quinta-feira, 19 de abril de 2007

Roda roda


O gol são-paulino diante do Alianza nesta quarta-feira provoca reflexão. Na jogada pelo lado esquerdo, Jorge Wagner é quem vai ao fundo, como se ainda fosse ala, e cruza ao bel prazer de Borges. O ex-paranista cabeceia com segurança para dar três pontos ao time de Muricy Ramalho. Um detalhe não pôde passar despercebido: os protagonistas da jogada são teoricamente reservas.

O velho papo de que não existem titulares e reservas dentro de um plantel tem virado coisa séria na cabeça de alguns treinadores como Ney Franco, Vanderlei Luxemburgo e principalmente Muricy Ramalho, que é beneficiado por ter um elenco mais numeroso e qualitativo.

Rodar o elenco é prática comum nos principais times da Europa, embora nunca tenha sido aceito por aqui. Até mesmo a imprensa, com manchetes do tipo "Fulano é barrado", vê com ressalvas esse tipo de situação, tal qual, por exemplo, ocorreu com Daniel Passarela quando este treinou o Corinthians em 2005.

Por vários motivos, não ter onze titulares se mostra uma prática interessante, embora logicamente dependa do que o treinador tem em mãos para trabalhar e dos resultados que ele alcança. A principal vantagem é administrar a forma física dos jogadores, sempre exauridos por várias viagens e dois jogos por semana. Nesse contexto, a presença de outros membros da comissão técnica em um trabalho conjunto com o treinador, identificará riscos de lesões e assim, quem deve ou não jogar.

Mais que isso, a rotação do elenco faz com que todos os jogadores estejam motivados e com ritmo de jogo, dando ainda ao treinador a condição de ter variações táticas.

Pegando novamente o São Paulo como exemplo, veremos que em jogos importantes os teoricamente reservas têm decidido. Lenílson e Reasco, contra o Corinthians, foram decisivos, assim como foram Hernanes, Richarlyson e Borges diante do Palmeiras. Muricy Ramalho, notoriamente reconhecido como um treinador que vê muito futebol, daqui e de fora, certamente já tem isso como lição.

4 comentários:

Unknown disse...

Com certeza tem que existir o rodízio no time. Até quem joga Football Manager sabe disto.
Poupar jogadores no início de temporada é saber que estes aguentarão até o final, com um bom preparo físico.
Isto é o diferencial para se conquistar campeonatos, pois no começo todos estão até nivelados, mas no quando vai se aproximando o fim os que tem elenco se diferenciam, já que tem jogadores mais 'descansados'.
Elenco não é apenas 11 bons titulares, é ter jogadores que tenham um bom nível pra quando for necessário a sua utilização o time não sentir muito.

Abraço Dassler. ;]

Maurício disse...

Conversava exatamente sobre isso com um colega recentemente. Ao meu ver, São Paulo e Santos são os melhores times do Brasil hoje porque são os únicos que possuem um banco decente, que muitas vezes é mais importante que um time titular acima da média.

O São Paulo, principalmente, não possui onze titulares. Possui cinco ou seis, e os demais revezam SEM cair o nível da equipe, o mais importante. Assim é também o Santos, ainda que em menor escala.

E é como disse o Fernando, vai jogar Elifoot e essas coisas pra ver se o rodízio não é fundamental!

Abraço poio

Anônimo disse...

bom eu acho que o são paulo já teve time melhor que o atual, e nunca ganhou nada... acredito que a motivação desse grupo anda fazendo realmente uma diferença abissal em pró de novas conquistas... e o dagoberto chegou agora, num joga faz tempo mas espero que ele possa integrar o espírito do time e recuperar o bom futebol dele!!!


abraços dassler

Cris disse...

Dassler, eu acho legal isso de ter um grande elenco, poupar jogadores; mas não seria bom o SPFC ter um time definido, que treina junto, joga junto e quando necessário encaixar algumas peças deste vasto elenco?
Por exemplo ,o Pedrinho do Santos. Ele poderia ser titular, mas fica no banco e entra sempre prá mudar o jogo!?