando passes e procurando espaço na defesa do Sport, que também abdicou do ataque e só conseguiu contragolpear com perigo no primeiro tempo. É o time que agrada Muricy e lhe faz derramar elogios após o fim do jogo, reconhecendo, claro, as limitações. Mesmo sem Hernanes e Alex Silva, o Tricolor contou de novo com Hugo, com mais uma ótima partida.

CORITIBA 2 x 1 FLUMINENSE

Não foi um Coritiba totalmente convincente, mas a equipe de Dorival Júnior, com o meio-campo mais recheado na marcação, controlou as ações e foi mais inteira que o mistão do Fluminense - que sequer teve Renato Gaúcho no banco. Marlos e Carlinhos Paraíba foram as melhores figuras de uma vitória que dá mais moral ao Coxa, que precisava vencer após cinco rodadas.

CRUZEIRO 3 x 0 FIGUEIRENSE

Weldon não é Marcelo Moreno, mas pode ser útil e parece bem melhor após uma temporada no Belenenses. Assim, Adílson vai encontrando novas soluções, como foi Camilo, fazendo as vezes de Ramires à esquerda no meio-campo em 4-3-1-2. Foi um Cruzeiro indiscutivelmente superior e com autoridade sobre um Figueirense ainda muito frágil. São quatro jogadores da Raposa na
seleção da rodada.

BOTAFOGO 0 x 1 PORTUGUESA

Que se calem aqueles que questionaram a continuidade do trabalho indiscutível de Vagner Benazzi no Canindé. Com um time frágil em alguns setores, a Lusa morde alguns pontinhos palpáveis e, assim, faz uma Série A digna. Patrício é o líder em assistências do Brasileirão. E colocou a bola na cabeça de Edno, um ótimo reforço, e que fez o gol da vitória no Engenhão. André Luís, quando acionado, foi bem, ainda que diante de um Botafogo desordenado com Geninho.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Vitória de personalidade*

O placar final de 3 a 2, em Basiléia, mostra a grandeza do duelo entre alemães e portugueses, mas é insuficiente para aferir a atitude do Nationalmannschaft na partida, finalmente comprovando o favoritismo atribuído nas prévias da Eurocopa. Mesmo sem Joachim Löw, suspenso, a Alemanha foi grande com o interino Hans-Dieter Flick e antecipou a despedida de Felipão à frente de Portugal.

Tão surpreendente quanto o ótimo primeiro tempo alemão foram as alterações promovidas por Löw e o sistema tático desta quinta-feira. O técnico sacou Gómez, Fritz e ainda não pôde contar com Frings; jogaram Hitzlsperger e Rolfes à frente da linha defensiva, e compondo um trio ofensivo, Schweinsteiger (a terceira novidade) à direita, Ballack com liberdade pelo centro e Podolski, partindo da esquerda para se juntar a Klose, o único atacante de fato no 4-2-3-1, esquema em voga, hoje, no futebol mundial.

Era uma Alemanha com ótima troca de passes, compactando os espaços e aproveitando a dificuldade de marcar da equipe portuguesa. Ballack tinha tanta liberdade que Felipão precisou trocar João Moutinho por Raúl Meireles. Mas o placar já mostrava 2 a 0 para a Alemanha, com a jogada do primeiro gol construída a partir dos pés do capitão e assistência preciosa de Podolski para Schweinsteiger.

Os alemães também tinham força na bola aérea, algo alertado por Felipão na véspera. Com Klose e depois com Ballack, a Alemanha chegou pelo alto, se aproveitando das marcações nulas de Cristiano Ronaldo e Paulo Ferreira, respectivamente no segundo e terceiro gols.

Do jeito que atua com Löw e atuava com Klinsmann, o sucesso alemão sempre depende da imposição de seu estilo de jogo, como foi contra Portugal. Quando agredida, a Alemanha sofre pela pouca marcação no meio-campo, espaço nas laterais e a posição sempre adiantada de sua linha defensiva. Para continuar vencendo, além da personalidade indiscutivelmente agressiva demonstrada nas quartas, o Nationalelf deve se impor territorialmente dentro de campo nos dois jogos restantes, caso chegue à final.

Ainda que contra Turquia ou Croácia, seleções de pouca tradição internacional, a Alemanha terá dificuldades. Os croatas deram três mostras de grande qualidade na primeira fase, batendo os próprios alemães. Os turcos vêm embalados por vitórias inacreditáveis e de virada sobre Suíça e República Tcheca – e ainda odeiam os germânicos.

A mentalidade vencedora da Alemanha, porém, é algo sob o qual nunca se pode colocar dúvidas. Foi assim, com personalidade, que Portugal já ficou pra trás. Começar a pensar na final é mais que possível.


* Originalmente publicado na coluna Enchendo o Pé, da Trivela

domingo, 15 de junho de 2008

Jogo a jogo e seleção da rodada - 06


SELEÇÃO DA RODADA

Victor (Grêmio)
Coelho (Atlético-Mg)
Henrique (Palmeiras)
Miranda (São Paulo)
Leandro (Palmeiras)
Pierre (Palmeiras)
Cleiton Xavier (Figueirense)
Valdívia (Palmeiras)
Petkovic (Atlético-Mg)
Borges (São Paulo)
Marcel (Grêmio)

FLAMENGO 2 x 4 SÃO PAULO

Provavelmente o melhor jogo do Campeonato Brasileiro de 2008 até aqui. Um Flamengo que, mesmo perdendo, deixou virtudes evidenciadas, e um São Paulo jogando ao seu melhor estilo do ano passado - sendo pressionado, mas muito eficiente na hora de concluir. Caio Júnior repetiu o seu Fla, diferente do de Joel, com um losango no meio-campo. Muricy também só fez uma alteração em relação ao time que goleou o Atlético na última rodada, trocando o convocado Hernanes pelo carrapato Zé Luís.

Era um São Paulo que, mesmo com menos tempo de posse de bola e teoricamente pressionado, com o adversário territorialmente avançado, levava perigo em rápidas estocadas. Numa delas, Hugo e Borges construíram o gol são-paulino, em cochilo da defesa flamenguista. E assim foi ao longo dos 90 minutos, onde Marcinho esteve bem vigiado, assim como todo o setor ofensivo do
Flamengo.

Uma partida que passou despercebida em um sábado de tantos jogos, mas que contou com ótimo público no Maracanã e bom futebol de duas equipes que, possivelmente, estarão entre os primeiros em dezembro. Em 2007, o São Paulo foi campeão e o Fla terceiro.

GOIÁS 0 x 3 GRÊMIO

Não havia mais clima para Vadão continuar no Serra Dourada após uma derrota tão contundente. Em mais uma temporada, o esmeraldino começa tudo do zero no meio da temporada, trazendo Romerito, Adriano Gabiru e Iarley, que já estreou na vitória gremista. O time de Celso Roth marca demais e é eficiente nas bolas paradas e no contra-ataque, marcas da vitória em Goiânia, com Marcel ganhando moral no Olímpico com dois gols. Mesmo sem titulares importantes, como Pereira, Eduardo Costa e Soares, o tricolor fez uma partidaça.

NÁUTICO 1 x 1 VASCO

A pouca técnica das equipes e o estado horroroso do gramado no Arruda fizeram com que, sob muita chuva, Náutico e Vasco fizessem um duelo ríspido e de muita competitividade - como já fora em 2007, aliás, no jogo disputado nos Aflitos. Lopes tentou Vinícius, ex-Palmeiras, na vaga de Morais, mas os vascaínos têm crescido mesmo é quando Jean vem do banco. Wellington, de bicicleta, marcou o golaço alvirrubro, mas perdeu pelo menos outras duas boas chances. No fim, um resultado satisfatório para ambos.

PORTUGUESA 1 x 0 ATLÉTICO-PR

Muita movimentação na primeira etapa, mas o Atlético poderia ter sido mais incisivo para trazer pontos do Canindé. Lá, aliás, a Portuguesa vence a segunda consecutiva e respira. Washington é uma ótima opção para o ataque luso, mas desperdiçar a experiência e oportunismo de Christian não é uma boa. Diogo fez outro grande jogo e a volta de Ferreira é uma excelente notícia para o Furacão. Ah, Gavillán estreou pela Lusa.

CORITIBA 0 x 0 VITÓRIA

Jogo muito morno do Coritiba, que vem sentindo a falta de Keirrison no comando de ataque. Hugo, seu substituto, oscila demais, e perdeu pênalti contra o Vitória. Mesmo com uma formação ofensiva, característica de Dorival Júnior, o Coxa parou nos baianos, que deixaram a capital paranaense aparentemente satisfeitos pelo ponto conquistado fora de casa. Os alviverdes não vencem desde a estréia na Série A e os bons empates contra São Paulo e Cruzeiro, no fim das contas, pouco valem na tabela.

FIGUEIRENSE 3 x 1 SPORT

O lance do primeiro gol do Figueira é típico de uma equipe desatenta, como costuma ser com quem ganha um título e joga poucos dias depois. Com boa organização tática e mais disposição, construiu o placar nos contra-ataques e, com Guilherme Macuglia enfim venceu no Brasileirão. Mas é pouco para se afastar das últimas posições. E o Sport, aliás, caiu sete posições na classificação.

INTERNACIONAL 2 x 1 BOTAFOGO

Dois treinadores apenas iniciando um trabalho. No Beira Rio, com mais competência e também um time melhor, era o Internacional o grande favorito. Sem Fernandão - negociado -, Nilmar e Alex, foi ainda um Inter bastante diferente, mas com mais determinação e poucas diferenças na parte tática. Vitória importante para dar confiança a um time que vinha claramente desmotivado.

PALMEIRAS 5 x 2 CRUZEIRO

O suposto renascimento palmeirense no Campeonato Brasileiro tem um porém: os primeiros 29 minutos de jogo no Parque Antártica. Até a expulsão de Thiago Martinelli e o gol de empate, em pênalti cobrado por Alex Mineiro, o Cruzeiro sobrava dentro de campo e o Palmeiras, estático, não via a cor a bola. Os então líderes do Brasileiro jogavam com desenvoltura, com Ramires mais meia e menos volante, jogando pela direita, e Marcinho confundindo a marcação dos donos da casa.

Contudo, deve-se dizer, o Palmeiras nos 60 minutos restantes de jogo, foi absoluto. Luxemburgo foi instantâneo e eficiente ao mandar Diego Souza para o jogo e pressionar o Cruzeiro em seu campo de defesa. Adílson retraiu demais seu time, e pagou por isso, saindo do Parque Antártica com um goleada impiedosa na bagagem e a primeira derrota na competição.

FLUMINENSE 1 x 1 SANTOS

O discurso de esquecer a Libertadores durou pouco para o Fluminense, pela segunda vez consecutiva mandando para o jogo o que Renato Gaúcho tinha de melhor. Após um início bom de partida, o Flu relaxou, deu espaços e se viu razoavelmente dominado por um Santos claramente em um estágio técnico muito aquém da equipe Tricolor. É um ponto que dá moral para o trabalho que poderá ter Cuca até o próximo domingo, e que torna ainda mais preocupante a Série A para o Fluminense, ainda que com boas chances de conquistar o maior título de sua história.

ATLÉTICO-MG 4 x 2 IPATINGA

O Atlético teve, no Ipatinga, o adversário que todo mundo precisa quando está em crise. Assim, Gallo armou um Atlético veloz, com Eduardo e Beto na frente, e Coelho em ótima jornada. Bastou para vencer o Tigre do Aço mesmo com dez jogadores. Resta, agora, ver como se comportarão os atleticanos nas próximas rodadas, com dois jogos fora de casa - Náutico e Figueirense - e o clássico contra o Cruzeiro na seqüência.

Colunas da semana

No Olheiros...

Os más resultados recentes do Equador podem acabar com uma nova geração de talentos pedindo passagem

Na Trivela...

Os equívocos do Fluminense nos últimos anos não podem ser apagados

E mais...

A Croácia já vislumbra as semifinais na Eurocopa

O mesmo sofrimento

Lá vem o Brasil de Dunga. Com um meio-campo formado por Gilberto Silva, Mineiro e Josué - o mais provável, segundo quem seguiu a Seleção de perto nos últimos dias -, não será surpresa ver mais uma partida feia pintada em verde-amarelo nas Eliminatórias.

Os testes com Anderson à esquerda no 4-3-1-2 teriam comprometido a defesa, que então recebeu o aporte de Gilberto Silva, vindo de temporada tétrica no Arsenal. Caberá então para Diego, o único jogador criativo da equipe, carregar sozinho o piano ofensivo brasileiro. Missão inglória.

Não torceremos contra. Mas será difícil torcer a favor de uma equipe tão covarde, diante de um Paraguai, provavelmente, com três homens no ataque - acredite se quiser. Lá vem o mesmo futebol que trouxe empates da Colômbia e do Peru. Lá vem o sofrimento.


* Originalmente postado no blog da Trivela

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Croácia: a zebra anunciada

Muitas pessoas eram céticas em apontar a Croácia como a mais provável surpresa nas semifinais da Eurocopa. Se é que é possível apontar uma surpresa com antecedência, os croatas vêm justificando os comentários iniciais. No duelo contra a Alemanha, especificamente, jogaram como time grande, com um futebol técnico, tático e com o claro dedo de seu treinador: Slaven Bilic.

Após um ofensivo e ortodoxo 4-4-2 em linha na estréia, Bilic alterou o sistema tático croata para enfrentar os alemães. Com a entrada de Rakitic e a saída de Petric, passou a atuar em um 4-4-1-1, pondo Kranjcar para pressionar os meias-centrais alemães, Frings e Ballack. Com Srna e Corluka pela direita, Rakitic e Pranjic pela esquerda, a ofensividade dos flancos germânicos foi sufocada pelo jogo agressivo e ousado do time croata, que também contava com incursões eficientes de Modric.

Com um domínio territorial constrangedor para o favoritismo alemão, a Croácia de Bilic empurrou o Nationalef para o campo de defesa em boa parte dos 90 minutos. Seja com marcação apertada, seja com um toque de bola eficiente, especialmente de Modric, os croatas deixaram a segunda partida da Euro com a idéia nítida de que podem ir às semifinais, já que as quartas-de-final, possivelmente, colocarão um adversário acessível pela frente: Turquia ou República Tcheca.

É possível que a exibição desta quinta-feira tenha sido um momento ápice dos croatas, que haviam feito um jogo morno e auto-suficiente na estréia contra a anfitriã Áustria. Em outros momentos, seleções chegaram a se empolgar com partidas esporádicas e se perderam pelo caminho, como a Argentina na última Copa. Considerando que tchecos e/ou turcos, ainda que sem grande técnica, vão propor um jogo competitivo, a Croácia precisará atuar no limite mental e físico para ratificar a condição anunciada de ser a zebra da competição e atingir a semifinal.

A julgar pela seriedade que Slaven Bilic tinha dentro de campo, é difícil crer em um deslumbramento em razão desta vitória contra a Alemanha. Treinador jovem, Bilic vem comprovando virtudes na renovação da Seleção Croata, já bastante diferente em relação ao time de Zlavko Kranjcar, que para quem não se lembra, mediu forças com o Brasil na última Copa do Mundo e caiu diante da Austrália de Guus Hiddink.

À ocasião, a Croácia deixou a Copa do Mundo com a sensação de um futebol mecânico e baseado meramente na força física, especialmente do decadente Dado Prso, destaque no Monaco em uma Liga dos Campeões há quatro anos atrás. Bilic e jogadores como Modric, Kranjcar e Srna vêm resgatando a essência técnica que caracterizou o futebol iugoslavo.

Se há dez anos a Croácia vivia o seu momento especial com o terceiro lugar na Copa da França, o país tem perspectivas bem razoáveis de atingir a semifinal de outra grande competição internacional agora. Dependerá de repetir o futebol desta quarta, na vitória com autoridade sobre a maior favorita desta Eurocopa.


* Originalmente publicado na coluna Enchendo o Pé da Trivela

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Seleção da rodada - 05


SELEÇÃO DA RODADA

Tiago (Vasco)
Patrício (Portuguesa)
Wallace (Vitória)
Miranda (São Paulo)
Jadílson (Cruzeiro)
Joílson (São Paulo)
Alan Bahia (Atlético-PR)
Marcinho (Flamengo)
Hugo (São Paulo)
Perea (Grêmio)
Souza (Flamengo)


- Excepcionalmente nesta rodada, não teremos os comentários das partidas.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Noite de 3 a 1

Os dois principais estádios do futebol brasileiro, simultaneamente, abarrotados. Por si só, isso já seria um grande evento. Porém, havia uma bola em jogo e 22 atletas brigando pela vitória – o que não pode ser desprezado. O Maracanã recebeu o Fluminense para dar as cartas sobre o Boca Juniors, enquanto o Morumbi tinha o Corinthians e o Sport dentro de campo. Quem foi a qualquer dos dois lugares, certamente, não se decepcionou.

Fluminense – Boca Juniors


Era prudente ressaltar que havia o Boca Juniors do outro lado. Tanto era, que o Fluminense jogou com respeito – e, claro, determinação – diante dos xeneizes. Era o que o Flu precisava para pôr em prática a vantagem que trouxe da Argentina e que, no Maracanã, tendia a fazer a diferença. A vitória com grandes atuações de Dodô, Cícero e Washington, coroou um tricolor que mais uma vez jogou como pede a Libertadores. A justiça o coloca na final, no melhor momento de sua história.

Com os laterais muito presos durante toda a primeira etapa e Conca e Thiago Neves bem vigiados, era Cícero quem vinha de trás e se aproximava de Washington levando perigo aos boquenses, embora isso não tenha sido algo tão freqüente. A marcação a Palacio, principalmente, era impiedosa, e Riquelme era anestesiado, quase sempre longe do gol de Fernando Henrique, novamente em grande atuação, parando lance de perigo de Palermo, o jogador mais ameaçador do Boca, aos 40 minutos.

O segundo tempo foi de Dodô, mas começou com Ygor levando um baile de Dátolo pela ponta-esquerda e Luiz Alberto totalmente disperso na marcação a Palermo, que escorou com maestria para o gol tricolor. Renato então fez a substituição que, se parecia desesperada, deu muito certo. Dodô brigou com Paletta e sofreu a falta cobrada por Washington, novamente o jogador mais decisivo do Flu.

Ainda houve tempo para um lance de sorte com Conca e o gol consagrador de Dodô, fechando o caixão boquense em três gols no Maracanã, novamente lindo e pintado em três cores. É bom recordar que haverá, do outro lado, uma equipe também muito forte. A LDU Quito vem de eliminar três equipes fortes e vai pedir, ao Fluminense, a mesma determinação. É difícil duvidar que não será assim.

Corinthians - Sport



Os corintianos voltaram ao Morumbi pela última vez na Copa do Brasil. Era a final da competição e, do outro lado, um oponente que vem qualificado por deixar favoritos como Palmeiras e Internacional pelo caminho. O Sport também veio com Nelsinho Baptista, que há seis meses ia, com o Corinthians, para o abismo da Série B. Com jogadores experientes, a expectativa era de que a pressão natural não afetasse o rubro-negro pernambucano.

Mas afetou. O relógio marcava 45 minutos de jogo e, até então, o Leão da Ilha ainda estava atordoado no Morumbi. Mano Menezes chamou Alessandro, seu homem de confiança, para suprir o lado direito do ataque. Por lá, entretanto, quem avançava era Carlos Alberto, em grande noite. Mano também contou, do outro lado, com uma noite inspiradíssima de Dentinho, insinuante e sufocando Luizinho Netto. Fabinho, Chicão e Eduardo Ramos tinham importante papel na blitz corintiana, que não deixou o Sport pensar na primeira etapa.

O avanço do Sport na segunda etapa contou com um relaxamento corintiano e uma boa mudança de Nelsinho, prendendo Carlos Alberto na defesa e pressionando sempre que possível com três atacantes. Quando saiu o terceiro gol, em grande jogada de Herrera, a sensação era de que o Corinthians levava, do segundo tempo, um gol que não merecia. Com justiça, o Leão seguiu em cima e conseguiu o que queria para provocar uma atmosfera muito forte para a finalíssima na Ilha do Retiro.

O placar de 3-1, que não se engane, é muito favorável ao Corinthians, que, como visitante, fez gol em todos os jogos da Copa do Brasil. Por outro lado, é o que precisava o Sport para ter uma esperança jogando em casa. Bom para o time de Mano entrar ligado, bom para ter, na Ilha do Retiro, mais um belo jogo de futebol.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Eriksson divide o México


A obsessão por repercussão mundial era evidente e indiscutível. Os dirigentes mexicanos queriam, de qualquer forma, um nome que rendesse publicidade para a Tricolor. Após algumas semanas de boataria e especulação em torno de Javier Aguirre, Felipão e até Vanderlei Luxemburgo, a Federação Mexicana confirmou que Sven-Göran Eriksson será o responsável por dirigir a Seleção nas Eliminatórias e na próxima Copa do Mundo.

Eriksson chegou ao México dividindo opiniões. Entre os 18 membros da Federação - representantes dos clubes mexicanos -, foi unanimidade e boa parte da imprensa também apoiou a escolha do treinador sueco. Entretanto, as manifestações públicas contrárias de jogadores como Borghetti, Osorio e Magallón, relevam um perigo para o sucessor de Hugo Sánchez.

Cabe questionar se era mesmo de um treinador como Eriksson que a Tri precisava. Além de midiático, o técnico sueco não está inserido na realidade do futebol mexicano, onde atuam boa parte dos jogadores da Seleção. No momento, o país é financeiramente forte e consegue, assim, manter seus destaques médios por algum tempo, ao contrário do Brasil, por exemplo.

Pela Inglaterra, onde disputou duas Copas do Mundo e uma Euro, Eriksson teve desempenho decepcionante, parando sempre nas quartas-de-final - e diante de Felipão. Suas equipes costumam ter pouca mobilidade e muito apego pela parte tática. Ainda que a Tri, com Sánchez, viesse atuando com duas linhas fixas de quatro jogadores, dentro de campo o ideal seria encontrar um técnico capaz de fazer desabrochar o talento de jogadores como Guardado, Arce e Neri Castillo, por exemplo.

Sven-Göran Eriksson é experiente, tem títulos e capacidade. Só que não parece ser o cara ideal.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Jogo a jogo e seleção da rodada - 04


SELEÇÃO DA RODADA

Vinícius (Atlético-Pr)
Coelho (Atlético-Mg)
Durval (Sport)
Miranda (São Paulo)
Juan (Flamengo)
Adriano (Santos)
Ramires (Cruzeiro)
Michael (Coritiba)
Alex (Internacional)
Alex Mineiro (Palmeiras)
Felipe (Náutico)

SANTOS 0 x 0 SÃO PAULO

Muita tensão e pouco futebol na Vila Belmiro, onde esteve este blogueiro no domingo. Só nos últimos 20 minutos é que, de fato, Santos e São Paulo saíram para o jogo - nesse período, foi o Peixe que dominou mais, ainda que sem levar grande perigo ao gol de Rogério Ceni. As melhores investidas santistas foram em duas jogadas aéreas, consecutivas, em que Marcelo quase foi às redes. No mais, nada de grande perigo.

Muricy armou o São Paulo com Richarlyson mais avançado, quase como meia, forçando o jogo nas costas de Kléber. A volta de André Dias foi alentadora para a linha de zagueiros, mas faltou Hernanes para pensar a partida, em que Hugo pouco criou e Borges foi inócuo. Era basicamente das bolas escoradas por Aloísio que o Tricolor dependia. E foi assim com Joílson, aproveitando bola respingada na área, que o Santos quase foi batido.

O Santos voltou a ter três zagueiros e Adriano, como ala, foi o melhor da partida, forçando o jogo sobre Jorge Wagner. Molina não esteve novamente bem e a presença de Tabata, entre os titulares, foi a principal novidade na escalação de Márcio Fernandes - mas também não funcionou. Foi só na última meia hora de jogo que o Peixe tomou as rédeas, mas a partida deixou a desejar. E ambas as equipes precisam, daqui por diante, melhorar sensivelmente.

PALMEIRAS 1 x 0 ATLÉTICO-PR

Roberto Fernandes mandou um CAP mais ofensivo a campo, mas sua equipe pouco saiu de trás. A grande nota fica pela partida do goleiro Vinícius, cada dia melhor. Luxa poupou Valdívia, mas pouco alterou taticamente, utilizando Denílson, desta vez, no meio-campo.
Foi também um bom jogo de Diego Souza e ainda melhor esteve Alex Mineiro, o melhor em campo. Não foi o Palmeiras candidato a título, mas foi um time que somou três pontos em casa, algo imprescindível.

ATLÉTICO-MG 2 x 0 PORTUGUESA

O pé de Coelho estava novamente afinado e Marques fez, no Mineirão, uma grande partida. Diante de uma Lusa pouco perigosa, o Galo conseguiu o que devia: três pontos. Welton Felipe foi bem como titular, ajudando a controlar Diogo, o nome mais inspirado da Portuguesa. Vitória providencial para os atleticanos.

FLUMINENSE 0 x 1 FLAMENGO

Um gramado tenebroso e um futebol disperso do Flamengo foram as maiores marcas do Maracanã no domingo, em que os reservas do Flu, mais uma vez, poderiam ter colhido pontos e ficaram no quase - foi assim contra o Náutico e contra o Sport, também. No fim, o Fla mesmo com dez levou três pontos, o que é o mais importante nesse momento. E lidera ao lado do Cruzeiro. Já o Fluminense está do lado oposto - é o lanterna por enquanto.

CORITIBA 1 x 1 CRUZEIRO

Bom jogo no Couto Pereira, em que Dorival Júnior reencontrou seu ex-clube. Para enfrentá-lo, manteve Rubens Cardoso no meio-campo e ousou com mais dois meias: Michael e Carlinhos Paraíba. Assim, fez um bom primeiro tempo e abriu o placar logo na volta do intervalo. Na Raposa, Adílson voltou a modificar a estrutura do time, especialmente na marcação ao Coxa. No fim das contas, um placar que, só não foi justo porque houve um gol legal anulado por Carlos Eugênio Símon, e o alviverde saiu novamente prejudicado pela arbitragem. Em quatro jogos, já enfrentou o Cruzeiro, o Palmeiras e o São Paulo, passando ileso por todos.

NÁUTICO 3 x 0 BOTAFOGO

Leandro Machado mexeu bastante na estrutura da equipe alvirrubra, antes acostumada a jogar de maneira ultra-ofensiva com Roberto Fernandes. Com três zagueiros e dois volantes marcadores, sobrou para o trio Geraldo, Felipe e Wellington definir. E eles o fizeram bem, com o apoio de Ruy, também, pela ala-direita. Foi um Timbu melhor nos 90 minutos, especialmente de um Botafogo jogando da mesma maneira que jogou após suas eliminações mais recentes: nervoso e pouco efetivo. O Náutico é 3º colocado.

IPATINGA 2 x 0 VITÓRIA

O Vitória não decola na primeira divisão e o Ipatinga, assim, atingiu sua primeira vitória. É positivo que Gérson Magrão volte a jogar bem e o meio-campo com ele, Marcelo Costa, Augusto Recife e Jackson tem bastante poder de marcação. Com Rodriguinho improvisado na lateral-esquerda, o Tigre do Aço foi melhor em 90 minutos. Hoje, não é mais lanterna e está acima da zona de rebaixamento.

VASCO 2 x 1 GRÊMIO

Vencer em São Januário não é nada fácil. Assim, ainda que fazendo um bom primeiro tempo, o Grêmio foi pressionado pelo Vasco que, mesmo sem Edmundo, atuou aceso após o intervalo. Jean ajudou a abrir espaços na fechada defesa gremista, até então ilesa no Campeonato Brasileiro. O pecado de Roth e de sua equipe foi abdicar do ataque. Assim, volta para o Sul sem pontos na bagagem.

INTERNACIONAL 1 x 1 SPORT

A seqüência das duas equipes na última semana foi mantida no Beira Rio. O Internacional, sem Fernandão, Magrão e Orozco, assistiu à uma formação tática inusitada de Abel Braga - espécie de 3-3-3-1 -, engessando o lento Adriano pelo meio-campo. Ainda assim, o Colorado fez bom primeiro tempo, mas deixava transparecer um nervosismo.

Nelsinho Baptista iniciou o jogo com uma escalação defensiva, mas logo se abriu com a entrada de Luciano Henrique, aos 20min de jogo. Se escancarou de vez após a expulsão de Sidnei e a entrada de Enílton, tomando para si o controle da partida e quase virando através de Carlinhos Bala, em pênalti defendido com brilhantismo por Renan. Nos instantes finais, o Inter ainda jogou em bom nível e pressionou com chute de Alex, parado por Magrão. Um resultado ruim para o Internacional, que se vê cada vez mais longe dos primeiros, e um gostinho amargo para o Sport, que poderia ter vencido fora de casa.

FIGUEIRENSE 0 x 0 GOIÁS

Embora tenha atuado melhor ao longo dos 90 minutos, é impossível dizer que o Figueirense sai bem após receber o abalado Goiás neste sábado no Orlando Scarpelli. Os catarinenses têm mudado muito nas últimas semanas e, desta vez, debutaram novos reforços e um sistema tático diferente. Aos esmeraldinos, é preciso reconquistar a confiança e, principalmente, reforçar o elenco de Vadão. Caso contrário, a briga contra o rebaixamento de 2007 pode se repetir - a equipe goiana ainda não venceu no Brasileiro.

domingo, 1 de junho de 2008

Colunas da semana

Nas colunas desta última semana...

Uma visão crítica sobre o trabalho da CBF e de Dunga para que Kaká dispute os Jogos de Pequim

Os riscos que Santos e São Paulo correm após a eliminação na Libertadores

Veja onde e como anda o eterna promessa Rodrigo Gral