sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Futebol brasileiro


Publico hoje minha coluna, originalmente publicada às segundas-feiras na Trivela. Lembro que o texto foi feito há alguns dias, antes da saída de José Augusto e a chegada de Nelsinho Baptista ao Corinthians.

"Aguenta coração"

O trocadilho já foi feito pela imprensa. José Augusto, o treinador do Corinthians, materializa com propriedade o principal hit de seu xará, presente nas paradas de sucesso na década passada. Sucesso, entretanto, que não tem tido muito o clube do Parque São Jorge, de volta aos últimos quatro lugares da tabela.

O Atlético Mineiro, que buscou dois gols já no fim do jogo contra o combalido Internacional, adiou, ao menos por ora, sua entrada na zona do rebaixamento. O Galo, além de escolhas infelizes nos últimos meses, paga especialmente por sua pífia ambição na montagem de elenco e já tem clara no horizonte a briga pela permanência, trazendo de volta para seu torcedor o fantasma das duas últimas participações na primeira divisão, sempre na parte baixa da tabela.

Em contrapartida, Náutico e Atlético Paranaense dão mostras consistentes de que, no que depender deles, haverá um clube grande na Série B 2008.

Corinthians

A semana corintiana, como se sabe, não foi das mais tranqüilas. Alberto Dualib enfim largou o osso, tal qual se esperava há alguns anos, dando início a um período de reformulação interna, o que ao menos se imagina possa acontecer. E no domingo, mais uma vez, o Corinthians foi à campo de maneira desordenada e refém do goleiro Felipe, que faz um torneio digno da altura do clube.

A volta aos últimos lugares da tabela apenas atesta a mediocridade da equipe que, acreditem ou não, começou o Campeonato Brasileiro de maneira até mesmo promissora, mas todos imaginavam, não faria muito além do que tem feito. Intensas mudanças, entra e sai de jogadores e um clube no foco da Justiça Federal preenchem o script que leva o Corinthians rumo ao poço.

Um dado, aparentemente simples, mostra o tamanho do caos corintiano. Contra a Ponte Preta, no primeiro jogo do clube na temporada, apenas Rosinei e Betão, entre os que enfrentaram o Palmeiras neste domingo, estavam na estréia. Contra o Juventude, abrindo o Brasileirão, novamente a dupla, formada no Parque São Jorge, é que repetia a presença dentro de campo, “reforçada” por Edson.

É verdade que há equipes que conseguem se remodelar rapidamente. Não é simples, mas o Cruzeiro de Dorival Júnior é um bom exemplo. Porém, o clube mineiro tem se pautado por contratações criteriosas e excelente trabalho na base, o que naturalmente passa longe da Marginal Tietê. Trazer Aílton, Fábio Braz e Iran, sobretudo em setembro, é uma atitude emergencial e inconseqüente. Garotos como Lulinha, Diego e Caju – falando sobre nomes das mesmas posições – fariam muito mais.

Atlético Mineiro

Democrata, Tupi e Guarani de Divinópolis – alguns dos adversários do Atlético Mineiro no torneio estadual, vencido com superioridade sobre um descompromissado Cruzeiro. Acreditar que isso, além da Série B, daria estabilidade na primeira divisão foi um tremendo erro.

Recheado por garotos e outros nomes de pouco ou nenhum talento, o Galo ainda vendeu Diego, Lima e Paulo Henrique, além de sofrer com os problemas de Rafael Miranda, Marinho e Marcinho, vitais durante os bons momentos do clube. Com Grêmio e Flamengo fora de casa nas próximas duas rodadas, é bem possível imaginar que o Atlético, que tem boas chances de perder pontos aí, entre na contagem regressiva das rodadas com a corda no pescoço.

Náutico

Pela primeira vez desde a 18ªrodada, quando também rapidamente ficou fora da zona do rebaixamento, o Náutico consegue olhar para trás e ver quatro clubes pelo retrovisor. A ascenção não é casual: Roberto Fernandes, que assumiu o clube justamente após a derrota no clássico do sempre questionado PC Gusmão, faz um trabalho tão digno e capaz quanto têm feito, por exemplo, Dorival Júnior e Muricy Ramalho.

O êxito local sobre o Sport já é o quarto consecutivo do clube. Há de se ressaltar o bom futebol não só de Acosta - indiscutivelmente o grande nome do time, mas também de Onildo, Júlio César e Geraldo, este último uma contratação pertinente, visto tudo que havia feito com a camisa do Bahia.

Atlético Paranaense

O Furacão já está na zona da Sul-Americana, mas ainda mais importante que isso, tem um time organizado e que faz a torcida, sempre um trunfo indispensável do clube, voltar a freqüentar o estádio e gritar o nome do Atlético Paranaense. Nessa linha, também vem do banco de reservas o sentido inicial para a reviravolta.

Com Ney Franco, são quatro vitórias nos últimos cinco jogos, incluindo um clássico local, o que tem peso moral ainda mais importante. Buscar o lateral-esquerdo Piauí e Marcelo Ramos, ambos no frágil Santa Cruz, mas jogando muito bem, é mostra de que se acompanha futebol, o que tem sido uma virtude do Atlético nos últimos anos.

Um comentário:

Anônimo disse...

meu caro, o pior naum é achar q titulo da segundona e do rural são avais para ser campeão do Brasileirão... o pior é tentar fazer com que tdo mundo comungue do mesmo pensamento...
até um mês atrás, msm nessa situação péssima na tabela, o presidente do Atlético insistia em falar que o tinham time pra conquistar uma das vagas pra Libertadores...