segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Fracasso em La Romareda


Víctor Fernández não é mais técnico do Zaragoza. Responsável pelo maior título do clube aragonês em 1995, a Recopa Européia, o treinador não vinha conseguindo atingir os objetivos ambicionados pela direção e pela torcida e, a dois pontos apenas da zona de rebaixamento, acumulava nove jogos sem vencer. Ander Garitano, comandante da equipe juvenil, assumirá o posto, ao menos, até o fim da temporada.

O treinador, bastante querido em La Romareda, já não tinha mais clima para seguir, já que a temporada em curso se mostrava horrorosa para o Zaragoza. Após ter vencido 16 jogos e encerrado a última Liga Espanhola em sexto lugar, chegando a aspirar até mesmo os quatro primeiros postos e a Liga dos Campeões, os aragoneses não têm sorrido muito desde o início da época. A trajetória européia, aliás, se mostrou trágica: o inexpressivo Aris Salónica, da Grécia, eliminou a equipe de Víctor Fernández já na primeira eliminatória.

Com praticamente toda a base da última temporada mantida e alguns reforços de muita qualidade, Fernández falhou na consolidação de uma equipe forte na concorrida “classe-média” dos clubes espanhóis. Com investimentos menores, Villarreal, Espanyol e até o modesto Racing Santander, têm feito papéis de relevo na Liga Espanhola. Se perdeu o indispensável zagueiro Gabi Milito, o jovem versátil espanhol Piqué e o brasileiro Ewerthon, o Zaragoza trouxe pelo menos três reforços de impacto: Roberto ‘Ratón’ Ayala para a zaga; Matuzalém, ex-Shakhtar, para o meio; Ricardo Oliveira, internacional brasileiro, para a linha ofensiva.

Tais reforços, alinhados a um elenco que já tem nomes de primeira linha como Pablo Aimar, Diego Milito, Carlos Diogo e Sergio Fernández, reproduziam uma expectativa bem superior ao décimo segundo lugar, atual colocação. Víctor Fernández, nome de sucesso também com o Celta de Vigo ao fim dos anos 90, campeão nacional com o FC Porto e de uma passagem relevante anterior por La Romareda, não teve sucesso com esses jogadores todos.

Assim, se atinge um fracasso – ao menos momentâneo – nas perspectivas de Eduardo Bandrés, presidente do Zaragoza há um ano e meio no cargo. Bandrés é o nome responsável por gerenciar os recursos investidos por Agapito Iglesias, maior acionista do clube desde maio de 2006 e um dos homens mais ricos da região. Presidente da Codesport, grupo que tem sucesso na construção civil, ele esperava bem mais de Víctor Fernández.

É cedo para especular sobre o Real Zaragoza na zona de rebaixamento, mas só fazem seis anos que o clube esteve na segunda divisão. Por isso, é bom trabalhar para evitar que o fracasso, momentâneo, ganhe vida em La Romareda.

5 comentários:

André Augusto disse...

As vezes, não é culpa do técnico...simplesmente não dá "liga", como o Jol no Tottenham e o Allardyce no Newcastle. Os times não são ruins, mas por diversos motivos, fazem campanhas pífias.
Mas o Zaragoza tem bom time e ainda pode beliscar uma UEFA, se reagir agora.

Abs

Anônimo disse...

Realmente, o Zaragoza prometia muito mais do que vem fazendo.

Não sei se a troca de técnico é a resposta mais acertada. Porém, a mais simples, é.

Abraços!

Anônimo disse...

Bom dia. Gostei muito do comentário. Apenas corrija o erro de português na última frase do último parágrafo. Não se diz "fazem tantos anos" e sim "faz tantos anos". Um abraço.

Anônimo disse...

Se eu te falar que eu nem lembrava que o Ricardo Oliveira estava no Zaragoza, vc acredita?

Sinal que ele deve tá matando a pau lá!

uhAhuAUHHUAhuAhuA!

abraço!

Anônimo disse...

Sai Fernández, entra Garitano, que vence, e se demite, aí entra Irureta... oO³

O futebol espanhol parece que está "aprendendo" com o brasileiro: o primeiro que dança é o treinador. Foi assim no Valencia (que deve ter se arrependido de ter mandado Quique Flores embora, e contratado o Koeman, q, até agora, só tentou apagar o incêncio usando gasolina), no Betis, agora no Zaragoza...

Sinal dos tempos...