segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Cada vez mais longe


A Federação Paulista tomou uma decisão polêmica: emissoras de rádio não podem ouvir os jogadores, dentro de campo, antes ou durante as partidas do Estadual. A medida visa, segundo Ricardo Capriotti - presidente da Associação dos Cronistas Esportivos de São Paulo, diminuir a "poluição visual" na beira do gramado. Mas é, na prática, mais um capítulo de como cada vez mais a imprensa fica distante dos jogadores. E, claro, por conseqüência, os torcedores.

Já se foi o tempo em que os repórteres invadiam o vestiário e pegavam o jogador enrolado na toalha, após o banho, para dar entrevista. Ou que a prévia dos grandes jogos de domingo se dava no hall do hotel onde a equipe estava concentrada, pela manhã.

O incremento de assessores de imprensa ao cotidiano dos clubes fez com que só se ouvissem os personagens, principalmente, em entrevistas coletivas. Para não falar da chamada zona mista. Na prática, cada vez mais dificuldades aos jornalistas, mais restrição ao conteúdo exclusivo e o incentivo das respostas pasteurizadas. Do politicamente correto. Há de se lamentar.

Não é a primeira vez, aliás, que se boicota o louvável e indispensável trabalho do rádio: em 2008, o Atlético-PR tentou um precedente perigoso: vetar a presença de emissoras em rádio nos jogos realizados na Arena da Baixada. A medida não foi adiante.


Foto: Site do Mílton Neves - repórter Luís Aguiar

Um comentário:

André Augusto disse...

Mais uma atitude lamentável. "Padroniza" cada vez mais as coberturas de jogos.