domingo, 26 de fevereiro de 2012

Marcelinho, Lucas e os clássicos


Na terceira semana de setembro de 2010, Lucas deu seu grito de independência. Até hoje não se sabe se deu sozinho, ou se Juvenal Juvêncio é quem pediu que abandonasse o apelido do mais vitorioso jogador da história do rival Corinthians. Mas Lucas deixou para trás o Marcelinho e, quatro dias depois, decidiu seu primeiro clássico. No Pacaembu, fez gol e serviu Fernandão contra o Palmeiras, 2 a 0 para o São Paulo. Foi seu cartão de visitas, sua afirmação após 40 dias de estrear entre os profissionais.

A semana que antecede o São Paulo-Palmeiras deste domingo também teve Lucas nas manchetes, mas da diretoria tricolor - com Emerson Leão no meio - em novo atrito com Andrés Sanchez, agora o homem de seleções da CBF. A briga foi para retardar a apresentação de seu mais precioso jogador para o amistoso contra a Bósnia. Leão e Juvenal sabem que ele é quem pode decidir e ele sabe que precisa decidir mais. Sabe que não é mais Marcelinho.

Desde a profissionalização de sua maior joia, o São Paulo disputou 15 clássicos e ele não entrou em campo em seis deles. Seja por seleção, acúmulo de cartões ou suspensão. Lucas jogou nove clássicos e venceu duas vezes. Fez três gols. Por mais que a responsabilidade seja dividida e que ele tenha feito parte de equipes inconsistentes, Lucas sabe que seu cartel não é digno para alguém de seu potencial.

Os números mostram objetivamente como ele está disposto a chamar a responsabilidade no novo ano. No último Brasileiro, Lucas tinha 2,5 finalizações, 5,1 dribles e 30 passes em média por jogo. Neste Paulista, ele finaliza 4 vezes por partida em média, dá 9,1 dribles e também toca mais na bola. São 33 passes. O camisa 7 do Morumbi é o segundo maior finalizador e o segundo maior driblador do Estadual.

Não basta só arrancar com a bola dominada e driblar feito um desesperado ou chutar de longe a todo momento. É preciso levar o time, conduzir. Sem Luís Fabiano, sem Rogério Ceni, sem Wellington e ainda sem uma equipe confiável, Lucas precisa decidir contra os rivais. Da última vez que isso aconteceu, ele ainda se chamava Marcelinho.

Os 15 clássicos da Era Lucas (em negrito, quando venceu ou marcou)

22/08/2010 - Corinthians 3 x 0 São Paulo (45 minutos)
19/09/2010 - Palmeiras 0 x 2 São Paulo (90 minutos e 1 gol)
17/10/2010 - Santos 4 x 3 São Paulo (45 minutos)
07/11/2010 - São Paulo 0 x 2 Corinthians (90 minutos)
30/01/2011 - São Paulo 0 x 2 Santos (seleção sub-20)
27/02/2011 - São Paulo 1 x 1 Palmeiras (80 minutos)
27/03/2011 - São Paulo 2 x 1 Corinthians (seleção)
30/04/2011 - São Paulo 0 x 2 Santos (lesionado)
26/06/2011 - Corinthians 5 x 0 São Paulo (seleção)
21/08/2011 - São Paulo 1 x 1 Palmeiras (suspenso)
28/08/2011 - Santos 1 x 1 São Paulo (87 minutos e 1 gol)
21/09/2011 - São Paulo 0 x 0 Corinthians (90 minutos)
27/11/2011 - Palmeiras 1 x 0 São Paulo (suspenso)
04/12/2011 - São Paulo 4 x 1 Santos (1 gol e 86 minutos)
12/02/2012 - Corinthians 1 x 0 São Paulo (90 minutos)

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