sábado, 28 de maio de 2011

A presença de vários nomes extraordinários constrói o maior time da história


Você que acompanhou Barcelona x Manchester United, neste sábado, sinta-se privilegiado. Pois daqui 30 anos, para uma próxima geração que está por vir, você dirá que viu este Barça em ação. Como meu pai costuma me falar do Santos de Pelé e do Brasil de 70, como os espanhóis costumam falar do Real Madrid de Di Stéfano, como os alemães falam do Bayern de Beckenbauer e os holandeses falam da Laranja Mecânica. Você e eu poderemos falar: vi o Barcelona.

Não caia na tentação de reduzir o mérito de Pep Guardiola, que encontrou um vestiário destruído e um clube em crise há três anos. Arquibancadas do Camp Nou não lotavam. Pânico. Ronaldinho e Deco estavam de partida. O desejo de conquistas passava longe. Guardiola reconstruiu tudo tendo as canteras como principais aliadas. Iniesta, recorde, era um reserva importante. Messi, o ponta direita fantástico, se transformou no cérebro de um time com três cabeças. Um monstro de várias cabeças este Barcelona.

O possível maior time de todos os tempos - sim, é um julgamento totalmente particular - se dá pela reunião de vários fenômenos, como é o treinador Guardiola, 40 anos. O maior deles, sem dúvida, Messi, que passa como Xavi, Zidane ou Iniesta, dribla e rompe como Cristiano Ronaldo, se posiciona como Romário e finaliza como Ronaldo. Só mesmo um jogador de tantas virtudes pode ser o camisa 10 e o camisa 9 ao mesmo tempo. Lionel é esse.

Xavi e Iniesta também são dois gênios deste esporte, protagonistas na Euro 2008, na Copa 2010 e nas duas Ligas dos Campeões com Guardiola e Messi. Os coordenadores do passe à frente, mas também os comandantes da marcação avançada que torna o Barcelona também fantástico sem a bola. Com tanta sede para desarmar e voltar a jogar com a bola no pé. A legítima lição do Futebol Total de Rinus Michels.

Se Guardiola, Messi, Xavi e Iniesta estão entre os maiores de todos os tempos, têm próximos de si mais alguns fantásticos. David Villa, que dá a profundidade que permite Messi recuar até o meio-campo e deseja o gol a cada momento. Daniel Alves, o maior lateral do futebol mundial, um pulmão tão bom quanto seu pé direito afiado, 20 assistências só nesta temporada. Piqué, o zagueiro mais rápido e destemido para marcar homem a homem quando o time todo se manda. Puyol, o coração, o caráter, a maior impulsão do planeta. Valdés, o líbero, Busquets, o gerente de tudo. Abidal, o combustível emocional no fim da temporada e seu papel tático fundamental. Pedro, uma estrela tão grande quanto sua abnegação.

Alex Ferguson até podia ter tentado outra organização defensiva, com menos um atacante, mais um volante e menos espaço para Messi, como Wenger conseguiu no Emirates e como Mourinho em vários momentos dos quatro clássicos recentes. Mas, no fim das contas, em nada daria provavelmente. Estamos diante de um momento histórico para este esporte e não podemos mais esperar para dizer o que é evidente: este Barcelona é o maior de todos os tempos.

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2 comentários:

André Augusto disse...

Eu colocaria o Nenê no lugar do Pato, pela constância. O milanista precisa emplacar uma temporada mais completa. Apesar de, quando em grande forma, fez partidaças pelo Milan.

Alexandre Anibal disse...

Grande texto, Dass.

Para mim é o maior time que vi jogar e um dos maiores de todos os tempos, sem dúvida. Dizer que foi "o maior" acho relativo, mas é um argumento válido dada a quantidade de vezes que atuou e a época.

Abraço