segunda-feira, 21 de abril de 2008

Várias vitórias em uma


PALMEIRAS 2 x 0 SÃO PAULO

Receber o jogo decisivo no Parque Antártica foi a primeira vitória do Palmeiras na decisão contra o São Paulo. Não houve como não notar uma atmosfera favorável para os palmeirenses quando a bola rolou nesse domingo, exceção feita aos inexplicados e absurdos incidentes no vestiário tricolor. Porém, atuando dentro de sua própria casa, o time de Luxemburgo foi melhor, diante de um valente São Paulo liderado por Hernanes e Jorge Wagner.

Em 90 minutos de bola, ficou suficientemente claro que o Palmeiras mandou no jogo. Parte disso, porém, se deve a algumas características do próprio São Paulo e de Muricy. Na partida do Morumbi, foi Hernanes, atuando como meia, o ponto de maior lucidez do time. Precisando de volantes, porém, Muricy Ramalho recuou o pernambucano para a cabeça-da-área. E perdeu criação.

Perdeu pois, Jorge Wagner, o meia desse domingo, não arranca com a bola, não consegue prendê-la tanto e não dá, quase nunca, passes verticais. Seu forte, ao longo dos últimos anos, se tornou o cruzamento, tão mortal e eficiente. Atuando como meia destacado por dentro, Jorge se torna um jogador como outro qualquer.

O outro pecado de Muricy foi abdicar de Borges e escalar Dagoberto, que recuava até o meio e isolava Adriano entre os excelentes Gustavo e principalmente Henrique. A opção são-paulina facilitou o trabalho de Martinez e Léo Lima, pois se houvesse companhia para o Imperador, o sistema defensivo do Palmeiras certamente seria mais pressionado. E, com exceção das mortais bolas aéreas de Jorge Wagner, quase nunca Marcos foi pressionado.

Com Martinez e Léo Lima podendo sair para o jogo sem se preocupar em cobrir os zagueiros e laterais, o Palmeiras ganhou em qualidade e tomou, naturalmente, a iniciativa de uma partida que já jogava dentro de seus domínios. Isso tudo, somado às performances de Valdívia, Marcos e Henrique, fez com que a partida pendesse para os palmeirenses.

A outra vitória palmeirense e de Luxemburgo foi com Léo Lima, que marcou como volante, armou como meia e ainda fez o gol mais importante nos 180 minutos. Luxemburgo praticamente não alterou o time do domingo anterior e Léo, com liberdade para armar e finalizar, foi figura de proa no Parque Antártica. Palmas, indiscutivelmente, para Luxa, por suas apostas.

Quem também teve um êxito pessoal foi Valdívia. Provocador ou não, não teve a mesma marcação do último domingo e, com a vigilância frouxa de Fábio Santos, chamou o jogo como costumou fazer ao longo do Paulistão. Quando a bola pára em seu pé, seja em um lance eficiente ou não, cria-se uma instabilidade para o adversário. Foi o que fez o chileno no domingo.

Seja pelo desempenho de Valdívia e Léo Lima, pela marcação de Gustavo e Henrique sobre Adriano, pela força de Marcos nas bolas aéreas, pela formação do time que montou Luxemburgo ou até pela força da direção em trazer o jogo para o Parque Antártica. O Palmeiras é merecidamente finalista.

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