terça-feira, 29 de julho de 2008

Felipe pode ajudar o Fla?


Felipe deixou o Brasil no fim de 2005 após um ano muito ruim no Fluminense. O atleta chegara às Laranjeiras com pinta de jogador de seleção, pela boa temporada com Abel Braga na Gávea - foi campeão estadual, da Copa América - com Parreira, e vice da Copa do Brasil. Agrediu um adversário, passou quase seis meses suspenso e saiu por baixo do Flu. Felipe, desde 2006 no Al Sadd, do Qatar, é em quem o Fla pensa para substituir Marcinho, como segundo atacante.

Foi nessa função que Felipe brilhou no Flamengo, em 2004, um pouco atrás de Jean (hoje no Vasco) e à frente do meio-campo que desarmava com Da Silva e Douglas Silva e armava com Zinho e Ibson. Hoje, é possível imaginar que o provável novo reforço flamenguista precise se readaptar ao jogo rápido dos gramados brasileiros atuais. Se em 2005 ele já era lento, parava a bola e pensava três vezes até cortar para o lado esquerdo, hoje é possível que esteja bem mais.

Com a cabeça boa, principalmente, Felipe pode ajudar. Mas é da turma dos imprevisíveis, que podem ou não dar certo - como Marcinho, diga-se de passagem. Prestes a completar 31 anos em setembro, a grande revelação do país em 1997 não vingou. Mas pode, sim, ser útil. Desde que não seja tratado como a solução.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Jogo a jogo e seleção da rodada - 15


SELEÇÃO DA RODADA

Marcos (Palmeiras), Felipe Mattioni (Grêmio), Renato Silva (Botafogo), Durval (Sport) e Carlinhos (Cruzeiro); Fabrício (Cruzeiro) e Rafael Carioca (Grêmio); Wagner (Cruzeiro) e Hugo (São Paulo); Maikon Leite (Santos) e Dagoberto (São Paulo).

GRÊMIO 1 x 1 PALMEIRAS

A chuva prejudicou, é verdade, mas o Grêmio fez bom jogo no Olímpico, bem melhor que o Palmeiras. Criou mais, se impôs, e merecia ter saído com a vitória. Felipe Mattioni foi a melhor opção de apoio, com Rafael Carioca mais preso, marcando Diego Souza, e William Magrão também aparecendo bem. Com mais força física, os gremistas sempre recolhiam a chamada segunda bola e se viam próximos de Marcos. Foi assim que saiu o gol de Anderson Pico, por exemplo.

SÃO PAULO 3 x 1 PORTUGUESA

Não seria justo a Portuguesa, pela segunda vez na temporada, vencer o São Paulo. Especialmente no segundo tempo, ainda que diante de uma valente Lusa, os anfitriões foram superiores e pressionaram pela virada. Hugo criou muito, foi mais vertical e também teve sorte. Richarlyson fez bom jogo, indo mais à frente e ajudando na criação. E o melhor foi Dagoberto, conseguindo emplacar uma boa seqüência de partidas razoáveis.

FLAMENGO 0 x 0 BOTAFOGO

Embora o primeiro tempo tenha sido mais favorável para o Flamengo, o Botafogo, no frigir dos ovos, merecia mais a vitória. Cada jogo mais, Ney Franco consegue deixar o time botafoguense mais veloz e perigoso, como com Cuca. A tabela não tem sido favorável, mas dá para se atingir uma posição melhor com os próximos cinco jogos. Maxi fez um jogo razoável, mas o Fla precisa contratar: só venceu um de seus últimos cinco jogos.

SANTOS 5 x 2 VASCO

Se o jogo é na Vila, é jogo de Maikon Leite. Tem sido assim desde que Cuca chegou ao Santos e o garoto ex-Santo André é uma das esperanças para tirar o Peixe da zona do rebaixamento. A outra é Molina, que fez bom jogo, chamou a bola e foi bem contra um Vasco com cada vez mais cara de rebaixamento. São cinco jogos sem vencer e perder para os santistas por 5 a 2, no momento atual, é mais que lamentável.

ATLÉTICO-MG 2 x 1 VITÓRIA

Não foi o Vitória abusado dos últimos jogos, criando bastante e levando perigo mesmo fora de casa. A marcação atleticana encaixou bem e Willians, desta vez, não foi o mesmo que tem sido. O Atlético jogou bem mais uma vez e voltou a vencer no Mineirão. É o caso de manter Gallo trabalhando, pois o time vai evoluindo e ganhando cara. Petkovic repetiu o bom jogo do último fim de semana e Mariano, pela lateral-direita, foi a melhor opção de ataque - e participou dos dois gols.

GOIÁS 1 x 2 SPORT

A reação esmeraldina no campeonato não foi confirmada no Serra Dourada. O Sport voltou a mostrar disposição para deixar as últimas posições e contou com a estréia do bom volante Moacir, destaque no último Campeonato Pernambucano. Durval se notabiliza como um jogador muito expressivo pelo Leão da Ilha. Herói na Copa do Brasil contra o Internacional, já foi às redes em dez jogos na temporada. E deu a vitória à sua equipe fora de casa - a segunda no Brasileirão.

ATLÉTICO-PR 0 x 0 FIGUEIRENSE

Wilson, desta vez, não foi vazado. O Atlético foi melhor na Arena, com ótimo público, mas não o suficiente para vencer. O trabalho de Roberto Fernandes não parece capaz de decolar e o Furacão se mantém, por mais uma rodada, nas últimas posições. Culpa de sua direção, que mexe demais no elenco e prejudica qualquer continuidade. Para quem havia perdido de sete, o Figueirense traz um bom resultado de fora e recupera o moral. Empatando fora e ganhando em casa, o Figueira faz boa campanha. A derrota de quinta foi um desastre.

FLUMINENSE 1 x 3 CRUZEIRO

O Cruzeiro precisava muito da vitória fora de casa após duas derrotas consecutivas. Foi apenas o segundo triunfo longe do Mineirão, mas suficiente para resgatar a confiança do time de Adílson Batista. O Fluminense, sem Conca, Thiago Silva e Thiago Neves, mostrou que não possui um elenco tão bom quanto seus titulares. Renato, para piorar, armou mal sua equipe. Além dos três zagueiros, jogou Arouca pela ala, dois volantes duros e dois atacantes pesados. Nem mesmo a entrada do jovem meia Felipe, no intervalo, melhorou a situação.

Foi jogo de muita marcação, poucos espaços, e o Cruzeiro só melhorou, mesmo, quando colocou o terceiro zagueiro e deixou a bola para Wagner jogar. A Raposa teve consciência, muitos contragolpes, e deixou o Maracanã com uma vitória justa - e com grande sentido tático. Importante para colocá-lo novamente bem na tabela. A direção, porém, precisa se mexer: falta um centroavante bom. Já o Flu, só somou quatro pontos nos últimos quatro jogos. Pouco para crescer na competição.

NÁUTICO 1 x 2 CORITIBA

É o tipo de vitória que o Coritiba precisa conquistar para sair dos arredores da zona de rebaixamento. Sem Michael e Marlos, Dorival Júnior apostou em Guaru para armar ao jogo de Carlinhos Paraíba, e preferiu poupar Keirrison, que só entrou depois, para dar a vitória ao Coxa. O Náutico não se acerta e Pintado chegou mal aos Aflitos, com duas derrotas. O Timbu começa a se aproximar da rabeira, com quatro derrotas e um empate em cinco jogos.

IPATINGA 1 x 0 INTERNACIONAL

O resultado conseguido no interior mineiro traz uma grande decepção ao Internacional, empolgado com a vitória sobre o São Paulo e o crescimento com Tite. O treinador precisa ousar mais nas alterações e escalações, sobretudo diante de adversários fracos, como o Ipatinga, que por sua vez, foi bem. Os ipatingueses crescem nos jogos duros, e conseguiram sua terceira vitória no campeonato - duas em uma semana. Manter Ricardo Drubscky à frente do time é a esperança pela permanência.

sábado, 26 de julho de 2008

Seleção da rodada - 14

Com longo atraso e sem o nosso jogo a jogo, a seleção da rodada de meio de semana.

Sérgio (Portuguesa)
Paulo Sérgio (Grêmio)
Pereira (Grêmio)
Ernando (Goiás)
Leandro (Palmeiras)
Rafael Carioca (Grêmio)
Guiñazu (Internacional)
Diego Souza (Palmeiras)
Carlinhos Paraíba (Coritiba)
Perea (Grêmio)
Nilmar (Internacional)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Jogo a jogo e seleção da rodada - 13


SELEÇÃO DA RODADA

Galatto (Atlético-PR)
Wagner Diniz (Vasco)
Alex Silva (São Paulo)
Pereira (Grêmio)
Márcio Azevedo (Atlético-PR)
Jorge Wagner (São Paulo)
Adriano (Santos)
Petkovic (Atlético-MG)
Rodriguinho (Ipatinga)
Willians (Vitória)
Alex Terra (Goiás)

FLAMENGO 0 x 1 VITÓRIA

Foi novamente o Vitória envolvente que todos vão se acostumando a ver. Forçando o jogo pelos lados, e desta vez invertendo mais Marquinhos e Willians, que o Leão aniquilou o Flamengo no Maracanã. Com marcação confusa, o Fla bateu cabeça para segurar o time de Mancini que, ao contrário do Fla, tocava a bola no ataque, segurava a posse e aguardava o momento do bote. Sem Ramon, bem marcado, era sempre pelos lados.

Caio Júnior mexeu no que podia e no que não podia, mas o Flamengo sente o peso das saídas de Marcinho e Renato Augusto, além das lesões de Angelim, Toró e Kléberson. Ontem, ainda não contou com Juan, suspenso. Problemas demais para um adversário forte que, se perdeu para Fluminense e São Paulo fazendo bons jogos, foi grande no Maracanã. E se mantiver o elenco, o técnico, e principalmente a coragem, sairá do Brasileirão ao menos com vaga na Sul-Americana.

GOIÁS 3 x 2 PALMEIRAS

É o tipo de placar que, no fim do campeonato, o palmeirense vai olhar e lamentar. Dava para ter trazido três pontos do Serra Dourada, não fosse uma tarde tão cheia de problemas para o time de Vanderlei Luxemburgo. O Goiás, ainda que com suas limitações, foi valente, arriscou e saiu com a vitória - justa, diga-se de passagem. Luxa repetiu o desenho do último jogo, com Sandro Silva à frente da defesa - voltando Alex Mineiro de suspensão e entrando Fabinho Capixaba no lugar de Granja. Os esmeraldinos vieram com o mesmo time das últimas rodadas.

Durou pouco, porém, para o Palmeiras mudar. Jéci e especialmente Gladstone falharam feio, mostraram-se novamente inseguros, e o Goiás saltou à frente do placar com 2 a 0. Evandro veio para o jogo no lugar de Sandro Silva e, em seu melhor momento no jogo, os paulistas pressionaram antes do intervalo, trocando passes e chegando à frente com personalidade. Veio o empate e poderia até ter vindo a virada.

Após o intervalo, os 45 minutos finais foram todos do Goiás. Marcando forte, travando o Palmeiras e saindo em velocidade nos contragolpes, chegou ao terceiro gol, em desatenção de Diego Souza e belo lance de Romerito, novamente pelo lado esquerdo, novamente com Alex Terra. A vitória dá um pouco de ar para os goianos, que haviam deixado os três pontos escapar no fim dos dois últimos jogos, contra Coritiba e Vasco. Para o Palmeiras, uma tarde novamente infeliz - em especial, do desleal Kléber e do apagado Valdívia.

SÃO PAULO 2 x 1 BOTAFOGO

Muricy começa a pensar o time sem Hernanes na cabeça da área. Adiantou o jogador para a meia, ocupando a posição de Joílson, e teve Jorge Wagner e Zé Luís à frente da defesa. Jorge jogou muito bem, participou dos dois gols e coroou a terceira vitória seguida do São Paulo, cada vez mais com cara de líder. Éder e Cazumba foram outras surpresas do técnico, que manteve Éder Luís e Dagoberto no ataque para vencer. O Botafogo não tem razões para desanimar: fez ótimo jogo no Morumbi, foi ousado, arrojado e quase venceu. É outro time após a saída de Geninho.

SANTOS 1 x 0 SPORT

O outrora demissionário Cuca conseguiu, na Vila Belmiro, livrar o Santos da incômoda seqüência de dez jogos sem vencer no Brasileirão. Sem Rodrigo Souto, o técnico apostou em Kléber mais atrás, como volante, e Molina armando para o estreante Cuevas e Kléber Pereira. Pela defesa, foi importante a presença de Fabiano Eller dando qualidade na saída de bola, enquanto Fabão e especialmente Marcelo foram mais uma vez inseguros. Foi um jogo dramático no alçapão santista, com direito a gol de Roger mal anulado pela arbitragem e alguns lances perigosos no fim.

Até o gol de Kléber Pereira, o único da tarde, foi sofrido, com Magrão pegando o pênalti e o centroavante fazendo no rebote. O Sport é outro que vive em má fase: desde o fim da Copa do Brasil, venceu um de seus últimos oito jogos e a zona de rebaixamento parece questão de tempo. Após o clássico contra o Palmeiras, o Santos tem dois jogos acessíveis - Vasco e Coritiba - para tentar somar seis pontos. Entre eles, o Inter de Tite, no Beira Rio, é osso duro. Mas é importante tirar um peso pesado dos ombros.

ATLÉTICO-PR 3 x 1 VASCO

Foi, enfim, o Atlético dos contra-ataques rápidos, como era o Náutico de Roberto Fernandes. Assim, com Márcio Azevedo e Ferreira saindo bem, o Furacão foi melhor de um Vasco muito diferente dos anteriores. Com Abubakar e Matheus, além da volta de Alan Kardec. Wagner Diniz voou pela direita e levou perigo. Assim, quase Leandro Amaral empata, mas os vascaínos pararam no mais uma vez inspiradíssimo Galatto.

ATLÉTICO-MG 3 x 2 CORITIBA

Quase foi trágico, mas o Atlético conseguiu importante vitória para que Gallo pudesse respirar. Petkovic saiu do banco e liderou a equipe para uma virada incrível, com enorme volume de jogo e chances brecadas pelo reserva Vanderlei, goleiro do Coxa. Resultado ruim para o Coritiba, que segue sem vencer longe do Couto Pereira e não decola na tabela.

NÁUTICO 1 x 1 INTERNACIONAL

Com um monte de jogadores formados no Beira Rio, Tite mandou o Inter à campo para enfrentar uma de suas maiores toucas, o Náutico. Jogou de igual para igual, foi bem postado na defesa e mostrou, de fato, estar crescendo. Poderia ter vencido nos Aflitos, mas o empate foi razoável, sobretudo pelos desfaques, em especial de Alex - o dono do time. Estréia ruim para Pintado e o Timbu não tem mais cara de que briga por Sul-Americana.

FLUMINENSE 1 x 0 FIGUEIRENSE

PC Gusmão não parou um só instante de gritar na beira do gramado. Poderia ter feito o Figueirense, de tão bom retrospecto nas últimas rodadas, sair mais para o jogo. Repetiu a estratégia que fez sua equipe trazer um ponto do Parque Antártica. E deixou os jogadores tão nervosos que, não foram justas as reclamações enérgicas contra o árbitro Ricardo Marques Ribeiro. Nos dois lances capitais, o mineiro se saiu bem: não houve pênalti de Ricardo Berna em Rafael Coelho. E o inspirado goleiro Wilson não sofreu falta de Washington, no gol de Thiago Neves no rebote.

Foi justo que o Flu deixasse o Maracanã com três pontos. Ao longo dos 90 minutos, ainda que sem uma atuação exatamente brilhante, foi quem buscou o jogo, procurou o gol e se fez merecedor. Thiago Neves, além do gol, foi novamente o melhor jogador tricolor. Agora, embarca para as Olimpíadas. E, segundo ele, disposto a seguir nas Laranjeiras.

GRÊMIO 1 x 0 CRUZEIRO

Três desfalques no setor mais forte da equipe. Sem Ramires, Fabrício e Wagner, o Cruzeiro ainda não teve inspiração para pressionar um Grêmio que, com 30 mil espectadores a seu favor, foi imenso. O Tricolor Gaúcho marcou como gosta Celso Roth e, se não foi brilhante, quis a vitória. O campeonato se aproxima do fim do turno e os gremistas são vice-líderes. Não bastasse a boa fase, Souza e Ortemán devem dar um pouco mais de qualidade à Roth. E a Raposa, pode se dizer, sente a saída de Marcelo Moreno. Adílson tenta Reinaldo, Jajá, Weldon, Rômulo e Jonathas, mas ninguém convence. Nem Guilherme, que esteve mal, nem Jadílson, que falhou no único gol da partida. Depois a culpa é do técnico...

IPATINGA 4 x 1 PORTUGUESA

Beto voltou à lateral esquerda e deu bom cruzamento para o primeiro gol de Rodriguinho, enfim no meio-campo. Foi uma Portuguesa pouco inspirada diante de um Ipatinga que, após dois jogos muito ruins, voltou a atuar bem e se mostrou incomodado com a lanterna. Benazzi teve os significativos desfalques de Edno e Preto, tentou um meio com três volantes, mexeu ao longo do jogo, mas não conseguiu reagir desta vez. Por fim, deixou o cargo de treinador da Lusa após uma histórica passagem pelo Canindé.

sábado, 19 de julho de 2008

O novo Milan...


...não será tão novo assim. Ronaldinho Gaúcho chega com status de titular, mesmo que precisando recuperar dois anos perdidos em sua carreira. Zambrotta, em condições normais, também será escolha habitual de Carlo Ancelotti. O francês Flamini, ex-Arsenal, deve atuar bastante na rotação do elenco rossonero. No mais, jovens como Abate e Darmian, que teoricamente serão aproveitados. O outrora contestado Borrielo completa a lista, voltando da Eurocopa e como artilheiro da última Serie A.

Esperava-se mais do Milan no mercado e, quem conhece o cotidiano do clube, reluta em admitir que novos reforços podem chegar à Milanello. Em tese, seriam necessários mais um goleiro, um zagueiro jovem e um centroavante de primeira linha.

Dessa forma, a sensação é de que Ancelotti manterá o 4-3-2-1 das últimas duas temporadas. A diferença é que, Seedorf retornaria ao primeiro setor, onde atuou quase sempre quando vestiu rossonero. Ronaldinho Gaúcho, fisicamente bem, se incorpora ao lado de Kaká. À frente, a juventude de Pato é a tendência mais natural, embora Inzaghi, nos jogos decisivos, tenha uma presença difícil de se abrir mão. Borrielo, artilheiro da última temporada, volta de empréstimo e se coloca como uma terceira opção.

À frente dos zagueiros, Pirlo, ao centro, e Gattuso, à direita, são intocáveis. Se o provável é ver Seedorf à esquerda, não se descartaria a manutenção de Ambrosini por ali. O recém-contratado Flamini também chegou com moral ao Milan e pode conquistar a posição.

Na defesa, Ancelotti ganha fôlego com a chegada do ambidestro Zambrotta. Oddo, à direita, e Jankulosvki, à esquerda, completam as opções para os lados da retaguarda. No miolo, a experiência de Maldini não pode ser desprezada e é alternativa para os titulares Nesta e Kaladze, os melhores da Europa na temporada retrasada. O problema é o gol: Abbiati, Dida e nenhum dos outros suplentes são confiáveis.

Um elenco ainda muito velho e de poucas opções, mas que se vale do brilho de seus titulares, do entrosamento e da química que possui no vestiário. E, a partir de agora, de uma dupla que ninguém tem: Kaká e Ronaldinho Gaúcho. Hora de voltar a brigar forte pelo scudetto.

* Agradecimentos pela imagem: Maurício Vargas

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Jogo a jogo e seleção da rodada - 12

SELEÇÃO DA RODADA

Rogério Ceni (São Paulo)
Thiaguinho (Botafogo)
Durval (Sport)
Felipe (Coritiba)
Leandro (Palmeiras)
Sandro Silva (Palmeiras)
Hernanes (São Paulo)
Jorge Henrique (Botafogo)
Marquinho (Figueirense)
Kléber (Palmeiras)
Edu Sales (Figueirense)

CORITIBA 1 x 0 FLAMENGO

Foi um jogo de grande público e poucas emoções no Couto Pereira. O Coritiba marcou bastante, com dois volantes pegadores e os meias, Carlinhos Paraíba e Marlos, vigiando respectivamente Léo Moura e Juan. Poucas foram as vezes em que o Flamengo conseguiu chegar à área dos anfitriões, ainda que rodasse a bola pelos dois lados do campo e contasse com as aproximações dos volantes Cristian e Jonatas.

A estratégia de Dorival Júnior foi beneficiada pelo gol precoce e improvável do brucutu Rodrigo Mancha, um leão à frente da defesa alviverde. O jovem Felipe cada dia mais se mostra pronto para ocupar a quarta-zaga e Hugo, no ataque, novamente incomodou. Em grande parte do tempo, foi um Coritiba brigador e pouco inspirado no ataque - algo incomum para o padrão da equipe. O melhor foi trazer um resultado que dá moral. Ao Flamengo, a vantagem na ponta diminui para dois pontos. E o elenco já não é tão bom após as saídas de Marcinho e Renato Augusto.

VASCO 1 x 1 GOIÁS

Pelo segundo jogo consecutivo, o Goiás perdeu a vitória no final. Assim, desperdiça quatro valiosos pontos que, hoje, lhe colocariam três posições acima na tabela. Foi uma partida sofrível em São Januário. Muita correria, pouco futebol. Antônio Lopes precisa urgentemente rever alguns conceitos da equipe. Jean funciona melhor como opção de banco e Leandro Amaral, tão longe do gol, preso à ponta, é pouco perigoso. O esquema deve girar em cima dele, que é o melhor do time. Vinícius merecia ser melhor observado e Morais, também, devia jogar mais na frente. O gol de Luizão vale pouco: era jogo para o Vasco vencer.

INTERNACIONAL 1 x 0 ATLÉTICO-MG

Até quando o Atlético fará bons jogos e não vencerá? No Beira Rio, o Galo teve seu sexto jogo sem somar três pontos e só não terminou a rodada na zona de rebaixamento em razão do gol sofrido pelo Goiás, em São Januário, no minuto final. O Internacional não foi brilhante, mas ao menos conseguiu a vitória - sua terceira de uma invencibilidade de cinco partidas. Taison voltou a não atuar bem e Guiñazu é outro que segue em baixa, longe do brilho de outrora. Alex deixou o campo lesionado e Nilmar, sozinho, foi uma das poucas boas do Colorado, em bom público - cerca de 25 mil pessoas - no Beira Rio. A equipe de Tite está a três pontos "da Libertadores".

VITÓRIA 1 x 3 SÃO PAULO

Muricy Ramalho merece ser responsabilizado como parte importante nos três pontos que o São Paulo trouxe do Barradão. O Vitória precisa de velocidade e espaço para jogar, especialmente pelos lados, com Marquinhos e Willians. O técnico tricolor trancou as laterais, com Joílson e Zé Luís na direita, e Hugo e Richarlyson na esquerda. O jogo era lento, travado, ao gosto dos visitantes. Quem tem Hernanes, sempre pode encontrar uma solução. E o volante tricolor deu, de presente, o gol providencial para Hugo.

Assim, a estratégia de se fechar e só sair em contragolpe, ficou ainda mais justificável. O Vitória não conseguia achar jogo, e Vágner Mancini demorou a mexer, a dar companhia ao isolado Dinei. É verdade que se o gol legal de Marquinhos fosse validado, a história seria outra, o Vitória teria espaços. Mas o São Paulo foi soberbo, matou o jogo em lances de categoria de Dagoberto e Éder Luís - e fragilidade de Thiago Gomes - e trouxe três valiosíssimos pontos da Bahia.

PALMEIRAS 3 x 1 FLUMINENSE

Foi um Palmeiras com mais marcação no meio-campo, em razão de Sandro Silva. Denílson, aberto na direita, não deixou Júnior César sair tranqüilo para o jogo e Arouca, ainda que tardiamente, foi vigiado por Diego Souza. Luxemburgo soube neutralizar os pontos fortes do Fluminense, pois o ataque é lento e o meias foram bem vigiados. No ataque, os palmeirenses passaram a bola de um lado ao outro e foram mais rápidos na transição - problema crítico dos últimos jogos.

Kléber atuou isolado, mas brigou muito - e sempre briga, e teve oportunismo. O melhor palmeirense, porém, foi Leandro. Com dois passes, chegou à 11 assistências na temporada e usou e abusou do espaço oferecido por Rafael, já que Conca tentava, mas não lhe acompanha. Uma vitória para fazer o Palmeiras acordar, voltar à tona pela briga na parte alta da tabela e dar lições para Luxemburgo, que poderia olhar mais para Sandro Silva.

PORTUGUESA 3 x 2 NÁUTICO

A torcida da Portuguesa não deve protestar tanto assim. O time é limitado, precisa de apoio, e faz uma campanha digna em sua volta à primeira divisão. O Náutico, ainda sem Pintado, veio ao Canindé com uma proposta clara pelo contra-ataque, sobretudo por uma Lusa pressionada e que precisava sair para o jogo. O Timbu obteve sucesso em sua estratégia, abrindo o placar com os rápidos Felipe e Gilmar. Mas não saiu de trás. Jonas se provou um reforço útil, fez o gol da incrível virada e os rubro-verdes foram para casa mais satisfeitos.

SPORT 2 x 2 GRÊMIO

Não pode, com a zaga que o Grêmio tem, sofrer dois gols de bola parada. Ainda assim, foi um bom jogo dos visitantes na Ilha do Retiro, saltando duas vezes à frente do placar. Porém, para se manter entre os primeiros, a equipe de Celso Roth não pode colher tantos empates. Durval, com uma dobradinha, chegou ao oitavo gol na temporada, mas também precisa vencer em casa. No fim das contas, um resultado satisfatório, mas ruim, para ambos.

CRUZEIRO 1 x 0 ATLÉTICO-PR

De tanto martelar, o Cruzeiro encontrou o gol no Mineirão. O Atlético teve suas chances, mas novamente foi pouco inspirado. Roberto Fernandes não tem tempo de ajeitar a equipe à sua visão de futebol. E Adílson, sem Wagner, voltou a teimar com o limitadíssimo Bruno. Sorte que mexeu bem no time, conseguiu pressionar e, novamente no finzinho, encontrar um gol importante, pelo terceiro jogo consecutivo. Elicarlos, o responsável pela vitória, merece ser mais observado na Toca. É ótimo jogador.

BOTAFOGO 4 x 0 IPATINGA

Ney Franco conseguiu o que Geninho foi incapaz: animar o time do Botafogo. Foi um time elétrico, organizado, e parecido com aquele de Cuca. Thiaguinho não sairá da lateral-direita por um bom tempo: fez um grande jogo no Engenhão. Os gols de Zé Carlos e Wellington Paulista comprovam a nova alma da equipe, que joga no 4-3-1-2, explorando os lados do campo e a velocidade de seus atacantes. Um ótimo início do treinador em General Severiano.

FIGUEIRENSE 3 x 0 SANTOS

Diante de um forte Figueirense, fora de casa, em crise, Cuca não deveria ter mandado um time tão ofensivo ao Orlando Scarpelli. O Santos até criou algumas chances no primeiro tempo, mas foi sufocado pelo embalado Figueira, invicto com cinco jogos de PC Gusmão. Com Macuglia, nos mesmos cinco jogos, só venceu um. Marquinho foi muito bem, dando três passes para gol, e Edu Sales e Tadeu se entrosaram, fizeram grande partida e fizeram as pazes com a torcida.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Adílson merece mais crédito


Vinte e duas vitórias, oito empates e seis derrotas em 36 jogos. Vice-líder do Campeonato Brasileiro, campeão mineiro, três vitórias nos clássicos e uma boa campanha na Libertadores. 71 gols a favor e 38 contra em uma ótima temporada. Os números de Adílson Batista à frente do Cruzeiro em 2008 têm sido absolutos. Seriam indiscutíveis, não fosse a implicância dos torcedores em seu trabalho.

Jadílson é a maior dor de cabeça do treinador, que tem especial preocupação pela marcação de seus laterais. Há explicação. O meio-campo do Cruzeiro tem mais técnica que pegada. Logo, a necessidade de sempre utilizar Marquinhos Paraná, preso, em uma das laterais. Vez ou outra, o técnico considera oportuno lançar mão de Jonathan, outro que vai bem na marcação. Daí o problema, pois a torcida odeia Jonathan e comprou a briga por Jadílson.

No clássico de domingo, Danilinho e Marques iam abertos no segundo tempo, pressionando as fragilidades defensivas de Jadílson. O técnico, então, tirou o atleta, que falou algo do tipo: "ele pega no meu pé por saber que tenho potencial". Desnecessário, pois o lateral jogou seu comandante contra a torcida, que vaiava. No fim do jogo, Ramires deu a vitória ao Cruzeiro.

Em 22 jogos que começou como titular, Jadílson saiu em oito deles. Como contra o Sport, o mais polêmico de todos. Contra o Ipatinga, ficou até o fim, e fez o gol do empate no apagar das luzes.

Jadílson é bom jogador, vai bem no ataque. Mas deixa uma avenida na defesa. No Goiás e no São Paulo, jogava com três zagueiros às suas costas. Em sete meses de clube, raras foram as vezes que Adílson Batista jogou dessa forma. Então, Jadílson precisa entender quando sair. E a torcida reconhecer o bom trabalho de seu técnico.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Seleção da rodada - 11*


SELEÇÃO DA RODADA

Magrão (Sport)
Paulo Sérgio (Grêmio)
Fábio Luciano (Flamengo)
Thiago Silva (Fluminense)
Jorge Wagner (São Paulo)
Fabrício (Cruzeiro)
Hernanes (São Paulo)
Ibson (Flamengo)
Cleiton Xavier (Figueirense)
Marcel (Grêmio)
Kléber Pereira (Santos)


* Nesta rodada, não teremos o jogo a jogo tradicional.

sábado, 12 de julho de 2008

Stade de France, 1998


O Brasil costuma lembrar o aniversário de suas grandes vitórias no futebol. Pois, neste sábado, se completam 10 anos da fatídica derrota para a França na final da Copa de 98 em Saint-Denis.

Se o penta acabou por vir em 2002, o fracasso na final da Copa anterior pautou a trajetória da Seleção até chegar à Ásia com Felipão disposto a fazer história. Seja pela busca de explicações pelos 0 a 3, seja a fim de esclarecer o que havia acontecido com Ronaldo na noite anterior, o placar no Stade de France até hoje não foi digerido pelos brasileiros.

Sob a ótica francesa, uma jornada histórica e consagradora. O primeiro título mundial conquistado com o futebol genial de Zidane abriu espaço para a mais gloriosa era dos Bleus, com o título da Eurocopa seguinte e o vice de 2006, já com uma entresafra de gerações. Para nós, brasileiros, era melhor que não tivesse sido assim.

- Originalmente postado no blog da Trivela

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Jogo a jogo e seleção da rodada - 10


SELEÇÃO DA RODADA

Victor (Grêmio)
Fabinho Capixaba (Palmeiras)
Índio (Internacional)
Marcos (Atlético-Mg)
Marcelo Cordeiro (Vitória)
William Magrão (Grêmio)
Serginho (Atlético-Mg)
Maikon Leite (Santos)
Marcinho (Flamengo)
Hugo (Coritiba)
Marquinhos (Vitória)

PALMEIRAS 1 x 1 FIGUEIRENSE

São cinco jogos de invencibilidade do Palmeiras, mas os dois últimos resultados estão longe daquilo que esperava Vanderlei Luxemburgo. Especialmente o empate desta quinta-feira, em casa, contra o Figueirense - responsável por tirar o 100% alviverde dentro de casa. Sem Martinez, Luxa postou dois volantes, dois meias e dois atacantes, sua formação mais ofensiva, para enfrentar um Figueira que, já se sabia, jogaria na defesa. E aassim fez a equipe de PC Gusmão, em seu terceiro jogo à frente dos catarinenses.

O Palmeiras teve sérias dificuldades para sair dessa marcação impiedosa, comandada pelos incansáveis Magal e Diogo, mas com o respaldo de todos os outros oito jogadores de linha. Os donos da casa rodavam a bola, de um lado ao outro, mas os espaços eram mínimos e se tornavam ainda menores por mais uma atuação apagada de Valdívia, Lenny e Diego Souza. O Figueira apostava em Tadeu, que de costas para a zaga recebia todas as bolas e quase sempre se saía bem.

Numa delas, quase Cleiton Xavier fez o gol no primeiro tempo. E foi o capitão dos alvinegros que abriu o placar, em jogada preciosa de Marquinho. Veio rapidamente a resposta, com jogada de Fabinho Capixaba, o mais lúcido dos anfitriões. Foi um empate frio e insosso numa noite gélida na capital paulistana. Um resultado pouco produtivo para o Palmeiras, que ainda não está entre os quatro primeiros.

VASCO 4 x 0 SPORT

Antônio Lopes voltou a utilizar quatro jogadores de frente - Morais como meia, Leandro Amaral na direita, Edmundo enfiado e Jean à esquerda. E o Vasco, em casa, jogou novamente tomando conta do jogo diante de um Sport que segue em baixa no Campeonato Brasileiro - são quatro derrotas nos últimos cinco jogos e a zona do rebaixamento se aproximando. Os vascaínos mantêm sua campanha média de poucos pontos desperdiçados em casa, onde venceu quatro de cinco jogos. O clássico de domingo, contra o Flamengo, é a grande prova de fogo para a equipe cruzmaltina.

Nesta quinta, com ótima atuação de Pablo e momentos esporádicos de outros jogadores, o Vasco ganhou mesmo sem fazer brilhante. E goleou. Pressionou os laterais do Sport com Jean e Leandro Amaral, marcou adiantado e teve atitude, principalmente. Um resultado importante para os vascaínos, que não terão Morais no domingo - uma ausência e tanto.

IPATINGA 2 x 2 CRUZEIRO

Adílson Batista contou que Ricardo Drubscky conhecia o time do Cruzeiro muito bem, por ter trabalhado na Toca da Raposa. E o técnico do Ipatinga armou novamente sua equipe, fazendo um jogo interessante no interior mineiro. Com Adeílson indo bem mais uma vez, fez a terceira partida consecutiva de bom nível. O trabalho do treinador é um alento para uma equipe fadada ao rebaixamento pelo triste início de temporada que teve. Ainda que tenha buscado o empate e se mantido entre os quatro, é outro resultado ruim para os cruzeirenses, que têm clássico no domingo.

SANTOS 1 x 1 GRÊMIO

Foi mais um bom primeiro tempo do Santos, que teve Rodrigo Souto jogando na sobra e Kléber como volante à direita, tentando - e conseguindo - dar mais qualidade na saída de bola. Michael, porém, aparecia pouco para o jogo. Quem não se escondia era Apodi e principalmente o imparável Maikon Leite, o melhor na Vila Belmiro. O garoto levou Thiego à loucura, criando pelo menos duas boas chances - e finalizando para fora, é verdade. No fim da primeira etapa, foi Maikon quem deixou o quase xará Michael em condições de determinar a igualdade. Antes, Rodrigo Mendes tinha aberto o placar, em desatenção de Kléber Pereira no primeiro pau.

O Grêmio só respirava quando a bola vinha aos pés de Willian Magrão, surpreendentemente o melhor do time de Roth. Marcel até se saía bem com a marcação de Fabão, mas perdeu um gol imperdível, já quando o Santos morria nos últimos 15 minutos. Faltou perna para os santistas buscarem a virada no segundo tempo. Maikon Leite murchou, Thiego voltou melhor e Molina só fez uma boa jogada em meia hora. Lima, que voltou do intervalo no lugar de Kléber Pereira, foi mais nulo que o titular. E o Santos segue com uma vitória em dez jogos do Brasileirão. E Celso Roth mantém seu time entre os quatro - ao menos por enquanto.

ATLÉTICO-MG 1 x 1 FLAMENGO

Pouco adianta o Atlético jogar bem só 45 minutos de uma partida. Dessa vez, foi o segundo tempo do Galo que foi muito bom, com Danilinho e Petkovic inspirados e Serginho e Márcio Araújo muito bem na marcação. Na primeira etapa, Gallo armou mal seu time, com Amaral pela esquerda e três volantes. O Flamengo controlava a partida e chegava com perigo, sempre pelos pés de Kléberson e principalmente Marcinho.

Após o intervalo, o Fla morreu no Mineirão e foi engolido por um Galo vibrante, novamente empurrado por uma torcida fantástica - como no domingo. Poderia perfeitamente ter deixado o campo com três pontos, mas faltou de novo acertar o pé. Ao Fla, só pintou um pouco de fôlego com o garoto Erick Flores, mas o recuo do time matou as chances na frente, especialmente pelo cansaço de Obina. O Galo venceu só um dos últimos seis jogos. E o Flamengo se mantém razoavelmente seguro na ponta.

INTERNACIONAL 1 x 0 GOIÁS

Uma marcação sufocante do Goiás foi a tônica no Beira Rio. Os esmeraldinos, com só Iarley no ataque, trancavam o Inter, impedindo Taison e Guiñazu, principalmente, de aparecer no jogo. Nilmar, muito isolado, mostrava novamente viver um momento ruim. Tite mexeu bem, trouxe Alex para a meia e pôs Adriano no comando do ataque. O resultado demorou só três minutos para aparecer.

Nilmar foi insistente e rolou para Adriano, livre, dar o gol e os três para o Inter que, no fim, ainda perdeu boas chances de ampliar. Não foi uma vitória de impacto, como contra o Coritiba, mas atesta a evolução da equipe nas mãos de Tite. São cinco jogos com o treinador: três vitórias, um empate (que deveria ser vitória, não fosse o erro de Renan), e uma derrota para o Vitória no Barradão. O Colorado já é oitavo.

VITÓRIA 5 x 2 BOTAFOGO

O Botafogo precisava mesmo perder um jogo dessa forma para trocar de técnico. A vida com Geninho não era nada promissora. Mas o Vitória teve inúmeros méritos no Barradão. Não teve três titulares, mas teve novamente Marcelo Cordeiro, Willians, Marquinhos e Ramon - todos em alto nível. O 4-2-3-1 de Vágner Mancini explorou a velocidade pelos lados do campo e forçou, sempre, em cima dos alas botafoguenses. Por ali, saiu o pênalti convertido por Ramón, e os dois gols do lateral-esquerdo rubro-negro. Com cinco vitórias e um empate nos últimos seis jogos, o Vitória é segundo colocado.

CORITIBA 4 x 0 PORTUGUESA

O segundo tempo do Coxa, com dois meias e dois atacantes, foi fulminante. Quatro gols em 45min diante de uma Portuguesa que, também pela expulsão de Diogo, só jogou se defendendo. Keirrison é indispensável e ainda fará muitos gols no Brasileiro. Hugo, cada dia mais, também parece merecer a titularidade. Jogar com dois na frente, aliás, Dorival Jr só havia feito contra o Botafogo. Mas só agora deu certo. Além de Hugo e Keirrison, há Marlos, Michael, Carlinhos Paraíba...E Júnior precisará montar outro time ultra-ofensivo, característica de seus últimos trabalhos. Talvez aí o Coritiba não oscile tanto.

NÁUTICO 2 x 1 SÃO PAULO

Novamente, como em 2007, o São Paulo se complica e sai dos Aflitos derrotado. O Náutico, que tinha ido tão mal contra Palmeiras e Flamengo, se saiu bem contra outro dos favoritos. Ainda que com boa atuação de Hernanes, os são-paulinos não fizeram grande papel diante da modificada equipe de Leandro Machado, agora com Ruy e Paulo Santos no meio-campo. Gilmar, bem no segundo tempo, se mostrou uma mexida interessante e uma opção viável, até porque Felipe não tem jogado bem desde que renovou contrato.

FLUMINENSE 3 x 0 ATLÉTICO-PR

O Atlético Paranaense deveria saber que o time de Renato Gaúcho é todo coração. Provocou, em seu site, uma motivação de véspera no Flu, que já precisava, mesmo, se animar. E mesmo sem Thiago Neves, o Fluminense criou o suficiente para sair da lama e vencer pela primeira vez no Brasileirão. Tartá e Somália são boas opções, algo que Renato não tinha até outro dia. E que vai precisar, principalmente se o desmanche aberto por Gabriel se aprofundar. Até pelo fato de que os Thiagos disputarão as Olimpíadas. Com quatro de seus próximos cinco jogos no Maracanã, o Flu pode sair dessa. Não parece o caso do Furacão, longe de empolgar com Roberto Fernandes.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Um precedente perigoso


É previsto no regulamento da CBF, mas pouco seguido, que transferências internacionais - ou seja, do exterior para o Brasil - só são possíveis em agosto. Os jogadores que chegariam, então, só estariam aptos a atuar a partir de 3 de agosto, quando abre a janela. Pois o negócio, definitivamente, se escancarou.

Michael, que veio do Dínamo de Kiev, e Roberto Brum, ex-Braga, foram liberados pela 5ª Vara do Trabalho de Santos, sob o argumento de que estavam sendo impedidos de trabalhar. Pura balela, já que ambos estão sob contrato e recebendo salários. Só precisam é esperar ser aberto o período de inscrição. Simples assim. O Santos, aliás, já havia utilizado o mesmo procedimento em 2007, quando Kléber Pereira veio do futebol mexicano e já chegou jogando no meio do ano.

A medida abre um precedente perigoso, pois vários clubes esperam a abertura da janela para começar a utilizar reforços. É o caso do São Paulo, que tem André Lima e Rodrigo, que vem do próprio Dínamo de Kiev, aguardando 03 de agosto. Nesta semana, também com o mesmo artifício, o Grêmio conseguiu liberar Tcheco, antes atuando no Oriente Médio.

Sinal de como as coisas sérias e corretas, no futebol brasileiro, são de difícil implantação. E o pior é quando os exemplos ruins partem da própria justiça comum.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Jogo a jogo e seleção da rodada - 09


SELEÇÃO DA RODADA

Marcos (Palmeiras)
Léo Moura (Flamengo)
Antônio Carlos (Atlético-Pr)
Renato Silva (Botafogo)
Juan (Flamengo)
Serginho (Atlético-Mg)
Alan Bahia (Atlético-Pr)
Cleiton Xavier (Figueirense)
Alex (Internacional)
Taison (Internacional)
Marquinhos (Vitória)

ATLÉTICO-MG 1 x 1 PALMEIRAS

Desfalques, os dois lados tinham. Faltavam Valdívia, Kléber, Gustavo, David, Granja e Leandro para o Palmeiras. Ao Galo, não contar com Marques, Rafael Miranda, Leandro Almeida e Beto. Após tudo isso ser colocado na balança, foi o Atlético que entrou mais ligado, organizado e determinado para somar três pontos. A torcida atleticana deu um show à parte e os donos da casa pressionaram. Fizeram um, perderam outros, inclusive um pênalti. Foi o jogo de Marcos.

Luxemburgo tentou mexer muito no time. Fez debutar Evandro, abriu Denílson e Lenny pelas pontas e até ressuscitou Jorge Preá. Volume de jogo, porém, o Palmeiras não teve. Diego Souza mostrou disposição, mas era pouco para um Palmeiras que, além de bem marcado, tinha seus setores muito distantes uns dos outros. Ainda assim, com mais controle da posse de bola e um Galo cansado, conseguiu medir forças após o intervalo. E achar um gol em lance inspirado de Diego. Um ponto ganho para o Verdão - em um jogo em que teoricamente devia somar três, e dois perdidos para o Atlético - que poderia ter saído com vitória do Mineirão.

FIGUEIRENSE 2 x 1 VASCO

De que adianta o Vasco ter vários atacantes e meias em campo se só jogou na defesa? O Figueirense teve mais posse de bola, iniciativa de jogo e qualidade técnica. Pressionou o gol de Tiago, que tinha poucos jogadores para lhe ajudar, já que o time de Antônio Lopes não se recompõe sem a bola. PC Gusmão mexeu bem no time, seja trazendo Marquinho para a lateral no segundo tempo e lançando Rodrigo Fabri, seja mexendo em um ataque inócuo. A vontade de vencer do Figueira foi premiada com dois gols do sempre importante Cleiton Xavier.

INTERNACIONAL 3 x 0 CORITIBA

Alex é ótimo jogador, mas não resolve todas as partidas sozinho. Por isso, é bom que Taison tenha novamente atuado bem, que Guiñazu siga com a equipe e que Tite dê confiança para um Internacional que pode muito mais que sua atual posição representa. O Coritiba fez bons jogos no Brasileirão, mas tem uma posição na tabela bastante preocupante. O ponto positivo é uma série de jogos razoavelmente acessíveis pelas próximas rodadas. Além, claro, do retorno de Keirrison, de 20 gols marcados em 2008.

PORTUGUESA 1 x 2 VITÓRIA

É definitivamente um Vitória muito veloz. Tão rápido que fez o segundo gol mais rápido da história do Brasileiro. E joga em velocidade, com os laterais, Willians Santana e os impossíveis Dinei e Marquinhos. A elogiada defesa da Lusa, em razão dos últimos jogos, deu muita moleza. Sem Diogo para resolver os problemas na frente, fica ainda mais difícil buscar um placar tão desfavorável. Vágner Mancini sabe das coisas e já pôs o Leão entre os quatro.

GOIÁS 1 x 0 FLUMINENSE

O cenário tricolor é mais que preocupante. E Renato segue pensando na Libertadores-09. O Fluminense perdeu novamente, não jogou bem e ainda não terá Thiago Silva e Thiago Neves em razão das Olimpíadas. Era jogo para ganhar, sobretudo diante de um adversário da rabeira. O Goiás faz sua parte, mas não convence a ponto de se fazer imaginar longe da zona de rebaixamento nas próximas rodadas.

BOTAFOGO 2 x 0 GRÊMIO

Geninho conseguiu colocar quase que o melhor possível em campo, em um elenco ainda pouco animado e uma torcida pouco presente. Foi, ainda assim, o suficiente para passar sem sustos pelo Grêmio, que só pode encontrar em Tcheco, talvez, o substituto de Roger. E que precisará jogar muito mais para continuar onde está na classificação. As chances de descer de status na tabela são iminentes, sobretudo quando o treinador tiver problemas para escalar o time.

SÃO PAULO 1 x 1 IPATINGA

Não se engane, pois o Ipatinga foi melhor no Morumbi. Ainda que tenha achado o gol perto do fim, foi quem sempre mais ameaçou no ataque. O Tigre do Aço, ainda candidato às últimas posições, ao menos mostra inconformismo com a possibilidade de ser tão ruim quanto o América-07. Não parece o caso. Em São Januário, já havia feito um bom jogo, e segue melhorando, sobretudo pelos bons Luciano Mandi e principalmente Adeílson. Para o time de Muricy, um resultado ruim e preocupante: poucos líderes perderão pontos contra o Ipatinga. E o São Paulo perdeu.

ATLÉTICO-PR 1 x 0 SANTOS

De certa forma, é um pecado o Santos ter saído derrotado da Arena. É um pecado pois o time de Cuca mostrou melhoras, com Kléber mais ligado no jogo, a marcação mais apertada no meio-campo e um primeiro tempo razoável, com bola na trave e boas finalizações de Apodi e Kléber Pereira. Antes do intervalo, assim como no fim do jogo, o Atlético contou com um inspirado Galatto, novamente bem no lugar do contundido e ótimo Vinícius. O ex-gremista, diga-se de passagem, não atuou tão bem nem no Tricolor, a despeito dos milagres na Batalha dos Aflitos.

Voltando ao jogo, houve mais equilíbrio na segunda etapa. O Atlético melhorou a marcação e as mexidas de Cuca, especialmente Molina e Maikon, não surtiram efeito. O time ainda pagava pela afobação de Wesley, enquanto os anfitriões melhoraram com a subida dos zagueiros para o ataque e mais movimentação na frente. Enquanto esteve mais enfiado, Ferreira não rendeu, algo que melhorou com as alterações de Roberto Fernandes. No fim das contas, o gol de Alan Bahia premiou sua incansável atuação como único marcador no meio-campo atleticano. Mas foi um pecado para a razoável atuação santista.

FLAMENGO 3 x 0 NÁUTICO

Não foi o Náutico defensivo das derrotas para Grêmio e Palmeiras, mas foi um time ainda exposto e não menos frágil. O Flamengo fez o que quis no jogo, com Kléberson saindo pela direita com Léo Moura, e Juan aproveitando o espaço deixado por Ruy. Renato Augusto e Marcinho também colaboraram para a convincente atuação rubro-negra. Assim, o Fla chega ao melhor aproveitamento em nove rodadas iniciais desde a implementação dos pontos corridos. E o Timbu, mesmo que com os desfalques defensivos de Negretti, Everaldo, Ticão e Alceu, começa a preocupar. Quase nunca é o mesmo longe dos Aflitos.

SPORT 1 x 0 CRUZEIRO

O Cruzeiro jogou muito bem e novamente não ganhou. Foi um primeiro tempo dominante na Ilha do Retiro, com Ramires, Wagner e Jadílson criando perigo para um excelente Magrão trabalhar. No intervalo, Adílson resolveu resguardar o espaço por onde o Sport contragolpeava, com Luciano Henrique nas costas de Jadílson. Nelsinho voltou mais defensivo, com Fábio Gomes auxiliando a marcação e liberando os laterais rubro-negros. O Leão melhorou e deixou os cruzeirenses mais distantes do Flamengo, somando só quatro pontos em quatro rodadas.


* O blogueiro pede desculpas pelo atraso no post

sábado, 5 de julho de 2008

Colunas da semana

No Olheiros...

Atenção às categorias de base é um dos fatores para o crescimento do Fluminense desde o rebaixamento para a Série C na década passada

Na Trivela...

O fim do semestre demonstra como os grandes clubes ainda raramente se planejam da forma adequada

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Seleção da Libertadores


Rápido e direto, a seleção da Libertadores 2008 e mais alguns destaques:

O ONZE IDEAL

Se os americanistas fizeram alguns milagres e chegaram à final, Guillermo Ochoa é um dos principais responsáveis. Desde a primeira fase, o goleiro titular da Seleção Mexicana fechou o gol e foi, além de o mais regular, também o mais brilhante em sua posição.

Ora atuando como zagueiro, ora como lateral, o vigoroso Jairo Campos foi o mais seguro nome da lateral na Libertadores. Longe de ser brilhante, mostrou disposição e ótimo posicionamento. Merece ser premiado pela regularidade. E pelo título, claro. Fez gol no primeiro jogo da final.

Ainda que com uma atuação comprometedora na primeira partida da final, Thiago Silva foi um monstro ao longo da competição e conquistou espaço na Seleção Brasileira, ainda que na mais concorrida das posições. Em um time tão ofensivo, era alma e símbolo de segurança na zaga tricolor.

Discreto, mas rápido, inteligente e um líder. Este foi Norberto Araujo, argentino e principal nome da defesa da LDU Quito. Como prêmio pelo título, teve o contrato renovado por três temporadas, afastando o interesse de outros clubes.

De cara, Júnior César desbancou a concorrência de Gustavo Nery e se firmou como uma das referências ofensivas do Fluminense, ainda que deixando espaços na defesa em muitos momentos. Contra o São Paulo no Maracanã, foi praticamente perfeito e não menos decisivo.

Técnica, experiência e um chute sempre perigoso. Algumas das características mais marcantes do capitão Patricio Urrutia, responsável por erguer a taça da Libertadores e por importantes atuações ao longo da caminhada dos Albos.

Ao longo da Libertadores, pouco se comentou sobre Cícero, mas o baiano do Fluminense foi uma das opções mais confiáveis e regulares para Renato Gaúcho na competição. Ora atuando como atacante, ora como volante, ora como meia, o versátil jogador sempre foi importante. De quebra, foi o único de sua equipe a converter a penalidade máxima na decisão.

Revelação e craque da Libertadores. É difícil não conceder a Joffre Guerrón estes dois prêmios, que poucas vezes coincidem. Enérgico, habilidoso e sempre um perigo para os laterais adversários, foi o principal nome das finais e semifinais, coroando uma participação que já era brilhante. Jogará pelo Getafe na próxima Liga Espanhola.

Gols importantes, quase a mesma dinâmica de Guerrón e ainda mais doação na parte defensiva. Luis Bolaños, o externo-esquerdo da LDU foi decisivo quando, de cara, dificultou ainda mais a tarefa do Fluminense na finalíssima. É outro que dificilmente fica no futebol equatoriano.

Alma e coração do Fluminense, o centroavante Washington foi herói nas marcantes eliminações sobre Boca Juniors e principalmente São Paulo. Sem se furtar às dores, atuou na final no sacrifício. E caiu de produção. Mesmo assim, deixa a competição como um dos grandes nomes do futebol sul-americano.

Um perigo constante, Salvador Cabañas terminou a Libertadores pelo segundo ano consecutivo como artilheiro. Com seus gols e as defesas de Ochoa, o América surpreendeu ao deixar pelo caminho, por exemplo, Santos e Flamengo. Impecável na finalização, ainda coroou sua temporada com o gol no Brasil nas Eliminatórias.

É praticamente impossível não dar ao campeão Edgardo Bauza os méritos pelo título improvável da LDU. O treinador argentino, melhor da competição, armou um esquema tático ofensivo e ao mesmo tempo equilibrado. Com um futebol sempre arrojado, mesmo nos momentos de maior pressão, deixou três clubes argentinos, um mexicano e um brasileiro, dando aos Albos a maior conquista da história do futebol equatoriano.


Outros destaques:
Ramires e Marcelo Moreno (Cruzeiro); Kleber Pereira (Santos), Adriano e Hernanes (São Paulo); Luiz Alberto e Thiago Neves (Fluminense); Battaglia e Palacios (Boca); Manso (LDU); Juan Carlos Silva (América); Zuñiga e Ospina (Nacional de Medellín); Torres (Cúcuta); Marioni (Atlas) e Bergessio (San Lorenzo).

Melhor jogo:
Fluminense 3 x 1 São Paulo

Surpresa:
LDU Quito

Decepção:
Juan Román Riquelme

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Maracanazzo - 02/julho/2008


A expectativa de que o oba-oba de torcedores e imprensa se transferisse para o time não se confirmou. O Fluminense teve espírito de final, teve a alma que a Libertadores estabelece como requisito básico e mostrou sua superioridade no Maracanã. Só que havia uma equipe do outro lado.

A Liga Deportiva Universitaria de Quito não chegou à decisão por acaso. Tinha uma campanha sólida, eliminações sobre adversários de respeito e trouxe uma grande vantagem para o Rio de Janeiro. De cara, se colocou ainda mais perto do título, com o gol de Bolaños, sempre decisivo.

É difícil não reconhecer os méritos do Flu. Eliminar São Paulo e Boca Juniors, em seqüência, é a maior demonstração de força possível no cenário sul-americano. Não satisfeito, o Flu fez uma grande final em seus domínios, sufocou a LDU enquanto teve fôlego e contou com um Thiago Neves brilhante, que enfim despertou na Libertadores.

A trajetória tricolor na final, porém, tem três grandes pecados.

1-) O primeiro deles foi a partida abaixo da crítica em Quito. O placar de 2-4, trazido na bagagem, complicou a vida tricolor e foi, no fim das contas, um lucro. Os Albos jogaram muito mais e poderiam ter feito uma goleada; 2-) A desatenção e a afobação iniciais permitiram o gol da LDU. Se já estava difícil, ficou quase impossível marcar quatro gols; 3-) Quase impossível, mas o Fluminense fez três. E ainda tinha um longo tempo para ser mais incisivo e evitar a disputa por pênaltis.

Não é a hora, porém, de caça às bruxas. O Fluminense está na lanterna do Brasileiro e o discurso de recuperação é mais que pertinente. Porém, o time de Renato Gaúcho precisará jogar muito e superar possíveis saídas de jogadores, em especial Thiago Silva. Para atingir os 61 pontos de 2007, quando terminou em quarto lugar, será preciso somar 58 pontos em 30 rodadas. Uma tarefa mais que árdua, sobretudo pelo peso moral do Maracanazzo de 02 de julho de 2008.

E a LDU?

A pressão do Fluminense era de difícil controle, mas a Liga Deportiva Univesitaria fez um esforço muito grande e teve sucesso no Maracanã. Seja pelo gol feito de início, seja pela pressão na prorrogação - houve um gol mal anulado e outro impedido pela falta de Luís Alberto -, seja em se desdobrar para marcar e até mesmo para forçar o jogo sobre Gabriel e Júnior César.

A LDU Quito foi como foi em toda a Libertadores. Um time ofensivo, intenso e com muita personalidade. Se é difícil não reconhecer o esforço do Fluminense, é impossível não dizer que o título dos Albos foi justo. E histórico.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Quase igual

Estréia na Libertadores: foi a mesma LDU da final


O Fluminense já conhecia a força da LDU jogando em Quito. Em 45 minutos, na estréia da Libertadores, tomou um grande calor e só não foi para o vestiário sendo goleado em razão dos milagres de Fernando Henrique.

Sabia, por exemplo, que Guerrón e Bolaños pressionariam Gabriel e Júnior César a todo momento. E mesmo assim não posicionou Ygor ao lado dos zagueiros para ajudar na cobertura. É verdade que Bieler é o único atacante, mas os dois ponteiros albos jogam espetados, e os laterais do Flu não sabem marcar. Por dentro, só Manso é que avança, de fato, e poderia ser vigiado por Cícero e/ou Arouca. Agora, o desastre já está feito.

Edgardo Bauza promete que a LDU jogará da mesma forma no Maracanã. Vai ao ataque, vai espetar seus dois homens ofensivos pelas faixas para explorar a deficiência dos laterais tricolores. A julgar pela postura e pelos resultados obtidos em toda a Libertadores, além da convicção do próprio treinador argentino, é bem provável. Resta saber se o Flu vai fazer tudo igual, de novo.