quinta-feira, 14 de junho de 2007

Doze


Onze jogadores não serão suficientes para o time que, dentro de casa, venceu suas últimas onze pelejas. Será preciso que a massa, como sempre foi, seja mais um. Só assim, uma vitória, quem sabe a décima segunda (se o Grêmio empatar com o Cruzeiro no fim de semana), do que seria a façanha final.

Não será fácil, definitivamente não será. Mas na Era Mano Menezes no Grêmio, foram incontáveis façanhas. Momentos de pura superação, onde o que parecia perdido, virou inacreditável. Virou argumento para um time, tido por seus insandecidos torcedores, como imortal. Se vier, não será a primeira. Há onze exemplos a serem lembrados.

1-) Grêmio 2 x 0 Santos em 30 de maio de 2007.

Um primeiro tempo fabuloso marcou a vitória do Grêmio sobre o Santos de Vanderlei Luxemburgo, no jogo de ida das semifinais da Libertadores. O placar, sete dias depois, se mostrou decisivo. Sem tomar gols em casa e balançando as redes em duas oportunidades, o tricolor gaúcho chegou até a final graças ao que fez no Olímpico: uma partida inesquecível.

2-) Grêmio 2 x 0 Defensor em 23 de maio de 2007. Nos pênaltis, 4 a 2.

A vitória por mais de um gol era obrigatória. Perder no Uruguai por mais que o placar mínimo representava a certeza de sofrimento para os gremistas. Decidindo em casa, o time de Mano Menezes fez um grande primeiro tempo, fez o placar que precisava e parecia saber que a vaga seria selada nos pênaltis. Um 4 a 2 tranquilo na série fechou o duelo.

3-) Juventude 3 x 3 Grêmio em 29 de abril de 2007.

O ambiente hostil do Alfredo Jaconi não poderia fazer o Grêmio tremer. Mas era a final do Campeonato Gaúcho e, no jogo de ida, perder não seria nada bom. Com muita fibra e em tarde inspiradíssima de Carlos Eduardo, o tricolor empatou com Tuta já nos acréscimos e abriu caminho para a goleada no jogo de volta.

4
-) Grêmio 1 x 0 Cerro Porteño em 24 de abril de 2007.

Nada além da vitória importava ao Grêmio que precisava da classificação. Um nervosismo enorme durante 70 minutos imperou até que, o menino Éverton, saiu do banco para garantir a vaga com a cabeça. Jogo absolutamente mental. Melhor para os gremistas.

5-) Grêmio 4 x 0 Caxias em 20 de abril de 2007.

Maior façanha gremista desde a Batalha dos Aflitos, essa vitória pela semifinal do Gauchão 2007 teve proporções épicas graças ao revés no jogo de ida, com três gols a zero para os adversários do Caxias. O Grêmio fez mais. Com quatro a zero (Patrício, Tcheco, Diego Souza e Tuta), garantiu-se na final e ali, colocava a primeira mão na taça do bi.

6-) Cerro Porteño 0 x 1 Grêmio em 15 de fevereiro de 2007.
Em um jogo onde tudo que há de ruim na Libertadores esteve presente, coube a Lucas e Saja darem a vitória ao Grêmio. O camisa 8, com um belo gol, fez a favor. O goleirão argentino, ainda se ambientando ao clube, pegou um pênalti já nos acréscimos do segundo tempo. Aí choveram objetos em campo, pancadaria...

7-) Grêmio 4 x 4 Fluminense em 16 de julho de 2006.

Para muitos, o melhor jogo do Brasileirão 2006. Em tarde absolutamente eletrizante, o placar mudou de lado em várias oportunidades. Os gremistas abriram o marcador em dois a zero, antes de ver o tricolor carioca atingir a dianteira com quatro gols consecutivos. Já nos acréscimos, Rômulo e Herrera, para delírio da torcida gaúcha, buscaram o empate.

8-) Grêmio 2 x 0 Corinthians em 16 de abril de 2006.

De volta ao primeiro escalação do futebol nacional, o Grêmio tinha pela frente o atual campeão brasileiro. Com muita raça, e até jogo ríspido, o tricolor superou a dificuldade inicial – técnica, mental e estratégica - que sofre quem volta da segunda para a primeira divisão. Com limitados como Ricardinho, Alessandro, Marcelo Grohe, Evaldo e Wellington em campo, mostrou o tamanho do peso da mística gremista.

9-) Internacional 1 x 1 Grêmio em 09 de abril de 2006.

O palco era o Beira Rio e o adversário o mais rival possível. Na finalíssima do Gauchão 2006, os gremistas necessitavam da vitória ou um empate sem gols. Coube a Pedro Júnior a alcunha de herói do título, que não só deu um algo mais de vitorioso ao time de Mano Menezes, mas também impediu que o Inter, àquele momento muito superior, atingisse o pentacampeonato.

10-) Náutico 0 x 1 Grêmio em 26 de novembro de 2006.

Para os superticiosos, o grande jogo da história do Grêmio, a Batalha dos Aflitos foi o maior registro de superação e imprevisibilidade visto no futebol pelos últimos anos. Com sete jogadores – ou guerreiros - em campo e prejudicado pela arbitragem, o tricolor gaúcho contou com um pênalti defendido por Galatto e um gol de Anderson para sair do Estádio dos Aflitos com a volta para a primeira divisão ratificada.

11-) Ceará 3 x 4 Grêmio em 28 de junho de 2006.

Atuando em território cearense, o Grêmio conseguiu uma vitória inacreditável no jogo que, indiscutivelmente, marcou o nascimento gremista na Série B 2007. O placar apontava 3 a 1 para os donos da casa, porém uma virada inacreditável - com gols de Fábio Bala, Patrício e Victor Boleta contra – selou três pontos e um êxito moral que não se pode dimensionar com números.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito complicado mesmo. Pra mim tá 80% pro Boca e 20% pro Grêmio. Para conseguir tal êxito, é fundamental que Tuta e Tcheco, que vem com alguns problemas físicos, estejam preparados para está decisão, pois são fundamentais. A torcida tem que criar o espírito da Libertadores, com fez muito bem com o Santos, até ressaltado por Vanderlei Luxembrugo e tal bem feito ontem pela torcida argentina.

Vendo esses históricos de grandes tirunfos tricolores, me faz acreditar que ainda é possível. Párar Roman no jogo da volta é imprescendível, ou fazendo uma marcação individual, o que me parece não é o pensamento de Mano Menezes, enfim, seja de qual forma for marcá-lo, não dar o mínimo de espaço, pois se não pode se repetir o que aconteceu com tantos outros brasileiros recentemente que enfrentaram o Boca recentemente, como Palmeiras duas vezes, Santos, São Caetano, além do Internacional duas vezes também na Copa Sulamericana e São Paulo na Recopa.

Eu escalaria o time mais ofensivamente, buscando marcar pressão e sem dar chance ao adversário, como o Grêmio fez tão bem contra o Santos. O fator psicológico é fundamental, para não querer marcar o terceiro gol, antes do primeiro e do segundo. Além de o Grêmio não ter sofrido gols em casa, o Boca perdeu 4 de seus 6 jogos fora de La Bombonera. Enfim, prenúncio de um jogaço no Olímpico, com amplo favoritismo do Boca ao título.

Anônimo disse...

É muito - mais muito mesmo! -difícil imaginar uma virada gremista. É possível, mas não é nada provável.

Seus exemplos mostram que ainda dá para acreditar, nem que seja um pouco. Mas com um problema: de todos os jogos citados por você, em somente um deles o Grêmio conseguiu um placar como o que precisa nesse próximo jogo - e foi contra o Caxias, que não é nem de perto o Boca.

Gerson Sicca disse...

é difícil. O ataque do grêmio tem sido muito pobre na Libertadores. Aliás, o ataque só funcionou mesmo no Gauchão, contra times pequenos.