segunda-feira, 30 de maio de 2011

Retorna a sina do Inter: procurar um treinador que convença


No máximo, Abel Braga foi o último treinador a conquistar o Internacional quase que por completo. O que só mesmo Muricy Ramalho, quando vencia e convencia, conseguiu na temporada 2005. Após 10 partidas como técnico colorado, Falcão já reacende a mesma chama da desconfiança que foi fatal para seus antecessores. A derrota em casa contra o Ceará mostrou que as coisas não vão bem pelos lados do Beira-Rio, em que pese o título gaúcho conquistado nos pênaltis contra o Grêmio.

Em suas 10 partidas, Falcão descobriu que na prática as coisas não são tão simples quanto na teoria. Analisar o jogo com correção da tribuna de imprensa não significa que possa se montar uma equipe de qualidade, como ele imaginava poder fazer. Em sua apresentação, o maior ídolo da história do Inter definiu o Barcelona como modelo. Mas não há vários Pep Guardiolas pelas esquinas do mundo. E encontrar o bom futebol é muito mais do que escolher os jogadores certos ou o sistema ideal.

Apesar do discurso entusiasmado, Falcão esboçou um Internacional mais pragmático em sua chegada, em mais uma infeliz tentativa de emplacar o sistema com duas linhas de quatro no futebol brasileiro. Depois, experimentou o 4-2-3-1 que havia sido modelo com Celso Roth. Nos últimos compromissos, define Tinga como o volante mais recuado e tenta o sistema em losango, 4-3-1-2, que deu certo com Tite em muitos momentos.

Com grandes elencos nos últimos tempos, o Internacional segue em busca de um treinador que consiga extrair o máximo que os jogadores podem. Só 10 jogos depois de sua chegada, Falcão não consegue entregar perspectivas otimistas. Entre seus cinco antecessores, quem teve mais regularidade foi Tite, também aquele que conseguiu vida mais longa. Mesmo assim, só o pulso firme de Fernando Carvalho segurou o hoje comandante corintiano no cargo por tanto tempo. Nessa segunda, ouvi de um amigo colorado: "que saudade do Fossati".

Os cinco últimos treinadores do Inter:

Tite - 2008 e 09 - 108 jogos - 58 vitórias, 24 empates e 26 derrotas
Mário Sérgio - 2009 - 11 jogos - 6 vitórias, 3 empates e 2 derrotas
Jorge Fossati - 2010 - 33 jogos - 18 vitórias, 6 empates e 9 derrotas
Roth - 2010 e 11 - 50 jogos - 25 vitórias, 14 empates e 11 derrotas
Falcão - 2011 - 10 jogos - 4 vitórias, 3 empates e 3 derrotas

3 comentários:

O autor disse...

Fala Dassler,

Belo texto, ótima abordagem.

É difícil discutir com os resultados, mas, na minha opinião, foram poucas as vezes que, com esses técnicos, o Internacional jogou, de fato, um bom futebol por um tempo regular. Talvez somente com Celso Roth. Assim, fica difícil não ser pressionado pela torcida colorada, que se acostumou com times fantásticos e envolventes.

Abração

André Renato disse...

Fala, Dassler.

Comentei sobre isso há alguns dias: se o Falcão tem essa teoria à Barcelona, não faria mais sentido ele assumir o Inter sub-17, por exemplo?

Ensinar uma filosofia se começa de baixo pra cima, além da pressão por resultados ser diminuta. Aí deixa a "bomba" de treinar o time principal com um treinador mais experiente.


Abraços!
http://www.futebolaocubo.blogspot.com/

Lu Lewkowicz disse...

Olá,

Acabamos de lançar pela Editora Civilização Brasileira a edição revista, atualizada e ilustrada do livro Gigantes do Futebol Brasileiro.
Você teria interesse em receber um exemplar para resenhar no blog?

Aguardo retorno.

Atenciosamente,
Luiza Lewkowicz
Marketing
Grupo Editorial Record
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