Curiosa a estratégia de Tite para enfrentar o Vasco em São Januário em jogo crucial para as pretensões dos dois times no Campeonato Brasileiro, mas sobretudo para um Corinthians que poderia ficar a cinco pontos do líder em caso de derrota. Sem um centroavante de ofício disponível, o treinador utilizou seus dois atacantes com condições de jogo (Willian e Jorge Henrique) pelo lado do campo e transformou Alex no homem mais avançado do desenho tático. Não era fundamental ter um homem na área, mas sim marcação firme pelas extremidades para proteger a zaga.
O plano do treinador, de sucesso na somatória dos 90 minutos, tinha um objetivo claro e está perfeitamente alinhado à tendência atual do futebol brasileiro: bloquear os laterais do adversário, origem de boa parte das jogadas de nove entre cada 10 times do país (comprovado matematicamente), e dificultar uma saída de bola limpa. O raciocínio é de que para jogar é preciso roubar a bola e impedir o rival de progredir com tranquilidade. Melhor é ter Willian, que marca tão bem quanto Jorge Henrique e ataca de forma vertical e com qualidade.
No Brasileiro, com a aplicação repetitiva dessa receita de jogo, o Corinthians é líder no ranking de desarmes, com 34,3 em média por jogo, e possui a segunda melhor defesa da competição - à frente, só o Palmeiras, que rouba bolas com competência mas não consegue construir. Em São Januário, a semana de treinamento do treinador corintiana teve reflexo e o time novamente marcou demais. Mesmo sem centroavante, a equipe de Tite conseguiu criar com posse de bola e encaixotou o Vasco (também em 4-2-3-1) na maior parte do tempo, salvo o contragolpe que virou gol de Fagner.
O raciocínio de que desarmar é fundamental é o que explica tantas equipes que atuam no mesmo sistema de jogo, mas nenhuma aplica a receita tão bem quanto o Corinthians de Tite. Há outras fórmulas para vencer: o toque de bola qualificadíssimo do Vasco, o jogo vertical e envolvente do Botafogo ou o São Paulo que é explosivo no último terço do campo. Hoje, a pinta é de que corintianos e vascaínos têm mais time para disputar o título nos jogos finais.
Um comentário:
Dadá é um grande mito brasileiro, assim como Adenor Leonardo Bachi.
Ambos realizam grandes trabalhos em suas profissões.
Postar um comentário