A vida sempre dá aos obstinados a possibilidade de uma segunda chance. Na hora em que Mano Menezes o chamou, Ronaldo sabia que aquela era sua oportunidade de outra volta por cima. A situação não era nova para os joelhos que, por três vezes, já tinham pedido uma pausa.
Mas o Fenômeno provou da força da ciência contemporânea. E de seu próprio talento e sua estrela. De sua luz própria. Ronaldo contra o Palmeiras parecia 30 quilos mais leve que contra o Itumbiara, só três dias depois.
Se há quem sinta o peso dos grandes jogos, Ronaldo ficou mais leve quando viu o seu novo maior rival do outro lado. Quando seus joelhos impulsionaram o corpo para o alto, e para mais alto que Marcão, o tempo parou. Por um segundo, que durou uma eternidade, foi o tempo para o maior artilheiro da história das Copas do Mundo esticar o pescoço e estufar as redes palmeirenses.
A comemoração que também entrou para os almanaques é um primor. Ronaldo, os companheiros e os torcedores destruíram o alambrado com fibra, com raiva, com a alegria de presenciar a história sendo escrita ao vivo. Posso dizer que senti o mesmo a vários e vários quilômetros de distância, ligado pela televisão e pela emoção de ver um gênio, um monstro, em ação.
Se o Fenômeno está acima do peso e dá seus tropicões fora de campo, podemos dizer que ele é um humano, que está sujeito a tudo isso. Mas humano, Ronaldo só é até calçar as chuteiras. Que bom poder ratificar isso outra vez.
3 comentários:
Vi e ouvi você sentindo isso na hora do fato. Posso dizer que até quem não é corintiano ficou feliz. ;***
Boa, Dassler!
Realmente a sensação quando a bola entrou foi: "Acabei de ver a História sendo escrita!" E é uma coisa sensacional, indescritível para quem ama o esporte.
Abração!
Excelente texto. Presenciamos a história, ao vivo.
Mesmo empolgado, ainda tinha um pézinho atrás. Não mais.
É o começo de algo grandioso, espero.
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