terça-feira, 16 de novembro de 2010

As duas identidades do He Man


Rafael Moura ficou notabilizado como um jogador tosco e até hoje paga seu preço por essa fama. No Campeonato Brasileiro deste ano, contribuiu para isso ao ser expulso tolamente contra o Flamengo, por exemplo, ou ao agredir um repórter em conjunto com Emerson Leão, no Barradão, diante do Vitória. Também saiu por baixo do Corinthians, foi afastado do Atlético-PR por vários meses, fracassou no futebol francês e ainda foi horroroso com a camisa do Fluminense.

O mais curioso é que Rafael Moura não é um jogador tão medíocre assim. Tem seu valor, inclusive. Pelo Corinthians, em 2006, chegou a fazer sete gols nas 10 primeiras rodadas do Campeonato Paulista. Com o Atlético-PR, dois anos depois, marcou nove vezes em 15 jogos. Na temporada seguinte, foi liberado com um índice de 19 gols em 36 partidas.

São números de respeito para o He Man. Para se utilizar de uma palavra da moda, o atacante esmeraldino é, digamos, bipolar. Nos últimos 20 jogos do Goiás, Rafael Moura marcou 13 gols - o time fez 28. Pela Copa Sul-Americana, marcou todos os três no confronto com o Avaí e dois dos três no duelo com o Peñarol. No Engenhão, domingo, impediu a vitória do Fluminense.

Tudo bem, você dificilmente sonha em ter Rafael Moura no seu time. Ele é grosso, não sabe dominar a bola corretamente e está sempre disposto a explodir. Se não vive uma boa maré, é capaz de perder gols incríveis.

Não é o caso neste momento: o He Man vive um momento especial e, se há um jogador capaz de tirar o Palmeiras da final da Copa Sul-Americana, é ele mesmo. O Goiás se reorganizou com Artur Neto, mostrou fibra no Engenhão e certamente vai cair no Campeonato Brasileiro. Mas ainda vai tentar terminar o ano de uma forma menos vergonhosa.

Um comentário:

Editor disse...

Vale lembrar que ele foi rebaixado com o Vitória, com o Paysandu e agora está quase lá.