quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Com Ronaldinho, a última cartada para Luxemburgo


Vanderlei Luxemburgo teve um péssimo retorno ao Flamengo no último ano: conseguiu ser tão ruim ou pior que os antecessores Silas e Rogério Lourenço, não encontrou uma fórmula de jogo, flertou de perto com a zona do rebaixamento e só não chegou à última rodada do Campeonato Brasileiro com chances de queda por conta de uma combinação da tabela, que colocou Atlético-GO e Vitória no mesmo jogo. Mesmo assim, teve seu poder ampliado na Gávea.

Na surdina, Luxemburgo fez alterações sensíveis na comissão técnica, que até então só tinha dois membros de sua confiança: Antonio Mello e Antonio Lopes Júnior. Ao todo, demitiu seis profissionais que estavam no clube - alguns, há mais de uma década. A presidente Patrícia Amorim ainda lhe concedeu o direito de dispensar jogadores identificados com o clube, casos de Juan e Petkovic, por exemplo. Diogo, jovem de potencial que procurava a afirmação, foi liberado em nome da palavra que o técnico mais gosta: "meu projeto é de 18 meses e ele só tem seis de contrato", argumentou.

A debandada geral no Flamengo permitiu a Luxemburgo buscar nomes caros, de sua preferência, graças ao alívio na folha. Em especial, o goleiro Felipe e os meias Botinelli e Thiago Neves. A responsabilidade do treinador cresce ainda mais, é lógico, pela presença de Ronaldinho Gaúcho. Ele, que falhou em 1995 quando teve outro time dos sonhos na Gávea, tem agora provavelmente aquela que pode ser sua última grande cartada - sem trocadilhos com o jogo de pôquer - na carreira.

Para o sucesso rubro-negro, Luxemburgo certamente precisará ser um sujeito hábil no trabalho de dentro e fora de campo. Afinal, o clube mais popular do Brasil ainda procura o profissionalismo - justamente, aquele que faltou para Ronaldinho nos últimos três anos da carreira. Surgiram especulaçòes de que o novo camisa 10 teria direito a faltar em dois treinos matutinos por mês, por exemplo. Some a isso que o treinador, em seus clubes mais recentes, não conseguiu triunfar apesar de ter respaldo semelhante ao que recebe na Gávea.

Acomodar Ronaldinho e Thiago Neves na equipe também irá solicitar inteligência de Luxemburgo, que falhou de forma significativa em encontrar os sistemas ideais para o Flamengo e o Atlético-MG em 2010. Em que pese a diferença técnica brutal em relação aos mortais do futebol brasileiro, o Gaúcho já provou, no Milan, que não consegue mais brilhar a 100% em qualquer região do campo. Além disso, o elenco flamenguista tem lacunas defensivas importantes - o miolo de zaga e a lateral esquerda, principalmente.

Por todos os títulos que construiu em sua carreira indiscutivelmente vitoriosa, Luxemburgo merecia mais essa grande oportunidade que o Flamengo e Ronaldinho, com quem falhou em Sidney-2000, lhe oferecem. Será um momento ideal para notar se o treinador ainda tem a habilidade que mostrou, no passado, para lidar com as estrelas. Basta se recordar que os vestiários do Palmeiras, com ele, ferviam na década de 90. Mesmo assim, sempre receberam grandes conquistas. É disso que Luxa precisa.

Um comentário:

Unknown disse...

Caro, você sabia que é um mau jornalista? Sua matéria no Terra falando de "empresários" de jogadores além de cheia de clichês é intelectualemnte corrupta. Mas não admira. Se você tivesse lido Mencken ou Gay Talese ia saber o que é fazer bom jornalismo. Exigir que um cabeça-de-bagre faça um gol de Pelé é arrogância. Item, ao publicar uma foto num sítio de impacto nacional, não acha que seria prudente saber de quem se trata? E se eu sou um executivo que quis apenas ver uma partida de futebol numa tarde de sol? Vou analisar as medidas judiciais e logo logo você será notificado. Abraço.