domingo, 28 de agosto de 2011

Nos clássicos paulistas, quem está mais próximo de ser um Barcelona?


Contra o Villarreal, neste domingo, o Barcelona inicia sua caçada por aquele que seria o segundo tetracampeonato espanhol de toda sua história. No elenco de Pep Guardiola, reforçado por Cesc Fabregas, um recorde: 11 jogadores formados em casa, o que é exatamente metade do grupo principal barcelonista. Suficiente para formar um time todo de canteranos. Valdés, Puyol, Busquets, Piqué e Fontás; Xavi, Thiago Alcântara e Fabregas; Pedro, Messi e Iniesta.

É verdade que Barcelona só tem um, mas os clássicos paulistas também deste domingo mostram que, no futebol de São Paulo, há dois clubes que pensam de maneira similar, e se enfrentam na Vila Belmiro. Em Presidente Prudente, os outros dois que vão a campo, têm conceitos muito diferentes aos barcelonistas.

Juntos, Santos e São Paulo devem colocar desde o início um total de nove ou dez crias da casa. De um lado, Rafael, Adriano, Elano, Ganso e Neymar podem sair jogando com Muricy Ramalho. E, do outro, Rogério Ceni, Juan, Casemiro, Wellington e Lucas são presenças asseguradas no onze titular de Adílson Batista. Não à toa, os dois clubes foram a base principal do Brasil Sub-20, campeão continental e mundial em 2011.

O ainda líder Corinthians e o Palmeiras, sexto colocado, vivem uma realidade completamente oposta e precisam gastar muito mais para ter times competitivos como o de seus dois rivais paulistas. No elenco corintiano - veja, elenco e não time - apenas Júlio César representa um abandonado Terrão que não revela mais ninguém. A base palmeirense, que não encontra em Luiz Felipe Scolari exatamente um aliado, só terá o lateral Gabriel Silva desde o início no Dérbi. Se você pensou em Patrik, possível substituto de Maikon Leite, esqueça: ele é cria do São Caetano.

Prospectar, formar e revelar são os verbos que constituem o trabalho de uma categoria de base de sucesso, o que se verá no clássico San-São, mas não no Dérbi. Criar seus jogadores em casa é algo que geralmente está no DNA. Por isso, o Barcelona faz seu próprio craque, Messi, e o Real Madrid compra o seu, Cristiano Ronaldo. É assim no México, com o Chivas que revela e o América que compra, e em tantas outras rivalidades do futebol mundial. Na do futebol paulista, por exemplo, hoje as divisões estão muito claras.

Um comentário:

Leandro Colares disse...

Belo post!

A base sem dúvida é o melhor caminho a longo prazo. Menos gasto com contratações e mais identificação com o clube.

Abraço!