segunda-feira, 30 de março de 2009

Maquiando os números


Os números da Espn mostram que o Equador finalizou 39 vezes contra Júlio César, que fez defesas em 11 desses lances - segundo o Datafolha. Apesar disso, e do fato de o Equador ter tido 55% a 45% na posse de bola, Dunga preferiu olhar para o número que lhe convém, de que a seleção havia perdido em Quito nas suas últimas duas visitas pelas Eliminatórias.

Em campo, além do que os números já dizem, o que se viu foi uma equipe que não conhecia seu adversário. Colocar Marcelo na lateral-esquerda, marcando Guerrón, já seria um grande absurdo por si só. Mas deixar o ágil Miranda no banco, e começar com Luisão em sua cobertura, foi pior ainda. Não por acaso, foi sobre os dois que surgiu a jogada do já previsível gol do Equador.

Também foi por coincidência que o Brasil levou sufoco o jogo todo. Sem ter quem segurar a bola na frente, o ataque brasileiro se isolava do resto da equipe. E a defesa precisava se virar para conter o Equador, que teve três armadores e dois avantes em campo. Ao contrário dos brasileiros, que tiveram três volantes, um armador e dois atacantes. E que fizeram a pior exibição brasileira na Era Dunga.

Semanário com Taison

NO TERRA

O menino Taison, do Inter, é o destaque no semanário.

Taison sucede Alex e vira artilheiro dos estaduais

Xodó, Taison cresceu com trabalhos específicos

Taison sempre me prometeu vida melhor, diz mãe

Últimas visitas a Quito trazem más lembranças à Seleção

Goiás tem a melhor defesa do Brasil

Ciro, do Sport, quase foi do Flamengo

Mano Menezes perto de marcas históricas no Corinthians


E AS COLUNAS DA ÚLTIMA SEMANA

No Olheiros - Com os meninos e o Atlético-MG, Emerson Leão reencontra a felicidade

Na Trivela - Rapidamente, Dorival Júnior faz seu trabalho ser sentido no Vasco

domingo, 29 de março de 2009

Galeria dos imortais - Gheorghe Hagi


IMAGEM: DIEGO BRITO - diegodbrito@gmail.com

Se a perna esquerda de Gheorghe Hagi pudesse cantar, talvez tivesse a classe de Luciano Pavarotti. Se pintasse, faria quadros como Pablo Picasso. Se fizesse filmes, teria a particularidade de Pedro Almodóvar. Como não tinha tanta versatilidade, Hagi se limitava a fazer golaços, como contra a Colômbia, na Copa de 94. Batia faltas com precisão milimétrica. E dava lançamentos de 40 metros com extrema facilidade. E isso estava longe de ser pouco.

O maior jogador romeno do último século, vice-líder em convocações para a seleção, craque em três Eurocopas e mais três Copas do Mundo, foi um artista da bola. Hagi iniciou sua história no futebol passando por dois clubes pequenos de seu país até chegar ao Steaua Bucareste, em que disputou uma final e mais outra semifinal da Liga dos Campeões em duas temporadas consecutivas. Hagi teve ali, provavelmente, o ápice de sua trajetória em clubes.

Com as camisas dos rivais Real Madrid e Barcelona, intercalados pelo Brescia, não passou de um desempenho discreto. Chegou à Turquia em 96, após fracassar com a camisa azul-grená, e conquistou a maravilhosa torcida do Galatasaray, que viveu seus melhores momentos com o maestro romeno até 2001, quando pendurou as chuteiras.

Hagi deixou o Galatasaray com um tetracampeonato nacional, bicampeonato da Copa da Turquia, uma Supercopa da Europa e uma Copa da Uefa. De tão marcante que foi, acabou promovido a treinador tempos depois. Mas seu maior brilho fora muito antes.

Destaque absoluto na Copa do Mundo de 94, nos Estados Unidos, Hagi viveu naquele mês o apogeu de sua carreira, bem como a seleção romena, que fez a sua melhor campanha em mundiais. Os tricolores só caíram nas quartas-de-final, contra a Suécia, nos pênaltis, depois de vencer o Grupo A e mandar a Argentina de Maradona para casa nas oitavas. O apelido de “Maradona dos Cárpatos” se justificara.

Se o futebol bonito e de toque de bola, hoje, faz parte do DNA da camisa amarela da Romênia, grande parte desse mérito se deve a Gheorghe Hagi. Um imortal na galeria do esporte bretão.


* A Galeria dos Imortais aparece a partir de agora sempre no último domingo do mês

sábado, 28 de março de 2009

Dois é bom, mas três já é demais


De acordo com o Painel da Folha de São Paulo, o Santos deve divulgar nos próximos dias que fechou seu balanço financeiro de 2008 no vermelho - pelo terceiro ano consecutivo, apesar dos fracos resultados na última temporada, quando não foi às semifinais do Campeonato Paulista, caiu nas oitavas da Libertadores e brigou contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

No ano em que tenta dar argumentos para mais um mandato, já que há eleição no Santos no fim deste ano, Marcelo Teixeira prova que organização e busca por fontes de receita não são pontos fortes de sua administração.

Últimos balanços do Santos:

Em 2008 - R$ 24,7 milhões em déficit
Em 2007 - R$ 36,6 milhões em déficit
Em 2006 - R$ 21,8 milhões em déficit

sexta-feira, 27 de março de 2009

Ibrahimovic é craque?


No último domingo contra a Reggina, Ibrahimovic fez dois gols. O segundo deles, uma pintura. Ibra bateu de esquerda, da entrada da área, encobrindo o goleiro em um toque seco. Lindo! Famoso por golaços incríveis, o sueco vale um exercício interessante de análise. Afinal, nos últimos anos, após três títulos italianos, a Liga dos Campeões é que se tornou o principal objetivo em Appiano Gentile. Mas os nerazzurri têm fracassado nessa empreitada.

E Ibrahimovic ainda não conseguiu se livrar do rótulo de que só brilha em jogos fáceis. O que pode ser comprovado em números que desmitificam a idéia de que ele é um jogador de ponta do futebol europeu, ainda que tenha potencial para tanto.

- Na Liga dos Campeões, Ibrahimovic jamais fez um gol em jogos de mata-mata, mesmo tendo defendido Juventus e Internazionale. Ao longo de sua trajetória, foram 12 gols na competição. Pouco respeitados no Brasil por boa parte da mídia, Raúl e Inzaghi, respectivamente, têm 64 e 46 gols.

- Na Eurocopa 2004, fez um golaço na Itália, mas voltou a desaparecer no mata-mata, em que deu Holanda nas quartas, nos pênaltis. Na Eurocopa seguinte, Ibrahimovic voltou a fazer dois gols – um na vitória por 2 a 0 sobre a Grécia e outro na derrota para a Espanha.

- Na Copa do Mundo de 2006, Ibrahimovic passou em branco, sem fazer gols, e a Suécia caiu nas oitavas. Jogou três dos quatro jogos suecos. Havia participado do elenco da Copa de 2002, mas só jogou cinco minutos de uma partida.

- Nessa temporada, tem 19 gols no Italiano. Foram feitos sobre: Sampdoria, Torino, Bologna, Roma (2), Palermo (2), Lazio, Chievo (2), Cagliari, Atalanta, Catania, Lecce, Genoa, Fiorentina (2) e Reggina (2).

- Enquanto esteve na Juventus, Ibra jamais fez gols no Milan. Contra a Inter, fez um de pênalti e, em 12 de agosto de 2005, viveu seu grande momento: fez dois na vitória por 2 a 1. Já com a camisa da Inter, nunca fez gols na Juventus. Contra o Milan, foram dois gols em uma e única ocasião.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Os recordes e os problemas de Mano


RECORDES

- São 14 meses e nove dias no cargo; o melhor índice desde Mário Travaglini entre 81 e 83, que permaneceu por 16 meses e 25 dias

- Para se tornar o técnico com mais tempo no Corinthians, Mano precisa de um bom tempo ainda, já que Osvaldo Brandão ficou por 3 anos e 5 meses entre 54 e 57

- As 18 partidas invictas em 2009 significam o melhor início de temporada desde 1936

- Com mais dois jogos sem derrota no Pacaembu, a atual equipe supera os 23 embates de 93

PROBLEMAS

- Em cinco jogos contra clubes de Série A em 2009, o Corinthians só venceu um

- Douglas, que não tem um substituto com as mesmas características, segue irregular

- O time já depende de Ronaldo, que salvou o resultado em três jogos

- Felipe é outro que não tem atuado no nível do prestígio que conquistou

- Os resultados têm sido bons, mas a produção do time, não. Os jogos duros ainda vão chegar e o Corinthians precisará de muito mais para se manter invicto

terça-feira, 24 de março de 2009

Corpo fechado


Nada de Rogério Ceni, Bruno, Victor ou Fábio. O goleiro que buscou a bola menos vezes em 2009 entre os clubes da Série A no Brasil é Harlei. Em 15 partidas na temporada, o Goiás só sofreu incríveis seis gols - só foi vazado em cinco jogos. O bom desempenho na defesa a partir do trabalho de Hélio dos Anjos não é novidade e os esmeraldinos já tinham a segunda melhor retaguarda no returno do último Brasileiro.

A receita tática é simples, com três zagueiros rápidos e dois volantes com força na marcação, que liberam Vítor e Júlio César para fazer grande papel ofensivo pelas alas. À frente do experiente Harlei, atua em grande fase o competente Ernando, só 20 anos, e com dois Brasileiros nas costas. A formação original ainda tem Henrique e Leandro Euzébio, que vêm sendo substituídos várias vezes por Valmir Lucas, 20 anos, e Rafael Tolói, só 18. Ramalho e Éverton, ex-Sport, são os volantes de Hélio, que comanda a melhor defesa do país.

Confira as cinco melhores defesas entre os clubes da Série A em 2009*

1º) Goiás - 0,4 gol por jogo (6 gols em 15 jogos)
2º) Inter - 0,47 gol por jogo (8 gols em 17 jogos)
3º) Vitória - 0,5 gol por jogo (9 gols em 18 jogos)
4º) Sport - 0,55 gol por jogo (10 gols em 18 jogos)
5º) Atlético-MG - 0,63 gol por jogo (7 gols em 11 jogos)


* Não contabiliza os jogos desta terça

A melhor dupla do mundo


Hoje, não há dois jogadores que se encaixem melhor no futebol mundial quanto Gerrard e Fernando Torres, a dupla que pode dar o título inglês ao Liverpool após 19 anos. É claro que há uma equipe fortíssima, jogadores fundamentais e um comando técnico dos mais competentes, mas quem decide mesmo é o capitão e o centroavante matador, aproximados pelo desenho tático em 4-2-3-1.

Os números do Liverpool na Premier League mostram que o aproveitamento da equipe quando os dois estão junto em campo muda sensivelmente. Com eles, aliás, houve a seqüência fabulosa de goleadas sobre Real Madrid, Manchester United e Aston Villa.

Aproveitamento com Gerrard e Torres juntos no Inglês
13 jogos – 10 vitórias e 3 empates – 84,6%

Aproveitamento sem Gerrard e Torres juntos no Inglês
17 jogos – 8 vitórias, 7 empates e 2 derrotas – 60,7%

segunda-feira, 23 de março de 2009

Craque vaga-lume


Poucas emoções no clássico – que prometia ser movimentado – entre Corinthians e Santos no Pacaembu. Firmes na marcação e bons na saída de bola, Germano, de um lado, e Cristian e Elias, do outro, foram os jogadores mais presentes na partida.

O título de destaque poderia ficar com Dentinho, pelo gol da vitória corintiana, com Douglas, pelo bom cruzamento na mesma jogada, ou com Neymar, que participou das melhores chances santistas e foi sacado por certo protecionismo de Vágner Mancini. Poderia ser de qualquer um deles, mas não é.

Dentinho, que tem potencial, passou todo o segundo tempo cavando faltas, reclamando da arbitragem – muito confusa – de Rodrigo Cintra e tentando jogadas pouco objetivas. O Santos se oferecia no contra-ataque para o Corinthians, que não tinha sede para matar o jogo. Também porque seu principal articulador, Douglas, só aparecia em momentos raros e pontuais.

Sem seus “semi-craques” para ratificar a vitória ao longo do segundo tempo, o Corinthians se valeu da pouca criatividade ofensiva do Santos e da força de sua zaga, especialmente na proteção de Cristian, Elias, Alessandro e até Boquita, para vencer seu primeiro clássico desde outubro de 2007, quando fez 1 a 0 sobre o São Paulo com gol de Betão.

A vitória após tanto tempo indica um crescimento indiscutível, do time que ostenta invencibilidades – geral e no Pacaembu -, mas que vai precisar mais dos seus craques para vencer títulos e grandes jogos.

O clássico de Élton


Desde Romário, em março de 2007, um atacante não dava a vitória ao Vasco contra o Flamengo. E no Maracanã neste domingo, apesar da arbitragem nojenta de Luís Antônio Silva Santos, ninguém brilhou mais que Élton, que já havia feito dois contra o Botafogo, e voltou a participar bem do Clássico dos Milhões.

A vitória vascaína tem, também, a marca da equipe organizada. Salvo dois enormes apagões defensivos que resultaram contragolpes ao Fla, no primeiro tempo, o Vasco foi melhor no posicionamento em sua retaguarda, com Amaral fazendo o trabalho sujo e Nílton e Ramon, dois bons jovens pinçados por empréstimo, com atuações dedicadas na marcação.

Enquanto o Flamengo batia a cabeça pela bagunça tática da equipe e as atuações apagadas de Ibson e Juan, o Vasco trocava passes, marcava no ataque e jogava sob o ritmo de Jéferson. E decidia com Élton, que perdeu uma chance clara de gol na abertura, mas foi oportunista no primeiro gol e construiu, com Pimpão, o segundo.

Hoje, a impressão é de que o time de Dorival Júnior brigará duro com o Botafogo pelo título da Taça Rio.

domingo, 22 de março de 2009

Semanário com tudo sobre Ciro, do Sport


No Terra, conteúdo especialíssimo sobre a maior revelação do Sport desde Juninho Pernambucano:




E mais:

Sucesso com Robinho fez Santos investir fortuna em Neymar
http://esportes.terra.com.br/futebol/estaduais/2009/interna/0,,OI3647154-EI12403,00-Sucesso+com+Robinho+fez+Santos+investir+fortuna+em+Neymar.html

Guga, do Santos, e Elias, do Corinthians: personagens do clássico nos anos 90
http://esportes.terra.com.br/futebol/estaduais/2009/interna/0,,OI3648520-EI12403,00-Santos+e+Corinthians+classico+de+dramas+e+lateralgoleiro.html

Palmeiras e Corinthians atrás da mesma façanha do Paulista-72
http://esportes.terra.com.br/futebol/estaduais/2009/interna/0,,OI3648526-EI12403,00-Palmeiras+e+Corinthians+buscam+facanha+de.html

Élton e Vasco querem quebrar maldição do gol 999 contra o Flamengo
http://esportes.terra.com.br/futebol/estaduais/2009/interna/0,,OI3649457-EI12405,00-Vasco+enfrenta+Flamengo+para+encerrar+maldicao.html


Cruzeiro atrás do recorde de 2003

Fórmula 1: Bruno Senna, Burti, Carsughi, Ricardo Maurício e Chico Serra falam sobre regra
http://esportes.terra.com.br/interna/0,,OI3640618-EI12988,00-Bruno+Senna+e+campeao+da+Stock+criticam+nova+regra+da+F.html

COLUNAS DA SEMANA:

Na Trivela - Carência técnica empurra destaques do futebol brasileiro para a frente
http://www.trivela.com/Futebol.aspx?secao=17

No Olheiros - Sul-Americano Sub-20 fez mal a garotos como Renan Oliveira
http://www.olheiros.net/artigo.aspx?id=1093

Especial Olheiros - Uma reflexão sobre os treinadores das seleções brasileiras de base
http://www.olheiros.net/artigo.aspx?id=1103

sábado, 21 de março de 2009

Quem teve bolinha gelada?


A sorte - e o azar - estão lançados. Incrível como até um mero sorteio, quando o assunto é Liga dos Campeões, vira um evento com atmosfera particular, que desperta a ansiedade e a curiosidade dos fãs de futebol. Enquanto isso, a Libertadores adota o ultrapassado emparceiramento que forma um ranking pela pontuação da fase de grupos.

Bem, vamos aos pitacos:

Villarreal x Arsenal

Jens Lehmann e Riquelme, os personagens da semifinal de 2006, não estão mais nas duas equipes. E o bom time do Villarreal parece regular até demais, sem a temperatura que exige um duelo com o sempre aguerrido Arsenal quando o assunto é Liga dos Campeões. É difícil imaginar os Gunners retornando a uma final, mas bater o Submarino Amarelo parece muito possível, sobretudo com a volta iminente de Fabregas e a vantagem de decidir em Londres, onde venceu três jogos e empatou um. Desde 10 de dezembro, aliás, o time de Wenger só perdeu uma partida.

Manchester United x Porto

O Porto se reencontrou após uma leve reformulação, lidera o Campeonato Português, está entre os semifinalistas da Taça de Portugal e despachou o Atlético de Madrid com Agüero e Forlán. Tem, aliás, a marcante eliminação de 2004 sobre o Manchester em Old Trafford, abrindo o caminho para o título. Nada disso parece suficiente para bater a equipe mais forte, atual campeã, dona da melhor defesa e de um ataque que tem Ronaldo e Rooney. Mesmo decidindo o jogo no Estádio do Dragão, o sorteio foi generoso com os Red Devils.

Liverpool x Chelsea

Um dos poucos confrontos interessantes do ponto de vista técnico, da série de quatro encontros entre Liverpool e Chelsea nos últimos cinco anos, foi o da temporada passada. E ao contrário de todos os outros, desta vez os Reds chegam favoritos, respaldados pela campanha mais consistente na temporada e, inclusive, por terem vencido os Blues nos dois encontros pela Premier League. Mesmo a decisão sendo em Stamford Bridge, a fase liverpuldiana é melhor, com Torres e Gerrard compondo a dupla mais afinada do futebol mundial na atualidade.

Barcelona x Bayern de Munique

Já está na hora de o Bayern de Munique resgatar sua tradição em Liga dos Campeões, em que é um dos poucos que possuem o tri. Encarar o Barcelona 2008/09, porém, não é o melhor caminho para isso. Os bávaros têm um potencial técnico formidável e os times de Klinsmann costumam crescer nesse tipo de situação. Mas não é possível separar o encantador Barça do favoritismo no confronto. Detalhe: ambos anotaram 24 gols em oito partidas, média redonda de três tentos por jogo.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Confortável na guerra


A forma com que o Sport tem vencido seus adversários na Ilha do Retiro, com imposição física, técnica, territorial e psicológica, vai reforçando uma postura desnecessária e que promete se triplicar para o confronto com o Palmeiras. Não se fala de outra coisa em Recife, não se fala de outra coisa em São Paulo, a não ser o confronto entre os dois clubes na Libertadores.

Guilherme Beltrão, dirigente do Sport, inflamou o espírito de rivalidade que tem sido característico de uma parcela de pernambucanos com clubes do eixo Rio-SP. A idéia de que a Libertadores se vence na raça só ajuda a reforçar o clima de guerra que o clube rubro-negra insinua criar para o duelo com o Palmeiras que, a bem da verdade, sequer se manifestou com relação à atmosfera que a partida terá.

O experiente e competitivo time do Sport tem condições totais de bater o Palmeiras na bola. Sem arbitragem, sem briga, sem clima de guerra. Basta a apaixonada nação do Leão lotar a Ilha e a equipe de Nelsinho jogar o que sabe.

Mas a direção - é possível falar no geral, pois nenhum dirigente rebateu o que disse Guilherme Beltrão - parece se sentir mais confortável no cenário de guerra.

Cruzeiro 2003 x Cruzeiro 2009


Ainda há um longo caminho pela frente e algumas taças a serem conquistadas, mas ao menos no início da temporada o Cruzeiro de 2009 vai repetindo o que fez a célebre equipe que conquistou a Tríplice Coroa há seis anos. São 11 vitórias e quatro empates nos primeiros 15 jogos da temporada. Em 2003, a invencibilidade inicial se estendeu por 29 partidas, outra marca para o time de Ramires tentar quebrar.

A vantagem é que Adílson tem aproveitado o regulamento maluco do Campeonato Mineiro, que classifica oito de 12 participantes para a fase seguinte, para rodar o elenco e poupar os jogadores mais importantes para a Libertadores, onde a campanha cruzeirense é irretocável. Aguardemos os próximos capítulos.

Confira as seqüências invictas do Cruzeiro:

Seqüência invicta de 2009

17/01/09 - Torneio de Verão - Cruzeiro 4 x 2 Atlético-MG
21/01/09 - Torneio de Verão - Cruzeiro 4 x 1 Nacional de Montevidéu
25/01/09 - Campeonato Mineiro - Uberlândia 1 x 2 Cruzeiro
01/02/09 - Campeonato Mineiro - Cruzeiro 5 x 0 Social
08/02/09 - Campeonato Mineiro - Villa Nova 2 x 3 Cruzeiro
12/02/09 - Campeonato Mineiro - Cruzeiro 5 x 0 Guarani
15/02/09 - Campeonato Mineiro - Cruzeiro 2 x 1 Atlético-MG
19/02/09 - Copa Libertadores - Cruzeiro 3 x 0 Estudiantes
21/02/09 - Campeonato Mineiro - Uberaba 2 x 2 Cruzeiro
25/02/09 - Copa Libertadores - Deportivo Quito 2 x 2 Cruzeiro
01/03/09 - Campeonato Mineiro - Cruzeiro 4 x 1 Ituiutaba
04/03/09 - Copa Libertadores - Universitário de Sucre 0 x 1 Cruzeiro
08/03/09 - Campeonato Mineiro - Cruzeiro 0 x 0 Tupi
15/03/09 - Campeonato Mineiro - América-MG 0 x 0 Cruzeiro
18/03/09 - Copa Libertadores - Cruzeiro 3 x 0 Universitário de Sucre

Seqüência invicta de 2003

26/01/03 - Campeonato Mineiro - Nacional 1 x 2 Cruzeiro
30/01/03 - Campeonato Mineiro - Cruzeiro 3 x 1 Caldense
02/02/03 - Campeonato Mineiro - Ipatinga 1 x 2 Cruzeiro
05/02/03 - Campeonato Mineiro - Cruzeiro 3 x 0 Social
08/02/03 - Campeonato Mineiro - Villa Nova 0 x 3 Cruzeiro
15/02/03 - Campeonato Mineiro - Cruzeiro 4 x 2 Atlético-MG
19/02/03 - Copa do Brasil - Rio Branco-ES 2 x 4 Cruzeiro
22/02/03 - Campeonato Mineiro - Rio Branco 1 x 1 Cruzeiro
26/02/03 - Campeonato Mineiro - Cruzeiro 6 x 0 Mamoré
01/03/03 - Campeonato Mineiro - Cruzeiro 2 x 0 Guarani
08/03/03 - Campeonato Mineiro - América-MG 1 x 1 Cruzeiro
15/03/03 - Campeonato Mineiro - URT 0 x 4 Cruzeiro
23/03/03 - Campeonato Mineiro - Cruzeiro 4 x 0 Tupi
26/03/03 - Copa do Brasil - Corinthians-RN 2 x 2 Cruzeiro
30/03/03 - Campeonato Brasileiro - Cruzeiro 2 x 2 São Caetano
02/04/03 - Copa do Brasil - Cruzeiro 7 x 0 Corinthians-RN
06/04/03 - Campeonato Brasileiro - São Paulo 2 x 4 Cruzeiro
13/04/03 - Campeonato Brasileiro - Cruzeiro 3 x 0 Ponte Preta
16/04/03 - Campeonato Brasileiro - Coritiba 3 x 4 Cruzeiro
20/04/03 - Campeonato Brasileiro - Cruzeiro 4 x 1 Goiás
23/04/03 - Copa do Brasil - Cruzeiro 2 x 0 Vila Nova
26/04/03 - Campeonato Brasileiro - Guarani 1 x 1 Cruzeiro
30/04/03 - Copa do Brasil - Vila Nova 1 x 2 Cruzeiro
03/05/03 - Campeonato Brasileiro - Cruzeiro 5 x 2 Atlético-PR
07/05/03 - Copa do Brasil - Cruzeiro 2 x 1 Vasco
10/05/03 - Campeonato Brasileiro - Santos 0 x 2 Cruzeiro
14/05/03 - Copa do Brasil - Vasco 1 x 1 Cruzeiro
18/05/03 - Campeonato Brasileiro - Cruzeiro 1 x 1 Corinthians
21/05/03 - Copa do Brasil - Goiás 2 x 3 Cruzeiro

terça-feira, 17 de março de 2009

Quando Fred fez dois gols em um jogo do Lyon?


A estréia contra o Macaé foi radiante. Fred trouxe os tricolores ao Maracanã e, com dois gols e a vitória, começou sua promissora passagem pelas Laranjeiras com o pé direito.

Com a camisa do Lyon, em 88 jogos e quase quatro temporadas, o atacante só conseguiu feito semelhante em seis ocasiões. O que traz duas conclusões: as defesas da França são melhores que do Campeonato Carioca e, ainda, que Fred já se sente mais à vontade no Fluminense.

Quando Fred fez dois gols em um jogo do Lyon?

10/09/05 – Francês - Lyon 2 x 1 Monaco (dois de Fred)
13/05/06 – Francês - Lyon 8 x 1 Le Mans (três de Fred)
23/09/06 – Francês – Lyon 4 x 1 Lille (dois de Fred)
23/02/08 – Francês – Lyon 2 x 0 Metz (dois de Fred)
23/03/08 – Francês – Lyon 4 x 2 PSG (dois de Fred)
21/10/08 – Liga dos Campeões – Lyon 5 x 3 Steaua Bucareste (dois de Fred)

domingo, 15 de março de 2009

Semanário com reportagens especiais


O tradicional semanário vem com destaque para a série de grande reportagens assinadas por mim que o Terra publicou ao longo dos últimos cinco dias. Trata-se de uma sensível análise do cenário financeiro dos clubes brasileiros e sobre a viabilidade econômica do futebol no país da bola. Com direito a entrevista exclusiva com Leonardo, diretor do Milan. Espero que gostem!

Parte 1 - Dupla Gre-Nal dá exemplo na busca por novas receitas

Parte 2 - Mecenas bancam grandes europeus; Espanha é modelo


Parte 4 - Ligas dos EUA podem ser modelo para o futebol brasileiro


Ainda no Terra nesta semana:

Dominado por empresários, Paulista tem rodízio de técnicos

No reencontro com Santos e Pacaembu, Giovanni quer vitória

Doze surpresas que podem pintar em lista de Dunga na Seleção
http://esportes.terra.com.br/futebol/eliminatorias2010/interna/0,,OI3627126-EI10290,00-Doze+surpresas+que+podem+estar+entre+os+convocados+de+Dunga.html

Cícero e Carlos Eduardo vivem expectativa pela Seleção - entrevistas exclusivas

Santos estaria interessado em promessa da Seleção Sub-17

Na Trivela: Sport vive o maior momento de sua história
http://www.trivela.com/Futebol.aspx?secao=17

sábado, 14 de março de 2009

A incrível (e estranha) invencibilidade do Avaí


20 de fevereiro de 2008 é a data da última derrota do Avaí na Ressacada - 3 a 2 para a Chapecoense. Desde então, e com Silas no comando técnico, a equipe não perde em seus domínios, marca que não é igualada por nenhuma outra equipe que esteja na Série A.

O treinador Silas, aliás, completa um ano à frente do clube neste domingo, no clássico de Florianópolis contra o Figueirense. Valorizado, recebeu sondagens de Santos, Vitória e Portuguesa, mas preferiu ficar.

Mas sua grande façanha é mesmo a invencibilidade caseira do Avaí: registra 31 partidas, com 18 vitórias e 13 empates. E Silas, no total, tem ao longo de seu trabalho um aproveitamento de 62%, com 30 vitórias, 18 empates e 10 derrotas.

O estranho é que o clube vive uma certa crise, apesar do que possam indicar os números e o retorno do Avaí para a primeira divisão após 29 anos. As equipes do interior estão mais fortes no Campeonato Catarinense, com o Criciúma tendo vencido o primeiro turno, em que os avaianos foram só sexto. No returno, vêm em segundo, mas a liderança é isolada do Joinville.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Paulistão é uma várzea

Não se sabe de onde surgiu o termo "dança das cadeiras" para as trocas de treinadores no futebol brasileiro. Mas o fato é que se há, de fato, uma dança das cadeiras de técnicos, ela está frenética no Campeonato Paulista. Dos 20 clubes que participam, 15 já trocaram de comandantes. Alguns deles, aliás, mais de uma vez.
Estevam Soares é um extraclasse e já dirigiu três clubes diferentes, como mostram as fotos acima.

Veja quem já "entregou o boné":

Barueri: Toninho Moura; Estevam Soares
Botafogo-SP: Arthur Netto; Roberto Fonseca
Guarani: Luciano Dias; Guilherme Macuglia
Guaratinguetá: Argel; Estevam Soares; Márcio Araújo
Ituano: Vinícius Eutrópio; Zetti
Marília: João Martins; José Carlos Serrão; Leandro Campos
Mirassol: Roberval Davino; Pìntado
Mogi Mirim: Gelson Silva; Paulo Campos
Noroeste: Ruy Scarpino, Fahel Júnior
Oeste: Roberto Fonseca; Marco Antônio; Luciano Dias
Paulista: Luís Carlos Ferreira; Giba
Ponte Preta: Sérgio Soares, Marco Aurélio
Portuguesa: Estevam Soares; Mário Sérgio; Bonamigo
Santos: Márcio Fernandes; Vágner Mancini
São Caetano: Osvaldo Alvarez; Sérgio Soares

Um time equilibrado


Dorival Júnior e a forma organizada e consciente do Vasco em campo são as maiores respostas de que um ambiente agradável e um treinador competente fazem diferença no futebol de hoje. Da equipe bagunçada de Tita e Renato Gaúcho em 2008, os vascaínos jogam de maneira organizada, com um esquema tático definido e, mesmo sem estrelas, atingem os objetivos no início da caminhada em 2009.

A vitória sobre o Botafogo correu perigo quando Thiaguinho diminuiu o placar no clássico desta quinta-feira, no Maracanã, mas esteve muito mais nas mãos do Vasco, que pensa o jogo com Jéferson, tem a força de Nílton - desproporcional em alguns momentos -, e em Ramon e Paulo Sérgio dois laterais muito bons que vieram de Porto Alegre. Carlos Alberto é a grande notícia: o melhor em campo contra os botafoguenses não causou problemas em São Januário até aqui.

Equilibrado, o Vasco caminha sem sustos para um 2009 como dele se espera.
E pode beliscar uma vaga na decisão da Taça Rio.

A mesma história

- Hernanes, Ramires e Lucas de fora; Josué e Gilberto Silva dentro.

- Adriano, em uma temporada fraca, segue prestigiado.

- Kléber joga mal, Marcelo é um jogador taticamente medíocre e em baixa. Já Fábio Aurélio...

quarta-feira, 11 de março de 2009

Futebol com fome


Desde que Mourinho partiu de Stamford Bridge, o Chelsea parece um time que vence mais pela grandeza de seus jogadores que, propriamente, por força de conjunto ou mesmo pela superação que caracteriza os grandes campeões. O retorno de Michael Essien ajuda a equilibrar essa tendência e o ganês foi figura de proa na classificação dos Blues no Delle Alpi.

Só com um pouco mais dessa fome é que o Chelsea conseguirá títulos na temporada. A subida de produção da equipe com Guus Hiddink é indiscutível, mas não parece suficiente para superar adversários como Liverpool, Manchester United e Barcelona. Para levantar uma taça, os Blues precisam da fome. Característica de Essien.

terça-feira, 10 de março de 2009

Perigo-perigo-perigo!


Dificilmente o Liverpool perderá a classificação para o Real Madrid nas oitavas-de-final da Liga dos Campeões, no duelo mais empolgante desta terça-feira. É uma equipe mais organizada, acostumada às decisões e que, nos últimos quatro anos, chegou a duas finais e mais uma semifinal. No Bernabéu, mostrou mais uma vez que respira o ar do mata-mata como poucos. Como o Real Madrid respirava no início da década, mas já não faz mais.

As chances do Real, porém, passam pelos pés do holandês Arjen Robben, principal responsável pela forma de 11 vitórias e um empate nos últimos 12 jogos dos merengues no Espanhol. Desde 2004/05, Robben não aliava a sua condição técnica à plenitude física, sempre comprometida por lesões. Com Juande Ramos, ele atua pelo lado direito no último terço do campo, sempre criando problemas aos marcadores canhotos que atuam naquela faixa do campo.

O Real Madrid, porém, segue sendo uma equipe desbalanceada, como provou o empate com o Atlético de Madrid no último sábado. Tem vários problemas defensivas, poucos músculos para marcar no meio-campo e um ataque que ainda não tem cancha para enfrentar a dupla Agger-Carragher. Robben, que foi eliminado pelo Liverpool, quando no Chelsea, nas semifinais da LC de 2004/05, precisará se desdobrar para levar o Real adiante. Parece complicadíssimo.

segunda-feira, 9 de março de 2009

A história ao vivo


A vida sempre dá aos obstinados a possibilidade de uma segunda chance. Na hora em que Mano Menezes o chamou, Ronaldo sabia que aquela era sua oportunidade de outra volta por cima. A situação não era nova para os joelhos que, por três vezes, já tinham pedido uma pausa.

Mas o Fenômeno provou da força da ciência contemporânea. E de seu próprio talento e sua estrela. De sua luz própria. Ronaldo contra o Palmeiras parecia 30 quilos mais leve que contra o Itumbiara, só três dias depois.

Se há quem sinta o peso dos grandes jogos, Ronaldo ficou mais leve quando viu o seu novo maior rival do outro lado. Quando seus joelhos impulsionaram o corpo para o alto, e para mais alto que Marcão, o tempo parou. Por um segundo, que durou uma eternidade, foi o tempo para o maior artilheiro da história das Copas do Mundo esticar o pescoço e estufar as redes palmeirenses.

A comemoração que também entrou para os almanaques é um primor. Ronaldo, os companheiros e os torcedores destruíram o alambrado com fibra, com raiva, com a alegria de presenciar a história sendo escrita ao vivo. Posso dizer que senti o mesmo a vários e vários quilômetros de distância, ligado pela televisão e pela emoção de ver um gênio, um monstro, em ação.

Se o Fenômeno está acima do peso e dá seus tropicões fora de campo, podemos dizer que ele é um humano, que está sujeito a tudo isso. Mas humano, Ronaldo só é até calçar as chuteiras. Que bom poder ratificar isso outra vez.

A primeira vez de Neymar


Neymar entrou em campo contra o Oeste aos 12min do segundo tempo. Poucos dos 20 mil santistas presentes ao Pacaembu, provavelmente, já tinham visto o garoto, de fato, em ação. Mas clamavam por ele - e a equipe, completamente apática, também. Pudera, com R$ 80 mil por mês e uma multa rescisória de mais R$ 90 milhões já aos 17 anos, que jogasse logo.

Neymar não fez nada de fenomenal. Em seu primeiro lance, cortou um zagueiro e tentou cruzar de maneira venenosa e a bola caprichosamente beijou o travessão. Levantou a torcida. Nas ações seguintes, fez boas jogadas, se apresentou e deixou o campo com a clara impressão de que, se não participou dos gols da vitória do Santos, produziu uma atmosfera nova na partida. Em outras palavras, deu aquela incendiada.

A grande notícia é que o prodígio santista não sentiu a pressão. Se disse ansioso para estrear nos microfones. E não era para menos, mesmo. Mas, quando a bola parou em seus pés, Neymar mostrou que é mesmo diferente. O Brasil pode anotar: surge um grande talento na Vila Belmiro.

domingo, 8 de março de 2009

sábado, 7 de março de 2009

A volta de Parreira


Em suas outras três passagens pelas Laranjeiras, Carlos Alberto Parreira colaborou com títulos fundamentais. Na década de 70, venceu o Carioca de 75, na eterna Máquina Tricolor, com PC Caju, Rivelino, Mário Sérgio, Gil, Félix, Marco Antônio e companhia.

Nos anos 80, o título brasileiro de 84 se tornou a taça mais importante da galeria tricolor, com um ainda jovem Parreira retornando ao país. Com Edinho e Branco na defesa e Washington, Assis e Romerito brilhando no ataque, passou pelo Vasco de Roberto Dinamite na decisão.

E na década de 90, quando o Flu estava no abismo, reapareceu com um trabalho de reconstrução, em especial das categorias de base, vencendo a Série C e colocando de novo o clube entre os grandes.

A volta ao Fluminense significa tentar dar outro grande título ao clube onde Parreira construiu boa parte de sua história no futebol. A demissão de René, repetindo a sina tricolor de sacar um técnico no início do ano (Espinoza em 2004, Wortmann em 2006 e PC Gusmão em 2007), mostra que o panorama não é tão favorável.

Mas quando competência e identificação se encontram, as coisas tendem a dar certo.

FICHAS HISTÓRICAS

Série C de 1999

NÁUTICO 1 X 2 FLUMINENSE

Local: Estádio Eládio Barros de Carvalho (Aflitos - PE)
Data: 23/12/1999
Árbitro: Márcio Rezende de Freitas (MG)

Náutico: Adir; Carlinhos, Luciano, Júnior Mineiro e Rogério (Rogério Capixaba); George,Marquinhos (Veloso 46'), Édson e Marco Antônio;Célio, Jacaré e Alex Carioca.
Técnico: Artur Neto.

Flu: Diogo; Flávio, Émerson, Alexandre Lopes e Paulo César; Marcão, Válber, MarcoBrito (Jorge Luís) e Yan (Roberto Brum), Magno Alves (Robson) e Roger.
Técnico: Carlos Alberto Parreira.

Gols: Roger (2), aos 58' e 69'; Rogério Capixaba aos 91'.
Renda: Não disponível.
Público: 1.381 pagantes.

Brasileiro de 84

FLUMINENSE 0 X 0 VASCO

Local: Estádio do Maracanã (RJ)Data: 28/05/1984
Árbitro: Romualdo Arpi Filho (SP)
Cartões amarelos: Roberto Dinamite, Romerito, Daniel González, Aldo, Mário e Jandir.

Flu: Paulo Vítor; Aldo, Duílio, Ricardo Gomes e Branco; Jandir, Delei e Assis;Romerito, Washington e Tato.Técnico: Carlos Alberto Parreira.

Vasco: Roberto Costa; Edvaldo, Ivan, Daniel González e Aírton; Pires, Arturzinhoe Mário; Mauricinho, Roberto Dinamite e Marquinho.Técnico: Edu Coimbra.

Renda: Cr$ 638.160.000,00
Público: 128.381 pagantes.

Carioca de 1975

FLUMINENSE 0 x 1 BOTAFOGO

Data – 17 / 08 / 1975
Local – Maracanã
Público - 100.703 pagantes
Renda - Cr$ 2.012.832,50
Árbitro – Arnaldo Cézar Coelho

Gol: Ademir Vicente aos 67'
Cartões amarelos: Artur, Cafuringa, Toninho.

Fluminense – Félix, Toninho, Silveira, Assis e Marco Antônio; Zé Mário, Carlos Alberto “Pintinho” (Cléber) e Rivellino; Cafuringa, Manfrini e Paulo Cézar. Técnico: Carlos Alberto Parreira.

Botafogo – Ubirajara Alcântara, Miranda, Chiquinho Pastor, Artur e Waltencir; Carlos Roberto, Ademir Vicente e Dirceu; Ézio (Puruca), Fischer e Nílson Dias. Técnico: Zagallo.

Obs: Fluminense campeão pelo saldo de gols. O Botafogo precisava vencer por diferença de três gols para ser campeão.


Agradecimentos pelo post: Lédio Carmona

sexta-feira, 6 de março de 2009

E o problema era (com) Felipão...


Guus Hiddink praticamente não mudou nada. O Chelsea pós-Felipão segue jogando quase da mesma forma. Com Drogba no comando do ataque e Anelka pelo flanco esquerdo, só saiu Malouda da equipe, que por isso vira mais um 4-3-3 que um 4-1-4-1. Na prática, quase igual.

Os resultados mostram, porém, onde estava o problema. Ou com quem estava o problema.

Cinco últimos jogos de Felipão:

Chelsea 2 x 1 Stoke City (vitória suada em casa contra um time fraco)
Chelsea 3 x 1 Ipswich (vitória sem brilho contra um time muito fraco)
Chelsea 2 x 0 Middlesbrough (idem)
Liverpool 2 x 0 Chelsea (apático no clássico - outra derrota em jogos grandes)
Hull City 0 x 0 Chelsea (apático, outro resultado ruim em casa)

Cinco jogos depois de Felipão:

Watford 1 x 3 Chelsea (boa vitória fora contra um time fraco)
Aston Villa 0 x 1 Chelsea (grande vitória fora de casa contra um timaço)
Chelsea 1 x 0 Juventus (ótimo resultado pela Liga dos Campeões)
Chelsea 2 x 1 Wigan (vitória suada no final contra um time encardido)
Portsmouth 0 x 1 Chelsea (mais uma vitória fora de casa)

quinta-feira, 5 de março de 2009

O que esperar de FRED no FLUMINENSE


Se o ataque do Fluminense não funciona, chegou o remédio. Roger, Leandro Amaral, Éverton Santos e Maicon, juntos, representam metade do que é Fred? A badalação na apresentação do reforço fez jus à grandeza de quem deixou o Brasil como jogador de Copa do Mundo. As coisas no Lyon não fluíram, mas ele ainda parece querer futebol para uma ou duas grandes temporadas no país e um retorno por cima para a Europa.

E aí é que entra o ponto positivo de sua vinda. Ao contrário de Thiago Neves, que só tem contrato até junho, Fred assinou por cinco anos, e está disposto a construir uma história nas Laranjeiras. A calorosa recepção só ajuda a cativar quem deixou o Cruzeiro com uma média de gols fantástica: em 45 jogos de Campeonato Brasileiro, foram 27 gols.

O Fluminense tem um homem gol.

Boleirão

Na estréia de Ronaldo, quem teve a chance de roubar a cena foi Landu, que jogou 45min pelo Itumbiara e perdeu uma chance na cara do gol de Felipe e poderia ter provocado o jogo no Pacaembu.

O irreverente atacante registra uma história super engraçada e que merece ser reavivada. No vídeo abaixo, Landu se casa e não disfarça que é um grande boleirão. A cena é impagável!

A reportagem, aliás, é do amigo Leonardo Aquino, cujo blog Travinha está aqui ao lado direito nos favoritos.


quarta-feira, 4 de março de 2009

As estréias da carreira de Ronaldo


Nunca o mundo esteve tão atento à cidade de Itumbiara, no interior goiano. É lá provavelmente que Ronaldo fará sua estréia, nesta noite, com a camisa do Corinthians. O histórico do Fenômeno em partidas desse tipo, aliás, não passam de discretas. A exceção foi com o Real Madrid, na foto do post.

Para a noite desta quarta-feira, a expectativa do Corinthians – como de qualquer equipe grande em início de Copa do Brasil – é eliminar o jogo de volta. Uma missão que envolverá Ronaldo.

Maio/1993
Cruzeiro 1 x 0 Caldense (primeiro jogo profissional de Ronaldo)

6ª rodada do 2º turno da Primeira Fase do Campeonato Mineiro.
Data: 25/5/1993
Local: Ronaldo Junqueira, em Poços de Caldas-MG
Público: 2.484 pagantes
Renda: não divulgada
Árbitro: Lincoln Afonso Bicalho
Gol: Ramon Menezes

Cruzeiro
Harlei, Nonato, Robson, Marcus Vinícius, Zelão, Rogério Lage, Ramon Menezes, Éder Aleixo, Nivaldo, Ronaldo, Daniel. Técnico: Pinheiro.

Caldense
Aílton Cruz, Adriano, Russo, Renê, Luis Carlos, Dácio, Pio Eugênio (Rubio), Tostão (Rubinho), Osmarzinho, Brandão, Marquinho.

Agosto/1994
PSV 0 x 0 Heerenveen

Agosto/1996
Barcelona 2 x 0 San Lorenzo

Julho/1997
Internazionale 1 x 1 Manchester United

Outubro/2002
Real Madrid 5 x 2 Alavés (dois gols de Ronaldo)

Fevereiro/2007
Milan 2 x 1 Livorno


Fontes: site da Espn e assessoria de imprensa do Cruzeiro

As Libertadores de Luxemburgo


Ainda é um pouco cedo para cravar que o Palmeiras fracassa na Libertadores, mas as duas derrotas contra LDU e Colo-Colo já causam um grande temor. Absoluto em títulos de Paulista e Brasileiro, Vanderlei Luxemburgo é sempre lembrado pelo desempenho ruim nas competições continentais.

Em 2009, ele tem sua sexta chance no torneio – em 2004, dirigiu Cruzeiro e Santos na mesma edição. O começo não é nada promissor.

As Libertadores de Luxa:

Em 1991

No tempo em que vitória ainda valia dois pontos, o Flamengo do iniciante Luxemburgo passou em primeiro lugar na fase de grupos da Libertadores e ainda com facilidade pelo Deportivo Táchira nas oitavas. Nas quartas, porém, foi eliminado pelo Boca Juniors - que já despachara também o Corinthians - com show de Batistuta.

Em 1994

Com o Palmeiras, terminou em terceiro lugar na primeira fase, atrás de Cruzeiro e Velez Sarsfield e à frente do Boca Juniors. Nas oitavas, foi eliminado pelo São Paulo de Telê Santana.

Em 2004

Luxemburgo dirigiu o Cruzeiro nos três primeiros jogos da Libertadores, mas acabou demitido ainda na primeira fase – a equipe acabou eliminada pelo Deportivo Cali, no Mineirão, já com PC Gusmão no comando. Luxa já estava no Santos, em que assumiu o trabalho de Emerson Leão a partir das oitavas. Eliminou a LDU nos pênaltis, mas caiu nas quartas, contra o Once Caldas.

Em 2007

Foi a melhor campanha no torneio. Venceu os seis jogos da fase de grupos e ainda atropelou Caracas e América do México no mata-mata. Contra o Grêmio, na decisão por uma vaga na final, perdeu em Porto Alegre por 2 a 0 e, com a vitória em 3 a 1 na Vila Belmiro, no jogo de volta, acabou eliminado pelo critério de gols fora de casa.


Adendo: Os atentos amigos André Rocha e Michel Costa corrigiram duas informações erradas no post, que já foi atualizado. Perdoem a gafe!

terça-feira, 3 de março de 2009

Perigo para o Palmeiras


O Palmeiras é favorito absoluto para o confronto desta noite com o Colo-Colo. Está descansado, motivado, em grande forma e terá uma atmosfera bastante favorável a seu favor no Palestra Itália. Além disso, os chilenos, que perderam na estréia da Libertadores, vêm em má forma no torneio nacional e entraram em atrito com a torcida. Porém, há um perigo iminente para os palmeirenses: argentino, 24 anos, Lucas Barrios é um dos principais artilheiros da América do Sul.

Barrios, que foi comentado como possível reforço de Corinthians e Internacional, terminou 2008 como o herói absoluto do título chileno do Colo-Colo, que havia perdido a hegemonia de quatro conquistas nacionais em série. Além de ter decidido as partidas finais, o argentino fez 37 gols em 38 jogos no Chileno. O índice lhe valeu o prêmio de maior artilheiro de uma liga nacional no último ano, oferecido pela IFFHS (Federação Internacional de História e Estatística).

O Palmeiras tem tudo para sair de campo com três pontos, mas o caminho pela vitória passa por neutralizar Barrios.

-

O amigo Rafael Reis, da Folha Online, fez entrevista exclusiva com Lucas Barrios.
Clique aqui para ler.

Desespero


Não foi sequer uma atuação soberba. Ben Foster, do Manchester United, ainda pegou só um pênalti entre os cobrados pelo Tottenham. Mesmo assim, Sir Alex Ferguson disse o terceiro goleiro dos Red Devils será titular do English Team por muitos e muitos anos. Um exagero total.

Não é de hoje que a Inglaterra pena atrás de um goleiro confiável. David James ainda é a escolha primordial de Capello, mas já é um veterano. E também nunca foi confiável. O drama tem explicação: com falhas de Paul Robinson e Scott Carson, em dois jogos nas Eliminatórias contra a Croácia, a Inglaterra ficou de fora da última Eurocopa.

Tudo bem que a fase é ruim, mas Ferguson deu uma exagerada, né?

Entre os titulares da Premier League, são só sete ingleses embaixo dos paus. Veja a dificuldade.

INGLESES

Blackburn: Robinson (Inglaterra)
Middlesbrough: Turnbull (Inglaterra)
Newcastle: Harper (Inglaterra)
Portsmouth: David James (Inglaterra)
West Brom: Carson (Inglaterra)
West Ham: Green (Inglaterra)
Wigan: Kirkland (Inglaterra)

NÃO INGLESES
Arsenal: Almunia (Espanha)
Aston Villa: Friedel (EUA)
Bolton: Jaaskelainen (Finlândia)
Chelsea: Cech (R.Tcheca)
Everton: Howard (EUA)
Fulham: Schwarzer (Austrália)
Hull: Myhill (Gales)
Liverpool: Reina (Espanha)
Manchester City: Given (Irlanda)
Manchester United: Van der Sar (Holanda)
Stoke: Sorensen (Dinamarca)
Sunderland: Fulop (Hungria)
Tottenham: Gomes (Brasil)

segunda-feira, 2 de março de 2009

Sumiu!

Amigos, por motivos obscuros e que devem ter a ver com a burrice deste blogueiro, os favoritos do Papo de Craque desapareceram.

Portanto, se você estava aqui e não está mais, por favor, avise!

O peso da vitória


Entender que só ganharia o clássico com o coração foi a maior novidade do Santos contra o São Paulo. Vágner Mancini conseguiu fazer seu rodado elenco comprar essa idéia. A vitória e o empenho dentro de campo mostram que Mancini, em pouco tempo de Vila Belmiro, já provoca seu efeito. E é ouvido pelas lideranças do grupo.

Um desses efeitos é aproveitar melhor o futebol de Molina, que vai suprimindo o espaço de Lúcio Flávio com seu futebol dedicado e habilidoso. Já havia sido o grande nome no 2 a 2 com o Bragantino e foi de novo bem no clássico. Tê-lo no time, com Madson, ajuda a produzir esse efeito que Mancini pediu no clássico. E é isso que pode fazer o torcedor santista voltar a acreditar.

Para um time que não jogava com raça desde o Paulista de 2007, a vitória contra o São Paulo valeu mais que três pontos.

domingo, 1 de março de 2009

Rei do Rio


Reinaldo tem a realeza até no nome, mas possui algo de especial no Rio de Janeiro. Em seu quarto estadual, disputará a final pela quarta vez, após o título da Taça Guanabara, conquistado neste domingo sobre o Resende. No Botafogo, é mais um dos que têm dado certo.

A conquista, porém, merece cautela. Em 2006, o Botafogo ganhou o Carioca, mas tinha um time muito fraco. Não é o caso de agora, em que há consistência na montagem do elenco barato, que permite à direção pagar em dia. Mas a Taça Guanabara não é o Brasileiro.

Reinaldo, aliás, parece outro e chega a lembrar, em alguns momentos, o menino que fazia gols em seqüência com o Flamengo, em que foi tricampeão. Especialmente em 2001, ano do terceiro elemento da trilogia. O mundo seguiu rodando, Reinaldo rodou até demais, se perdeu em alguns momentos e não se firmou. Hoje vive um novo momento.

No Botafogo, a referência do time costuma vestir a camisa 7. Hoje, ela parece caber bem em Reinaldo.

O bom e velho semanário

Colunas da última semana:

No Olheiros - A incrível evolução de Taison em 2009

Na Trivela - Cruzeiro cresce com permanência de Adílson e vislumbra títulos

No Terra:

A visão de dois acadêmicos renomados sobre o caso Ronaldo

Entrevista exclusiva com Ramires, craque do Cruzeiro

Preview das decisões estaduais no domingo

Maracanã, pesadelo do Flamengo nos últimos anos

A estréia do Grêmio na Libertadores sob a ótica copeira

E ainda uma aventura no surfe, com a expectativa sobre Mineirinho e mais brasucas no WCT

O dia em que Muricy superou Mancini


O San-São deste domingo na Vila Belmiro terá um ar de déjà vu para Muricy Ramalho e Vágner Mancini. Ao menos, possivelmente, do ponto de visto tático. Em 16 de julho do ano passado, São Paulo e o Vitória, então com Mancini no comando, se pegaram no Barradão. Os baianos vinham bem e até melhores, mas foram superados pela armadilha de Muricy Ramalho, que venceu por 3 a 1. Pode ser que se repita no clássico deste domingo.

Caso Muricy repita a formação tática do confronto com o Oeste, na quinta-feira, com uma linha de quatro defensores e o meio-campo com uma segunda linha - que às vezes vira um quadrado, é verdade - está posta a repetição do duelo, ainda que Mancini possa surpreender com três zagueiros.

Mas contra o 4-2-3-1 que Vágner Mancini gosta de utilizar, Muricy posicionou bloqueios com laterais e meias externos dos dois lados, sem permitir em hipótese alguma o contragolpe e a troca de passes. Naquele dia, Marquinhos e Willians - ambos hoje no Palmeiras - tiveram dificuldades de criar e foram sufocados pela marcação de Zé Luís e Hernanes por um lado e Richarlyson e Hugo pelo outro.

A tática que Mancini objetiva ao Santos, inclusive, ainda não está pronta. O time não é compacto e veloz como precisa e os três meias não entenderam exatamente como deve ser o posicionamento e o trabalho com os laterais. Mais um motivo para o favoritismo na Vila Belmiro ser tricolor.