quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Boxing Day, dia de futebol


O futebol europeu já está de férias, exceto a Inglaterra. Salta aos olhos ver que, na Premier League, serão jogados quatro rodadas em um intervalo de no máximo doze dias – de 22 de dezembro a 02 de janeiro. Somente neste 26 de dezembro, que é efetivamente o “Boxing Day”, foram nove partidas disputadas nos gramados ingleses, totalizando a incrível média de público de quase 30 mil pessoas. Boxing, aliás, vem de caixas – de presente, no caso – o que significa ser, este, um dia para a troca de presentes.

Em solo britânico, particularmente, a prática esportiva nesse período é algo muito tradicional. Tão tradicional que, caso o dia 26 caia em um sábado ou domingo, a segunda-feira seguinte se torna feriado, garantindo um dia de folga aos trabalhadores – e, claro, tempo para ir aos estádios. Além disso, é comum que patrões presenteiem os funcionários nesta data.

Gary Lineker, astro inglês na Copa de 90, tem uma frase sempre repetida na época do Boxing Day: “É a oportunidade de sair de casa, farto de agüentar a sogra, tomar umas cervejas e ver futebol”. Antes de tudo, essas rodadas têm, segundo os próprios envolvidos, uma atmosfera diferente e é onde os jogadores precisam se doar mais.

Naturalmente, o período é tratado como decisivo para o desenrolar da temporada. A profundidade dos elencos, em especial aqueles que disputam competições européias e vêm mais desgastados, é colocada à prova. Na última edição da Premier League, por exemplo, foi justamente nessas tais rodadas que o Manchester United descolou do Chelsea e, dali em diante, caminhou para o título inglês. Enquanto os Red Devils venceram três jogos e empataram outro, o Chelsea só venceu um e empatou outros três.

Neste dia 26, ocorreu algo significativo. Na ponta da tabela desde a quinta rodada, o Arsenal ficou no empate contra o Portsmouth, permitindo a ultrapassagem do Manchester United, que surrou o Sunderland por 4-0. Além disso, o Chelsea fez um trepidante duelo contra o Aston Villa, encerrando em 4-4. E, contra o lanterna Derby County, o Liverpool venceu por 2-1, no último minuto, e se aproximou dos líderes. De fato, um Boxing Day daqueles.

Link:

Renato Andreão, colunista da Trivela, realizou uma imperdível entrevista com Andrew Young. Além de preparador físico da seleção australiana, Young desempenha a mesma função no Fulham. Como responsável pelos jogadores dos Cottagers, fala sobre as particularidades do Boxing Day.

http://www.trivela.com/index.asp?Fuseaction=Especiais&id_secao=44&id_codigo=17634

"O que esperar.."


De VANDERLEI LUXEMBURGO no PALMEIRAS

Vanderlei chega para sua quarta passagem pelo Parque Antártica apenas como parte um ambicioso projeto do clube. Respaldado pela Traffic, o Palmeiras pretende modernizar seu estádio e montar, para 2008, um time bastante forte. Trazer um treinador de ponta como Luxa, obviamente, é parte importante desse projeto. Mas, de atletas contratados, por ora apenas um confirmado: Alex Mineiro.

Será prudente observar quais poderes Vanderlei Luxemburgo terá no clube. Afinal, não se sabe bem se Luxa atuará na contratação de jogadores e, também, na administração do orçamento palmeirense, algo que fazia, em vários momentos, nos dois últimos anos de Santos. Aparentemente, no Parque Antártica, o treinador só deve se restringir na indicação de jogadores - o que é melhor para todo mundo.

Focado no trabalho técnico e tático, Vanderlei Luxemburgo pode oferecer, ao Palmeiras, uma condição que o clube não teve com Caio Júnior. Nesses pontos, Luxa é um sujeito incansável, minucioso e que não admite derrotas. Caio, é dever dizer, admitia algumas derrotas. Se for assim, o Palmeiras ganha demais. Até porque, na indicação de reforços, VL também é bastante competente.

O primeiro bom passo do treinador, indiscutivelmente, foi respaldar o elenco atual. Conhecido com algumas faxinas que faz nos plantéis que dirige, Luxemburgo deixou claro que pretende trabalhar com os jogadores que lá estão. E, claro, buscar reforços. Leonardo (Portuguesa) e principalmente Élder Granja (Internacional), são aguardados. Se vierem, a parceria Luxa-Palmeiras começou muito bem.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Cambiasso e Júlio Baptista


Aos fãs do futebol, não haveria melhor maneira de apreciar a antevéspera natalina. Os dois clássicos que melhor combinam rivalidade e técnica, na Europa, brindaram àqueles que abriram mão da praia (ou do passeio no parque), do almoço com os amigos ou da macarronada da sogra.

Internazionale e Milan, ao contrário do que ocorre sistematicamente no dérbi milanês, protagonizaram uma partida movimentada e com muitas alternativas. Na Catalunha, Real Madrid e Barcelona, por sua vez, deixaram poucos espaços, em um duelo marcado pela maior segurança merengue ao longo dos 90 minutos.

Além disso, ficou claro o momento de transição pelo qual passam as quatro equipes. Real e Inter, além de vencedores, foram dominantes em todo o tempo, cenário inimaginável nas últimas temporadas. E, nas duas partidas, foi na faixa central dos meios-campos que apareceram os dois protagonistas do domingo: Cambiasso e Júlio Baptista.

- Um Tanque no Camp Nou -


Cerca de 99 mil pessoas brindaram o “clássico dos clássicos” e, muitas delas, dariam a Júlio Baptista o prêmio de dono do jogo. Na verdade, JB só comprovou a bela fase que atravessa e que, é dever dizer, se iniciou na Copa América. Acumulando sucessivos bons jogos, minou as chances de Guti atuar entre os titulares. E, se sabe bem, o meia espanhol é um jogador muito influente no dia-a-dia merengue, algo que amplia os méritos de Júlio.

Encaixado por Schuster como meio-campista interno, o brasileiro se beneficia da enorme segurança defensiva que oferecesse o malinês Diarra. Teoricamente, Júlio Baptista é um dos dois volantes, atrás dos meias externos (Robinho e Sneijder) e dos atacantes (Raúl e Van Nistelrooy). Mas, várias vezes, JB se apresentou à frente, o que ocasionalmente significa um 4-1-3-2. Nessa situação, o destaque do clássico apresenta suas maiores virtudes: força física para romper pela marcação, rapidez no deslocamento e excelente finalização de média e curta distância.

Júlio Baptista, em inúmeras situações da carreira, pagou pelo rótulo de coringa. Por ser forte demais, já foi usado como primeiro homem de meio-campo – ou, até, como centroavante.
Entender suas características, nitidamente algo que faz Schuster, só lhe traz benefícios. Vale lembrar que, no Sevilla, JB fez 39 gols em duas temporadas: números indiscutíveis, assim como sua atuação deste domingo.

- Volante-meia e meia-volante –

As atuações de Cambiasso, nos gramados alemães em 2006, foram pouco reconhecidas. Aliás, em razão do que fizeram Frings, Pirlo e Vieira, passaram despercebidas. Na atual temporada, o volante argentino só comprova a evolução e consolidação de seu futebol. Hoje, é um dos principais jogadores da posição em toda a Europa. E, no dérbi de Milão, o interista, além do gol da vitória (com enorme colaboração do decadente Dida), brindou os admiradores do futebol moderno com mais uma performance acima da média.

A importância de Cambiasso, antes de tudo, aparece quando Figo, Vieira, Stankovic e Dacourt –concorrentes das outras três vagas no meio-campo de Roberto Mancini – estão lesionados. Em sua plenitude física, o argentino segue comandando o setor, ponto alto da Internazionale que perdeu um de seus últimos 57 jogos na Série A.

Volante-meia ou meia-volante? A verdade é que Cambiasso, da natureza de seu futebol, cumpre todos os fundamentos com excelência. Após sua carreira perder o foco e as comparações com Fernando Redondo murcharem, o interista é mais que realidade. É, ao lado de Ibrahimovic, o dono do time. Time que, aliás, tem tudo para ser tricampeão no plano doméstico.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Tradição vs Boa Fase


Na Liga dos Campeões, indiscutivelmente, a camisa pesa. Salvo em 2004, ano atípico até mesmo em todo o planeta bola (Grécia na Eurocopa, São Caetano no Paulistão, Santo André no Paulistão, Once Caldas na Libertadores..) e que o Porto foi o principal time da Europa, pesa bastante o pedigree de quem decide no play-off. Clubes como Arsenal e Internazionale, recentemente, têm sofrido pela falta de cancha nesses jogos decisivos. Terão, entretanto, dois tiras-teimas para desmistificar a teoria.

Líder absoluta de sua chave na fase de grupos, a Internazionale vive um momento que há décadas não atravessava: nos últimos 56 jogos pela Série A, só perdeu um. A liderança caseira, aliás, é suprema. E a equipe de Roberto Mancini, aliás, exibe uma segurança na vitória que impressiona. Pela frente, porém, estará uma camisa pesadíssima.

Adversário de respeito, o Liverpool tem cinco LC no currículo e demonstrou, na fase anterior, sua capacidade quando o assunto é internacional. Ameaçado por eliminação, venceu três jogos consecutivos e atingiu seu auge na temporada. Entretanto, não parece capaz de alcançar seu maior objetivo na temporada, a Premier League. Na Copa da Liga, os Reds também foram eliminados, na última quarta, pelo Chelsea. Rafa Benítez, por tudo isso, já vai sendo questionado em Anfield.

Arsenal-Milan

Colhedor de várias decepções internacionais, o Arsenal chega aos play-offs da Liga dos Campeões com um cenário tão fascinante quanto aquele de três anos atrás, quando foi campeão inglês invicto, mas caiu diante do Chelsea no plano europeu. Dessa vez, poderá pesar a pouca idade do time de Wenger.

Os jovens gunners, entretanto, têm pela frente um adversário de claras demonstrações de força quando o assunto é Liga dos Campeões. Atualmente, ninguém se impõe com tamanha autoridade na LC, algo que fica claro pelo próprio desempenho milanista na Série A italiana. Com um elenco, em contrapartida, de idade bem avançada, Milan e Arsenal será, acima de tudo, um duelo de gerações.

O que vai dar?

Ainda que os momentos melhores de Arsenal e Inter possam pesar, é difícil crer em Milan e Liverpool sendo atropelados em um duelo eliminatório em nível internacional. Fazer prognósticos, então, é algo impossível. Apenas que serão duelos fabulosos. Todos os oito.

Os outros duelos

Manchester United-Lyon
Barcelona-Celtic
FC Porto-Schalke
Real Madrid-Roma
Chelsea-Olympiakos
Sevilla-Fenerbahçe

"O que esperar.."


De ADRIANO no SÃO PAULO

Messi, Cristiano Ronaldo, Kaká... imagine qualquer um deles jogando no futebol brasileiro em 2010, daqui três anos. Impossível? Pois pensar em Adriano no Brasil, no auge de sua forma em 2004, era tão complicado quanto. Roman Abramovich, à época, ofereceu algo em torno de 100 milhões de euros para levá-lo ao Chelsea. Por seis meses, o São Paulo vai lhe ter de graça.

A contratação de Adriano, por si só, já produz um impacto internacional. Não só o Brasil e todo o continente estarão de olho. Mas, com o Imperador no Morumbi, toda a Europa ficará atenta. Primeiramente, caso esteja em forma física e bem disposto, o camisa 10 tricolor já destoa - e muito - do nível nacional e sul-americano. Em aspectos técnicos, é indiscutivelmene um enorme acréscimo ao já azeitado time de Muricy Ramalho.

Em sua apresentação oficial, Adriano enfatizou a vontade de voltar a atuar em grande nível. O centroavante desmoronou desde a última Copa do Mundo, em especial. Muitas mulheres, confusões e bebidas, poucos gols. Isso, porém, o Imperador já havia ressaltado há seis meses atrás, no início da temporada. Resta aguardar por sua disposição profissional, mas, desde já, soa como a melhor oportunidade para a tal recuperação. No Flamengo e no Rio de Janeiro, de repente, o interista podia não encontrar o cenário propício para se compenetrar.

Para a Internazionale, indubitavelmente, um grande negócio. Adriano, caso se recupere, é um dos melhores e mais caros atacantes do planeta. E o São Paulo, porém, deve aproveitar bem a presença do Imperador, já que no meio do ano, possivelmente, ele irá embora. Gerar recursos com marketing, atrair a atenção dos europeus e fazer a melhor Libertadores que for possível - alguns dos objetivos a serem atingidos. O planejamento de seis meses, tempo do empréstimo, raramente deixa legados muito positivos.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Paz, Cléber


"Me lembro de Cléber em alguns clubes brasileiros. Mas foi em 2005, com a Portuguesa, que vi seu futebol encantar. Raquítico e lento, foi a prova mais real de que, os mais talentosos, brilham em qualquer torneio. Na Série B, em que muitos teimam dizer que só se sobressaem os jogadores viris, Cléber brilhou. Foi o maior de todos naquele ano.

De seu calibrado pé esquerdo, vários foram os chutes que levaram a Portuguesa para o quadrangular final. Pouco, muito pouco, não lhe colocaram entre os dois que subiram para a primeira divisão. Independente disso, Cléber foi o maior naquela temporada.

Desde então, seu futebol voltou ao ostracismo, seja com o Vitória, seja com o Bahia. Cléber foi ao encontro de Deus nesta quinta-feira. Foi ao encontro dos oito tricolores falecidos, justamente, no dia do acesso do Bahia. O time de craques no céu ganhou mais um meia-esquerda, um camisa 10 de raro talento."

Cleberson Luciano Frolich
* 13/07/76
+ 20/12/07

O gol da semana - Tevez



A apresentadora latina usa o termo "jogada de laboratório". De fato, uma expressão bastante pertinente. Não é difícil de se imaginar que Alex Ferguson ou Carlos Queiroz, antes da partida, tenham observado o posicionamento do Liverpool nos escanteios defensivos. O lance é perfeito!

Rooney, naturalmente, não ficaria longe de um escanteio ofensivo. Ele aparece para dar o passe forte e direto, nos pé de Carlos Tevez, cuidadosamente fora de impedimento. Jogada de laboratório que deu três pontos ao Manchester United em um jogo onde, o time de Fergie, foi figurante. Mas, saiu de Anfield com três pontos.

domingo, 16 de dezembro de 2007

"O que esperar.."


De ADÍLSON BATISTA no CRUZEIRO

Adílson chegou ao Cruzeiro, claramente, como a segunda opção - Mano Menezes era prioridade. Embora seja uma situação com a qual os profissionais já devam estar acostumados, isso eventualmente significa um desconforto. Ainda assim, Adílson Batista, após alguns trabalhos como "bombeiro" e uma temporada sólida com o Figueirense, parece suficientemente capaz - e merecedor - de realizar um trabalho de bom nível na Toca da Raposa.

Embora tenha passado pelo Grêmio, evidentemente um clube grandioso, essa será a principal chance de Adílson. A herança deixada por Dorival Júnior, além da vaga na Libertadores, é bastante interessante. Além disso, o elenco cruzeirense é um dos melhores do país e há talento e variedade em quase todas as posições. Só que, o treinador e a direção, precisam direcionar melhor as ações do clube no mercado de contratações. Afinal, na Toca da Raposa, o título é a grande e natural pretensão.

Andrey, Elicarlos, Apodi e Marcelo Tavares - quatro reforços confirmados. Paulo Baier, Fabrício, Henrique e Marquinhos Paraná - nomes em pauta. Na prática, oito nomes para compor um elenco que já é, claramente, muito extenso. Para se colocar com segurança na briga pelo título, o Cruzeiro deve ir atrás de um craque experiente, que dê a calma que a garotada não teve no Campeonato Brasileiro.

Wagner, Ramires, Charles, Maicosuel, Leandro Domingues e Guilherme, não indo tão longe, são ótimos, mas um tanto quanto instáveis. Equacionar melhor essas indicações, inicialmente, é a grande tarefa para Adílson Batista.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

“O que esperar..”


Como é período de entressafra no futebol brasileiro, o Papo de Craque oferecerá, em pílulas, seu ponto de vista e perspectivas sobre algumas contratações, quase sempre entre os treinadores.

Iniciando , uma visão sobre Mano Menezes, o negócio mais “barulhento” entre os técnicos.

De MANO MENEZES no CORINTHIANS

Mano chega com a reputação absolutamente sólida por um trabalho que tirou o Grêmio da zona de rebaixamento da Série B para o vice-campeonato da Libertadores. Não bastasse isso, construiu os resultados com uma dose razoável de emoção, reviravolta e placares improváveis. Mesmo valorizado e com a possibilidade concreta de Santos, Cruzeiro e Palmeiras, optou por tentar fazer o mesmo no Parque São Jorge.

Sua tranqüilidade e suas convicções firmes, certamente, significam tudo que precisa o Corinthians nesse momento. Não fosse o suficiente, Mano é um sujeito de integridade e que transmite lisura em um clube tão assolado por crimes das mais diferentes espécies. Outra virtude do gaúcho, é a incrível carga tática que impõe aos seus jogadores, além de treinos que, nos últimos anos, se mostraram proveitosos. O Parque São Jorge não vê isso há pelo menos três anos.

Ao invés de buscar o interino com cara de amigão ou o experiente em fim de carreira, o Corinthians acertou na aposta em Mano Menezes. Ainda que seja caro, especialmente para quem vai jogar a Série B, o treinador pode trazer muitos lucros caso obtenha ao menos parte do sucesso que se prevê. No Grêmio, Mano conseguiu façanhas relevantes com vários jogadores limitados ou mesmo que se recuperaram sob suas mãos.

Caso se paute mesmo pela seriedade e por um contexto de trabalho mais profissional, o Corinthians pode ter encontrado em Mano Menezes, indiscutivelmente, o cara certo para protagonizar uma virada. Mas, a situação é bem delicada. As finanças estão prejudicadas e o oba-oba precisa ser controlado na hora de ir ao mercado. Negócios como os que estão sendo alinhavados com Leonardo (Portuguesa) e William (Grêmio), são muito proveitosos.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Cinco vezes Lyon


A classificação do Lyon para o mata-mata da Liga Campeões, pela quinta vez consecutiva, foi uma das principais atrações nesta sexta e última rodada da fase de grupos da principal competição européia. Assim como nas últimas quatro temporadas, o time de Juninho Pernambucano irá em busca do título europeu, embora seja verdade, sem o mesmo futebol de anos anteriores.

O ano de 2007, na hegemônica história lionesa, ficará marcado como, provavelmente, o mais complicado. Aliás, a campanha na Liga dos Campeões 2006-2007, em que o time então comandado por Gérard Houllier foi eliminado nas oitavas-de-final, representa um índice inferior aos três anos passados. Além disso, o Lyon perdeu parte do embalo que lhe caracterizou no cenário doméstico. O mais recente dos títulos franceses, vale dizer, só foi garantido em virtude do primeiro turno arrasador.

Passado algum período de instabilidade, Alain Perrin conseguiu dar certa forma ao time que foi evidentemente reconstruído. Nesse sentido, Hatem Ben Arfa e especialmente Karim Benzema, hoje o maior nome do futebol francês, assumiram rapidamente papel de protagonismo. Sem Malouda e Wiltord, são os dois que têm formado o tridente ofensivo com o experiente Sidney Govou.

Juninho, mesmo sem o brilho que se tornou habitual, atua em nível ainda muito interessante. O outro meia, função por onde já passaram, por exemplo, Essien e Tiago, tem sido o sueco Kim Källström, enfim adaptado. Atrás dos dois, fazendo a função de “trinco”, como diriam os portugueses, aparece o ótimo Jérémy Toulalan, eficaz na marcação e sempre interagindo com as ações ofensivas.

A defesa, porém, pode atrapalhar as pretensões do clube no funil da Liga dos Campeões. Cris e Grégory Coupet, lesionados, são jogadores essenciais, até porque Anderson, titular há pouco tempo, e Vercoutre, reserva imediato no gol, não estão no mesmo nível. O arqueiro, aliás, é horroroso, embora venha surpreendendo positivamente. Pelas laterais, Fabio Grosso está longe de ser o campeão do mundo de 2006, enquanto Clerc não parece nome de qualquer forte equipe que se preze.

De qualquer forma, é bom ficar atento ao Lyon, sempre perigoso quando o assunto é Liga dos Campeões. Vejamos, por ora, as quatro últimas eliminações do clube na UCL.

Oitavas-de-final - Liga dos Campeões 2006/07
Jogo de volta, Estádio Gerland (Lyon) - Placar da ida: 0-0

Lyon 0-2 Roma (Totti aos 22min e Mancini aos 44min do primeiro tempo)

Lyon: Coupet, Réveillère (Benzema), Squilacci, Cris e Abidal; Alou Diarra; Juninho Pernambucano e Tiago (Källström); Govou (Wiltord), Fred e Malouda. Téc: Gérard Houllier

Roma: Doni, Cassetti, Mexes, Chivu e Tonetto; De Rossi, Pizarro; Taddei, Perrotta e Mancini (Faty); Totti. Téc: Luciano Spalletti

Quartas-de-final – Liga dos Campeões 2005/06
Jogo de volta, San Siro (Milão) – Placar da ida: 0-0


Milan 3-1 Lyon (Inzaghi aos 25min e M.Diarra aos 31min do primeiro tempo; Inzaghi aos 43min e Shevchenko aos 48 do segundo tempo)

Milan: Dida, Stam (Costacurta), Nesta, Kaladze e Serginho; Pirlo (Ambrosini), Gattuso (Maldini) e Seedorf; Kaká; Shevchenko e Inzaghi. Téc: Carlo Ancelotti

Lyon: Coupet, Clerc, Cris, Caçapa e Abidal; M.Diarra; Juninho Pernambucano e Malouda; Wiltord, Fred (Carew) e Govou (Revéillère). Téc: Gérard Houllier

Quartas-de-final – Liga dos Campeões 2004/05
Jogo de volta, PSV Stadium (Eindhoven) – Placar da ida: 1-1

PSV Eindhoven 1-1 Lyon (Wiltord aos 10min do primeiro tempo; Alex aos 5 min do segundo tempo / 4-2 para o PSV nos pênaltis)

PSV Eindhoven: Gomes, Ooijer, Alex, Bouma e Lee; Vogel; Cocu e Van Bommel; Farfán (Robert), Vennegoor of Hesselink (Beasley) e Ji-Sung Park. Téc: Guus Hiddink

Lyon: Coupet, Revéillère, Cris, Caçapa e Abidal; M.Diarra; Essien e Juninho Pernambucano; Wiltord (Nilmar), Govou (Ben Arfa) e Malouda. Téc: Paul Le Guen

Quartas-de-final – Liga dos Campeões 2003/04
Jogo de volta, Estádio Gerland (Lyon) – Placar da ida: 2-0

Lyon 2-2 FC Porto (Maniche aos 6min, Luyindula aos 14min do primeiro tempo; Maniche aos 2 min, Elber aos 45min do segundo tempo)

Lyon: Coupet, Müller,Edmílson e Berthod; Essien (Réveillère), M.Diarra e Malouda; Juninho Pernambucano (Bergougnoux) e Dhorasoo (Deflandre); Elber e Luyindula. Téc: Paul Le Guen

Porto: Vítor Baía, Paulo Ferreira, Jorge Costa, Ricardo Carvalho e Nuno Valente; Costinha, Alenichev e Maniche; Deco (Pedro Mendes); Carlos Alberto (Pedro Emanuel) e McCarthy (Jankauskas). Téc: José Mourinho

AS ELIMINAÇÕES DO LYON







quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

O gol da semana - Negredos



O gol desta semana vem carregado de magia e beira o inacreditável. Foi de Alvaro Negredo, bom atacante do espanhol Almería. Além de valer três pontos sobre o Valladolid, a bola na rede foi proveniente de um lance capaz de invejar Júnior Negão e todos os praticantes do Beach Soccer.

Os créditos, aliás, são de Leonardo Bertozzi, autor de semelhante post no blog da Trivela.

Os melhores do Brasileirão 7/7


Com um sensível atraso, o Papo de Craque encerra, enfim, a divulgação dos melhores jogadores do Campeonato Brasileiro de 2007. No ataque, a regularidade é definitivamente chutada para escanteio. Os "match winners" dominam a votação, especialmente quando tenham feito jogos decisivos. Nesse sentido, os nomes eleitos foram mais que absolutos.

Acosta - "Centroavante"

O uruguaio Acosta, pouca gente percebia, mas não tinha como ser meio-campista. Levemente desengonçado, também pelo porte físico, não dava a fluência necessária ao setor Timbu, embora fizesse seus golzinhos. Roberto Fernandes, então, foi astuto. Colocou o gringo entre os zagueiros adversários, onde ele fez gols de todas as maneiras imagináveis e se tornou o principal personagem na reação do Náutico.

Tardiamente, aos 30 anos, Acosta se encontrou. No futebol, na vida e dentro de campo, atuando como centroavante. Pretendido por boa parte dos clubes grandes do país, o uruguaio também tem suscitado pressão entre os cisplatinos, doidos para lhe ver na celeste olímpica. Por ora, o alvirrubro é o principal atacante - quiçá jogador - do Campeonato Brasileiro de 2007.

Leandro Amaral - "Português"

Leandro é daqueles casos raros de jogador que renasce. Tudo bem, muita gente renasce. Mas não a ponto de ser eleito para a seleção do Campeonato Brasileiro. Aos 30 anos, apenas no Vasco é que o atacante mostrou o grande futebol que lhe levou para a Fiorentina em 2000.

Além de fazer muitos gols, claro, decidiu jogos e carregou a equipe, de bons momentos no primeiro turno. Leandro Amaral renasce, justamente, em um clube de colônia lusa, o que chega a ser bastante curioso. Simples, porém, é sua escolha para os melhores: Leandro foi soberbo!

RANKING DOS ATACANTES

6 votos: Acosta (Náutico)

5 votos: Leandro Amaral (Vasco)

4 votos: Kléber Pereira (Santos), Felipe (Náutico), Edmundo (Palmeiras) e Josiel (Paraná)

3 votos: Carlinhos Bala (Sport), André Lima (Botafogo), Alecsandro (Cruzeiro) e Anderson Aquino (Sport)

2 votos: Fernandão (Internacional), Alexandre Pato (Internacional), Marcos Aurélio (Santos), Aloísio (São Paulo), Finazzi (Corinthians), Borges (São Paulo), Guilherme (Cruzeiro), Somália (Fluminense), Marcelo Moreno (Cruzeiro), Roni (Cruzeiro) e Rodrigão (Palmeiras)

1 voto: Dagoberto (São Paulo), Éder Luís (Atlético-Mg), Jorge Henrique (Botafogo), Dodô (Botafogo), Christian (Internacional), André (Juventude), Weldon (Sport), Fabrício Carvalho (Goiás), Marcel (Grêmio), Marcelo Ramos (Atlético-Pr), Paulo Henrique (Atlético-Mg), Otacílio Neto (Figueirense), Alan Kardec (Vasco), Leandro (São Paulo), Wesley Brasília (América), Vanderlei (Atlético-Mg), Renatinho (Santos) e Tuta (Grêmio)

sábado, 8 de dezembro de 2007

Revelações do Campeonato Brasileiro

Encontrar revelações é uma das tarefas que tenho, com mais sete amigos, no site Olheiros.

Diante disso, foram elaborados dois especiais, onde apresentamos as principais novidades no Campeonato Brasileiro. Um sobre a Série A, outro sobre as Séries B e C.

Vale a leitura!

Especial Série B e Série C -
http://www.olheiros.net/artigo.aspx?id=120

Os melhores do Brasileirão 6/7


Em sua penúltima aparição, o post dos melhores do Campeonato Brasileiro apresenta os dois meias mais efetivos durante a Série A 2007. Em virtude do critério adotado ao longo do torneio, acabam se sobressaindo, especialmente entre os meias e atacantes, aqueles jogadores chamados "match winners" (expressão comum entre os ingleses). São os que decidem partidas, ainda que não tenham sido os mais regulares.

Paulo Baier - "Meio time"

Tudo bem, o Goiás por pouco não foi rebaixado. Mas, voltando ao clube após passagem pelo Palmeiras, o meia Paulo Baier justificou a faixa de capitão e a camisa dez nas costas. Foram treze gols e dez assistências, números que, por si só, já encerram qualquer discussão.

Ainda que em uma das piores equipes da competição, Baier jogou um futebol regular, eficiente e de enorme intensidade, seja nos momentos bons do time, seja nos ruins. Ao desperdiçar pênaltis decisivos, por pouco não contribuiu para a queda esmeraldina. Mas, também teve estrela, e foi salvo pelo companheiro Élson.

Thiago Neves - "Magistral"

Em seus momentos de bom nível durante a competição, o tricolor Thiago Neves decidiu jogos com a naturalidade dos craques da posição que ocupa. Com grande futebol, manteve sempre o Fluminense no primeiro terço da tabela, algo inacreditável em virtude do desenrolar dos fatos nas Laranjeiras - o Flu já estava na Libertadores.

Talentoso na perna esquerda e dono de um arremate expressivo, também é capaz de organizar o jogo e embutir verticalidade ao seu jogo quando necessário. Um jogador bastante interessante, vencedor da Bola de Ouro da Placar, que pode ser um craque se souber administrar melhor as situações difíceis que o horizonte lhe apresentar.

RANKING DOS MEIAS

6 votos: Paulo Baier (Goiás), Thiago Neves (Fluminense)

4 votos: Caio (Palmeiras)

3 votos: Leandro Domingues (Cruzeiro), Geraldo (Náutico), Ibson (Flamengo) e Souza (São Paulo)

2 votos: Petkovic (Santos), Conca (Vasco), Valdívia (Palmeiras), Wagner (Cruzeiro), Marcinho (Atlético-Mg), Pinga (Internacional) e Ferreira (Atlético-Pr)

1 voto: Marcelinho (Vasco), Rodrigo Tabata (Santos), Renato Augusto (Flamengo), Fumagalli (Sport), Renato (Flamengo), Carlos Eduardo (Grêmio), Alex (Internacional), Lúcio (Atlético-Mg), Élson (Goiás), Araújo (Cruzeiro), Zé Roberto (Botafogo), Willian (Corinthians), Marcelo Silva (Náutico), Roger (Flamengo), Roger (Internacional), Joílson (Botafogo), Maicosuel (Cruzeiro), Netinho (Atlético-Pr), Diego Souza (Grêmio), Alex (Internacional), Lúcio Flávio (Botafogo), Pedrinho (Santos) e Tcheco (Grêmio)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Primeiros acertos


Mano Menezes chegou ao Corinthians falando grosso e com a convicção e a serenidade que lhe marcaram durante os quase três anos no Grêmio. Ainda que o salário possa ter pesado - e pesou - em sua escolha, a identificação com o projeto de recolocar os corintianos no topo e a projeção que isso pode trazer aos envolvidos foi algo ponderado por Mano. Vale lembrar que em 1998, Vanderlei Luxemburgo atingiu a seleção brasileira através do clube, algo que se repetiu quatro anos depois, com o retorno de Carlos Alberto Parreira.

Além de opiniões seguras e ponderadas, o novo treinador acerta em cheio ao brecar, segundo conta a Folha de São Paulo desta sexta-feira, algumas negociações em andamento comandadas pela diretoria. Vale lembrar, instantaneamente, da trágica planificação de elenco feita em 2004 por Rivellino e Andrés Sanchez, então diretores do clube. O pacotão com 14 jogadores montado às vésperas do Paulistão, por pouco, não valeu rebaixamento no âmbito estadual - Grafite, com dois gols para o São Paulo contra o Juventus, salvou a equipe já comandada por Osvaldo de Oliveira do rebaixamento.

Andrés e a equipe que está no comando do clube, antes de definir o treinador para 2008, já tinha negócios concluídos: Lima e Rafinha. Embora o primeiro esteja à altura da Série B e o segundo, dada a ótima performance na Copinha desse ano, pareça uma aposta válida, certamente a opinião de Mano Menezes deveria ser ouvida antes de pôr o preto no branco. Ponderado, o técnico preferiu não descartar os reforços trazidos sem o seu crivo, algo que outros colegas de profissão talvez não fizessem.

Mano Menezes, porém, age bem ao solicitar sua participação na montagem do elenco para 2008. Alguns nomes alinhavados, como Douglas e Ricardo Bóvio, talvez não estejam adequados ao que sugerem as circunstâncias corintianas. Aliás, a volta de Coelho, além do interesse nas permanências de Felipe, Betão e Finazzi, acertadamente, construem um bom horizonte para que se mantenha o que funcionava bem durante a campanha do rebaixamento.

A permanência de Finazzi, aliás, reproduz um discurso diferente do que havia sido dito por Mário Gobbi na última quinta-feira. O novo diretor, cria de Nesi Curi, equivocadamente descartou os serviços do atacante, artilheiro da equipe na Série A. Mano Menezes, como se vê, dá passos seguros e sabe onde pisa.

Os melhores do Brasileirão 5/7


Formada a linha defensiva, a seleção Papo de Craque do Campeonato Brasileiro chega ao meio-campo. À frente das retaguardas, foram vários os volantes que, com classe, técnica e futebol combativo, atingiram posições de destaque em suas equipes. Por critérios, só é possível alinhar dois nomes entre os selecionáveis. Mas, fica o registro, do belo torneio realizado por uma série de cabeças-de-área da Série A em 2007.

Ramires - "Em todas as partes"

Ladrão de bolas, fôlego de gato, deslocamentos intensos. Essas três vertentes, ao longo do Campeonato Brasileiro, marcaram a trajetória do cruzeirense Ramires, descoberto com olho clínico na equipe do Joinville. Algumas atuações soberbas, como contra o Corinthians no Pacaembu, fizeram com que o volante fosse um dos que mais se aproveitassem dos regulamentos desta eleição, onde os atletas com grandes jornadas são beneficiados.

Ao lado do parceiro Charles, mais discreto e regular, mas não menos brilhante, comandou o interessante meio-campo cruzeirense, onde Wagner, Maicosuel e Leandro Domingues, mesmo com alguns altos e baixos, tiveram performances interessantes. Ramires, ainda muito jovem, tem potencial para vestir, em breve, a camisa da seleção brasileira. Por ora, é candidato a Pequim.

Hernanes - "Referência"

O imediatismo e a velocidade com que as coisas vão e vem no futebol são situações que Hernanes, aos 22 anos, já conhece muito bem. Alçado aos titulares são-paulinos de repente, em especial pela saída de Josué e a contusão de Fredson, o pernambucano -que foi lançado entre os profissionais em 2005 por Paulo Autuori - se tornou referência do meio-campo campeão brasileiro.

Técnico, ambidestro e com um poder de finalização apurado, foi talvez o principal jogador da posição na Série A 2007. Ao lado do companheiro Richarlyson, aliás, afastou os fantasmas de Josué e Mineiro que rondavam o Morumbi. Realidade do futebol brasileiro e estabilizado por Muricy como volante, já tem sido pedido com certa constância na seleção brasileira. Sua chamada não passará de justiça.

RANKING DOS VOLANTES

6 votos: Ramires (Cruzeiro)

4 votos: Hernanes (São Paulo)

3 votos: Pierre (Palmeiras), Richarlyson (São Paulo), Guiñazu (Internacional), Eduardo Costa (Grêmio) e Martinez (Palmeiras)

2 votos: Charles (Cruzeiro), Arouca (Fluminense), Renan (Juventude), Cristian (Flamengo), Elicarlos (Náutico), Maldonado (Santos), Rodrigo Souto (Santos) e Diogo (Figueirense)

1 voto: William Magrão (Grêmio), Toró (Flamengo), Henrique (Figueirense), Maurício (Fluminense), Moradei (Corinthians), Abedi (Vasco), Edinho (Internacional), Beto (Juventude), Gavilán (Grêmio), Rafael Miranda (Atlético-Mg), Makelele (Palmeiras), Valencia (Atlético-Pr), Jumar (Paraná), Marcão (Juventude), Francis (Palmeiras), Leandro Guerreiro (Botafogo), Túlio (Botafogo), Josué (São Paulo), Ernane (Vasco), Vampeta (Corinthians), Radamés (Náutico) e Jaílton (Flamengo)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Papo com Jorge Wagner


Este blogueiro teve a honra de, nesta quarta-feira, bater um papo com Jorge Wagner, lateral-esquerdo do São Paulo, campeão brasileiro de 2007 e, coincidentemente hoje eleito o melhor da posição (ver post abaixo). Confira parte da conversa:

Como você avalia o Hernanes e o Richarlyson, que tinham a missão ingrata de substituir o Mineiro e o Josué?

Eles tiveram participação efetiva em nosso título. Foram dois jogadores que tiveram personalidade e souberam suprir a necessidade do time sem Mineiro e Josué. Tiveram competência e capacidade, dentro de campo, pra superar todas as dificuldades. Se não fossem bem, seriam bastante cobrados.

Realmente é bem difícil substituir dois jogadores do nível de Mineiro e Josué. Mas, eles conseguiram mostrar seu valor e o São Paulo é que se deu bem com isso.

O São Paulo joga com a defesa alta e o time lá na frente. Isso dá mais espaço pros volantes aparecerem?

Com um trio de zagueiros que nós temos, houve uma tranqüilidade maior pro pessoal do meio sair e construir as jogadas. Quem revezava na zaga, conseguia manter o mesmo nível. Facilitou o trabalho de quem é do meio e também de quem joga lá na frente.

Porque se joga tão pouco com o meio-campo em linha no Brasil?

É uma variação tática que a gente tinha dentro de campo, a depender do posicionamento da equipe adversária. Então era uma forma da gente confundir e superar os adversários. Muitas vezes no mesmo jogo, a gente fazia essa variação a pedido do Muricy e em várias dava certo.

Com três zagueiros facilita-se o trabalho dos volantes?

Sim, dos volantes e alas. Tem mais liberdade pra atacar, pra finalizar as jogadas. E como eu falei, com essa formação desse ano, facilitou bastante o trabalho do pessoal que joga do meio pra frente.


Foto: Victor Miranda

Os melhores do Brasileirão 4/7


Com mais indicação, o Papo de Craque fecha a linha defensiva da equipe que teve, ao longo do Campeonato Brasileiro, os jogadores mais indicados para a seleção de cada rodada.

Jorge Wagner - "O garçom"

Cruzamento e... gol de cabeça do São Paulo. Escanteio e...gol do São Paulo. Bola parada e...gol do São Paulo. Essa seqüência del ances foi absolutamente comum ao longo da vitoriosa trajetória são-paulina no Campeonato Brasileiro. Muito desse mérito pouco reconhecido, vem do calibrado pé-esquerdo do baiano Jorge Wagner. Foram onze cruzamentos precisos que acabaram em gols de Aloísio, Breno, Richarlyson, Miranda, Alex Silva, Leandro, Hugo e Borges.

Tamanha eficiência, porém, não foi tão reconhecida. Kléber, do Santos, recebeu os principais louros entre os laterais do campeonato, tendo feito também, claro, um torneio de alto nível. Jorge, ainda, ofereceu versatilidade, marcação e foi extremamente regular.

RANKING DOS LATERAIS-ESQUERDOS

6 votos: Jorge Wagner (São Paulo)

5 votos: Kléber (Santos) e Fernandinho (Cruzeiro)

3 votos: Júlio César (Náutico) e Juan (Flamengo)

2 votos: Marcelo Oliveira (Corinthians) e Anderson Pico (Grêmio)

1 voto: André Santos (Figueirense), Márcio Careca (Paraná), Bruno (Sport), Leandro (Palmeiras), Thiago Feltri (Atlético-MG) e Luciano Almeida (Botafogo)

Os melhores do Brasileirão 3/7


Hoje, com a terceira parte da eleição, falamos dos principais zagueiros do Campeonato Brasileiro. Como há um empate, prevalece a melhor colocação da equipe dos jogadores, critério de desempate inicial.

Breno - "O fenômeno"

Apenas 18 anos, mas um corpanzil e uma personalidade que impressionam demais. Não só isso compõe o que representa Breno, o maior zagueiro do Campeonato Brasileiro. Técnica, vitalidade, presença de espírito e versatilidade. Não foram poucas as vezes em que Muricy Ramalho usou o garoto à direita na linha defensiva de quatro homens.

Em todas as posições, mas geralmente na sobra dos três zagueiros, Breno correspondeu em absoluto. Quando no ataque, foi soberbo, tendo feito um golaço contra o Santos, no returno. Rápido e letal no desarme, foi um dos jogadores que proporcionou ao São Paulo atuar, quase sempre, com a linha defensiva adiantada, empurrando os adversários para a defesa.

Miranda - "Zagueiro de seleção"

Miranda, dono de quatro votos, acaba por "roubar" a vaga de Thiago Silva, de grandes jogos pelo Fluminense. Ambos, aliás, têm o perfil para integrar a seleção brasileira rapidamente, assim que houver uma brecha. No Campeonato Brasileiro, o defensor ex-Coritiba foi, pelo segundo ano seguido, uma das maiores referências. Há quem lhe indique como o melhor jogador do torneio. E isso não é nenhum absurdo.

De tão discreto que é, Miranda acaba sendo pouco lembrado. É um zagueiro perfeito no combate individual e que tem, também, um senso de posicionamento fora do comum e uma combatividade que requer a posição. Legitimamente, um titular da seleção do Brasileiro.

RANKING DOS ZAGUEIROS

6 votos: Breno (São Paulo)

4 votos: Thiago Silva (Fluminense) e Miranda (São Paulo)

3 votos: Juninho (Botafogo), Alex Silva (São Paulo), Felipe Santana (Figueirense), Chicão (Figueirense) e Nen (Palmeiras)

2 votos: Fábio Luciano (Flamengo), Marcos (Atlético-Mg), César (Sport), Juninho (Botafogo), Nílton (Corinthians), Marcelo (Santos), Dininho (Palmeiras), Fábio Ferreira (Corinthians), Marcão(Internacional) e Gustavo (Palmeiras)

1 voto: Marcos (Atlético-Mg), Zelão (Corinthians), Régis (Juventude), Domingos (Santos), Thiago Sales (Flamengo), André Dias (São Paulo), Durval (Atlético-Pr), Luís Henrique (Paraná), Vinícius (Atlético-Mg), Betão (Corinthians), Emerson (Cruzeiro), Léo Fortunato (Cruzeiro), Leonardo (Goiás), Léo (Grêmio), Índio (Internacional), Roger (Fluminense), Asprilla (Figueirense), Danny Moraes (Internacional), Antônio Carlos (Atlético-PR) e Júlio Santos (Vasco)

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Os melhores do Brasileirão 2/7


Dando continuidade ao especial ontem iniciado, o Papo de Craque parte para os laterais-direitos. A premiação proposta pelo blog, é bom que fique claro, brinda os melhores jogadores em cada rodada. Após o fim do torneio, então, os votos são somados. Um formato simples de se entender e compreender.

Wendel - "O homem de confiança"


É comum e válido dizer que o Palmeiras não forma, ao longo dos últimos tempos, jogadores em suas categorias de base. Wendel, dublê de volante e lateral-direito, está aí pra desmistificar a regra. Jogador de muita força, inteligência tática e multi-funcionalidade dentro de campo, o palmeirense fez um campeonato sereno e que lhe dá uma reputação interessante no Parque Antártica.



Respeitado por todos no clube, Wendel esteve presente em 34 dos 38 jogos do Palmeiras dentro do Campeonato Brasileiro. Com tal produtividade e regularidade, acaba à frente de bons nomes como Léo Moura, Sidny e Coelho, por exemplo.

RANKING DOS LATERAIS-DIREITOS


4 votos: Wendel (Palmeiras)

3 votos: Leonardo Moura (Flamengo), Coelho (Atlético-Mg) e Wagner Diniz (Vasco)

2 votos: Sidny (Náutico), Alessandro (Santos), Cláudio (Atlético-Mg) e Diogo (Sport)

1 voto: Gabriel (Fluminense), Jancarlos (Atlético-Pr), Baiano (Santos), Luizinho Netto (Sport), Vítor (Goiás), Bustos (Grêmio), Bruno (Juventude) e Thiago Maciel (Vasco)

O gol da semana - Marquinhos





O gol dessa semana vem do Japão e tem cheiro de título nacional. Em uma reviravolta inacreditável, o Kashima Antlers ultrapassou o Urawa Red Diamonds, tirando uma diferença de dez pontos a cinco rodadas do fim da J.League.

Na jornada final, o time dos brasileiros Fabão, Danilo, Marquinhos e do treinador Osvaldo Oliveira, bateu o Shimizu S-Pulse por 3-0. Por sua vez, os Reds perderam, incrivelmente, por 1-0, dentro de casa, para o rebaixado Yokohama FC.

O gol em destaque (- 1min08seg), o terceiro da vitória do Kashima, é do atacante brasileiro Marquinhos. Pouco conhecido por aqui, o experiente jogador de 30 anos passou com mais destaque pelo Guarani. Depois, rodou por Verdy Tokyo, Yokohama Marinos, JEF United Ichihara e Shimizu S-Pulse.

7 perguntas para...


Andrés Sanchez, presidente do Corinthians:


- Você, com certa justiça, atribuiu parte do demérito pelo rebaixamento ao antigo grupo que comandava o clube. Mas, até que ponto, essa responsabilidade também é sua, por ter feito parte da direção passada?

- Em 2004, você e Rivellino estiveram à frente da montagem de elenco que ficou famosa como pacotão. Agora, de quem será a responsabilidade de contratar para a Série B 2008?

- Em 11 jogos com o Corinthians, o treinador Nelsinho Baptista venceu dois, empatou cinco e perdeu quatro. Você pensa mesmo em mantê-lo para o ano que vem?

- Por quais motivos o clube deve gratidão ao Antoine Gebran?

- Como você se sente após ter ficado pública a intenção de combinar os depoimentos à Polícia Federal com o Alberto Dualib?

- Você acha que Iran, Fábio Braz, Amaral e Héverton foram contratações pertinentes?

- Nesi Curi quis mesmo colocar pessoas de sua confiança dentro da nova direção?

PS: A seção '7 perguntas para' é fixa, mas não tem periodicidade definida.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Os melhores do Brasileirão 1/7


Pelos próximos seis dias, o Papo de Craque apresenta os melhores nomes do Campeonato Brasileiro. Iniciando, falamos dos goleiros. Ao longo de 35 das 38 rodadas do torneio, foram eleitos, aqui, os principais nomes da rodada.

Através desses números, apontaremos aqueles que mais se destacaram. Nem sempre, esses critérios asseguram méritos aos jogadores regulares, sem tantos altos e baixos, pois só colhe um nome por rodada. De qualquer forma, é um critério válido.


Felipe - "Campeão, mesmo rebaixado"

Felipe iniciou o Campeonato Brasileiro com uma seqüência de jogos sem ser vazado que já perdurava desde o Paulistão. Com a camisa corintiana, manteve o nível soberbo de atuações que vinha tendo pelo Bragantino, recuperando assim o status de goleiro promissor que construiu enquanto no Vitória e também nas seleções de base.

Nesse Brasileirão, certamente, foi um dos goleiros mais exigidos. Foram vários os jogos em que ajudou, com defesas e um temperamento que lembrou Ronaldo, a equipe corintiana. Se há uma certeza no Corinthians, rebaixado para a Série B, é que Felipe deve iniciar a construção do time para 2008.

RANKING DOS GOLEIROS

6 votos: Felipe (Corinthians),

5 votos: Diego Cavalieri (Palmeiras) e Rogério Ceni (São Paulo)

3 votos: Júlio César (Botafogo)

2 votos: Fábio Costa (Santos) e Juninho (Atlético-Mg)

1 voto: Bruno (Flameng0), Roger (Botafogo), Max (Botafogo), Édson (Atlético-Mg), Harlei (Goiás), Fernando Henrique (Fluminense), Fábio (Cruzeiro), Gatti (Cruzeiro), Flávio (Paraná) e Magrão (Sport), Cássio (Vasco)

Melhores da Série B

Para se dedicar exclusivamente ao conteúdo especial para a Série A, o Papo de Craque apresenta sua seleção da Série B, de onde, é sempre bom lembrar, subiram o Coritiba, o Ipatinga, a Portuguesa e o Vitória. E caíram, ainda, o Ituano, o Remo, o Santa Cruz e o Paulista.

Nesta segunda-feira, este blog apresenta um fechamento todo especial do Campeonato Brasileiro da primeira divisão. Não perca!

Por ora, a seleção da Série B:

Fred (Ipatinga)
Seguro, supriu bem o espaço antes bem ocupado por Rodrigo Posso. Muito bom torneio.

Apodi (Vitória)
Eleito revelação do torneio, o sagaz e insinuante lateral do rubro-negro baiano é presença certa.

Henrique (Coritiba)
Jovem, maduro e completo. O beque do Coxa cresceu e jogou muito ao lado de Anderson Lima.

Bruno Rodrigo (Portuguesa)
Elogiado por Muricy, o discreto zagueiro luso fez um torneio regular e pautado pela eficiência.

Leonardo (Portuguesa)
Realidade há dois anos, o canhotinho Léo foi novamente muito bem, como em 2005. Tem futuro.

Túlio (Coritiba)
Com muita qualidade técnica, física e ainda versátil, merece a indicação. Jogador interessante.

Bida (Vitória)
O meia do Vitória, de muita cadência e jogo inteligente, entra pela segurança em campo.

Gérson Magrão (Ipatinga)
O dez ipatinguense superou a passagem pela Gávea. Foi o maior nome do clube do Vale do Aço.

Keirrison (Coritiba)
Ora como homem enfiado, ora fazendo o pêndulo. O 'Pato do Couto' foi soberbo na Série B.

Diogo (Portuguesa)
Maior do torneio. Atacante eficiente em todos os fundamentos e com potencial para crescer.

Alessandro (Ipatinga)
Artilheiro, decidiu, assim como Gérson, vários e vários jogos. Recuperou a carreira.

domingo, 2 de dezembro de 2007

As bolinhas já rolaram..


Escolher o principal destaque para a próxima Eurocopa é uma tarefa difícil. Grupo da morte (como sempre), sorteio parecido com 2004 e rivalidades à prova: o cenário decidido pelas bolinhas, neste domingo, ressaltou o clima de dramaticidade que deve marcar a Euro. Aliás, que já ocorreu nas próprias Eliminatórias, com a classificação da Itália e as eliminações marcantes de escoceses e ingleses.

A campeã Grécia, situada no grupo D, terá dois dos três adversários que teve em 2004, quando comeu pelas beiradas, matou França e República Tcheca e surpreendeu Portugal na finalíssima. Ao invés dos lusos, a quem venceu já na estréia, a seleção de Otto Rehhagel defrontará a Suécia, de marcante participação também em 2004. Rússia e a Espanha, vivendo mais uma vez um grande momento, completam a disputa que será nas austríacas Innsbruck e Salzburg.

Pelo grupo C, jogado nas suíças Berna e Zurique, a Holanda provou, mais uma vez, que não tem mesmo muita sorte. O time de Van Basten, após tentar entregar o último jogo contra País de Gales para fugir de um eventual grupo da morte no sorteio, terá as duas finalistas da última Copa do Mundo pela frente. Itália e França, que já se defrontaram durante as Eliminatórias, colocam a Orange novamente em uma chave dura, como já foi em 2006 na Alemanha. A Romênia, vivendo um momento que não passava desde 1994, completa a briga por apenas duas vagas. Detalhe: a seleção de Victor Piturca deixou os holandeses pra trás na fase classificatória.

Na chave B, a tendência é que a Alemanha nade de braçadas como na Copa do Mundo. Com outro sorteio favorável, o Nationalmannschaft poderá provar que é, no momento, o principal selecionado na Europa. Em Viena e Klagenfurt, a Áustria contará com a torcida local, para tentar a façanha da classificação: o time austríaco é fraquíssimo. Além deles, Croácia - em alta com um time rejuvenescido, e Polônia, com uma fase classificatória segura, tentarão impedir os alemães de somarem nove pontos.

Fechando a sorte nas bolinhas, foi sorteado o grupo A, sediado por Basiléia e Genebra, onde os tchecos defrontam os anfitriões na abertura da Euro. República Tcheca e Portugal, semifinalistas em 2004, têm leve favoritismo, mas terão que enfrentar a co-anfitriã Suíça, em momento razoável. Estes, porém, devem fazer um jogo trepidante contra a Turquia, contra quem protagonizaram uma briga ferrenha na repescagem das Eliminatórias para a Copa. À época, os suíços levaram a melhor e foram pra Alemanha.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Evolução ameaçada


Associar a Venezuela como a pior seleção sul-americana, sempre, foi algo natural e justificável. Ao mesmo tempo, se ouvia falar que o país – e é verdade – nunca deu muita atenção para o futebol, dada a paixão maior pelo beisebol. Nos últimos anos, porém, Richard Paéz esteve à frente de um processo que, nos últimos meses, vem consolidando a Vinotinto como uma nação de médio porte no cenário das Eliminatórias.

Os venezuelanos em geral, porém, não se deram conta de que nenhum país, do dia pra noite, se torna forte, ou mesmo médio, no futebol. Richard Paéz, com mais de seis anos no banco da Vinotinto, deixou o cargo em virtude da pressão que tinha ao seu redor. Uma decisão que pode incidir e comprometer diretamente o desenvolvimento da seleção.

Se enquadrar e definir reais e possíveis pretensões, quase nunca, é algo usual no esporte bretão. Seja no Brasil, seja na Venezuela. Imaginar que - em virtude da evolução em que estão inseridos - os venezuelanos poderiam vencer qualquer adversário com facilidade, não é algo nada real. O pedido de demissão de Paéz, dias após a disputada partida contra a Bolívia (vencida por 5-3), surgiu justamente em virtude desse pensamento fora de propósito.

Com nítidos problemas defensivos, a Venezuela sofreu ao tentar parar a inspirada jornada do cruzeirense/boliviano Marcelo Moreno. Mesmo após sair perdendo por 1-0, virar para 2-1, e sofrer a virada de 3-2, a Vinotinto teve força suficiente para impor novo revés, saindo de campo com um largo 5-3 e três pontos que lhe deram, ao fim da rodada, o quinto posto nas Eliminatórias. O resultado, que poderia satisfazer qualquer das nações continentais, pareceu insuficiente para os torcedores em San Cristóbal, conhecidos como os mais fanáticos do país.

O furor trazido pela Copa América, a campanha do Caracas na última Libertadores e a vitória na abertura das Eliminatórias, somadas, provocaram um pensamento fora de propósito. Hoje, a realidade venezuelana é brigar no meio da tabela. E a Vinotinto, até aqui, fazia um trabalho bastante acima das expectativas.

Rey e Cichero são zagueiros razoáveis, embora joguem sempre desprotegidos e tenham, atrás, algum goleiro inseguro. Rojas é um volante de boa técnica e também versátil – hoje, indispensável. Arango parece carregar bem a responsabilidade de ser o dono do time, enquanto Maldonado, em alta no México, pode oferecer gols e velocidade. Guerra, em crescimento, completa a lista de valores, responsáveis pela boa fase.

Hoje, a discussão em território venezuelano, naturalmente, é sobre quem será responsável por dar seqüência ao ótimo trabalho de Richard Paéz. Um nome estrangeiro pode ser considerado, talvez amparado pelo sucesso na escolha de Marcelo Bielsa no Chile. Em virtude da pressão que certamente terá, o novo comandante poderia ser um treinador renomado, caso fosse possível atraí-lo. Segurar bem a expectativa por muitas vitórias será, em tese, mais difícil para um ‘local’.

Nessa linha, o nome de Noel ‘Chita” Sanvicente surge como o principal favorito. Responsável, com o Caracas, pela eliminação do River Plate na Libertadores-07, o treinador seria a escolha mais natural. Carlos Maldonado, do Deportivo Táchira, desponta como a segunda alternativa. A terceira opção é César Farias, do Deportivo Anzoátegui.

Escolha quem escolher, a Federação Venezuela precisará dar respaldo incondicional ao novo treinador. Por sua vez, os torcedores deverão entender o processo pelo qual atravessa o futebol do país, saindo de barbada para um time competitivo. E só. Um time que bateu Equador e Bolívia, resistiu bravamente – fora de casa – diante da Colômbia e fez um jogo digno contra a Argentina. Que tinha muitos méritos de Richard Paéz, mas agora precisa de um novo norte. E tem sua evolução ameaçada.