segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O jeito Juventus de ser


Veteranos que juram ter visto o gol mais bonito da história de Pelé, na casa do Juventus. Jovens que, inexplicavemente, se juntam atrás de um dos gols e pulam e cantam durante os noventa minutos. É basicamente essa mistura que compõe a torcida juventina e que faz um jogo na Rua Javari ser um espetáculo à parte.

O cenário para a final da Copa FPF era uma Javari que há muito não se via tão repleta. Quase três mil torcedores se dirigiram ao bairro da Mooca, onde seria possível ver o Juventus, possivelmente, colocar a faixa de campeão no peito. Salvo conquistas nas segundas divisões paulista e brasileira, este poderia ser o principal título na história do Moleque Travesso, cujas maiores glórias, ao longo das últimas décadas, foram atrapalhar a vida do Corinthians.

A partida final, posterior ao jogo em Lins vencido pelo Juventus por 2-1, era cercada por boatos. Segundo os tais, alguma das equipes poderia entregar o jogo, já que o vice-campeão tinha direito a jogar a Série C de 2008, enquanto o campeão ficava com a vaga para a Copa do Brasil. O ritmo insandecido e imprevisível visto em campo pulverizou qualquer boataria.

Diante do Linense, a maior qualidade dos anfitriões se sobressaía. O Juventus pressionava e, além do primeiro gol, perdeu um pênalti com Johnny e ainda teve várias chances de marcar mais. Inexplicavemente, o time de Lins conseguiu o empate e, na segunda etapa, se agigantou. Propondo uma situação mais arrojada, foi pra cima do Moleque Travesso e fez os dois gols que precisava para ficar com o título. O terceiro, aliás, em penalidade aos 47 minutos do segundo tempo.

Nesse momento, a decepção juventina era latente. Dentro de casa e apoiado por toda a torcida, o Juventus também tinha mais camisa, experiência e jogadores vocacionados. Todos esses fatores pesaram quando, dois minutos depois, aos 49, João Paulo fez um gol choradíssimo, oriundo de um daqueles bate-rebates em grandes áreas. Foi o gol do título, mas que também pode ser chamado de imponderável ou qualquer coisa do gênero.

A casa italiana da Mooca, neste último domingo, viu um dramalhão futebolístico capaz de rivalizar com qualquer grande peleja da Squadra Azzurra. Seus torcedores caricatos, capazes por exemplo de um faixa com a imagem do mexicano Seu Madruga, fizeram da Javari, mais uma vez, um palco todo particular no mundo da bola. Um palco onde se vendem doces particulares, se vê o jogo sob uma arquibancada coberta e, ainda, não há iluminação artificial. É o jeito Juventus de ser.


Hostilidade comum aos goleiros adversários na Javari

9 comentários:

Anônimo disse...

adorei o relato! isso é o futebol!

Unknown disse...

Lindo relato, Dassler! Faz a gente se sentir dentro da Rua Javari.
Que pena o simpático time da Juve paulistana não ter chegado à Copa do Brasil.
Mas se assim quiseram os Deuses....

Luiz Fernando Bindi disse...

Genial, Dassão!!

Anônimo disse...

Belíssimo relato!! Juventus, da Mooca, é imortal!! Que batalha dos Aflitos que nada, o que importa mesmo é a batalha da Javari!! Uma pena não poder estar na Copa do Brasil.

Vamos nos linkar, passa lá no meu blog!!

Glorioso Alvinegro (www.gloriosoalvinegro.blogger.com.br)

Parabéns pelo blog!!

Juliana Loreto disse...

aeeee
eu fui oh :P
td bem q fikei passando mal qse o jogo todo, mas ok..
hahaha
oooooooooooooooooooooooooooooooo fpppp
hahaha

bjooo
(L)

Unknown disse...

reescrevendo meu comentário, que bom que se classificaram e foram campeões! hahaha da onde eu tirei q não foram? hahaha

Gerson Sicca disse...

Cara, legal essa cobertura da final da copa FPF e do jeito de ser do juventus. Bonito post.
Ah, te lembras q te falei q o Brasil de Pelotas iria para a final da copa paulo rogério amoretty, lá no RS?
Pois é. O xavante perdeu a primeira em Erechim, para o Ypiranga, por 2 a 0, e tornou a classificação para a final uma missão difícil. Mas no domingo a torcida lotou o estádio bento freitas e o Brasil fez 3 a 0 ao seu jeito, com vitórias arrancadas na marra. A partida estava 1 a 0. Aos 36 do segundo tempo NIcolás fez o segundo e o mesmo atacante fez 3 aos 47 do segundo.A torcida foi à loucura.Meu pai esteve no jogo e disse q foi uma das partidas de futebol mais impressionantes q ele já viu.
Agora é Brasil e Caxias. O segundo jogo é em Pelotas no domingo. Para evitar a já esperada invasão da torcida xavante, a direção do Caxias deu apenas mil ingressos para a torcida visitante.Mas no domingo o Bento Freitas vai estar um caldeirão.
Abraço

Eduardo disse...

Sensacional. Maravilhoso. Delirante. Cativante. Emocionante. Brilhante. Existem pessoas que não dão valor. O Juventus faz parte da História do Futebol. É time tradicional, querido – quando digo isso, falo de mim.

Assisti apenas ao segundo tempo do jogo. A primeira etapa terminou 1 X 1. Até aí, tudo eram flores para o Moleque Travesso. No entanto, nos últimos quarenta e cinco minutos de partida, tudo mudou. Uma mudança de araque.

O Juventus poderia perder de até um gol de diferença para ganhar o título da Copa FPF, na Javari, já que ganhara de 2 X 1 do Linense, em Lins.

Ao começar o segundo tempo, o time de Lins virou o jogo. 2 X 1. Até o último minuto de partida, os escassos torcedores do time da Mooca comemoravam. Pênalti pro Linense. Fausto bate. 3 X 1. Adeus, Copa FPF! Jogadores e torcedores do Linense: “É campeão! É campeão!”. Nada disso!!!
Último segundo de jogo. Jogadores do Juventus desesperados. Apavorados. Perdidos. Bate-rebate, chute de fora da área, desvio dentro dela, a bola vai devagarinho... GOOOOOOOOOOOOL!!! 3 X 2. Tudo havia mudado. Radicalmente. Fim de jogo! JUVENTUS CAMPEÃO!!!

ÉPICO!

Confesso: Simpatizo pelo Juventus. Ao marcar o gol do título, não acreditei, vibrei, comemorei. Mesmo sendo palmeirense.

Sidarta Martins disse...

Gostei do seu texto, coloquei-o linkado a um texto de um corinthiano experiente e, logo, sofrido - http://nacal.blogspot.com/2007/12/manuscrito-numa-garrafa.html

Abraços,