Eduardo Uram: o dono de três entre os cinco nomes do pacotão são-paulino
Há um motivo de esperança de dias melhores no Morumbi. Não é o trabalho de Emerson Leão, não são os dribles de Lucas, os gols de Luís Fabiano ou as defesas de Rogério Ceni. Também não é a versão 2012 do pacotão de reforços, claro. A esperança é porque Dagoberto já está bem distante, mais precisamente no Beira-Rio. A felicidade é tão grande que a direção fez questão de anunciar os valores: por R$ 2,2 milhões, ele será do Internacional no próximo ano.
Dagoberto é o grande símbolo dos jogadores que, em sua impagável e inflamada entrevista na terça-feira, Juvenal Juvêncio intitulou vaselina. Dagoberto é um vaselina no São Paulo há bastante tempo. Minou treinadores, fez atritos, jogou quando quis, sumiu quando quis. Uma diálogo flagrado por Sérgio Baresi entre ele e Marlos marcou sua passagem pelo time principal em 2010: "não te falei que eu ia dar migué? Ia e dei mesmo", disse Dago no vestiário. Sem retaguarda, Baresi sacou o vaselina, mas o ambiente era terrível e ele terrivelmente cru.
O São Paulo de 2012 não terá um treinador verde, muito pelo contrário. Emerson Leão, sem multa rescisória e sob a sombra de Paulo Autuori para maio, precisará mostrar muito mais do que no último Campeonato Brasileiro. Para isso, terá reforços de personalidade, especialmente Fabrício, que chegam com a missão de mudar o ambiente e a atitude da equipe em campo - sem Dagoberto e certamente sem Marlos, a tarefa fica mais acessível. Juan, Casemiro e Henrique, que também se enquadram no perfil de vaselina, estão na alça de mira.
A incógnita, se já não bastasse os últimos terríveis trabalhos de Leão, é a qualidade do time a se formar. Os reforços chegam com o carimbo de Eduardo Uram, empresário que dominou o futebol carioca no início da década e trabalhava com mais de 15 jogadores do Figueirense. Se o São Paulo de 2005 a 2010 era de Juan Figger, hoje é de Uram. Apelidado de Sombra por sua discrição nos bastidores, ele foi quem intermediou os contratos de Maicon, Edson Silva e Cortês. Eles se juntam a Cícero, Juan, João Filipe e Luiz Eduardo. Sete jogadores do mesmo agente.
Ter muitos nomes do mesmo empresário dentro do elenco, o ex-diretor de futebol Juvenal Juvêncio sabe que é sempre um perigo. Daí sua implicância quando Marlos, Dagoberto e Miranda, de Marcos Malaquias, estavam juntos em campo. A aproximação de Uram se deu na ascensão de Adalberto Baptista, do marketing ao futebol, e já rendeu um fruto. Luiz Eduardo, promessa de Cotia para a defesa, assinou com o agente, que pela segunda temporada consecutiva transformou o Orlando Scarpelli em um grande supermercado da bola.
Cristóvão Borges, que comandou o inesquecível Vasco-2011, costumava dizer na reta final da temporada: o mais difícil não é montar um time forte, mas sim construir um grupo. Desde que Muricy Ramalho deixou o Morumbi, o São Paulo, com seus vaselinas, com os jovens e com os pacotões, reúne bons jogadores, mas nunca tem uma equipe de verdade. A versão 2012, com Emerson Leão, não passa segurança até aqui.
Cristóvão Borges, que comandou o inesquecível Vasco-2011, costumava dizer na reta final da temporada: o mais difícil não é montar um time forte, mas sim construir um grupo. Desde que Muricy Ramalho deixou o Morumbi, o São Paulo, com seus vaselinas, com os jovens e com os pacotões, reúne bons jogadores, mas nunca tem uma equipe de verdade. A versão 2012, com Emerson Leão, não passa segurança até aqui.
Um comentário:
Salve, Dassler.
O mais estranho nessa história é como um time que não tem nada de bobo como o Inter acredita no Dagoberto. Pra variar, deve estar copiando o Grêmio que também trouxe uma bomba-relógio para 2012... hehe.
Abraço.
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