sábado, 23 de julho de 2011

O imparável Corinthians e o adeus ao legado de Mano


Há dados e mais dados impressionantes neste Corinthians que não perde no Campeonato Brasileiro. Nas nove vitórias e um empate, só três jogos foram efetivamente como mandante no Pacaembu. O quarto foi o clássico com o São Paulo: placar de 5 a 0, o maior da história do Majestoso na Série A e igual ao do Paulista de 1996, vitória corintiana mais expressiva nos confrontos.

Não pare por aí: Tite, na somatória de seu terceiro Brasileiro com o Corinthians, se aproxima de Mário Sérgio, treinador corintiano com maior aproveitamento, de 77%. Se somarmos 2004, 2010 e 2011, o gaúcho tem 66%, índice de campeão, mas em 57 partidas de três diferentes anos. Em 2010, como agora, ele também não perdeu: cinco vitórias e três empates.

Hoje com dados impressionantes, a equipe corintiana soma 10 jogos sem levar gol com efetivamente bola rolando. Um de pênalti, dois de falta e outro após escanteio. Independente do que ocorrer no futuro, já escreveu uma página brilhante na história da competição.

Internamente no clube, se sabe que está sendo definitivamente inaugurado um novo ciclo. O time atual joga com a imagem de Tite, desprendido da sombra do sucesso de Mano Menezes e do fracasso de Adílson Batista. Dos títulos de 2009 com Mano, porém, ficaram lições importantes que hoje são aplicadas. Uma das principais é de que é muito difícil manter uma mesma equipe vitoriosa por muitos anos. Títulos trazem impactos positivos e também negativos.

Aquele Corinthians, campeão da Copa do Brasil, durou pouco. Com o passar do tempo, Elias já não marcava como antes e precisou ser adiantado para a meia. Dentinho já não buscava os gols com a mesma sede, Felipe já não vivia com a mesma simplicidade e as peças perdidas, André Santos, Cristian e Douglas, jamais foram repostas com a mesma qualidade. Por um ano e meio, o Corinthians, que até quase foi campeão brasileiro de 2010, viveu na sombra daquele time, mas nunca conseguiu iniciar um novo ciclo. É o que acontece agora.

Sem Roberto Carlos e Ronaldo, cujas presenças em campo traziam mais prejuízos que lucro, e também sem a Libertadores, Tite teve quatro ou cinco meses para remontar o time. Praticamente sem reforços em um primeiro momento, soube mudar alguns jogadores de patamar, como Leandro Castán, Ralf e Paulinho, principalmente. Fábio Santos evoluiu de forma incontestável, Willian rapidamente conquistou um espaço e, no fim das contas, Danilo foi recuperado. Liedson voltou como em 2003. Lideranças mais antigas, Alessandro, Chicão e Jorge Henrique serviram de alicerce.

Aos poucos, e com várias semanas cheias para treinamentos táticos e técnicos, além de cuidados com a parte física, o Corinthians se reformulou e ficou forte. Ao Brasileiro, chegou voando. Com Renan, Weldinho, Ramon, um surpreendente Edenílson e os experimentados Alex e Emerson, realizou um mercado preciso que não fazia há duas ou três temporadas. A base sólida do Paulista foi incrementada para um Campeonato Brasileiro que, embora seja acima das expectativas, não é apenas obra do acaso.

Com larga vantagem na primeira posição, o Corinthians também tem certeza de que, enfim, conseguiu se reformular para dar início a um novo ciclo. É o líder de desarmes da Série A. Solidário sem a bola e com uma recomposição defensiva impressionante, recupera a posse a todo instante e soma rapidez com um jogo extremamente vertical, que também ataca qualquer ponto de desorganização na defesa adversária. Características mais marcantes desta imparável equipe corintiana.

2 comentários:

Rafael Zito disse...

Perfeito Dassler... Eu que gosto mto do Mano Menezes tenho que admitir que o trabalho que o Tite faz atualmente supera o anterior.

A mecânica que esse time joga é impressionante... O Corinthians é super compacto e a intensidade do jogo é incrível. Além da solidez defensiva. Com relação ao Paulinho eu sempre o achei melhor q o anterior q prefiro não dizer o nome hahaha... um abraço.

Roberto Piantino disse...

Dadá zicou NOSSO time com esse post :P