segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A seleção sub-20 campeã e a linha que Mano não completa


Na prática, Danilo, Casemiro e Oscar são hoje ou em um futuro próximo, no máximo, os únicos jogadores campeões do Mundial Sub-20 capazes de ajudar Mano Menezes. O que não significa que não haja brilho no trabalho de Ney Franco e no pentacampeonato conquistado na Colômbia. O time brasileiro progrediu coletivamente de forma absurda desde o Sul-Americano e sequer teve seus dois melhores jogadores, Neymar e Lucas, no título do último sábado.

Mas, a partir de agora, é cada um com sua luta particular em seu clube. Gabriel tentará ser um reserva confiável para Fábio, Bruno Uvini e Henrique vão buscar algo a mais no São Paulo, Coutinho ainda se encontrar como profissional e Fernando mais um dos bons volantes revelados pelo Grêmio. O mesmo serve para Juan, Dudu, Negueba e tantos outros. Mas importante notar que, ao contrário de outros momentos, a seleção sub-20 auxiliou na formação de seus campeões. Todos devem receber oportunidades de verdade em seus clubes, dada a qualidade e a projeção do trabalho de Ney Franco e o título Mundial.

Mas, por ora, Mano Menezes sabe que só dois ou três estão em sua órbita de verdade. Ele, que fala tanto em linha de trabalho uniforme da sub-15 ao time profissional, deve saber que existe um hiato muito grande entre o time júnior e o principal. É a seleção olímpica, em 2012, que fecha o ciclo formativo desses jogadores campeões com a camisa verde-amarela. E justamente aí, onde simplesmente não existe um time que treine e jogue junto, o hiato que pode não dar a Mano mais do que esses dois ou três.

Mano, que comanda a seleção olímpica daqui pouco mais de 11 meses, em Londres, nunca reuniu todos os jogadores que devem participar dos Jogos. Há uma base, sobretudo na frente, mas a linha de trabalho que começa aos 15 anos, hoje, ainda não passa dos 20. No Velho Continente, os Europeus Sub-17, Sub-19 e Sub-21 fazem esse papel com perfeição, já que à fase final do último chegam atletas com 22 ou até 23 anos. De lá, saem prontos para assumir responsabilidades - a geração alemã campeã sub-21 foi a base para a Copa 2010, por exemplo.

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